terça-feira, 18 de agosto de 2020


Mateus, o publicano. Lucas 5.27-32.

Introdução

Como vimos nessa série sobre os apóstolos de Cristo, mais da metade dos discípulos eram pescadores da Galiléia, ou, homens comuns. Portanto, eles não faziam parte da elite religiosa, nem eram conhecidos por terem um alto grau de instrução. Jesus intencionalmente ignorou os estudados e influentes, e escolheu homens que, na maioria, eram considerados da ralé!

É assim a logica divina. “...ele chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4). “Da boca de pequeninos e crianças de peito (Deus suscitou) força” (Sl 8.2). “Ele humilha os orgulhosos; rebaixa a cidade arrogante e a lança ao pó. Os pobres a pisoteiam, e os necessitados caminham sobre ela” (Is 26.5-6). Deus disse a Israel: “Deixarei no meio de ti, um povo modesto e humilde, que confia em o Nome do Senhor” (Sf 3.12). Em Ezequiel, Deus diz: “Assim diz o Senhor Soberano: Tire sua coroa coberta de joias, pois o antigo sistema está pra mudar. Os humildes serão exaltados, e os orgulhosos, humilhados” (Ez 21.26).

Os líderes religiosos do tempo de Jesus eram lideres cegos guiando outros cegos (Mt 15.14); quando Jesus veio e fez milagres diante dos seus olhos, ainda assim não o consideraram Jesus como Messias. Em vez disso, viu-o como inimigo. E desde o começo, desde a primeira vez que Jesus pregou em Nazaré, na Sinagoga, procuraram um modo de mata-lo (Lc 4.28-29).

Por quê essa perseguição ao ministério de Jesus? Eles acreditaram nos milagres de Jesus. Cada ato de Jesus saltava diante dos seus olhos; e, mais ainda, eram milagres feitos diante da multidão, diante dos olhos do povo. Alguns lideres invejosos, tentaram atribuir os milagres de Jesus ao poder de Satanás (Mt 12.24). Portanto, o que irritava os lideres religiosos não eram os milagres. Mas, não toleravam serem chamados de PECADORES. Não iriam reconhecer que eram pobres, cegos, cativos e oprimidos (Lc 4.18).

  1)    Mateus – presente de Deus

Em Marcos 2.14, ele é chamado por seu nome judeu, “Levi, filho de Alfeu”. Lucas refere-se a ele como “Levi” em Lucas 5.27-29, e como Mateus quando apresenta a lista dos doze em Lucas 6.15 e Atos 1.13. Então, é provável que Levi (o significado de Levi é ligado, unido, vinculado a alguma coisa ou alguém) tinha sido seu nome antes de receber seu chamado, e que Mateus tenha sido seu nome como discípulo – assim, o novo nome passou a ser um símbolo e uma lembrança da mais importante mudança ocorrida em seu coração e em sua vida.

Pouco sabe sobre a personalidade de Mateus. A única coisa da qual temos certeza é que ele era um homem muito tímido e retraído. Em todo o seu evangelho, ele menciona seu próprio nome em apenas duas ocasiões (quando relata seu chamado, e quando apresenta a lista dos doze apóstolos).

Sua profissão era coletor de impostos, ou publicano. Os coletores de impostos eram as pessoas mais desprezadas de Israel. Eram odiados e rejeitados por toda sociedade judaica. Eram mais odiados que os Herodianos e mais digno de desprezo do que os soldados romanos que haviam ocupado israel. Em essência, os publicanos eram homens que compravam do Imperador romano o direito de cobrar impostos e que depois extorquiam do povo de Israel o dinheiro para encher os cofres romanos e seus próprios bolsos. 

Havia dois tipos de coletores de impostos, os GABBAI E OS MOKHES. Os gabbais eram coletores de impostos gerais; impostos sobre propriedades, rendas e o imposto censitário que todo adulto deveria pagar, conforme sua renda. Os mokhes, porém, coletavam impostos sobre importação e exportação; colocavam cabines de pedágio nas estradas e pontes e taxavam animais de carga e eixos dos carros de transporte. Suas tributações, com frequência eram, autoritária e injustificadas.

 Havia dois tipos de mokhes – os grandes coletores e os pequenos. O grande ficava nos bastidores e contratava outros para arrecadarem impostos para ele (Zaqueu era um grande mokhe – “maioria dos publicanos” Lc 19.2). Mateus, era evidentemente, um pequeno mokhe, trabalhava numa coletoria onde tratava diretamente com as pessoas (Mt 9.9).

