terça-feira, 28 de outubro de 2025

 Terapia pra alma: imagens distorcidas 1 Co 13.12 

Introdução

O apostolo Paulo afirma sobre nós: “O que vemos agora é uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus” (1 Co 13.12).

Que tipo de espelho você vê? Tem a sala do espelho que oferece imagens distorcidas, irreais, deformadas da face humana. Na sala de espelhos várias imagens nossas são apresentadas: exageradamente gordo ou exageradamente magro, muito alto e muito baixo, muito reto ou muito torto. Nada se apresenta de forma moderada, ou realista mas sempre muito ou quase nada. Logo, essas imagens costumam provocar gargalhadas, brincadeiras, zombaria, etc. 

Todos nós, desde o momento em que nascemos, vivemos dentro de uma sala de espelhos. Nós nos enxergamos nos olhos das pessoas com as quais convivemos. Reconhecemo-nos na visão dos nossos parentes, professores, amigos – e, especialmente, na dos nossos pais. Dependendo da forma em que fomos criados pelos nossos pais, assim que nos vemos. Portanto, nossa autoimagem, isto é, a percepção que temos de nós mesmos é definida socialmente. 

Contudo, nem toda autoimagem corresponde à verdade, alguns são espelhos tortos, imperfeitos. Quantas filhas cresceram ouvido sua mãe lhe passando uma percepção enganosa? (você não vai conseguir nada nessa vida!)  Quantos filhos cresceram com uma autoimagem deformada dada pelo seus pais? As pessoas que nos rodeiam têm dificuldades em refletir-nos da maneira como realmente somos. Somos julgados de forma precipitada, somos avaliados por seus próprios padrões e ignoram fatos a nosso respeito. 

1)     Sala de espelhos

Na cultura bíblica o nome dado a uma pessoa estava relacionado com caráter, destino. Mas, alguns nomes, foram dados segundo ao espelho dos pais. Alguns receberam nomes com belos significados, como Rute (amiga), Davi (bem-amado), Abigail (fonte de alegria), Salomão (paz), Jesus (Deus salva). Mas o que dizer de Calebe (cachorro), Hulda (fuinha), Zeruia (separação), Nabal (tolo), Jabes (fonte de sofrimento) e Jacó (agarrador de calcanhar)! Portanto, todos esses nomes, são espelhos, uma ideia do que seus pais pensavam sobre eles. Para muitos, como Jabez, não era fácil conviver com isso!

Em minha infância tínhamos muitos discos de vinil de fabulas e uma que eu sempre gostei de ouvir é do “Patinho feio” de Hans Cristian Andersen, que fala de um filhote de cisne criado numa família de patos. No começo, todos achavam feio e desengonçado. Logo, sua autoimagem, reflete o que todos pensavam sobre ele. Vivia sozinho, isolado, sem amigos, sentindo-se inferior aos seus irmãos. Assim, muitos condicionaram ao seu ambiente, aceitando o que todo mundo diz sobre ele. Mas, depois que o patinho feio cresceu descobriu que não era um pato, mas um cisne! 

2)     Autoimagem negativa

Quem não conhece irmãos e irmãos com autoimagem negativa. Pessoas que vivem constantemente em ansiedade e depressão. A maioria dessas pessoas enfrentaram críticas, rejeição, abandono, humilhação, condenação e indiferença...tudo isso, desde sua infância. Elas não conseguem discernir os reflexos distorcidos do seu verdadeiro “eu”, por essa razão passaram a ser sentir infelizes, defensivos e assustados. Vivem sempre com a autoestima baixa, não conseguem confiar nas pessoas e questionam Deus, dizendo: “Por que o Senhor me fez assim?”. 

Essas pessoas nunca estão bem, nunca estão satisfeitas. Sempre estão querendo mudar o exterior para apresentar uma imagem diferente, no entanto, por dentro, continua do mesmo jeito. Mudam a cor do cabelo, sempre usam vestido diferente, uma bolsa diferente, maquiagem diferente. Sempre construindo mascaras na tentativa de conseguir aprovação. Em seu esforço para transformar-se em algo que não é, essa pessoa acaba abrindo mão de sua própria essência. 

O que fazer? Voltar as origens. Redescobrir a nós mesmos, lavando o rosto para que, por baixo da maquiagem, ressurja o que Deus fez. Fomos criados pelo Senhor à sua imagem e semelhança, somos importantes para Deus. Somos pecados, é verdade, mas resgatados e lavados no sangue de Jesus, que nos tornou filhos de Deus. Recebemos dons e talentos de Deus. O Espirito Santo, mora dentro de nós, testifica conosco que somos filhos de Deus, que nos habilita a sermos transformados dia após dia.

O apostolo Paulo afirmou: “Não que já tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo...não penso que eu mesmo já tenha alcançado; mas faço o seguinte: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as quais estão adiante, prossigo para o alvo, pelo prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fl 2.12-14). O apostolo disse: “O que agora vemos é como um espelho embaçado” (1 Co 13.12).

Nos metais polido, o reflexo era muito ruim. Da mesma forma, a autoimagem que deriva das percepções humanas é bastante deformada. Mas o apostolo conclui: “Agora, o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus”. Quando nos enxergamos nos olhos de Deus, saberemos quem somos.

