Jacó e Betel Gn 35.1-15
Introdução
Jacó significa “aquele que segura o calcanhar”, enquanto que Esaú é “cabeludo”, eram filhos de Isaque e Rebeca. Dois filhos, dois modos de vida. Enquanto que Esaú gostava da caça, homem dado ao campo; Jacó, era pacato e habitava em tendas. Havia predileção “Isaque amava Esaú, Rebeca amava Jacó.
1)
Jacó
e Esaú
Esaú e Jacó eram gêmeos, nasceram no mesmo dia, primeiro Esaú, depois Jacó. Mas Jacó sempre desejou a benção de ser o primeiro; então, aproveitou a fome de Esaú e lhe convenceu a trocar sua posição por uma tigela do ensopado vermelho (Gn 25.30). Depois, Jacó, o agarrador de calcanhar, enganou ao seu pai afirmando que era Esaú e tomou a benção do seu irmão.
Esaú se pronuncia sobre Jacó: “Não é com razão que seu nome é Jacó? Já é a segunda vez que ele me
engana! Primeiro, tomou meu direito de filho mais velho e agora recebeu minha
benção!”(Gn 27.36). Esaú guardou rancor contra Jacó por causa da benção que
seu pai lhe dera. E disse a si mesmo: “Os
dias de luto pela morte de meu pai estão próximos; então matarei meu irmão Jacó”
(Gn 27.36,41).
Com medo de ser morto por seu irmão, Jacó fugiu para Padã-Arã,
junto aos parentes de sua mãe. Lá em Padã-Arã Jacó casou-se e teve filhos,
ficando 20 anos. O Senhor disse a Jacó: “Volte
para a terra de seus pais e de seus parentes e eu estarei com você” (Gn
31.3) Ou seja, Deus estava dizendo, está na hora de voltar, chega de esconder,
chega de correr. Encontrar Esaú era uma necessidade espiritual.
Tem algumas manchas no seu passado? Moisés tinha sangue nas mãos. Abraão era mentiroso. Elias era um covarde, fugiu de Jezabel. Jacó era enganador, enganou o pai e o irmão. A rainha Ester manteve sua fé em segredo. Pedro negou Jesus por tres vezes. O apostolo Paulo era perseguidor da igreja.
Então Jacó voltou para sua terra, antes de se encontrar com
seu irmão, parou no vale de Jaboque e lutou com um homem até o amanhecer, era o
próprio Deus que estava ali. Naquela noite Deus mandou o nome de Jacó para
Israel e lhe assegurou que nada lhe aconteceria. No dia seguinte, Esaú se
aproximo de Jacó com quatrocentos homens (Gn 33.1). Jacó, podia ver Esaú à distância,
do outro lado do campo. Esaú era grande e musculoso, sua pele era ruiva, seus braços
grossos. Carregava um arco e uma aljava pendurados em suas costas.
Mas Deus havia mudado o nome de Jacó, agarrador de calcanhar, ou enganador, aquele que se esconde. Agora, era Israel – aquele que luta com Deus. “Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes” (Gn 33.3). Agora, Israel, mancando, curvou-se sete vezes diante do seu irmão: “Esaú correndo ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço e o beijou. Eles choraram” (Gn 33.4).
Ambos os olhos se encheram de lagrimas e choraram. Dois irmãos
gêmeos se encontram depois de vinte anos. Eles choraram de alivio. Eles choraram
de emoção. Eles choraram com o perdão. Eles choraram diante da possibilidade de
um novo começo, um recomeço. Esaú chora porque seu irmão estava em casa. Israel
chorou porque ficou face a face com seu passado apenas para descobrir que seu
passado não tinha poder sobre a sua vida.
Deus foi adiante de Israel, Deus havia cumprido a promessa que havia feito em Betel, vinte anos antes. “Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra” (Gn 28,15). O apostolo João fala a respeito da promessa de Deus sobre nós: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).
O que tenho que fazer? “confessar
os nossos pecados” e Deus “perdoará
os nossos pecados”. Diga a Cristo o que você fez. Seja especifico. Não
guarde nada. Nenhum pecado é tão antigo, ou insignificante. Você não foi feito
para carregar esse peso. Só Jesus pode removê-lo. Olha o convite: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e
sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).
