Gibeonitas: Aliança perigosa – Js 9
introdução: Ao tomarem conhecimento das vitórias de Israel sobre Jericó e Ai, os
reis que estavam daquém do Jordão ficaram apavorados e inseguros com o que lhes
poderia acontecer. Foi então que decidiram formar uma espécie de confederação
para pelejar contra Israel (vv.1,2). Todavia, os moradores de Gibeão, com medo
e grande astúcia, anteciparam-se, propondo a Israel uma aliança que lhes
preservasse a vida.
o
que Deus falou sobre os povos canaanitas.
Exôdo 34: 12-17 Guarda-te de fazeres aliança com os
moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de
ti. Mas os seus altares derrubareis, e as suas estátuas quebrareis, e os
seus bosques cortareis. Porque não te inclinarás diante de outro deus;
pois o nome do Senhor é Zeloso; é um Deus zeloso. Para que não faças
aliança com os moradores da terra, e quando eles se prostituírem após os seus
deuses, ou sacrificarem aos seus deuses, tu, como convidado deles, comas também
dos seus sacrifícios, E tomes mulheres das suas filhas para os teus
filhos, e suas filhas, prostituindo-se com os seus deuses, façam que também teus
filhos se prostituam com os seus deuses. Não te farás deuses de fundição.
Deuteronômio 20.16-18. Porém, das cidades destas nações, que o Senhor
teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida.
Antes destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e
aos perizeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor teu Deus.
Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que
fizeram a seus deuses, e pequeis contra o Senhor vosso Deus.
Números 27: 18-21. Então
disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o
Espírito, e impõe a tua mão sobre ele. E apresenta-o perante Eleazar, o
sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe as tuas ordens na presença
deles.
E põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. E apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor; conforme a sua palavra sairão, e conforme a sua palavra entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação.
E põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. E apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor; conforme a sua palavra sairão, e conforme a sua palavra entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação.
I - A
CONFEDERAÇÃO DOS REIS DE CANAÃ (9.1,2)
O pavor e a reação dos reis cananeus. Até
aqui, nas batalhas de Israel, os reis de Canaã estavam apenas na defensiva. Mas
agora resolveram fazer uma coligação a fim de passarem ao ataque ante ao avanço
dos israelitas: "Se ajuntaram eles
de comum acordo, para pelejar..." (v.2). Esses inimigos do povo de
Deus estavam prontos para superar suas diferenças pessoais e unirem-se para
resistir ao avanço do povo de Deus. Contudo, não houve por parte de Josué
qualquer temor, pois ele estava convicto de que o Senhor o livraria das mãos
daqueles ímpios: "Toda ferramenta
preparada contra ti não prosperará; e toda língua que se levantar contra ti em
juízo, tu a condenarás" (Is 54.17).
O
respeito pelo nome de Josué. Quando ouviram falar das conquistas de Israel
sob a liderança de Josué, e da devoção dos israelitas a um Deus pessoal e
poderoso, e invencível, aqueles pequenos monarcas somente viam sua esmagadora
derrota. Josué tornara-se um líder e estrategista, reconhecido com temor em toda
a terra de Canaã. Josué sabia, e disso não poderia esquecer de que quem estava
à sua frente era o grande Deus de Israel, o Senhor dos Exércitos.
A Bíblia menciona sete raças que habitavam a
terra de Canaã: os amorreus, cananeus, ferezeus, girgaseus, heteus, heveus e
jebuseus.
II – O
ARDIL DOS GIBEONITAS (9.3-15)
O perigo da astúcia do inimigo. Usar de
ardil é o mesmo que seduzir, ludibriar ou enganar alguém. É uma manobra
ardilosa com intuito de induzir alguém ao erro. Entre aqueles que se ajuntaram
para pelejar contra Israel, encontravam-se os gibeonitas, conhecidos como
heveus (9.1,7), um dos povos mencionados pelo Senhor para ser lançado fora da
terra prometida (Dt 7.1-6). Esta foi uma ordem divina que deveria ser cumprida
cabalmente. Entretanto, enganado, Israel fez um acordo com os inimigos. A
Palavra de Deus adverte-nos enfaticamente: “Sede
sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé” (1
Pe 5.8,9). Nosso campo de batalha é invisível e espiritual. Portanto, devemos
estar vigilantes quanto às sutis investidas de Satanás contra a nossa vida
cristã.
Os ardis ocultam males
destruidores (9.3,4). Embora a cidade dos gibeonitas fosse maior do
que Ai e seu exército ter grandes guerreiros (10.2), sabiam perfeitamente que
jamais derrotariam Israel. Então, a única alternativa era dolorosamente esconderem
sua identidade e tentar um concerto com os israelitas.
Ardil significa: “atitude astuciosa a
que se recorre para burlar alguém ou enganar alguém; armadilha” (Dic. Aurélio).
“É uma ação que se vale de astúcia, manha, sagacidade (malicioso); ardileza;
que visa iludir; armação; cilada” (Dic. Houaiss).