3)     Quem somos?

Está na hora de abandonar a sala de espelhos e acreditar naquilo que o Senhor falou para nós em sua palavra. Significa colocar a avaliação de Deus acima todas as outras. A Palavra de Deus diz que Deus nos ama e que nos criou. Deus disse através do profeta Jeremias: “Com amor eterno te amei; por isso, com benignidade te atrai” (Jr 31.3). O amor de Deus por nós não tem fim, é infinito; o amor de Deus por nós não sofre variação, Ele nos ama a tal ponto que enviou seu Filho para morrer na cruz em nosso lugar. 

O profeta Isaias fala desse amor: “Não temas, pois eu o resgatei: eu o chamei pelo nome; você é meu. Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não te encobrirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas. Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador” (Is 43.1-3). Ele fala que fomos resgatados e que somos dEle; assegura-nos de sua presença contínua, seu cuidado, em todas as circunstancias da vida. 

Novamente através do profeta Jeremias, Deus fala o que pensa sobre nós: “Eu é que sei que pensamentos tenho a respeito de vocês”, diz o Senhor. “São pensamentos de paz e não de mal, para dar-lhes um futuro e uma esperança. Então vocês me invocarão, se aproximarão de mim em oração, e eu os ouvirei. Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração” (Jr 29.12-13).

Veja o que aconteceu com Gideão, um homem que tinha um conceito errado de Deus e de si próprio. Os israelitas estavam sendo atacados pelos midianitas. “Então o anjo do Senhor apareceu para ele e disse: Voce é corajoso, e o Senhor está com você! Gideão respondeu: Se o Senhor Deus está com o nosso povo, por que está acontecendo tudo isso com a gente? Onde estão aquelas coisas maravilhosas que os nossos antepassados nos contaram que o Senhor costumava fazer quando nos trouxe do Egito? Ele nos abandonou e nos entregou aos midianitas”. (Jz 6.12,13). 

No entanto, Gideão achava-se insignificante. “Ah, meu Senhor, com que livrarei Israel? A minha família é a mais pobre em Manassés, e eu sou o menor na casa de meu pai” (Jz 6.15). Mas o Senhor lhe disse: “Eu estarei com você, e você derrotará todos os midianitas como se fossem um só homem” (Jz 6.16). Então, Gideão decidiu acreditar em Deus, exercitou sua fé, confiando que com Deus à sua frente, venceria todos os inimigos. Dessa maneira, sem espadas, sem lanças, sem escudos, todos os inimigos de Deus foram derrotados.

Conclusão

Você não é o que é por acaso. Deus lhe fez, lhe criou, lhe formou. Você é a imagem e semelhando do seu Deus. Deus sonhou com você, como sonhou com Jeremais, com Paulo,  assim, sonhou com você. Tire toda maquiagem, toda mascar, todo complexo, tudo o que lhe prende. Deus deseja te usar, Deus deseja fazer de você uma mulher (homem ) de Deus nessa geração. Você foi chamado para fazer parte do reino de Deus, do maior reino do mundo. Então, caminhe, lute, pegue sua espada, seu escudo, sua armadura, seu cinto, suas botas e lute, pois Deus está com você. 


 

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

 O Rei espinheiro - Abimeleque 

Estamos no capitulo 9 de juízes que narra sobre a família dos descendentes de Gideão, principalmente Abimeleque. A história se passa em Siquém, uma cidade que tem um simbolismo importante na vida do povo judeu. Foi em Siquem que Deus apareceu para Abraão; foi em Siquem que Abraão levantou o primeiro altar e, por fim, foi em Siquem, o primeiro lugar em que os descendentes de Abraão se reuniram para adorar o Senhor depois que chegaram a terra prometida. Portanto, historicamente, Siquém, era o termômetro espiritual de Israel. 

O texto fala de Abimeleque que significa “Meu pai é rei”, o nome já em si carrega uma presunção, uma sina. Era filho de Gideão com uma concubina, foi criado na cidade de Siquém, diferente dos demais filhos de Gideão que foram criados em Ofra. Então, ele procura os cidadãos de Siquém e diz: “Não é melhor ter apenas um governante? Não seria bom se eu fosse o rei de vocês? Infelizmente, os cidadãos de Siquém concordam, aceitam tal imposição. Em seguida, diz o texto: “E deram a Abimeleque setenta ciclos de prata, tirados do templo de Baa-´Berite, com os quais contratou alguns homens ociosos e vadios, que o seguiram” (Jz 9.4).

Enquanto seu pai, Gideão, foi elevado a líder por escolha de Deus (o anjo lhe apareceu em Ofra e lhe chamou para libertar o povo dos midianitas), Abimeleque não foi chamado por Deus, mas por si mesmo, sua pretensão ao poder era desmedida. E vai governar na base da força bruta, da violência, da injustiça...

O primeiro ato de Abimeleque como rei é matar todos os seus setenta meio-irmãos, que mata a sangue frio “sobre uma rocha” (Jz 9.5). para não ter concorrente ao poder, ele mata, ele persegue, ele não aceita oposição. No entanto, um dos filhos de Gideão escapa e foge, seu nome era Jotão, que significa “Deus é perfeito”. 

