terça-feira, 2 de novembro de 2021

 A verdade que liberta – Jo 8.31-36

Introdução

Hoje, fala-se, em liberdade de expressão. Tivemos essa semana no Brasil um episódio com o jogador Mauricio, jogador de vôlei, que fez uma postagem no seu Istagram com a imagem do filho do Superman beijando outro homem. Ele escreveu embaixo da foto: “A é só um desenho, nada é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar...”. Por causa dessa postagem ele foi demitido do seu time de futebol.  

E a liberdade? O lema da revolução francesa era: “liberte, egalite e fraternite”, ou seja, liberdade, igualdade e fraternidade. Portanto, liberdade é um grito da alma humana...Certa vez perguntaram a um novelista algum tema especial em seus livros: “Sim, liberdade. Como alcançar a liberdade é a minha obsessão, todos os meus livros falam sobre isso”.

1)    Jesus e a liberdade

Jesus Cristo é retratado no Novo Testamento como o supremo libertador. Ele disse que viera: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos... libertar os oprimidos” (Lc 4.18). . E acrescentou mais adiante: “Se o filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.36). Do mesmo modo, o apostolo Paulo escreveu: “Foi para liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5.1). 

Liberdade é hoje uma palavra moderna para “salvação”. Ser salvo por Jesus Cristo é ser liberto. Mas, o mundo gosta mais do termo “liberdade”, mas não muito do termo “salvação”. Diante do termo “salvação” alguns reagem com constrangimento e mudam de assunto o mais rápido possível. Para outros, esses termos “pecado” e “salvação” fazem parte de um vocabulário religioso tradicional, ultrapassado. Para um terceiro grupo, causa confusão, ignorância, porque não sabem como essa palavra “salvação” deveria ser definida.

 2)    Do que somos libertos?

A salvação é a libertação da culpa e do julgamento de Deus.

Não somos apenas pecadores, mas pecadores culpados (“sou pecador desde quando nasci, desde que me concebeu minha mãe” Sl 51.6). a nossa consciência assim nos diz. O nosso pecado provoca a ira de Deus e nos coloca sob o seu justo julgamento (“...mas as iniquidades de vocês fazem separação entre vocês e o seu Deus” Is 59.1). Ou seja, Deus odeia o mal e se recusa a comprometer-se com ele. 

Ninguém que não tenha sido perdoado é livre. Se eu não tivesse certeza do perdão de Deus não poderia olhar para o seu rosto nem, certamente para o rosto de Deus. Eu desejaria fugir e me esconder como Adão e Eva, fizeram no Jardim do Éden. Um novelista ateu pouco antes de morrer deixou escapar: “O que mais invejo nos cristãos é o seu perdão; eu não tenho ninguém para me perdoar”

“Mas”, como Davi clamou no Salmo 130.4: “Contigo está o perdão”. A única maneira de sermos libertos da culpa e do julgamento é por meio de Jesus Cristo. Quando Cristou entrou em nosso mundo, ele tornou-se um de nós, assumindo a nossa natureza. Na cruz ele se identificou com o nosso pecado e a nossa culpa. Nos merecíamos morrer – ele morreu a nossa morte em nosso lugar.   

A salvação é a libertação do cativeiro opressor de nossa própria autocentralidade.

O pecado é o EU, e salvação é a libertação do Eu. “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). A ordem de Deus é que o coloquemos em primeiro lugar, depois nosso próximo, enfim, nós. O pecado faz reversão de tudo: eu primeiro, depois o próximo (Quando isso me convém) e depois, Deus, em algum lugar ... 

A definição favorita de Lutero era “HOMO IN SE INCURVATUS” (O homem curvado em si mesmo). Na década de 60, Malcom X, frequentemente falava da “pequena e escura masmorra do meu próprio ego”. Jesus certa vez disse a alguns crentes judeus: “Digo-lhe a verdade: todo aquele que vive pecando é escravo do pecado” (Jo 8.34).

Cremos, que há somente uma maneira de se livrar dessa prisão ou escravidão: por meio de Jesus Cristo. O Jesus vivo por meio do seu Espírito, pode entrar em nossa personalidade, estabelecer-se ali como nosso convidado permanente, subjugar nossos desejos pecaminosos e transformando à sua imagem de glória em gloria “...somos transformados, de glória em gloria, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espirito” ( 2 Co 3.18).

A salvação é a libertação de nossos temores paralisantes

No mundo antigo, as pessoas ficam paralisadas pelo medo. Acreditavam em certos “poderes” dominavam suas vidas e seu destino. Hoje, muitas pessoas ficam aterrorizadas pelo medo. Há o medo da doença, da dor, da invalidez, da incapacidade, do desemprego, das dificuldades financeiras e das privações.

Há também os poderes ocultos, os principados e as potestades do mal. Há ainda os temores irracionais e supersticiosos. As pessoas ainda cruzam os dedos e batem na madeira, fazem sinal da cruz, temem quando vem um gato preto. Tem pessoas que recusam a “dormir no décimo terceiro quarto andar de um hotel”, ou tem medo da sexta feira 13. Outros, a maioria das pessoas lê mais horoscopo do que a Bíblia toda semana. 

Há também o medo da morte. O autor do Novo Testamento refere-se a “aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo poder da morte” (Hb 2.15).  Sem Jesus Cristo o medo da morte e da decomposição é extremamente difundido. Woody Alen tipifica esse terror, na verdade, ele ainda conta piadas acerca disso: “Não que eu não tenha medo de morrer, eu simplesmente não quero estar lá quando isso acontecer”. Depois explica: “...ela é absolutamente assustadora em seu terror e transforma as conquistas de qualquer pessoa em algo totalmente sem sentido”.

Mas, Jesus Cristo, tem a chave para a liberdade, porque ele morreu para nos libertar da culpa, ressuscitou para nos libertar do EU e foi exaltado para nos libertar do medo. Então, onde estão as coisas que tememos? Deus as colocou debaixo dos pés de Jesus Cristo:

Ele exerceu esse poder em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nas regiões celestiais, acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa mencionar, não só no presente século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja”. (Ef 1.20-22).

“Tenho aprendido que os temores são como fungos, crescem mais rapidamente no escuro. Portanto, precisamos trazê-los para a luz, especialmente para a luz da suprema vitória de Jesus Cristo – sua morte, ressurreição e exaltação”.

Conclusão

Nossa esperança cristã é “individual” e “coletiva”. Individualmente recebemos a promessa de que teremos corpos ressuscitados como o corpo de Jesus: “...este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade e o que o mortal se revista da imortalidade...tragada foi a morte pela vitória” ( Co 15-53-54).

Coletiva, cremos que Jesus Cristo, voltará num evento cósmico de magnificência espetacular “Porque o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus e os mortos em Cristo ressuscitarão ...nós os vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens para o encontro com o Senhor...” (1 Ts 4.16-17). 


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