terça-feira, 14 de dezembro de 2021

 Murmuração ou gratidão Ex 15.22-27

Introdução: Tem pessoas que murmuram de suas dificuldades insignificantes, põem defeito no governo, nas condições das ruas, na igreja, nos irmãos, nos obreiros, no comportamento dos jovens ou das crianças. Ou seja, tem várias queixas para tudo e todos. Mas, pior de tudo são as pessoas que reclamam de pessoas que reclamam. Então, ao reclamar dos reclamadores, torno-me o maior reclamador de todos.

Imaginamos que a murmuração é um erro no qual apenas outras pessoas caem. O que nós expressamos são queixas justificadas ou criticas construtivas, MAS não murmuramos. Consideramo-nos a exceção; na verdade, porém, a maioria de nós murmura, e alguns de nós murmuramos a maior parte do tempo.

Em Êxodo 15.22 -17.7, encontramos três histórias de murmuração, queixas: “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: O que vamos beber” (Ex 15.24).”No deserto, toda comunidade murmurou contra Moisés e Arão” (Ex 16.2). “Mas o povo estava sedento por água e murmurou contra Moisés” (Ex 17.3). 

1)    A história de Mara

Por vezes, diz-se que, na maioria das sociedades ocidentais, são necessários apenas três dias de prateleiras vazias para começar uma rebelião civil. Sem dúvida foi desse jeito entre os israelitas. Eles viajam três dias desde o mar vermelho sem encontrar agua (Ex 15.22). Então, no terceiro dia, encontram agua, mas não é potável “Mas não puderam beber das águas de lá porque eram amargas” (Ex 15.23). Chamam o lugar de “mara” que significa “amarga”. Não é só a água que é amarga; eles também estão amargos e, portanto, murmuram (Ex 15.24). 

Os israelitas foram salvos da escravidão no Egito de modo maravilhosamente portentoso. Viram a mão de Deus dividir o mar Vermelho e derrotar o exercito egípcio. Então cantaram ao Senhor: “Cantarei ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro! O Senhor é a minha força e a minha canção; ele é a minha salvação! Ele é o meu Deus e eu o louvarei...” (Ex 15.1-2). 

Em apocalipse 15, temos  o cântico de Moisés: e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro: "Grandes e maravilhosas são as tuas obras, ó Senhor Deus, o Todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não te temerá, Senhor? Quem não glorificará teu nome? Pois só tu és santo. Todas as nações virão e adorarão diante de ti, pois teus feitos de justiça foram revelados". Apocalipse 15:3,4

Grandes são as Tuas obras
Senhor Todo-Poderoso
Justos e verdadeiros são os Teus caminhos
Grandes são as Tuas obras
Senhor Todo-Poderoso
Justos e verdadeiros são os Teus caminhos

Ó Rei das nações, quem não temerá?
Quem não glorificará Teu Nome?
Ó Rei das nações, quem não Te louvará?
Pois só Teu Nome é santo

Mas isso tudo foi há três dias. Hoje estão famintos e murmurando. E nós? Talvez no domingo nós cantamos sobre o amor leal de Deus. Mas três dias depois (ou três horas), estejamos queixando, murmurando. Agora, pense em tudo o que Deus fez por você. Pense em tudo o que lhe prometeu. Mas pense também em como é fácil perder a perspectiva correta. Só vemos água amarga, só vemos nosso problema ou nossa carência. E, dizemos: “Mara” – minha vida é amarga.

Qual é a reação de Deus? Ele mostra a Moisés um pedaço de madeira “ele o lançou na água e esta se tornou boa” (Ex 15.25). Se confiamos em Deus, descobriremos que ele é o Deus “que os cura” “Se vocês derem atenção ao Senhor, ao seu Deus e fizerem o que ele aprova, se derem ouvidos aos seus mandamentos e obedecerem a todos os seus decretos, não trarei sobre vocês nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor” (Ex. 15.25). Da mesma forma que “curou” a agua amarga (Ex 15.26).

2)    O maná

Contudo, Israel não aprendeu a lição. Depois de um breve parada em Elim: “onde havia doze fontes e setentas palmeiras” (Ex 15.27). Novamente o povo queixa, murmura: “Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão” (Ex 16.3). Aqui, há uma queixa incisiva, uma declaração terrível. Estão dizendo que sua situação era melhor no Egito, que o Êxodo havia piorado as coisas. Efetivamente, estão dizendo a Deus: “Queríamos que o Senhor não tivesse dado o trabalho de nos salvar. Preferíamos que tivesse nos deixado onde estávamos”.

