terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

 O caminho para casa – Ex. 25.1-9

Introdução:

Deus colocou o primeiro homem e a primeira mulher no jardim do Éden. Era um lugar de provisão e fartura, de segurança e proteção. Era seu lar. No meio dele, encontrava-se a arvore da vida, e a melhor coisa desse lar era que Deus estava presente com eles. A humanidade se sentia em casa com Deus.

Mas, “O Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual havia sido tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia para todos os lados a fim de guardar o caminho para a arvore da vida (Gn 3.23,24). 

Adão e Eva estava a leste do Éden. Então, quando Caim matou seu irmão “afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden” (Gn 4.16). Os seres humanos estão mais distantes de Deus e mais distantes do Éden. E nunca mais voltaram desde então, temos um profundo anseio por nosso lar e uma profunda sensação de deslocalização e desarraigamento.

1)     O mapa do caminho para casa

O tabernáculo é um mapa que nos mostra o caminho de volta para casa. Por isso, é cheio de reflexos do Éden. Os indícios estão todos inseridos na arquitetura, na mobília e nos utensílios ... Primeiro, a lista de materiais para o tabernáculo começa com ouro e termina com ônix. Aqui vemos uma correlação com o Éden: “O ouro daquela terra é bom, também existem ali resina aromática e ônix” (Gn 2.12).

Segundo, em êxodo 25.31-39 descreve o candelabro do tabernáculo com botões e flores, ele se parece com uma arvore, descrita no meio do jardim. Terceiro, em sete ocasiões, ao logo do relato da criação lemos que “Deus disse” (Gn 1.3,6,9,14,20,24,26). E sete vezes, nas instruções do tabernáculo lemos que “O Senhor disse a Moisés” (Ex 25.1; 30.11,17,22,34; 31,1,12). Quarto, e, mormente, no tabernáculo a presença poderosa do Senhor será manifestada, assim como Deus se manifestava todos os dias para Adão e Eva.

 2)     O tabernáculo

Faça uma arca de madeira de acácia...revista-a de ouro puro...” (Ex 25.10). No versículo 21, diz: “Coloque a tampa sobre a arca e dentro dela, as tabuas da lei da aliança que lhe darei”. E mais: “Ali, sobre a tampa, no meio dos querubins que estão sobre a arca da lei da aliança, eu me encontrarei com vocês e lhe darei todos os meus mandamentos para os israelitas” (Ex 25.22).

Quando lemos “Faça uma tampa”, a palavra “tampa” tem o significado original de “cobertura”. A Bíblia King James, de 1611, traduziu o termo por “propiciatório” (lugar onde é concedida propiciação, mercê). É o lugar em que se pode encontrar misericórdia (Lv 16.14-15). Mas, o que essa tampa cobre? Ela fica acima das tábuas de pedra da arca. Cobre, portanto, a pena da lei. 

“Faça uma mesa de madeira de acácia...revista-o de ouro puro e faça uma moldura de ouro ao seu redor” (Ex 25.23). A maioria das casas tem uma mesa. Nada simboliza o lar de modo mais vivido que uma refeição, à mesa em que a família se reúne para compartilhar alimentos e conversas. E, aqui, no tabernáculo, há uma mesa preparada para refeição (v.29), e sobre a qual há alimento: “Coloque sobre essa mesa os pães da presença diante de mim em todo tempo” (Ex 25.30). 

De acordo com levítico 24.5-9, o pão da Presença era constituído de doze pães, em duas fileiras de seus, substituídos a cada semana. “Esses pães serão colocados regularmente perante o Senhor, cada sábado, em nome dos israelitas, como aliança perpétua”.  Havia um para cada tribo, para indicar que todo povo de Deus era bem-vindo para com eles.

“Faça um candelabro de ouro puro e batido. O pedestal, a haste, as taças, as flores e os botões do candelabro formarão com ele uma só peça”. Ainda que o candelabro se pareça com a arvore da vida, continua a ser uma luminária. Trouxe luz para o novo lar de Deus. O lar de Deus é aberto para misericórdia (arca), comunhão (mesa) e luz (candelabro). 