E, diante dos cidadãos de Siquém, conta uma parábola: “Certa vez as arvores se puseram a caminho para ungir um rei sobre elas...primeiro quiseram a oliveira, do azeite,  mas ela renunciou o poder; em seguida oferecem para figuera, dos figos, mas de igual modo não abriria mão da sua doçura; foram busca da videira, das uvas, também renunciou o poder. Por fim, as arvores, rogaram ao espinheiro e de prontidão aceitou (Jz 9.10-15). O espinheiro diferente da oliveira, da figueira e da videira eram baixos e esquálidos demais para fazer sombra e proteger do calor, muitas vezes pegam fogo que se espalhavam pela folhagem ao redor e destruía arvores valiosas. 

Logo, os cidadãos de Siquem começam a questionar a autoridade do rei espinheiro, não era tudo aquilo que prometeu no seu discurso inicial, sua popularidade começa a cair. Logo, Abimeleque e seus homens matarem mais de mil cidadãos de Siquem”. A natureza do espinheiro não é outra, senão essa, espalhar fogo.

Não contente em ter matado os cidadãos de Siquem, por sua vingança desmedida. Agora vai em direção de Tebez, que aparentemente teria o mesmo destino dos moradores de Siquém. No entanto, quando Abimeleque “se aproximava da entrada da torre para incendiá-la, uma mulher jogou uma pedra de moinho na cabeça dele, e lhe rachou o crânio” (Jz 9.53). Gravemente ferido, Abimeleque, pede que seu escudeiro acabe com sua vida para ninguém dizer que foi ele morto por uma mulher. 

A vida do rei do espinheiro termina ali, desdizendo um fato; todo rei espinheiro tem morte semelhante. 



terça-feira, 21 de outubro de 2025

 Crescer ou não crescer? – Hb 5.11-14; 6.1-8 

Introdução

O livro de Hebreus eleva Jesus acima de tudo. Ele é a ultima voz de Deus aos homens “Havendo Deus...falado em várias ocasiões e de muitas formas...nestes últimos dias, nos falou mediante seu Filho...” (Hb 1.2).  Ele é maior do que os anjos; Ele é maior do que Moisés (Hb 3); Ele é maior do que o sacerdócio aarônico. E, no capitulo 5, fala-nos da dimensão do seu sacerdócio: “Tú és sacerdote para todo sempre, conforme a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.6). No entanto, apesar do escritor mastigar o assunto ponderadamente, meticulosamente, eles eram “tardios em ouvir” (Hb 5.11), “indolentes” (BKJ).

A palavra usada aqui é muito expressiva “nothoros” que significa tardio de mente, duro de ouvido, néscia  e insensatamente esquecido. Jesus se referiu aos dois discípulos de Emaús como: “...néscios e tardos de coração” (Lc 24.25). Não captam as verdades espirituais; são obtusos, lentos para entender. Aprendem muito devagar.

1)    Obtusos

Os crentes já estavam na caminhada cristã há muito tempo, mas ainda viviam como meninos e estavam longe da maturidade, do crescimento. “Neste estágio da vida, vocês deveriam ser mestres da vida cristã. Mas, em vez disso, o que aconteceu? Ainda está na alfabetização, tendo, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine as coisas mais básicas da fé cristã” (Hb 5.12). Qual é a diferença do cristão maduro em relação ao menino que ainda não cresceu? O tipo de alimento. Paulo diz: “Dei a vocês leite, não alimento sólido, pois não estavam em condições de recebe-lo, tampouco estão” (1 Co 3.2). 

Vocês estão como crianças que nasceram há muito tempo, parecem Peter-Pan, não querem crescer, querem ficar na terra do Nunca, da Sininho, capitão Gancho e meninos perdidos, como se essa terra do Nunca existisse! São incapazes de se alimentar de comida sólida! Não conseguem enfiar os dentes em nada consistente. Não avançaram, não cresceram, além do que estavam quando nasceram de novo. 

Limitando-se ao leite, vocês permanecem criancinhas quando já deviam ter crescido. São inexperientes na palavra da justiça, no discernimento, porque não conseguem mais, não estão preparados para tanto. Não conhecem a Palavra, não sabem manejá-la. Não surpreende que não consigam entender como Cristo “é sumo sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.6).

A palavra usada para rudimentos é “stoiqueia”, em outra versão é “princípios elementares”, “conceitos mais básicos”. O termo tem uma variedade de significados: na gramática significa as letras do alfabeto ABC; na física os quatro elementos básicos dos quais se compõem o mundo (terra, água, ar e fogo); em geometria os elementos de prova como o ponto e a linha reta; na filosofia os primeiros filósofos mais importantes da Grécia antiga. O autor lamenta que depois de muitos anos de cristianismo seus fieis não tenham superado o elementar; são como os meninos que não conhecem a diferença entre o bem e o mal. 

Temos de ter em mente duas figuras: uma de um bebê que cresce e outra de uma escola. Qual é a sua posição nessa escola? A de um infante aprendendo as primeiras coisas do maternal, o ABC ou de um mestre, aprendendo coisas mais sólidas. Somente um cristão maduro pode ingerir, introjetar alimentos sólidos. E como isso acontece? “Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, se tornaram apto para discernir tanto o bem quanto o mal” (Hb 5.14). Sim, sabem discernir a verdade do erro e o bom comportamento daquele que é mau. 