Uma das características da murmuração é que, com frequência, ela propõe alternativas idealizadas e impraticáveis. No capitulo 2, os israelitas gemiam e clamavam. Agora, de repente, imaginam que o Egito é um lugar maravilhoso para viver! Esquecem os feitores egípcios. Aliás, insinuam que era Deus quem os oprimia no Egito (“quem dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito”). E Afirmam que Deus tinha más intenções: (“mas nos trouxeste a este deserto para matar de fome toda esta multidão)

Qual seria sua reação? A reação de Deus é enviar maná do céu: “Eu lhes farei chover pão do céu” (Ex 16.4). “Depois que o orvalho secou e flocos finos semelhantes a geada estavam sob a superfície do deserto” (Ex 16.14).  “Quando os israelistas viram aquilo, começaram a perguntas uns aos outros que é isso”. Então, deram o nome de “maná”, que tem o som parecido com “o que é”? em hebraico (Ex 16.15).A resposta para tal pergunta é: “Esse é o pão que o Senhor lhe deu para comer. Foi isto que o Senhor ordenou: todos devem recolher o quanto precisarem” (Ex 16.15,16). 

“Então o Senhor disse a Moisés: eu lhe farei chover pão do céu. O povo deve sair diariamente e colher o suficiente para aquele dia. Desse modo, eu os provarei e verei se seguirão minhas instruções. No sexto dia devem preparar o que recolherem, e deve ser o dobro do que recolhem nos outros dias” (Ex 16.4-5).

Primeiro, alguns recolhem mais do que precisam (v.20). “guardando um pouco até a manhã seguinte”. Na manhã seguinte, porém, o maná está cheio de bichos e começou a cheirar mal. No sétimo dia, o povo deve recolher o dobro do sexto dia, mas “alguns do povo saíram para recolhe-lo no sétimo dia, mas não o encontraram” (Ex 16.27).

Uma das maneiras pelas quais demonstramos confiança em Deus é por nossa capacidade de descansar. Podemos descansar porque confiamos que Deus proverá. Deixe inverter. Se você não é capaz de descansar, se está sempre ocupado com seu trabalho, sua família ou seu ministério, é porque não está confiando em Deus. Está tentando garantir seu futuro, criar sua identidade ou prover sua justificação. Você pode inventar desculpas, mas serão apenas isso: desculpas.

3)    Massá

“Acamparam em Refidim, mas lá não havia água para beber. Por essa razão queixaram a Moisés e exigiram: dê-nos água para beber” (Ex 17.2). Quando queixaram, “Moisés respondeu: Por que se queixam a mim? Porque colocam o Senhor à prova?” (Ex 17.2). 

 A esta altura, Moisés está desanimado com os israelitas (v.4). Ele percebe o que estão fazendo, e, por isso, escolhe apropriadamente os nomes dos lugares: “estão pondo Deus à prova, dizendo: O Senhor está entre nós ou não”? (v.7) POR QUE A MURMURAÇÃO É NOCIVA?

Primeiro, porque ela cresce, se espalha pelos ouvidos. É contagiosa. Espalhamos descontentamento. Reforçamos a murmuração uns dos outros. Até Moisés foi infectado: “Então Moisés clamou ao Senhor: que farei com este povo? Estão a ponto de apedrejar-me!” (v.4). Reforçamos a murmuração uns dos outros. Por isso é tão importante cortá-la pela raiz. Precisamos desafiar uns aos outros quando há murmuração. Precisamos dizer: “Pare. Não conte para ninguém. Vá conversar com a pessoa em questão”, ou: “converse com Deus, pois ele sabe as circunstancias que estão lhe causando preocupação”. 

Segundo, a murmuração cresce porque endurece nosso coração. Tem a presunção de por Deus à prova. Examina Deus. Assumimos o papel de juiz e colocamos Deus nos bancos dos réus.  Questiona sua bondade: “Ele não me deu a vida que desejo... mereço mais que isso... preciso de algo melhor”. Pense nisso por um momento. Quando você reclama, está julgando Deus. Tem certeza de que é isso que quer fazer? 


Conclusão: admoestação

Pois ele diz: "Não endureçam o coração, como fizeram seus antepassados em Meribá, como fizeram em Massá, no deserto. Ali eles me tentaram e me puseram à prova, apesar de terem visto tudo que fizSalmos 95:8,9

 Em hebreus 3, 12,13, tem a mesma aplicação: “Portanto, irmãos, cuidem para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo que os desvie do Deus vivo. Advirtam uns aos outros todos os dias, enquanto ainda é "hoje", para que nenhum de vocês seja enganado pelo pecado e fique endurecido” Hebreus 3:12,13 ~

Olhando para as duas admoestações percebi que há algo de muito agravante nesse texto. As palavras "prova" é a mesma tradução de Massá, ou Meribá, rebelião. O texto de Numeros 20, nos ajuda e entender com mais claridade esse agravo. Deus fala pra Moisés "dize a este rochedo que faça fluir suas águas" Nm 20.8. 

Mas, "Moisés ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com o seu cajado" (Nm 20.11-12). Mas, Deus lhe diz: "Como voces não confiaram em mim para honrar minha santidade à vista dos israelitas, voces não conduzirão esta comunidade para a terra que lhes dou" Nm 20.12. 


 

 

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