A Bíblia conta-nos que os heveus fizeram
parte de algumas nações que viveram entre os israelitas para, com a permissão
divina, provarem a fidelidade de Israel diante do Senhor (Jz 3.1-3). A Igreja
de Cristo está no mundo, e vive entre os que não pertencem ao povo de Deus.
Estes, às vezes, costumam se instalar no seio da igreja, com fingimento e
hipocrisia (1 Jo 1.5-7).
3. A estratégia dolosa dos gibeonitas
(9.4,5). “Tomaram
sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e
remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e
todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento". Eles
queriam dar a impressão de estarem vindo de uma terra distante, quando, na
verdade, moravam em Gibeão, cidade bem próxima do acampamento de Israel.
"Vestiram-se
de mendigos, fingiram vir de uma nação longínqua, trazendo pão bolorento e
simulando uma história melodramática." (Js 9:11 a 12). "Tendo nos
seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão
que traziam para o caminho era seco e bolorento."
É óbvio que os gibeonitas assim fizeram por
medo, pois sabiam que todos os povos cananeus seriam expulsos daquelas terras,
ou totalmente destruídos (Êx 23.31-33).
Josué e os
príncipes de Israel só descobriram que haviam sido enganados, três dias depois
de feito o pacto (v.16).
No verso 9, temos: “teus servos vieram duma terra mui
distante, por causa do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e
tudo o que fez no Egito...”. Bem que a Palavra de Deus nos alerta: “O
homem é provado pelos louvores que recebe” (Pv 27:21).
O que é ser enganado? É, por um
raciocínio ou argumentação traiçoeiramente falsa, ser tragicamente:
atraído-engodado (como rato a comer queijo envenenado, na ratoeira...),
“enrolado”, desanimado-impedido, ou corrompido-cegado-desviado-atrasado.
2 Cor 11:3 Mas temo que, assim como a serpente
enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos
os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
Exemplos: Satanás envenenou + tentou + engodou a Eva. Tenta fazer o mesmo conosco; E, como leão velho, aterrorizar-nos. Gibeonitas, com pão borolento, enganaram Israel. Dalila, fingindo amor, seduziu e dobrou Sansão. Amom, fingindo doença, enganou irmã. Sambalate tentou enganar, intimidar e derrotar Neemias. Ananias e Safira tentaram enganar a Deus e Pedro.
III - A
FARSA DESCOBERTA (9.16-22)
1. Israel descobre o erro cometido (9.16). As
artimanhas e o engano têm vida curta. Ao fim de três dias, a verdade foi
conhecida. Aquele povo, que dizia ter vindo de terras distantes, era vizinho de
Israel e morava em três cidades conhecidas como Cefira, Beerote, e
Quiriate-Jearim (v.17). Eles também aprenderam que a paz que se fundamenta na
desonestidade não tem qualquer firmeza nem continuidade.
Os israelitas ficaram grandemente
perturbados, a tal ponto que toda a congregação murmurava contra os príncipes
(v.18). Sem dúvida, agora eles teriam de arcar com as consequências desse
terrível erro: haviam feito um acordo com os cananeus, e não podiam feri-los em
função do juramento que fizeram ao Senhor, Deus de Israel.
2. Josué teve de honrar o acordo com os
enganadores (9.18-20). Não havia como recuar! Ele não podia
invalidar o pacto feito em nome do Senhor (v.15), pois a quebra de um juramento
constituía uma grave transgressão. Por isso, fez o que parecia "bom e
reto" (v.25). Primeiramente, libertou-os da morte (v.26). Depois, fez com
que os gibeonitas se tornassem seus servidores. Eles seriam "rachadores de
lenha e tiradores de água para a congregação e para o altar do Senhor"
(v.27), uma atividade que estava ligada a adoração do Tabernáculo. Isso nos
encoraja a não negligenciarmos as nossas promessas.
3. Os gibeonitas atuais na igreja. Estamos
atravessando dias difíceis e trabalhosos em que "espíritos
enganadores" têm entrado no seio da igreja (1 Tm 4.1) para difundir o
erro, confundindo e distraindo o povo de Deus para estacionarem no caminho da
fé e, por fim, se desviarem. Precisamos vigiar! Muitos se apresentam como
líderes, pregadores e ensinadores, mas, na verdade, não passam de falsários,
promotores do engano, da confusão e da discórdia. Estes têm trazido para a
Igreja toda sorte de contaminação, por meio de ensinos heréticos, falsa unção,
pseudo-espiritualidade e costumes mundanos. Utilizam-se de todo tipo de trapaça
a fim de ludibriar o povo de Deus (Tt 1.16).
CONCLUSÃO
A grande lição desta história bíblica dos
gibeonitas é que precisamos estar atentos, vigilantes e dependentes da direção
divina, para evitarmos erros e males como os que Josué e Israel cometeram.
Satanás sempre usará de artifícios para enganar o povo de Deus, com o intuito
de impedi-lo de chegar à "Terra Prometida". Vigiemos, pois, em todo o
tempo, na dependência do Senhor.
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