2)    Perigo

O autor insiste conosco que não fiquemos alimentando de leite, mas que cresçamos para o alimento sólido. Que não nos contentemos em ficar no maternal espiritual e, sim, temos que crescer “prossigamos rumo à maturidade” (Hb 6.1 BKJ), evoluir a ponto de nos tornar adultos espiritualmente. “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo...”. O autor não está incentivando colocar de lado, ou esquecer, mas ir para frente, avançar, aprofundar, “avancem para águas mais profundas” (Lc 5.4). O escritor menciona seis doutrinas básicas que se agrupam em três pares. 

Primeiro fala da salvação, segundo das ordenanças e, no terceiro estágio, o estado final. Ou seja, aquele que conhece e compreende apenas isso ainda é um bebê que depende do leite para sobreviver. “Sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atitudes inúteis e que conduzem à morte; da fé em Deus, da instrução acerca do batismo, da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno” (Hb 6.1-2).

O primeiro “par”, é sobre salvação “arrependimento de obras mortas e da fé em Deus” “uma vida inútil” (NTLH). Nós entendemos como nossa vida cristã começou, com a constatação que não tínhamos nada em nós para agradar a Deus. Portanto, resolvemos dar as costas a tudo o que vivíamos no passado. Nos entregamos a Ele, nossos fardos caíram na cruz e recebemos o perdão dos nossos pecados e fomos salvos pela graça de Deus. Como diz o apostolo Paulo: “...pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não por intermédio de obras, a fim de que ninguém venha a se orgulhar por esse motivo” (Ef 2.8-9). 

O segundo “par” central da passagem, ou seja, a doutrina “de batismos e da imposição de mãos”. Por intermédio do Espirito Santo fomos iniciados na vida espiritual. A experiencia do batismo nos coloca como membros do corpo de Cristo, podemos participar do pão e do cálice, fazemos parte da igreja que se reúne. “A imposição de mãos”, fala de consagração dos diáconos e presbíteros para o serviço no corpo de Cristo, homens e mulheres separados para trabalhar frontalmente no reino de Deus, para implantação de discipulados e igrejas. 

O terceiro “par” fala da “ressurreição dos mortos e do juízo eterno” (Hb 6.2). Todos sabemos o que acontece depois dessa vida, todos sabemos que existe dois caminhos: o céu e o inferno. Existe uma certeza que todos os que estão em Cristo ressuscitará e estará com Cristo; como existe uma certeza absoluta que haverá um juízo final para aqueles que rejeitaram, desprezaram a mensagem de Cristo. 

3)     Uma advertência

O escritor diz: “É impossível para aqueles que uma vez foram iluminados, experimentaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espirito Santo e provaram os benefícios da Palavra de Deus e os poderes da era que há de vir, mas apostataram da fé, sim, é impossível que tais pessoas sejam reconduzidas ao arrependimento...” (Hb 4.4-6).

A parábola do semeador (Mc 4.1-9), faz uma comparação com esses versículos de hebreus 6.4-8. A palavra de Deus é pregada e causa várias reações. Primeiro, existem aqueles que ouvem a palavra, mas não tem nenhum efeito sobres eles, pois as sementes caíram “...à beira do caminho” (Mc 4.15). Em segundo lugar, há aqueles que recebem com entusiasmo, mas rapidamente perdem o interesse, isto é, descobrem que há um preço a pagar para andar no caminho de Deus (Mc 4.16-17) e se “sucumbem”. Em terceiro, existem pessoas que acolhem a Palavra de Deus e ela tem sobre eles um efeito duradouro; a semente germina, o broto cresce forte para o alto e parece que tudo vai bem. Mas ao mesmo tempo, outras coisas também crescem “...sedução da riqueza e todas demais ambições...” (Mc 4.19) e a palavra de Deus se torna infrutífera. 

Conclusão

Finalmente, há quem recebe a palavra e é transformada para sempre (Mc 4.20). A semente germina, cresce, produz fruto e permanece. Em alguns casos, a semente se multiplica trinta vezes – o fruto do Espirito se evidencia e há transformação de caráter, de atitude, percebe nele o fruto do Espirito. Nos outros casos, o fruto se multiplica sessenta vezes, a semelhança do caráter de Cristo fica mais evidente, existe vontade, existe desejo de se parecer com Cristo. E, existem alguns casos em que o fruto se multiplica cem vezes, pessoas que querem alargar suas fronteiras, que querem servir no reino de Deus, que querem servir ao seu próximo. 


 

terça-feira, 14 de outubro de 2025

 Ensine seu filho no caminho... Pv 22.6 

Introdução

Todos nós fazemos de uma família. Tem família pequena, mas tem família numerosa. Tem família afetiva, unida, carinhosa; mas também tem família distante, separada, desunida que raramente se veem ou se encontram. O mais interessante quanto aos irmãos é a complexidade e a diferença entres eles! Gostos diferentes, vocações diferentes, temperamento diferente (um é tímido enquanto o outro fala com todo mundo). Mas, apesar das diferenças, das vocações, dos chamados, todos fazem parte de uma mesma família, de um mesmo sangue, e por mais que estejam distantes um do outro, sempre que se encontram, parece que ficaram poucos dias longe um do outro. 

