terça-feira, 23 de agosto de 2022

 Elias, o Tisbita – 1 Rs 17.1

Introdução

Voce já ouviu falar de um lugar chamado “Tisbé”? Pois é, o texto diz: “Ora, Elias de Tisbe, em Gileade...” (1 Rs 17.1). Tisbé era o fim do mundo, onde Judas perdeu as botas! Se você achou que a nossa cidade – Posto da Mata – era o fim do mundo, mas, pelo menos dá pra localizá-la no mapa ou no vídeo do google. E Tisbé? Nem nos mapas geográficos desse período a gente acha, somente Gileade. Um comentarista afirma: “O termo tesbita se refere a um nativo de certa cidade de nome Tisbé, ou algo similar... a localização dessa cidade é desconhecida. 

1)     O mundo que Deus vê

Por 120 anos, os israelitas tinham vivido sob o reinado de três reis: Saul, Davi e Salomão. Temos algumas percepções sobre eles: Saul, era orgulhoso, arrogante, dono de si, nunca dependera no seu reinado totalmente de Deus e, até mesmo nos últimos dias de sua vida, ao invés de consultar a Deus, consultou uma feiticeira. Davi, “homem segundo o coração de Deus”, no entanto, cometeu adultério com Bate Seba. E, Salomão, filho de Davi, cheia da sabedoria de Deus, mas que no final da sua vida corrompeu com mulheres pagãs desviando o seu coração do Eterno (1 Rs 11.4, ler).

Depois da morte de Salomão, seu filho Roboão, assume o poder, mas preferiu ouvir os jovens do que os anciãos! De tal modo que iniciou uma guerra civil entre as dez tribos -Israel - e o as duas tribos – Judá -; consequentemente causando uma divisão. Roboão era rei de Judá e Jeroboão, rei de Israel. Essa divisão permaneceu até que amos os reinos caíssem diante de invasores estrangeiros, e judeus foram levados ao cativeiro em 722 a.C (Norte) e 586 a.c (Sul). 

De inicio da divisão até o cativeiro de Israel, um período de aproximadamente de 200 anos, o reino do Norte teve 19 monarcas e todos eles foram ímpios. Ou seja, dezenove lideres nacionais, em sucessão, fazendo “o que era mau perante o Senhor”. Por exemplo, o primeiro rei do norte, Jeroboão, fez dois bezerros de ouro em Betel e Dã (1 Rs 12.28-32) para impedir a ida do povo em Jerusalém para adorar o Senhor e colocou sacerdotes que não eram da tribo de Levi. 

 O reino do sul, por outro lado, esteve sob a liderança de 17 reis durante um período de 300 anos. Oito desses reis fizeram “o que era reto perante o Senhor”, mas nove deles foram ímpios que não serviram a Deus nem andaram com ele.

Já haviam se passado 58 anos desde a morte de Salomão. Nada menos de sete reis reinaram durante esse período – todos, sem exceção, tinham sido maus reis: 1) Jeroboão, fez dois bezerros de ouro, um em Betel e outro em Dã; 2) Roboão, filho de Salomão, edificou altares a vários ídolos “...construiram altares idólatras, colunas sagradas e postes sagrados...havia no país até prostitutos cultuais...” (1 Rs 14.23-24). 3) Abias – andou em todos os pecados nos quais tinham andado o seu pai (1 Rs 15.3).

E a lista continua: 4) Baasa – seguiu orientação religiosa dado por Jeroboão: “Fez o que o Senhor reprova, andando nos caminhos de Jeroboão e nos pecados que ele tinha levado Israel cometer” (1 Rs 15.34). 5) Elá – era beberrão – costumava promover orgias e numa delas foi assassinado (1 Rs 16.9). 6) Nababe – seguiu o caminho de pecado e idolatria dos outros reis. E, por fim, Acabe e Jezabel: O Texto diz: “Acabe, filho de Onri, fez o que o Senhor reprova, mais do que qualquer outro antes dele.... mas também se casou com Jezabel, rei dos sidônios, e passou a prestar culto a Baal e a adorá-lo” (1 Rs 16.30-31).  

