terça-feira, 2 de julho de 2024

  Vícios, prazeres perigosos Pv 23.29-35 

Introdução

O texto lido é como um aviso, uma advertência “Ouça o seu pai, que o gerou...” (Pv 23.22), em relação as seduções do vício, quer se apresente em forma de álcool, maconha, cigarro, cocaína, clack, barbitúricos (sedativos que induzem ao sono), alucinógenos ou outro tipo de qualquer droga. Movido pelo sopro de Deus, o experiente Salomão nos alerta: “Cuidado com os vícios, pois para quem são as dores da vida, senão para os que demoram no caminho da dependência química” (Pv 23. 29).

1)     O caminho do vicio

Para quem são os ais, para quem são os pesares...”. As angustias da alma e as crises da vida levam algumas pessoas a buscar refugio no cigarro, no álcool, nas anfetaminas (remédios), maconha, cocaína e crack, etc. Isso não passa de uma fuga tola da realidade, para depois voltar no mesmo ponto que você estava. O profeta Isaias condena essa busca insana: “Ai dos que se levantam cedo para embriagar-se, e quando a noite cai ainda busca se aquecer embebedando-se mais! (Is 5.11). 

“Para quem são as rixas?”, ou “E as brigas, de quem são?”. No começo as palavras são macias, lhe uma oferecendo um mundo novo, uma satisfação para sua angustia imediata: “Você vai se sentir nas nuvens”. Depois, vem as discórdias, a necessidade de usar novamente, não tem mais dinheiro, começa a vender as coisas de casa, etc. Nessas horas muitos se afastam, pois, a convivência ficará cada vez mais difícil. Revolta e angustias provocarão ainda mais rixas, discussões. 

“...gastam horas se encharcando de vinho...andam em busca de bebidas fortes...” (v.30). Agora, o mundo gira em torno da dependência, levando a pessoa à perda do equilíbrio, da moderação. Isso provoca machucados não só no corpo, mas também na alma, a alma envelhece. O pecado fere profundamente. O profeta Isaias expressa: “Desde a planta do pé até o alto da cabeça não existe nada são; somente machucados, vergões e ferimentos que não foram limpos nem atados, tampouco tratados com azeite” (Is 1.6). 

Não te entregues a contemplar a tintura avermelhada do vinho, quando cintila no copo e escorre suavemente” (v.31). Cuidado com os vícios, fuja, diz o sábio. O brilho de uma curiosidade ingênua dará lugar à insensibilidade espiritual, isso te levará para longe de Deus. “Pois no fim, ele ataca como serpente e envenena como a víbora” (Pv 29.32).

A pessoa, sob o efeito químico, fica entorpecida. A expectativa de uma experiencia alucinante dá lugar às lagrimas dos funestos prejuízos causados por um vício. Para se saber que cicuta (veneno) mata, não é preciso toma-la. Para saber se o cigarro faz mal não é preciso fumá-lo; sabendo que no cigarro tem formol, naftalina, acetona, terebintina, amoníaco, fosforo, resinas,  etc. 

E o crack? É uma mistura de pasta de cocaína com bicabornato de sódio, também tem gasolina, querosene e até água de bateria...

2)     A sedução do prazer

Há uma curiosidade no ser humano pelo desconhecido. Deus deu a ordem: “Comerá livremente o fruto de qualquer espécie de árvore que está no jardim; contudo, não comerás da arvore do conhecimento do bem e do mal...”(Gn 2.16,17). Infelizmente, o homem não obedeceu a Deus e foi expulso do paraíso. O filho prodigo tinha curiosidade sobre o mundo fora da casa do Pai, até que um dia pediu sua herança e “partiu para uma terra distante” (Lc 15.13).

A curiosidade dentro do ser humano não é mau em si mesma, mas pode se tornar uma armadilha. O cristão deve aguçar sua curiosidade para as coisas boas da vida, que edifica. Por exemplo, a pratica constante em um esporte saudável, pesquisas, ler bons livros, assistir bons filmes, frequentar a igreja, conhecer histórias missionárias, evangelizando a cidade com os amigos, pequenos grupos, grupo de oração, etc. 