1)     Eduque seu filho

“Instrua a criança no caminho em que deve andar, e, mesmo com o passar dos anos, não se desviará dele”(Pv 22.6 NVI) ou, “Ensine a criança a andar no bom caminho, e quando crescer não se afastará dele” (VFL). O que será que esse versículo está afirmando? Será que instruir ou educar a criança é lhe ensinar ética, o modo certo de proceder, serem tementes a Deus? Ou, aprender a ir para igreja, ir na escola dominical, fazer parte de um departamento da igreja? Ou, decorar os dez mandamentos, a regra de ouro do sermão do monte, decorar versículos? E o ápice de tudo é quando nossos filhos são batizados nas aguas! 

Isso que aprendemos desde nossa tenra infância com nossa igreja e nossos pais. Pode ser que quando chegar a idade da adolescência/juventude os nossos filhos se desviam da fé cristã. Mas, você fez a sua parte, você ensinou seu filho no caminho certo, logo, ele retornará para os caminhos do Senhor. Mas apenas se você os tiver criado de maneira certa, correta, de acordo com o entendimento do texto!

Mas, a interpretação de Provérbios 22.6, além de não ser muito reconfortante, não se resume somente nisso! Quantas pessoas que conhecemos, que cresceram conosco, foram educadas de acordo com esse principio em um lar moral e rigoroso, depois deixaram a fé cristã e morreram em sua rebelião para com Deus? Minha geração da década de 80, todos cresceram de forma rigorosa, mas muitos estão afastados, longe do caminho do Senhor. 

Logo, se aprofundarmos no texto bíblico, garimparmos pacientemente, acharemos algo muito diferente do que nos foi ensinado. O que vemos nesse versículo é uma abordagem bem animadora e comum da educação de filhos que oferece esperança, sim, mas, acima de tudo, ensinamentos práticos, concretos.

O texto começa afirmando: “Eduque”, que vem do hebraico hanakh, que significa “dedicar” ou “consagrar”. A forma substantivada desse verbo significa “boca”. Tanto na língua hebraica, quanto no aramaico e árabe o termo significa “palato, céu da boca, maxilar inferior do cavalo”. No árabe é também adestrar, submisso etc. O papel do pai/mãe é educar seu filho, ensinar, dedicar, consagrar, mormente nos anos iniciais de um ao cinco anos, que é a formação do caráter. Infelizmente, temos levado nossos filhos para creche em seus anos mais vitais para sua formação.  

“Eduque a criança”. A palavra traduzida como “criança” é ampla. A tradução nos leva a crer que o versículo se trata de um pequeno garoto, ou garota, isso que o escritor tem em mente. Mas o termo hebraico é muito mais abrangente. Pois ele se refere a pessoas jovens em todos os estágios de crescimento. Em 1 Samuel 4.21 trata-se de um recém-nascido, Icabode; em Exôdo 2.6, fala de Moisés com três meses; em 1 Samuel 1.22, Samuel ainda precisava ser desmamado; em Genesis 21.12, fala de Ismael, já pré-adolescente; em Genesis 37.2, é José um jovem de dezessete anos.

Portanto, pelo texto, o termo criança pode ser uma recém-nascido, um bebe de alguns meses, adolescente e um jovem. O que subentende é que todos estão debaixo do teto dos pais, debaixo de uma autoridade. Infelizmente, tem filhos debaixo do teto dos pais que acham que podem fazer tudo, absolutamente tudo!

“Eduque a criança no caminho em que deve andar”. No geral os pais acreditam que há apenas um caminho para a criança seguir: o caminho deles. Talvez pensem que o modo como foram criados era e ainda é o caminho, ou talvez acreditem que o método encontrado em um livro, ou no manual, ou nas idéias de um psicólogo, seja o caminho. No entanto, no hebraico está escrito: “De acordo com o seu caminho”.

Alguns estudiosos, expositores da Biblia dizem que o livro de provérbios apresenta apenas dois caminhos que uma pessoa pode seguir: o do sábio justo ou do tolo pecador. No entanto, o conselho do versículo vai mais além. A palavra chave nessa frase é derek, que significa “estrada”. Ela pode até significar “maneira característica”, como em Provérbios: “Há três coisas misteriosas demais para mim, quatro que não consigo entender: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra no penhasco, o caminho do navio no mar e o caminho do homem com uma virgem” (Pv 30.18-19 A21).

Portanto, cada criança vem com um conjunto de habilidade, capacidade intelectual e uma maneira de perceber e pensar, tudo isso endossado por Deus. Certamente podemos influenciá-las e moldá-las até certo ponto, mas nossos esforços tem limites. Logo, o versículo, pode ser resumido: “Dedique, inicie, induza, adestre e torne submisso aquele que você chama de filho de acordo com o caminho dele, definido pelo jeito característico de cada criança”. 

Dentro de uma casa temos dois meninos nascido dos mesmos pais e criados dentro do mesmo ambiente podem ser completamente diferentes. Um é forte e determinado, enquanto outro é dócil e influenciável. Um é organizado, o outro é bagunceiro. Um tem talento acadêmico, o outro sobressai em esportes, artes ou mecânica. Um é líder nato, enquanto o outro prefere seguir a servir os demais, desempenhando um papel de apoio.

