A entronização do Rei – Ap. 5
Introdução: no capitulo 4 vimos:
A imagem de um trono: que significa que Deus é o Senhor, Ele
reina absolutamente.
Vimos vinte e quatro anciãos: uma representação da totalidade
da igreja, no Antigo e Novo Testamento. Todos estão vestidos com vestiduras
brancas e tem coroas na cabeça.
Vimos os quatro seres viventes: são querubins que guardam a
santidade de Deus e são representações da natureza criada. Um tem cabeça de
homem, de boi, de águia e leão.
Vimos que trono tinha um aspecto “semelhante ao jaspe e
sardônico”. E reluzia um arco-íris parecendo uma esmeralda: um simbolismo da
graça de Deus. E, do trono saiam “...relâmpagos, vozes e trovões”: um
simbolismo do juízo de Deus. E, “um mar de vidro, claro como o cristal”,
simbolizando nossa entrada mística ao corpo de Cristo.
1)
O
livro selado
“Vi um livro selado em forma de rolo na mão direita dAquele
que está assentado no trono. Estava escrito dos dois lados e selado com sete
selos”.
Um cristão do primeiro século entenderia o “LIVRO” como hoje
entendemos a Bíblia. Era respeitado e valorizado. O povo de Deus acredita que
ele fala, que mostra quem é e o que faz. Ele não é um Deus absconditus, é um
Deus revelatus. Ou seja, Deus tem prazer
em revelar sua vontade para nós.
Setecentos anos antes, Isaias lamentara que a visão estava
selada e ninguém era digno de romper o selo (Is 29.11). O rolo selado indica o
plano não revelado e não cumprido de Deus. Abrir aquele rolo, desatando seus
selos, significa não somente revelar o plano de Deus, mas leva-lo a cabo. O numero
sete significa completude. Aliás, neste capítulo temos “sete selos” (v.1); “sete
chifres” (v.6); “sete olhos” (v.6); e “os sete Espíritos de Deus” (v.6).
“Vi também um anjo poderoso, chamando em voz alta, como um
trovão: “HÁ ALGUÉM QUE POSSA ABRIR O LIVRO, QUE POSSA ROMPER SEUS SELOS”. Em
Apocalipse 10.1, tem uma descrição desse anjo: “E vi outro anjo forte, que
descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco
celeste, e o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo...e
pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra”. (vs. 1 e 2).
“NÃO HAVIA NINGUÉM – NINGUÉM NO CÉU...” NEM MIGUEL, GABRIEL,
SERAFINS, QUERUBINS, ANJOS, ABRAÃO, MOISÉS, ELIAS, PAULO, PEDRO, MARIA...
NIGUÉM FORA ENCONTRADO DIGNO DE ABIR O LIVRO E ROMPER SEUS SELOS.
“NÃO HAVIA NINGUÉM – NINGUÉM NA TERRA...”. Nenhum homem:
Faraó, Nabudonosor, Ciro, Dario, Alexandre, o grande, Antioco Epifanio, Ptolomeu,
Julio Cesar, Augusto, Nero, Domiciano, Madre Teresa de Calcutá, Fransciso
Xavier, Dalai Lama, etc. Porque são como
Belsazar: “Menê, Menê, Tekel, Uparsin”, são
pesados na balança e achados em falta. NINGUÉM FORA ENCONTRADO DIGNO DE ABRIR E
ROMPER SEUS SETE SELOS.
“NÃO HAVIA NINGUÉM – NINGUÉM DEBAIXO DA TERRA..”. “Ninguém no
mundo inferior que pudesse abrir o livro, ou ao menos olhar para ele”. NINGUÉM
NO INFERNO, NEM O DIABO, NEM OS DEMONIOS, NEM OS ESPÍRITOS ATORMENTADORES,
FORAM ENCONTRADOS DIGNOS DE ABIR O LIVRO E DESATAR OS SETE SELOS.
“Não há ideologias, nem partido político, nem sistema econômico
que possa realizar os sonhos e as esperanças do coração humano. Sozinha a
humanidade não vai a lugar nenhum. Sozinho seu destino é o caos. Há uma
impossibilidade radical de que o homem seja o senhor do seu próprio destino”.