Cuidado com as mídias, as redes sociais, os aplicativos de celulares, porque exercem uma grande influencia sobre o modo de vida das pessoas. As propagando modernas, tão belas quanto perigosas, incutem imagens implícitas ou até mesmo subliminares no subconsciente. Devemos estar atentos quanto a essas ciladas. Cuidado com as grandes mentiras das belas propagandas. Elas contagiam. Em São Paulo tem um motel chamado “deslize”, ou seja, suavizando o pecado. 


Cuidado com as amizades, principalmente nossos adolescentes. Certas amizades que não edificam, amigos com boca “torpe”, cheio de palavrões, asneiras, daqui a pouco essas palavras estão em nossas bocas. E a questão de ser “aceito” pelo grupo equivale fazer o que todo mundo faz, fumar o mesmo cigarro, beber cerveja, etc. 


3)     Os efeitos inevitáveis.

Sequela física. “No fim, ele morde como a serpente e envenena como a víbora” (Pv 23.32). O vício, diz o sábio, é como o veneno de um animal peçonhento que, ao cair na corrente sanguínea, afeta e altera o funcionamento de todos os órgãos do corpo.  Perdendo a agilidade, destreza, reflexo, resistência física, disposição...tudo isso diminui. A estética fica comprometida: magreza, inchaço, palidez e descuido. 


Sequela psicológica. “os seus olhos verão coisas esquisitas” (Pv 23.33) e “...sua mente imaginará coisas distorcidas”. O dependente químico chegará ao ponto de sofrer alucinações, verá coisas que ninguém vê, só ele. Sofrerá insônias, falta de sono; falta de apetite, etc. Viverá uma vida fora da realidade. Ainda que não aconteça com alguns de forma profunda, a insatisfação na alma é como um buraco negro “Quando vou despertar? Então, voltarei a beber” (Pv 23.35). ou, “Será como alguém que dorme no meio do mar agitado ou deita-se sobre as cordas de um alto mastro”

Sequela social. “Voce será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro” (v.34). E continua o sábio descrevendo a insanidade da dependência: “Fui espancado, mas não doeu; bateram em mim, mas eu não senti nada! Quando vou despertar? Então voltarei a beber” (v.35). O quadro no versículo 34 é surreal, ou seja, no meio de uma tempestade o marinheiro sobe no mastro do navio para dormir! Ou seja, a dependência química além de nos deixar fora da realidade, nos isola das pessoas. 

No verso 35, temos o clima da animosidade com alguém que está sob o efeito do álcool. Envolveu-se numa briga, bateu, apanhou, está todo machucado, mas não sente os golpes, devido a sua embriaguez e o seu vício. E a alma, quer novamente beber, uma alma insatisfeita, que nada consegue lhe suprir.

Sequela espiritual. “Os seus olhos verão coisas esquisitas, e o seu coração o levará a dizer coisas perversas”. Quando está alterado fala e faz coisas inconsequentes. O ensino de Jesus é o de que: “A boca fala do que está cheio o coração” e “o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem”. Na Biblia o coração é o centro das emoções e da vida (Pv 4.23), é o que define quem somos. No versículo 33 temos um coração perverso, malicioso, zombeteiro, logo, está longe de Deus!

Conclusão: O salmo do viciado

Esse “salmo” foi achado em uma cabine telefônica por um policial, nos Estados Unidos. Foi escrito por uma jovem viciada, de 20 anos de idade.

“A droga é a minha pastora, sempre terei necessidade. Ela me faz andar nas sarjetas; guia-me ao lado de águas sujas; destrói a minha vida. Conduz-me pelas veredas da maldade por amor do esforço. Sim, andarei pelo vale da pobreza e temerei todo mal; porque a droga está comigo. Tua agulha e capsula tentam consolar-me; esvazia a minha mesa de alimento na presença da minha família. Roubas a minha capacidade de raciocinar; meu cálice de tristeza transborda. Certamente o vicio me acompanhará todos os dias da minha vida. E habitarei na casa dos marginalizados para sempre. 

A droga gera dependência química; sofremos degradação moral e social; somos conduzidos por lugares escorregadios; o gasto da família é para drogas; o vicio afeta a memória e o raciocínio; ele é infeliz, nunca está contente e o destino é a morte eterna.

 

  

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