Havia um fazendeiro dono de um rancho de gado, com dois milhões e meio de alqueres, ficou furioso porque o seu filho, com três anos de idade, não se dá com cavalos. Seu pai ficar irado, furioso: “eu montava a cavalo antes de saber andar”. Mas sua esposa, moderada, respondeu: “Muito bem, era muito bonitinho, mas trata-se de você. Aqui temos outra pessoa que talvez não goste de cavalos”.

Adão e Eva conceberam dois meninos: Caim e Abel, que eram diferentes entre si; Isaque teve dois filhos: Esaú e Jacó, um era ligado à natureza, à caça, enquanto que o outro era mais culto e refinado, preferindo o conforto do lar e preparando suas próprias refeições. Veja o filho mais velho de Jessé, quando comparado com o mais novo, Davi, não tem nada a ver. Eliabe era ciumento, invejoso e Davi era pastor e compositor de Salmos, ou seja, homens completamente diferentes.

Uma das maiores razões para a rebeldia entre os jovens é que existem expectativas depositadas neles que não são compatíveis com seus “caminhos”. Conheço um pai que financiou seu filho numa escolinha de futebol, no entanto, não era da vontade do dele ser jogador. Na verdade, o pai queria realizar no filho o que não conseguiu por causa da limitação financeira, na época.

Lemos em provérbios: “Até mesmo uma criança revela sua personalidade mediante suas ações, seu procedimento demonstrará o quanto ela é sincera e bondosa. O Senhor nos deus olhos para ver e ouvidos para ouvir” (Pv 20.11-12). Portanto, nossos filhos se fazem conhecer todos os dias mediante suas ações e seu procedimento. Deus lhe deu olhos para ver e ouvidos para ouvir; por isso não vacile, não fique com os sentidos embotados; prestem atenção em seus filhos quando estiverem brincando ou construindo alguma coisa.

Conclusão

“Mesmo quando for idoso não se desviará dele”. Cultive uma sede em seu filho, uma fome, um apetite pelas coisas espirituais, aproveitem a melhor fase da vida que vai do primeiro ano até aos doze anos. E faça de modo a mante-los no caminho para o qual se inclinam, disciplinando a desobediência enquanto acolhe e incentiva o bem, o artitistco, o esporte, o belo. Conforme se transforma em adulto, o caminho será direcionado ao Salvador e ficará até o entardecer da vida humana. 



  

 

domingo, 12 de outubro de 2025

 Gideão, homem valente Jz 6.11-16

Introdução

A história bíblica fala de um homem chamado Gideão que estava “...malhando trigo no tanque de prensar uvas, a fim de ocultá-lo dos midianitas” (Jz 6.11). Ele está escondido, ansioso, vigiando em sua volta com medo dos midianitas e amalequitas. Lagar era lugar de pisar uvas e não malhar o trigo.

1)     O chamado de Gideão

O Senhor apareceu para Gideão e lhe diz: “O Senhor é contigo, homem valente”, ou “Yahweh está contigo, valente guerreiro” (BKJ). Como assim, contestou Gideão: “Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto? E o que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora o Senhor nos desamparou, e nos entregou nas mãos dos midianitas” (Jz 6.13).

Mas o Senhor não quis saber de autocomiseração, reclamação, murmúrios e lhe disse: “Vai nessa tua força, e livra Israel das mãos dos midianitas, porventura não te enviei eu?” (Jz 6.14). Então, temos as mesmas desculpas históricas encontradas no texto bíblico: “...minha família é a mais pobre em Manassés e eu sou o menor da casa de meu pai”. A mesma coisa vemos em Moisés: “Nunca tive facilidade para falar...” (Ex 4.10), ou Jeremias: “Não passou de uma criança” (Jr 1.7).

Mesmo com todas essas objeções, o Senhor respondeu a Gideão: “...vai com a força que tu tens, vai e liberta o povo de Israel das mãos de Midiã...ferirás os midianitas com se fossem um só homem” (Jz 6.14-16).

2)     Derrubando baal

“Derrube o altar que seu pai fez para Baal e o poste de Aserá que fica ao lado do altar”. Essa foi a primeira ordem do Senhor, depois de sua chamada, era para tomar dez homens e dois bois e derrubar o ídolo no quintal da casa de seu pai.

Depois, deveria pegar a madeira do altar de Astarote, construir um altar a Deus e sacrificar um boi de sete anos. Essa ordem era radical, porque isso poderia lhe custar a própria vida. Então, Gideão derrubou o ídolo e sacrificou o boi para glória de Deus.

Uma pergunta: qual é o nosso ídolo? “nosso deus” é tudo o que domina nosso pensamento e exige nossa fidelidade, colocando Deus em segundo lugar.

Então os homens da cidade perceberam que os seus ídolos foram derrubados e queimados, reuniram para matar e linchar Gideão: “...para que morra; pois derrubou o altar de baal, e cortou o poste ídolo que estava junto dele” (Jz 6.30). Mas, Joás, pai de Gideão disse a multidão: “Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-ei? ...se é deus, que por si mesmo contenda, pois derribaram o seu altar”. Então, Gideão ganhou um novo nome: Jerubaal, que significa: “que baal por si mesmo contenda” (Jz 6.31).

