Disciplina na igreja 1 Co 5.1-13
Introdução
No passado, as igrejas aplicavam a disciplina de forma autoritária e vingativa; atualmente, a disciplina é quase totalmente negligenciada. Temos no Novo Testamento inúmeras passagens sobre disciplina cristã: Hebreus 12.1-14; Mateus 18.15-17; 1 Corintios 5.1-11; Galatas 6.1; 2 Tessalonicenses 3.6-15; 1 Timóteo 1.20; 1 Timóteo 5.19-20 e Tito 3.9-11. Vejam as admoestações do apostolo Paulo: “Para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho utraje praticou...” (1 Co 5.2); “Seja ... entregue a Satanás” (1 Co 5.3-5); “Não vos associásseis com ... esse tal” (1 Co 5.9-11); “Que vos aparteis...” (2 Ts 3.6); “Notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado”(2 Ts 3.14-15); Repreende-os na presença de todos” (1 Tm 5.20); “Foge também destes” (2 Tm 3.5); “Evita o homem faccioso” (Tt 3.10). E Jesus? “E, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.17).
1)
O
Caso da igreja de Corinto
“...de toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre pagãos...a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai” (1 Co 5.1).
Imoralidade é porneia, que significa literalmente “procurar
prostituta”. A palavra veio a designar, qualquer comportamento sexual que trangride
a norma cristã, isto é, todo relacionamento sexual antes do casamento ou depois
do casamento, com uma pessoa que não seu marido, ou esposa. Ou, todas as
violações do sétimo mandamento.
O que causa estupor em Paulo, é a ausência de total, entre os Coríntios, de uma sensibilidade adequada diante de um pecado especifico, que realmente provê aos inimigos do cristianismo um motivo ainda mais forte para amaldiçoar e ridicularizar as suas afirmações.
Uma igreja viva, que
tivesse em si o poder de sua cabeça, teria se levantado como um único homem,
concentrando-se em um ato de humildade e luto, tal como uma família na morte de
um de seus membros.
A necessidade da
disciplina
“...expulsar da comunhão aquele que assim procede?” (v.2). O
homem deve ser retirado do meio da comunidade de fé e adoração. Isso é
excomunhão; proibição de participar da ceia do Senhor e, portanto, exclusão
completa da comunhão. Por que era necessário tal disciplina tão absoluta? Para o
bem tanto do individuo, quanto da comunidade cristã.
A disciplina para o bem da pessoa (vs. 3-5)
O homem estava perdido no pecado pensando que Deus aprovava o
caso que ele tinha com a esposa de seu pai. Alexandre e Himeneu “os quais
entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1 Tm 1.20), pensavam
que tudo estava bem ao blasfemarem de Deus. Mas nenhuma dessas pessoas estava
em uma boa situação diante de Deus.
Portanto, a necessidade da disciplina resume-se melhor na
frase: “a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (v.5). Esta
é a perspectiva certa em relação à nossa atitude para com todos os homens em
qualquer lugar – a sua salvação.
“Entreguem esse homem a Satanás, para que a carne dessa pessoa seja destruída, mas seu espírito salvo no dia do Senhor” (v.5). Lembrem-se de Davi, durante um ano não compôs nenhum salmo, ou do Sumo Sacerdote Josué, quieto diante da acusação de Satanás. Ou seja, a pessoa fica vulnerável ao inimigo, antes era protegida e privilegiada por Deus.
Dentro da comunidade do povo de Deus, quando ela é excluída de
tal segurança, é o mesmo que ser largado, indefeso e desamparado, no território
ocupado pelo inimigo. O choque profundo de tal experiência pode produzir algo
semelhante a um ataque cardíaco.
Cuidado com o fermento
Um dos aspectos da guarda da Pascoa era a solene busca e destruição de todo fermento, antes da festa começar. Fazia-se a remoção de todo fermento antes que a vitima da Pascoa fosse oferecida no templo. Apesar, do cordeiro sacrificado, Jesus, ainda havia fermento na comunidade cristã “...Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda massa?”.
Um pecador persistente, pego em inflação, que continua sendo
aceito sem disciplina dentro da comunidade cristã, mancha todo o corpo. Tal como
os judeus celebravam a libertação da escravidão rejeitando o fermento, os
cristãos devem celebrar continuamente a libertação do pecado sem nenhum
compromisso com as mesmas coisas das quais foram libertados. Fomos criados para
portar a imagem de Deus, transmitir seu caráter à sua criação.
Somos o povo da páscoa, e Aleluia é o nosso hino, isto é,
vivemos no outro lado da cruz e da ressurreição e, portanto, certos hábitos
estão simplesmente fora de questão; se nos apegarmos a eles, não podemos
celebrar verdadeiramente, nem no culto publico, nem no decorrer de nossa vida
diária.
O mundo anseia por ver uma igreja assim, uma igreja que leva
o pecado a sério, que desfruta plenamente o perdão, e que, em seus momentos de
reunião, mistura uma celebração cheia de alegria com um respeito sensível da
presença e da autoridade de Deus.
Conclusão: o que acontecerá senão praticarmos a disciplina na
igreja?
Uma igreja sem disciplina dificilmente pode ser considerada
uma igreja
Quando a disciplina deixa uma igreja, Cristo a acompanha. Se não podemos dizer o que algo não é, também não podemos dizer o que ele é
Qual será a tua colheita?
Sobre os rochedos irá murchar,
Ou nas estradas se desperdiçar,
Entre os espinhos vai se perder,
Ou nas campinas há de crescer.
Há sementeiras, pois, de amargor,
Há de remorsos e de negro horror,
Há de vergonha e de confusão,
Há de miséria e perdição
Vale-me tu, grande Semeador!
Faz prosperar todo meu labor;
Quero servir-te, meu Rei Jesus,
Quero contigo ceifar em luz.
Oh! Qual há de ser, além,
A ceifa do mal ou bem?
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