Vinde
a mim – Mt 11.25-30
Introdução
Todos
nós gostamos de receber convites. Sim, convites de casamentos, convites para
noivado, aniversário, formatura. Etc. O
convite significa consideração, que fomos lembrados, significa afeto, ou
reconhecimento de quem nos convidou. E, aqui, temos o maior convite, ou a maior
consideração que uma pessoa poderia receber. É um convite gratuito: “Venham a mim, todos os que estão cansados
e sobrecarregados e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).
Esse
convite tem sido imortalizado em nossas musicas e artistas. Handel, em uma de
suas obras mais conhecidas “Messias” expressou: “Ele alimentará seu rebanho
como um pastor; venham a ele”. O artista Harold Copping pintou Jesus numa
montanha com uma grande multidão reunida. Os braços de Jesus estão estendidos
em sinal de boas-vindas, e abaixo deles está escrito: “Venham a mim...”.
Esse
apelo “Venham a mim” é a parte mais conhecida do capitulo 11 de Mateus, é a
parte mais lida em nossos púlpitos. Está ligado em um parágrafo de seis versos
(vs. 25 a 30) e que precisam ser preservados juntos. Os versos contêm dois
convites endereçados a nós (vs. 28,29), precedidos de duas afirmações que Jesus
fez sobre si mesmo (vs. 25 à 27) do evangelho de Mateus.
1) Duas afirmações
Primeiro,
Deus é revelado por Jesus Cristo “ninguém
conhece o filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e
aqueles a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Ou “Ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho
e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é” (NTLH). Logo,
somente Jesus conhece a Deus, de modo que só ele pode fazê-lo conhecido, ou
seja, Deus é completa e finalmente revelado em Jesus Cristo.
Em
Colossenses o apostolo Paulo afirma: “Pois
em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). O
autor do livro de Hebreus ratifica: “O
Filho é o resplendor da glória de Deus, a expressão exata do seu ser...”
(Hb 1.3). E, o apostolo João fala dessa revelação: “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está junto do
Pai, o tornou conhecido” (Jo 1.8).
Deus
é manifestado parcialmente na beleza harmônica do universo criado (Gn 1), Deus
é manifestado nas exigências morais da consciência humana e Deus é manifestado
nos desenvolvimentos sucessivos da história. Mas, embora a criação expresse a
gloria de Deus, a consciência sua justiça, a história seu poder, somente Jesus
nos fala do seu amor e do resgaste da humanidade por sua morte.
A
coisa mais enervante sobre Jesus é o seu modo discreto, porém confiante, de
proferir suas afirmações bombásticas. No entanto, lá está ele, afirmando: “...ó Pai, Senhor do céu e da terra”
(Mt 11.25 ARA). Sim, o Pai é o criador e sustentador de todas as coisas; em
seguida, afirma, que “...todas as coisas lhe foram dadas por seu Pai...” (v.27 (a),
ou seja, ele é o herdeiro do universo, é o Senhor de todas as coisas.
A
segunda afirmação de Jesus é que Deus é revelado somente aos pequeninos. Os versículos
25 e 26 dizem: “Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas dos sábios e instruídos
e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11.25 NAA), ou “...escondestes estas coisas dos sábios e cultos e as revelastes aos
simples” (NVI). Por “pequeninos”, Jesus quis dizer não somente os que tem
pouca idade, mas também os que são humildes e tem coração de criança.

NAS PALAVRAS DE JESUS “PEQUENINOS” OU “SIMPLES” SÃO
AQUELES QUE O BUSCAM COM SINCERIDADE E HUMILDADE. ELE DISSE QUE DE TODOS OS
OUTROS, DEUS, POR INICIATIVA PROPRIA, SE OCULTA. “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos
eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de
nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para
envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as
fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e
as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se
vanglorie diante dele” (1 Co 1.26-29).
Deus
é infinito em seu ser, ao passo que nossa mente, pequena e finita, capaz de
conquistas extraordinárias nas ciências, é incapaz de descobrir Deus. Portanto,
se ficamos em nossos pedestais, supondo investigar e criticar a Deus e
proclamando a autonomia de nossa própria razão, nunca o encontraremos.