3)     Guerra

O exército midianita contava com 135.000 homens, midianitas e amalequitas.  “Então o Espírito do Senhor tomou pleno controle de Gideão e o fez tocar a trombeta de convocação, conclamando todos para segui-lo”. Mas gideão tinha um exército de 32.000 homens; a proporção era de quatro para um. Mas para Deus ainda era muita gente; então Gideão gritou: “Quem for tímido e medroso, volte e retire-se”. Vinte e dois mil voltaram para casa! Por que Deus fez isso? Para entendermos que a salvação somente vem dele, que não temos condições de nos salvar.

Sobraram dez mil homens! Mas, o Senhor não deu o caso por encerrado. Então, como se fossem a guerra, passaram por um rio, alguns homens, pararam, tiraram suas armaduras, puseram de lado suas armas, ajoelharam e lamberam a agua com a línguas. Enquanto os outros, firmes à liderança de Gideão e não tirando os olhos dele e nem do inimigo, lamberam à água levando a mão à boca. Restaram-lhe trezentos homens para Gideão!

Para confirmar sua vitória, Deus lhe dá uma ordem: “Levanta-te e desce ao acampamento dos midianitas, porque o entrego em tuas mãos” (Jz 7.9). Gideão entrou furtivamente no acampamento do inimigo, à noite. Parou e ouviu dois midianitas conversando: um deles teve um sonho apavorante, no qual um pão de cevada veio rodando contra o arraial e deu de encontro à tenda do comandante, de maneira que esta se virou de cima para baixo. A interpretação: Não é isto outro coisa, senão espada de Gideão filho de Joás, homem israelita.

Conclusão

Gideão deu a cada um dos soldados uma trombeta para segurar em uma mão e uma tocha em outra mão e disse: “Olhai para mim e fazer como eu fizer. Chegando eu às imediações do arraial, como fizer eu, assim fareis. Quando eu tocar a trombeta, e todos os que comigo estiverem, então vós também tocareis a vossa ao redor de todo arraial e direis: Pelo Senhor e por Gideão” (Jz 7.17-18). Quando deu meia-noite os trezentos cercaram o acampamento do inimigo, quebram os cânticos e tocaram as trombetas e gritaram: “Espada pelo Senhor e por Gideão”. Ninguém tinha espada, lança, escudo, nada. Somente um cântaro e uma trombeta e o Senhor lhes deu a vitória.

 

 

terça-feira, 7 de outubro de 2025

 Contando o povo de Deus Nm 1.1-4 

Introdução

O livro de Número é o terceiro livro do Antigo Testamento; o seu significado é “No deserto” e baseia-se nas listas do censo descritas nos capítulos 1 e 26. O livro de Números apresenta um relato do período de 38 anos em que o povo peregrinou no deserto após receber a os mandamentos no Monte Sinai. Esse livro tem três grandes movimentos: do capitulo 1 ao 10 é a preparação, são as leis, os mandamentos, o tabernáculo etc. Do capítulo 10 ao 20, é a jornada do povo de Israel, com todos os percalços, até chegar em Cades Barnéia. E do capitulo 20 até o final do livro é o segundo censo e a chegada do povo a planície de Moabe, junto de Jericó.

1)     O povo de Deus.

Nos diz os dois versículos inicias de números: “O Senhor falou a Moisés na tenda do encontro, no deserto do Sinai, no primeiro dia do segundo mês do segundo ano, depois que os israelitas saíram do Egito”. Primeiro, o Senhor falou a Moisés. Quando? No segundo ano, depois que o povo saiu da terra do Egito. E o que ele disse: “Façam um recenseamento de toda comunidade de Israel, pelos seus clãs e famílias, alistando todos os homens, um a um, pelo nome” (v.2). Logo o livro de Numero registra um censo, um levantamento de todos os homens, de todas as tribos de Israel, depois que saíram da terra do Egito. 

“Façam um recenseamento de toda a comunidade de Israel, pelos seu clãs e famílias, alistando todos os homens, um a um, pelo nome”(Nm 1.2). Em cada tribo um representante iria ajuda-los no censo. Ao todo as tribos são:  Rúben, Simeão, Judá, Issacar, Zebulom, Efraim e Manassés, Benjamin, Dã, Aser, Gade, Naftali. A tribo de Judá foi a tribo com mais homens acima de vinte anos, um total de 74.600. O total de homens de todas as tribos são de 603.550 mil homens. Isso não contando as mulheres, as crianças e os mais velhos.

A promessa de Deus ao seu povo iniciou com Abraão em Ur dos Caldeus: “O Senhor disse a Abraão: Deixe sua terra natal, seus parentes e família de seu pai e vá à terra que eu lhes mostrarei” (Gn 12.1 VFL). Depois de dez anos da promessa de um herdeiro, Abraão começou a questionar com Deus sobre a sua promessa, pensando que seu servo Eliézer seria seu herdeiro (Gn 15.2-3). Mas Deus lhe deu um enfático Não! O seu herdeiro sairá de ti, do teu DNA! (Gn 15.4). Mas Deus lhe promete: “Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência” (Gn 15.4). Ao olho nu conseguimos contar até seis mil estrelas; se usarmos um binóculo podemos contar até 30.000 estrelas; mas pelo telescópio é possível contar até um milhão de estrelas! 