HÁ UMA GRANDE DECEPÇÃO: JOÃO DIZ, “EU CHORAVA MUITO”. Quem
irá abrir o livro e desatar os sete selos? O mundo não foi criado do acaso! A
história não está a deriva! Há um Senhor? Há um criador? Há alguém capaz de
abrir o livro e desatar os sete selos?
1)
Digno
“Não chores. Olhe – o leão da tribo de Judá, a raiz da arvore
de Davi, venceu. Ele pode abrir o livro e romper os selos”.
Vem a ele, então, um dos anciãos e lhe diz: “Não chores”. É
isso, o que Jesus disse mais de uma vez durante seus dias na carne. Ele disse à
viúva de Naim quando chorava a morte de seu filho; disse a família de Jairo,
diante da morte da criança “Não chores”.
POR QUE JESUS É DIGNO DE ABIR O LIVRO E DESATAR OS SETE
SELOS?
a)
Pela
vitória sobre a morte e sobre todos os poderes
do mal “despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15). Por causa de sua total obediência e
fidelidade a Deus, é capaz de abrir o livro e desatar os sete selos.
b)
“Leão
de Judá”. Esse titulo se remonta a benção final de Jacó a seus filhos, antes de
sua morte. “Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se,
deita-se como leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se
arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha siló, e a ele
se congregarão os povos” (Gn 49.8,9).
c)
“Raiz
de Davi”. Em Isaias 11 temos a profecia “Por que brotará um rebento do tronco
de Jessé, e da suas raízes um renovo frutificará...Repousará sobre ele o
Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de
conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (vs.
2,3, cf v.10).
d)
“Cordeiro”.
Vemos as quatro criaturas formadas em circulo ao redor do trono, os vinte e
quatro anciãos num circulo concêntrico mas mais amplo, e O CORDEIRO ENTRE OS
DOIS CIRCULOS. Em João 1.29, João Batista chama Jesus “o cordeiro que tira o
pecado do mundo”. Pedro diz que o sangue de Cristo é como o sangue de um
cordeiro do sacrifício sem defeito nem mácula (1 Pe 1.19). Em Isaias 53, lemos
que o servo é como um cordeiro que é levado ao matadouro (v.7).
Em todos estes casos a palavra em
grego significa “cordeiro” é Amnós, enquanto que João utiliza ARNION. Porque o
cordeiro ainda leva as marcas de ter sido sacrificado. É uma imagem de dor,
sofrimento, humilhação e vergonha. É o sacrifício da cruz, onde o Filho de Deus
fez a oferta de si mesmo em expiação pelos pecados de todos os homens.
Mas, o cordeiro tem SETE CHIFRES E
SETE OLHOS. No Antigo Testamento o chifre é um símbolo de poder, que não pode
ser resistido. O cordeiro leva sobre si as marcas do sofrimento; mas ao mesmo
tempo está revestido de todo poder (Mt 28.18). E, SETE OLHOS, a imagem tem sua
origem em Zacarias. O profeta vê sete lâmpadas que são “os olhos do Senhor que
percorrem toda a terra” (Zc 4.10). Não há lugar na terra que Deus não veja.
Conclusão: louvor ao rei dos reis
O primeiro cântico se dirige a Cristo, o cordeiro de Deus. É cantado pelos quatro seres
viventes e os vinte e quatro anciãos. “Cada um tinha uma harpa e uma taça...
que são as orações dos santos”.
Digno! Recebe o livro, Abre os selos.
Imolado, pagando em sangue, tu compraste para Deus pessoas
De cada família e língua e cultura e raça.
Depois as fizeste sacerdotes do reino para nosso Deus.
Sacerdotes-reis, governarão a terra.
O Segundo cântico é cantado por uma
multidão incontável e anjos – dez mil vezes dez mil vezes era o número deles,
exaltando o cordeiro de Deus.
O cordeiro Imolado é digno!
Recebe o poder, a riqueza, a sabedoria,
A força, a honra, o poder, a benção!
O terceiro cântico é um ajuntamento
de todas as criaturas, no céu e na terra e os anjos. Louvando a Deus e ao
cordeiro.
Para aquele que está assentado no trono!
Para o cordeiro!
A benção, a honra, a glória, a força!
Pelos séculos após séculos após séculos.
Os quatro seres viventes disseram “amém,
e os anciãos prostraram e adoraram” (v.14).
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