terça-feira, 15 de dezembro de 2020

 Disciplina na igreja 1 Co 5.1-13 


Introdução

No passado, as igrejas aplicavam a disciplina de forma autoritária e vingativa; atualmente, a disciplina é quase totalmente negligenciada. Temos no Novo Testamento inúmeras passagens sobre disciplina cristã: Hebreus 12.1-14; Mateus 18.15-17; 1 Corintios 5.1-11; Galatas 6.1; 2 Tessalonicenses 3.6-15; 1 Timóteo 1.20; 1 Timóteo 5.19-20 e Tito 3.9-11. Vejam as admoestações do apostolo Paulo: “Para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho utraje praticou...” (1 Co 5.2); “Seja ... entregue a Satanás” (1 Co 5.3-5); “Não vos associásseis com ... esse tal” (1 Co 5.9-11); “Que vos aparteis...” (2 Ts 3.6); “Notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado”(2 Ts 3.14-15); Repreende-os na presença de todos” (1 Tm 5.20); “Foge também destes” (2 Tm 3.5); “Evita o homem faccioso” (Tt 3.10). E Jesus? “E, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.17).

1)    O Caso da igreja de Corinto

“...de toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre pagãos...a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai” (1 Co 5.1). 



Imoralidade é porneia, que significa literalmente “procurar prostituta”. A palavra veio a designar, qualquer comportamento sexual que trangride a norma cristã, isto é, todo relacionamento sexual antes do casamento ou depois do casamento, com uma pessoa que não seu marido, ou esposa. Ou, todas as violações do sétimo mandamento.

O que causa estupor em Paulo, é a ausência de total, entre os Coríntios, de uma sensibilidade adequada diante de um pecado especifico, que realmente provê aos inimigos do cristianismo um motivo ainda mais forte para amaldiçoar e ridicularizar as suas afirmações. 


 Uma igreja enferma, imagine os cristãos de joelhos em grupos de recuperação, ouvindo sermões sobre quebrantamento e graça, sendo confortados em seu pecado, mas nunca confrontados. Imagine essas pessoas, feitas à imagem de Deus, sendo perdidas no pecado porque ninguém as corrige. Esse é o estupor de Paulo. Uma membresia de uma igreja nos Estados Unidos: 5% não existem, 10 % não podem ser achados, 25 % não a frequentam, 50% aparecem no domingo, 70% não assistem a reunião de oração, 90% não realizam o culto domestico e 95% nunca compartilharam o evangelho com os outros.

Uma igreja viva, que tivesse em si o poder de sua cabeça, teria se levantado como um único homem, concentrando-se em um ato de humildade e luto, tal como uma família na morte de um de seus membros.

A necessidade da disciplina

“...expulsar da comunhão aquele que assim procede?” (v.2). O homem deve ser retirado do meio da comunidade de fé e adoração. Isso é excomunhão; proibição de participar da ceia do Senhor e, portanto, exclusão completa da comunhão. Por que era necessário tal disciplina tão absoluta? Para o bem tanto do individuo, quanto da comunidade cristã.

A disciplina para o bem da pessoa (vs. 3-5)

O homem estava perdido no pecado pensando que Deus aprovava o caso que ele tinha com a esposa de seu pai. Alexandre e Himeneu “os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1 Tm 1.20), pensavam que tudo estava bem ao blasfemarem de Deus. Mas nenhuma dessas pessoas estava em uma boa situação diante de Deus.

Portanto, a necessidade da disciplina resume-se melhor na frase: “a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (v.5). Esta é a perspectiva certa em relação à nossa atitude para com todos os homens em qualquer lugar – a sua salvação.

 Paulo coloca o procedimento disciplinar em três contextos: A autoridade total de Jesus Cristo como Senhor (“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”), a presença corporativa de toda comunidade em Corinto (“junto vós e o meu espírito”) e o controle do Senhor sobre tudo o que Satanás tem permissão para fazer, mesmo a um cristão rebelde (“entregue a Satanás para destruição da carne”).

“Entreguem esse homem a Satanás, para que a carne dessa pessoa seja destruída, mas seu espírito salvo no dia do Senhor” (v.5). Lembrem-se de Davi, durante um ano não compôs nenhum salmo, ou do Sumo Sacerdote Josué, quieto diante da acusação de Satanás. Ou seja, a pessoa fica vulnerável ao inimigo, antes era protegida e privilegiada por Deus. 


Dentro da comunidade do povo de Deus, quando ela é excluída de tal segurança, é o mesmo que ser largado, indefeso e desamparado, no território ocupado pelo inimigo. O choque profundo de tal experiência pode produzir algo semelhante a um ataque cardíaco.

Cuidado com o fermento

Um dos aspectos da guarda da Pascoa era a solene busca e destruição de todo fermento, antes da festa começar. Fazia-se a remoção de todo fermento antes que a vitima da Pascoa fosse oferecida no templo. Apesar, do cordeiro sacrificado, Jesus, ainda havia fermento na comunidade cristã “...Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda massa?”. 


Um pecador persistente, pego em inflação, que continua sendo aceito sem disciplina dentro da comunidade cristã, mancha todo o corpo. Tal como os judeus celebravam a libertação da escravidão rejeitando o fermento, os cristãos devem celebrar continuamente a libertação do pecado sem nenhum compromisso com as mesmas coisas das quais foram libertados. Fomos criados para portar a imagem de Deus, transmitir seu caráter à sua criação.

 Espera-se que os cristãos sejam santos, não por causa de nossa própria reputação, mas por causa da reputação de Deus. “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-os em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12).

Somos o povo da páscoa, e Aleluia é o nosso hino, isto é, vivemos no outro lado da cruz e da ressurreição e, portanto, certos hábitos estão simplesmente fora de questão; se nos apegarmos a eles, não podemos celebrar verdadeiramente, nem no culto publico, nem no decorrer de nossa vida diária.

O mundo anseia por ver uma igreja assim, uma igreja que leva o pecado a sério, que desfruta plenamente o perdão, e que, em seus momentos de reunião, mistura uma celebração cheia de alegria com um respeito sensível da presença e da autoridade de Deus.

Conclusão: o que acontecerá senão praticarmos a disciplina na igreja?

Uma igreja sem disciplina dificilmente pode ser considerada uma igreja

Quando a disciplina deixa uma igreja, Cristo a acompanha. Se não podemos dizer o que algo não é, também não podemos dizer o que ele é 



Qual será a tua colheita?


Sobre os rochedos irá murchar,

Ou nas estradas se desperdiçar,

Entre os espinhos vai se perder,

Ou nas campinas há de crescer.

 

Há sementeiras, pois, de amargor,

Há de remorsos e de negro horror,

Há de vergonha e de confusão,

Há de miséria e perdição

 

Vale-me tu, grande Semeador!

Faz prosperar todo meu labor;

Quero servir-te, meu Rei Jesus,

Quero contigo ceifar em luz.

 

Oh! Qual há de ser, além,

A ceifa do mal ou bem?

 

 

 

 

 

 

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