Em João 1.14 diz: “A palavra se tornou carne e fez sua habitação entre nós” A expressão literal é “armou sua tenda entre nós”. Ou seja, Jesus, a Palavra, “tabernaculou” entre nós. Jesus é o nosso lar e o caminho para o lar. Jesus é a verdadeira arca; Jesus é o verdadeiro pão; Jesus é o verdadeiro candelabro.

3)     Os guardas

O tabernáculo era a imagem do lar, mas não era o lar em si. O tabernáculo não era o Éden. Era um mapa, mas ainda havia uma jornada a realizar. A humanidade ainda estava a leste do Éden. O povo ainda estava exilado de Deus em razão de seus pecados.

“Faça um véu de tecido azul, roxo e vermelho, de linho fino trançado, com querubins bordados por um artesão. Pendure-o com gancho de ouro em quatro colunas de madeira de acácia revestidas de ouro sobre quatro bases de prata. Pendure o véu pelos colchetes e coloque atrás do véu a arca da lei da aliança. O véu separará o lugar santo do lugar santíssimo” (Ex 26.31-33).

Quem entrasse no tabernáculo depararia, em primeiro lugar, com uma cortina grossa que bloqueava o caminho até a presença santa de Deus. De que maneira essa cortina era decorada? “Com querubins bordados por um artesão” (v.31). Trata-se de um reflexo de Genesis 3.24: “Depois de (O Senhor Deus) expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia para todos os lados a fim de guardar o caminho para a arvore da vida”. AQUI, NO TECIDO DA CORTINA, OS QUERUBINS AINDA GUARDAM O CAMINHO DE VOLTA PARA DEUS. 

Como vimos em Ex. 19, o Sinai foi dividido em três áreas limitadas: a área que o povo permaneceu corresponde ao pátio do tabernáculo; o monte onde os anciãos se encontraram com Deus corresponde ao lugar santo. E, o topo do monte, onde Deus desceu, corresponde ao lugar santíssimo. Esses limites foram estabelecidos para proteger o povo da presença santa de Deus “para que o Senhor não se voltasse contra eles” (Ex 19.22-24). Os querubins não protegem Deus de nós. Eles nos protegem de Deus.

4)     O caminho para casa

Primeiro, vimos a arca, depois a mesa, e o candelabro, são descritos. São a promessa de um novo lar. Em seguida vimos um obstáculo representado pela santidade de Deus e o nosso pecado, quando nos deparamos com os querubins bordados no véu do santuário.

 Então, no capitulo 27, o altar de bronze é descrito. Ou seja, o caminho de casa passa pelo sangue do sacrifício. Quando o adorador entrava no pátio, a primeira coisa que ele via era o altar de bronze, o lugar do sacrifício. Ele merecia morrer em razão de seus pecados. Merecia ser eternamente excluído da presença de Deus. No sacrifício, contudo, um animal morria no lugar do adorador. O animal recebia o castigo pelos pecados que a pessoa havia cometido, morria no lugar dela. 

Conclusão

O tabernáculo e o templo que o substituiu tinham um véu, o símbolo imponente da inacessibilidade de Deus (Ex 26.31-33). Ao se colocar diante do véu, à sua direita você veria o “pão da presença” e à esquerda, o candelabro, duas promessas de relacionamento com Deus. Diretamente à sua frente, porém, estavam o véu que impedia esse relacionamento. SEU OBJETIVO ERA PROTEGER VOCE DE DEUS, POIS É IMPOSSIVEL PESSOAS PECADORAS SOBREVIVEREM A UM ENCONTRO COM O DEUS SANTO.

Ouça, agora, a descrição por Mateus da morte de Jesus: “Depois de Jesus ter bradado novamente em alta voz, entregou o seu espírito. Naquele momento, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo” (Mt 27.50-51). Quando Jesus morreu, a arquitetura foi radicalmente alterada. O caminho para Deus está aberto... 


Um fato importante, o tabernáculo e o pátio são voltados para o leste. Em Êxodo 27.13-15 deixa claro: a entrada deve ficar “do lado leste, para o nascente”(v.13). E onde está a humanidade? De acordo com Genesis, estamos do lado leste. Portanto, o tabernáculo é aberto para nós. Sua entrada é voltada para nós e nos convida ao lar...

 

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