No
entanto, se descermos do nosso pedestal e nos humilharmos diante de Deus; se
confessarmos nossa inabilidade de o encontrarmos por nós mesmos; se nos
colocarmos reverentemente de joelhos com a mente aberta de uma criança – Deus se
revelará a nós. O Salmista se expressou:
“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes...De
fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém
amamentada...Ponha a sua esperança no Senhor” (Sl 131)
2) Dois convites
“Venham a mim, todos os que estão cansados e
sobrecarregados, eu eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). Este convite é
endereçado a todos os seres humanos, todos nós. Ele nos descreve como “cansados
e sobrecarregados”. Parece nos comparar bois carregando arado com um jugo pesado,
padecendo debaixo de um jugo amarrado ao nosso pescoço e carregando um fardo
pesado e esmagador.
Assim,
todos os seres humanos, estão “cansados e sobrecarregados”. Há fardos de nossos
temores, medo, ansiedade, religiosidades, tentações, responsabilidades e
solidão. Há o terrível sentimento de que a vida não tem significado nem proposito,
que às vezes nos engole. Há o fardo dos nossos fracassos, nossos pecados que
merecem o julgamento de Deus.
É para
os “cansados e sobrecarregados” que
ele promete descanso, como ele mesmo disse em outra ocasião: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas sim os doentes”
(Mt 9.12). Ou seja, assim como não vamos ao médico a menos que estejamos
doentes, não iremos a Jesus Cristo a menos e até que reconheçamos o fardo de
nosso pecado. O primeiro passo é a admissão humilde que precisamos dele.
Somente
Jesus Cristo pode levar nosso fardo: “O
Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53.6). “Pois ele levou
o pecado de muitos” (Is 53.12). “Vejam! É o cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo” (Jo 1.29). “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o
madeiro” (1 Pe 2.24). “Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única
vez, para tirar os pecados de muitos” (Hb 9.28).
As
boas novas de salvação é: O Deus Todo-Poderoso nos ama, apesar de nossa
rebelião contra ele; ele veio ao nosso encontro na pessoa de seu filho, Jesus
Cristo; assumiu nossa natureza e tornou-se um ser humano; viveu uma vida perfeita
de amor e, mesmo não tendo pecado em si mesmo, na cruz identificou-se com o
nosso pecado e a nossa culpa: “Deus tornou
pecado por nós aquele que não tinha pecado” (2 Co 5.21).
No
livro “O Peregrino” o cristão se depara com uma colina e uma cruz: “...seu
fardo, aflouxando, escorregou pelos seus ombros, caiu-lhe das costas...então
ficou Cristão alegre e aliviado e disse: Ele me deu repouso, pela sua angustia,
e pela vida, e pela morte...”. Estando o Cristão a olhar e a chorar, eis que
tres seres resplandecentes se aproximaram dele, e o saudaram dizendo: A paz
seja contigo. E o primeiro lhe disse: Os teus pecados estão perdoados (Mc 2.5).
O segundo o despiu dos farrapos e o vestiu com nova muda de roupas (Zc 3.3-5).
O terceiro gravou-lhe um sinal na testa, deu-lhe um rolo com um selo e mandou
cristão observá-lo durante o caminho”.
Conclusão
“Tomem o meu jugo e aprendam de mim,
pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas
almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.29-30). Quando vamos a Jesus o nosso fardo é
retirado e então coloca o seu sobre nós. O que é o jugo de Jesus? É sermos discípulos
do seu reino; é nos submeter a sua autoridade; é te-lo como o Salvador e o Senhor.
Ou seja, colocar cada área de nossa vida, publica e privada, sob o senhorio
soberano de Jesus.
O fardo
que perdemos quando nos achegamos a Cristo era pesado, enquanto o seu fardo é “leve”.
O jugo que perdemos quando nos achegamos a Cristo esfolava nossos ombros,
machucava. Mas o jugo que recebemos é “suave”. “Meu jugo é suave e o meu fardo
é leve”.
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