Este evento nos dá uma pista da importância dessa mulher na história de Israel, pois em nenhum outro evento antes desse tempo temos a menção do nome das esposas dos reis. Agora, temos o nome do rei, que é comum, mas também, o nome da esposa, Jezabel. Por quê?

Primeiro, ela era o parceiro dominante no casamento. Quem realmente mandava no reino era Jezabel. O governo do rei era, no sentido mais real, um governo de saias, ou “cajado rosa”. Segundo ela foi a missionária, ou precursora da adoração a Baal, aliás, que era o deus da fertilidade, da chuva, que controlava as estações do ano. O pai de Jezabel era Etbaal, era de rei de Sidom. 

2)     O homem que Deus chama

A primeira coisa que exige nossa atenção é o nome de Elias. A palavra hebraica para Deus é El e Elohim, etc. Assim, o nome de Elias significa “O Senhor é o meu Deus”, ou “Jeová é Deus”.

A segunda coisa era que Elias era de Tisbé, cidade que ficava em Gileade, isto é, ao lado leste do Rio Jordão. Era um local solitário, com lindas paisagens, um ambiente rural, onde seus habitantes provavelmente eram rudes, queimados do sol e fortes. Nunca foi um lugar de educação, sofisticação e diplomacia. E muitos acham que a aparência de Elias tinha tudo haver com a sua terra natal: “Era um homem que usava vestes de pelos e tinha um cinto de couro...” (2 Rs 1.8). 


Os hábitos do profeta Elias beiravam o grosseiro e o áspero, o violento e o severo, os profetas são sempre assim. O que dizer de Amós boiadeiro e catador de sicômoros? O que dizer do esquisitão profeta Ezequiel? O que dizer de João Batista? E o que mais....De John Kinox, de Martinho Lutero, João Calvino, D.L Mody, etc

De uma hora para outra, o profeta Elias está diante do Rei Acabe. Sem um momento de hesitação, aparentemente sem medo ou relutância. Ele não segue protocolo, não se apresenta ou faz qualquer deferência à presença real. Ele não tem nenhuma sofisticação, educação ou treinamento, nem segue os modos da corte. Simplesmente se apresenta diante do Rei Acabe com uma palavra de Deus...

Ele chega e diz: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”, ou “Assim como vive o Senhor o Eterno, o Deus de Israel, a quem sirvo, nos próximos anos haverá uma severa seca no país. Não cairá uma gota de orvalho ou uma gota de chuva enquanto eu não ordenar” (A mensagem).

Primeiro ele diz: “Tão certo como vive o Senhor”, diante de um tempo de idolatria, de abandono, ele fala que o Senhor vive; Segundo, “perante cuja face estou”, “face é a presença do Senhor”, um homem de Deus anda com Deus, ouve Deus falar, sente sua presença; Terceiro, “nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha Palavra”. Era de fato uma palavra de julgamento. Há dois tipos de pregação do evangelho: enfatizar o amor de Deus e julgamento de Deus. 

Elias se colocou na brecha: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei” (Ez 22.30). Deus está buscando, como buscou no passado: Abraão, Isaias, Jacó, Paulo, Timóteo, etc

Nosso Senhor está procurando pessoas que façam diferença. Ousamos não sumir contra a cor do fundo ou nos misturar com o cenário neutro desse mundo. Às Vezes é preciso procurar por muito tempo e com bastante cuidado para encontrar alguém que tenha coragem de se levantar em nome de Deus.

Conclusão:

Deus busca pessoas especiais em tempos difíceis. Deus não encontra no palácio ou na corte. Quando Jesus se referiu a João Batista ele disse: “Que tipo de homem vocês foram ver no deserto? Um caniço que qualquer brisa agita? Um homem vestido com roupas caras? Não, quem vestes roupas caras mora em palácios. Acaso procuravam um profeta? Sim, ele é mais que um profeta”. (Mt 11.7-8-9). Mas, Deus encontrou Elias em Tisbé. Tinha que ser corajoso para dizer “Tão certo como vive o Senhor”. 


 

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