2)
Siquem
Deus disse para Jacó: “Sou o Deus de Betel, onde você ungiu uma coluna e me fez um voto. Saia agora desta terra e volte para a sua terra natal” (Gn 31.3). O caminho era singular: viagem a Betel. No entanto: “...Jacó chegou a salvo à cidade de Siquém em Canaã...” (Gn 33.18-19). Siquém ficava apenas trinta quilômetros de Betel! Jacó havia percorrido 800 quilômetros desde que saiu de Padã-Arã. Ele estava perto de seu objetivo. Todavia, ele parou.
Olha o que aconteceu em Siquém: “Certa vez, Diná, a filha que Lia dera a Jacó, saiu para conhecer as mulheres daquela terra” (Gn 34.1). Diná tinha cerca de quinze anos de idade. O resultado desse passeio, foi o pior possível: “Siquém, filho de Hamor, o heveu, governador daquela região, agarrou-a e a violentou” (Gn 34.2). Siquém era filho do rei Hamor, era um carnal, um bandido. Sua moral era extremamente baixa.
Depois de ter violentado a moça, ele tenta consertar, reparar: “Consiga-me aquela moça para que seja minha mulher” (Gn 34.4). A noticia da violência sexual chegou aos ouvidos de Jacó: “Quando Jacó soube que sua filha, Diná, tinha sido desonrada, seus filhos estavam no campo, seus filhos estavam no campo, com os rebanhos; por isso esperou calado até que regressassem” (Gn 34.5). Jacó não gritou, não exasperou, não tomou nenhuma decisão, não procurou Hamor pai de Siquém, mas esperou que seus filhos voltassem do campo.
Quando os seus irmãos souberam da violência que sofreu sua
irmã, diz o texto: “...ficaram
profundamente entristecidos e irados, porque Siquém tinha cometido um ato
vergonhoso em Israel” (Gn 34.7). E agora, Hamor, pai de Siquém tentou
abrandar a situação, obrigando todos os homens de Siquém a se circuncidarem,
como uma aliança entre a família de Jacó e o povo de Siquém.
Mas os filhos de Jacó, Levi e Simeão, homens sanguinários, três dias depois, armaram com tochas, facas, espadas e porretes: “Os filhos de Jacó pegaram suas espadas e atacaram a cidade desprevenida, matando todos os homens” (Gn 34.25). Os filhos de Jacó estavam cobertos de sangue. “...saquearam a cidade ...apoderaram-se das ovelhas, dos bois e dos jumentos...levaram as mulheres e as crianças, e saquearam todos os bens...”(Gn 34.27-29).
Conclusão – Jacó em Betel
Jacó estava apenas trinta quilômetros de Betel, na reta final,
mas ele parou antes disso. Parou e ficou em Siquém, misturou-se com o povo e o
resultado da desobediência foi uma família devastada, sua filha violentada,
muito sangue derramado...
Mas Deus é gracioso, não desiste de Jacó, aliás, é gracioso conosco, não desiste de nós. Deus lhe diz: “Suba a Betel e estabeleça-se lá, e faça um altar ao Deus que lhe apareceu quando fugia do seu irmão” (Gn 35.1). Um altar significa coloca Deus em primeiro lugar, significa que Deus tem que ser absoluto em nossas vidas.
Depois lhe ordenou: “livrem-se dos deuses estrangeiros que está entre vocês”. Tem que acabar com os ídolos, todos os ídolos. O texto fala de “...os brincos que usavam nas orelhas...”, ou “...argolas que lhes pendiam das orelhas”. "Jacó os enterrou ao pé do carvalho"(Gn 35.4 ARA). Com certeza eles estavam carregando ídolos que conseguiram na terra de Siquem, ou trouxeram de Padã-Arã e os brincos eram consagrados aos ídolos.
“Purifiquem-se e troquem de roupa” (Gn 35.2).trocar de roupa significa purificação, lavagem. Ou seja, as roupas estavam sujas, sim, sujas do pecado, sujas por falsos deuses, ou comportamentos. Agora, uma nova roupa, era lavagem, purificação, reconciliação, aliança com Deus. Uma nova história com Deus.
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