Os descendentes de Abraão foram para o Egito, na época de José. Depois da morte de José, seus descendentes foram escravizados, ficaram por mais de quatrocentos no Egito. Até que Deus enviou Moisés para libertá-los, de forma poderosa enviando dez pragas! Saíram do Egito vitoriosamente no dia da Páscoa, atravessaram o mar vermelho, em seguida foram para o deserto do Sinai; em todo o tempo Deus estava com o seu povo e toda promessa que Deus fez ao seu povo, cumpriu-se. “De todas as promessas que Deus fizera à casa de Israel, nem uma única falhou: tudo se cumpriu fielmente” (Js 21.45).

2)     Um povo reconhecido

Façam um recenseamento de toda a comunidade de Israel, pelos seus clãs e famílias, alistando todos os homens, um a um, pelo nome”. O censo é de grande importância para o povo de Deus, para saber a quantidade de homens prontos para o combate, de vinte anos para cima. Homens preparados, homens dispostos a lutar “onde a luta se travar, no lance imprevisto” (Hino 212). Na época de Jesus aconteceu um censo, por ordem do imperador para cobrar impostos; no tempo do rei Davi também aconteceu um censo, para contar os homens para guerra.

Deus queria saber exatamente a quantidade de homens preparados para lutar. Os números eram uteis para organizar seu povo. Uma observação: José teve dois filhos, Manasses e Efraim e Jacó adota seus filhos para si; outra coisa: a tribo de Judá é a mais numerosa, é que tem mais homens para o combate; sobre a tribo de Judá havia a promessa feita pela boca de Jacó: “O cetro não se afastará da tribo de Judá” (Gn 49.10). Portanto, o poder real está sobre a tribo de Judá e o Messias nasceria nessa tribo. Toda a estrutura da organização das tribos de Israel, tendo Judá como cabeça, tem a imagem de uma cruz.

Eram três tribos ao norte, três tribos ao sul, três ao leste e três ao oeste. Olhando por cima dessas tribos é a imagem que vem é a da cruz, as tribos apontam para o Messias, o Salvador, o filho de Deus. 


Na igreja o batismo é a entrada dos membros no corpo de Cristo, a partir do batismo o irmão está inserido no censo do povo de Deus. Em nossa igreja, temos membresia, temos cartão de membro com uma numeração específica, lhe dando uma identidade da igreja que voce faz parte.  Cada tribo carregava alguma identidade de sua tribo, assim também, nós carregamos a identidade de nossa igreja e de sua história. Somos da Assembleia de Deus, nossa identidade é de uma igreja pentecostal, que acredita nos dons espirituais.   

E mais: acreditamos que existem dons no corpo de Cristo. Tem aqueles que estão na linha da frente, como diz o apostolo Paulo: “Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Mas, também deu outros dons para a igreja: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, dom da fé, dom de curar, dom de operar milagres, dom da profecia, dom de discernimento de espírito, dom de variedade de língua, dom de interpretação de línguas (1 Co 12.8-10). 

3)     Mas nem todos fazem parte do exército

Nem todos os que são contados como povo de Deus, torna-se de fato povo de Deus. Olhando para a geografia do Monte Sinai até as campinas de Moabe, que faz fronteira com a terra de Canaã a distância em linha reta é de duzentos quilômetros. Mas porque demorou tanto? Aliás, demorou quarenta anos! Infelizmente, a maioria das pessoas que estavam nesse exército eram nominais, pessoas sem compromisso com Deus, sem compromisso com o reino de Deus. É o que tem acontecido em nosso meio, muitos são cristãos nominais, muitos se acostumaram a frequentar a igreja mas ainda não foram impactados pelo poder de Deus. 

Nós falamos do Católico praticante e do católico não praticante. Assim, também podemos falar do assembleiano praticante, que tem responsabilidade com Deus e com o seu reino; que se desempenha no reino de Deus, que exerce seus dons espirituais. E o assembleiano não praticante que somente vem à igreja, que assenta nesses bancos, mas não tem compromisso com o reino de Deus.

Uma outra coisa que sabemos sobre essa geração que vai perecer no deserto do Sinai é que não tinha firmeza. Qualquer coisa murmurava: quando estava diante do Mar Vermelho, murmurou de Moisés “Vamos morrer nesse deserto” (Ex 14.11). Quinze dias depois de Deus ter livrado o povo de Faraó, novamente o povo murmurou por causa da comida e Deus mandou maná do céu, comida do céu (Ex 16.3). O povo murmurou por falta de água...e quando Deus mandou os espias para averiguar a terra prometida o povo não acreditou que Deus podia vencer os gigantes de canaã. Por causa disso toda aquela geração pereceu no deserto. 

 Conclusão

Deus tem promessas para cumprir na vida do seu povo; promessas grandiosas, promessas maravilhosas; Deus quer alargar nossas tendas; Deus quer nos abençoar. Mas será que voce quer? Ou, Será que voce vai murmurar? Voce vai adorar ou reclamar?  Canaã não está longe, não está distante é logo ali, basta caminhar, basta obedecer, basta louvar, bastar acreditar, bastar perseverar. Que vamos cantar o hino da vitória!