terça-feira, 27 de dezembro de 2022

 O perdão que restaura – Sl 32

Este Salmo de Davi exemplifica sua experiencia com o pecado e o perdão de Deus. Aqui, vemos o pecado cometido com Bate Seba e todos os expedientes usados por Davi. “Mas o home que comete adultério não tem juízo; qualquer pessoa que  assim procede a si mesmo se destrói” (Pv 6.32). como, diz o Sl 42, o abismo chama outro abismo, Davi mandou matar Urias, o marido de BateSeba, casou-se com ela e encobriu o seu pecado. Neste caso, Davi cometeu três pecados: adultério, homicídio e dissimulação.

1)     A beatitude do perdão

“Bem-aventurado”, quando somos perdoados por Deus. Que felicidade pode ser comparada aquele homem que antes, prisioneiro da culpa e esmagado pela mão de Deus, agora é restaurado e perdoado por Deus. “Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos, bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado” (Rm 4.6-8). Quais são as beatitudes de alguém perdoado por Deus:

Primeiro, “Feliz é aquele cuja transgressão é perdoada”. A palavra “transgressão”, no original é rebelião, ou passar dos limites e se rebelar contra Deus. Para retirar o pecado, o Salvador suou sangue e suportou o castigo da lei; o que lhe custou a vida. O perdão de Deus lavou não apenas os pecados de Davi, mas também silenciou a culpa que o atormentava. 

Segundo, “Feliz é aquele cujo pecado é coberto”, ou “apagado”. “Pecado” é sair do caminho, é errar o alvo, não viver dentro dos padrões determinados por Deus. Quando o pecado é coberto, apagado, o fracasso e o vazio são supridos pela plenitude do Senhor. A expiação de Cristo é a propiciação, a cobertura, o encerramento do pecado, agora somos aceitos no amado e desfrutamos de um bem aventurança consciente, um antegozo do céu. 

Terceiro, “Feliz é aquele a quem o Senhor não atribui iniquidade” (v.2). A palavra “iniquidade” significa depravação ou distorção moral, bem como comportamento tortuoso e perversão. Quando o Senhor “não imputa”, significa que ele não atribui culpa, absolve. Ou seja, quando confessamos nossos pecados, Deus cancela a divida e remove de seus registros, isto é, essas dividas “não contam mais”, pois, Jesus, nosso substituto pagou por elas na cruz.

Quarto, “Feliz é aquele em cujo espirito não há dolo”. Ou, “...em cuja alma não há hipocrisia”. A maior hipocrisia de todas é a negação do pecado por parte daquele que não foi perdoado. O dolo tem a ver com dissimulação, e Davi tentou encobrir seus pecados e fingir que nada havia acontecido, mas o Senhor o disciplinou até ele confessar que havia pecado. 

2)     Consequências do pecado

Davi adulterou, assassinou, dissimulou e fingiu que nada tinha acontecido. Insensatamente tentou manter as aparências. Escondeu o seu pecado, e isso por quase um ano. Mesmo sendo açoitado pela culpa, mesmo sendo esmagado sob a mão de Deus, manteve nariz empinado, dura cerviz...foi definhando até que Deus enviou o profeta Natã para confrontá-lo.

Ele diz “Enquanto mantive meus pecados escondidos, meus ossos se definhavam e minha alma se agitava em angustia” (v.3). O pecado tem um efeito devastador no corpo. O pecado é um azorrague impiedoso; é um chicote implacável que atormenta o homem e o leva adoecer física, emocional e espiritualmente. O pecado é uma serpente, e aqueles que o encobrem mantém aquecido esse animal venenoso para que possa picar com mais violência e espalhar seu veneno e malignidade de modo eficaz. 

“Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim” (v.4). A mão de Deus pode ser a nossa fonte de maior consolo ou a vara da nossa disciplina mais severa, e Deus pode tanto nos amparar em seus braços como pesar sobre nós a sua mão. O pecado é maligníssimo, pois promete prazer e paga com desgosto, oferece liberdade e escraviza, fala de vida e mata. O pecado oculto não pode coexistir com a paz interior.

“As minhas forças se desvaneceram como a seiva em tempo de seca” (v.4). o pecado abate o espírito, entristece o coração e enfraquece o corpo, fazendo o nosso vigor tornar-se como uma relva no deserto, crestada pelo calor do sol.

 3)     A importância da confissão

“Confessei-te o meu pecado”. No Salmo 51, Davi também confessa: “Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua misericórdia; conforme a tua grande clemencia, apaga minhas transgressões” (v.1). A confissão é o caminho do perdão. Ao ser confrontado pelo profeta Natã, Davi não foge mais. Ele confessa seu pecado e não oculta mais a sua iniquidade. Destampa as cavernas da alma, espreme o pus infecto que o debilitava e permite que a Palavra de Deus lancete os abscessos de seu coração. 

A escritura diz: “Aquele que encobre as suas transgressões jamais prosperará, mas aquele que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Duas coisas: Aquele que encobre, jamais prosperará; aquele que confessa e deixa alcançará o favor do Senhor”. Perdoar é “remover um fardo”; o perdão é retratado no dia da expiação simbolicamente o bode “carregava os pecados do povo para o deserto” (Lv 16.20-22).

4)     Caminhos do perdão

Depois do perdão, ele declara: “...todos os que tem fé em ti orem a ti, enquanto pode ser encontrado...” (V.6). quando escondemos nossos pecados nos tornamos “...como cavalos ou mulas, que não possuem compreensão...” (v.9). Mas, quando nos submetemos à Palavra de Deus e nos arrependemos e confessamos nosso pecado, isso estimula outras pessoas a buscarem a Deus e a fazerem suplicas a ele.

“...quando as muitas águas se levantarem, elas não os alcançarão”. As águas transbordam, as tempestades açoitam, os ventos furiosos fuzilam, mas quem está em paz com Deus, pacificado pelo perdão divino, é poupado desse diluvio.

“Tú és o meu abrigo seguro...”(v.7). antes Deus lhe pesava a mão, agora Deus é o seu refugio, meu lugar seguro. Davi não diz: “Tu és um abrigo seguro”, como se fosse um lugar entre muitos, ou “Tu és o abrigo”, como se fosse o único, mas ele disse: “Tú és o meu abrigo seguro”. “Ele é meu”; “Ele é o meu pastor” (Sl  23); “O Senhor é a minha luz e a minha salvação: a quem temerei?” (Sl 27.1).

 Conclusão

Duas coisas:

Primeiro, o pecado embrutece o homem e tira o seu entendimento “Não sejas como o cavalo ou a mula, que não possuem compreensão, mas precisam ser controlados com o uso de freios e rédeas, caso contrário não poderá obedecer” (v.9). Por causa do pecado, o homem criado à imagem de Deus, comporta-se como um cavalo e uma mula que precisa de freios para governa-los.

Segundo, quando um homem esconde seu pecado, automaticamente ele foge e tem medo de Deus, mas quando se arrepende, confessa e abandona o seu pecado, e seus ouvidos tornam-se inclinados a ouvir a instrução divina. 


 

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