Enfim, o publicano era aquele que as pessoas viam e do qual mais se ressentiam. Era pior dentre os piores. Qualquer judeu de bem, em sã consciência, jamais escolheria ser um coletor de impostos. Ele havia, sem duvida alguma, se afastado não apenas do seu próprio povo, mas também de seu Deus. Afinal, tendo em vista que não podia frequentar a Sinagoga e era proibido de oferecer sacrifícios e adoração no templo, na realidade, encontrava-se em pior situação do que um gentio, sem Deus.

2)    Chamado

“Partido Jesus dali (Cafarnaum), viu um homem chamado Mateus na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” (Mt 9. 9) Porque Mateus – um publicano – deixou tudo para seguir Jesus? 


Qualquer que fossem as experiências de sua alma atormentada por causa da profissão que havia escolhido, bem no fundo de seu ser, Mateus era um judeu que conhecia o Antigo Testamento. Era um homem espiritualmente faminto, assim ele foi afligido por uma fome espiritual que o estava corroendo por dentro e, assim, Mateus inicia sua busca.

Então,  conhecendo profundamente o Antigo Testamento, porquanto no seu evangelho tem 99 citações. São mais vezes do que Marcos, Lucas e João juntos. Ele cita trechos da lei, dos salmos e dos profetas, ou seja, de todas as partes do Antigo Testamento.

Também, Mateus acreditava no verdadeiro Deus. Ele residindo em Cafarnaum – torna absolutamente certo que ele conhecia Jesus antes de ser chamado. O céu havia sido aberto (conforme Jesus falou pra Natanael) sobre Cafarnaum aos olhos de todos, e os anjos “subiam e desciam” sobre o Filho do homem.

 Leprosos foram limpos, os demônios dos possessos foram expulsos, os cegos voltaram a ver, os paralíticos sendo levantados; uma mulher foi curada de uma doença de mais de 12 anos, e uma outra, filha de um cidadão distinto – Jairo, príncipe da Sinagoga – foi ressuscitada. Os evangelistas relatam como as pessoas “Se admiravam, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Como glorificavam a Deus dizendo:  “Nunca tal vimos”, ou “Hoje, vimos prodígios” (Lc 5.26). O próprio Mateus concluiu sua narrativa da ressurreição da filha de Jairo com a seguinte observação: “E espalhou-se aquela noticia por todo aquele país” (Mt 9.26).

3)    Um banquete

“Mais tarde, Levi ofereceu um banquete em sua casa, em honra de Jesus. Muitos cobradores de impostos e outros convidados comeram com eles” (v.29). 


Mateus convidou muitos de seus colegas publicanos e vários outros párias da sociedade para conhecerem Jesus. Ele estava tão empolgado de ter encontrado o Messias que desejava apresentar Jesus para todos que conhecia. Assim, ele organizou um grande banquete em homenagem a Jesus e convidou todas essas pessoas.  Mas, “os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Porque comeis e bebeis com publicanos e pecadores? Respondeu-lhes Jesus: os são não precisam de médicos e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento”.

Por que Mateus convidou coletores de impostos e pessoas marginalizadas? Pois eram o único tipo de gente que ele conhecia. Eram os únicos que se relacionavam com um homem como Mateus. Assim, os seus únicos amigos eram criminosos, vagabundos, prostitutas e gente dessa laia. De acordo com o relato de Mateus, Jesus e seus discípulos foram de bom grado e comeram com eles.

 Portanto, Jesus veio em busca de pessoas doentes e que precisavam de um médico. Ele não tinha vindo para chamar hipócritas ao arrependimento, mas sim os pecadores. Nada Jesus podia fazer pela elite religiosa, enquanto seus membros teimassem em manter a aparência piedosa e dissimulada (Lc 18.10-14) Contudo, pessoas como Mateus que estavam dispostas a confessar seus pecados, seriam perdoadas e saradas.

Conclusão:

A tradição diz que Mateus pregou aos judeus tanto em Israel como em outros lugares durante muitos anos antes de ser martirizado por sua fé. Ele foi queimado numa fogueira.



Bibliografia

Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
O Treinamento dos doze - CPAD A.B. Bruce CPAD
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Biblia de Estudo King James

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