terça-feira, 10 de dezembro de 2019


O que vai sempre volta. Et 6


Introdução: o que é bumerangue?
Peça de madeira chata e em forma de cotovelo, usado como armas pelos povos aborígenes da Austrália, e concebido para voltar para perto da pessoa que a lançou após descrever uma curva. Figuradamente é: faca de dois gumes.

1)    Tudo o que parecer perdido, não está.
Mardoqueu poderia ter-se desesperado diante situação na Pérsia. Senão, vejamos os fatos: O rei era um autoritário, sem piedade nenhuma e não tinha qualquer interesse pelos judeus. Além disso, Hamã – primeiro ministro da Pérsia, odiava abertamente os judeus era antissemita, nazista até o ultimo fio de cabelo, ele os desprezava. Quanto a Ester, quando o rei soubesse que era judia, a vida dela talvez terminasse num instante; embora, no dia seguinte ela havia marcado um jantar com o rei e Hamã, nada ainda era previsto. Finalmente, Hamã estava construindo uma forca, “mande fazer uma forca, de mais de vinte metros de altura” (Et 5.14), planejando matar Mardoqueu no dia seguinte.


2)    Quando ninguém, notar, Ele nota.
No capítulo 2, vimos que Mardoqueu descobriu uma conspiração para matar o rei Assuero: “...Bigtã e Teres, dois oficiais do rei que guardavam a entrada...indignados e tramavam uma maneira de tirar a vida de Assuero” (Et 2.21). Quando Mardoqueu soube da conspiração, ele contou a Ester. Por ser rainha, ela passou a informação ao rei. O rei “...depois de investigado a informação e apurada a verdade” (Et 2.23), Bigtã e Teres foram mortos antes de ter oportunidade de eliminar o rei.

No entanto, Mardoqueu não ganhou nenhuma recompensa, nenhum presente pelo seu ato de coragem. Parecia que ninguém tinha notado ou lembrado. Ele continuou com a sua vida simples, sem recompensa ou apreciação...

Mas, “naquela noite”, o rei não conseguia dormir e pediu que trouxessem o livro dos registros históricos, o diário da corte, para que pudesse ler. Durante a leitura deparou com o registro do incidente em que Mardoqueu descobriu a conspiração e Bigtã e Teres, os dois eunucos da corte, guardas da entrada do palácio, que haviam planejado assassinar o rei Assuero” (Et 6.1-2).

O rei, sofrendo de insônia, ouve a leitura das crônicas, provavelmente esperando que isso o ajudasse a adormecer. Enquanto escuta, porém, ouve a recapitulação do incidente em que a sua vida foi ameaçada e o homem chamado Mardoqueu denunciara a conspiração. “Pare” diz ele ao secretário. “Espere”.

“Então disse o rei: que honras e distinções se deram a Mardoqueu por isso? “Nada lhe foi feito”, responderam os servos do rei que o serviam” (Et 6.3). Vejam a providência divina: enquanto toda cidade dormia, o rei se sentia inquieto. Ou seja, de todas as noites para sofrer insônia, aquela era justamente a noite! O rei desconhecia o plano para matar Mardoqueu.

“NAQUELE NOITE”. É assim que Deus age no último momento, ele entra e faz o inesperado. Quando ninguém parece notar nem se importar, ele nota e se importa “Naquela noite”. Neste momento, ele move o coração do rei, que repentinamente compreende que deve sua vida e seu trono esse judeu desconhecido chamado Mardoqueu.

Em meio a tudo isso que lhe aconteceu, Mardoqueu nunca procurou vingar-se. Nunca tentou prejudicar Hamã, mesmo quando teve oportunidade, mesmo quando Hamã se encontrava fácil de ser atingido. Ele nem sequer falou contra o homem.

“PORQUE DEUS NÃO É INJUSTO PARA FICAR ESQUECIDO DO VOSSO TRABALHO E DO AMOR QUE EVIDENCIASTE PARA COM O SEU NOME, POIS SERVISTES E AINDA SERVIS AOS SANTOS” (Hb 6.10).
Deus não é injusto para ficar esquecido”. Quando ninguém mais nota, fique certo, Deus nota. Quando ninguém mais lembra, Deus registra. O salmista nos diz que o Senhor “conheces bem todas as minhas angústias; recolheste minhas lágrimas num jarro e em teu livro anotaste cada uma delas” (Sl 56.8). No Salmo 30.5, lemos: “O choro pode durar toda a noite, mas a alegria vem com o amanhecer”. Tem um ainda na minha história e na sua, veja o que nos disse Habacuque: “Ainda que a figueira não floresça e não haja frutos nas videiras, ainda que a colheita de azeitonas não dê em nada e os campos fiquem vazios e improdutivos, ainda que os rebanhos morram nos campos e os currais fiquem vazios, mesmo assim me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.17).

3)    Quando tudo parece que vai bem, tome cuidado!
Sempre que as coisas aparentam estar maravilhosa, é melhor que você espie para ver o que está vindo ao seu encontro, lá na esquina. Que pena que Hamã não conhecia esse principio! É possível que tivesse conhecido, mas a sua presunção ofuscou sua memória. “O orgulho precede a destruição; a arrogância precede a queda” (Pv 16.18).



O rei se pôs a imaginar o que poderia ser feito para agradecer a grande coragem desse homem: “...quem está no pátio? Ora, Hamã tinha entrado no pátio exterior da casa do rei, para dizer que se enforcasse a Mardoqueu na forca que ele, Hamã, lhe tinha preparado” (Et 6.4-5).

O sol mal surgiu no horizonte e eis ali Hamã, precipitando para o palácio o mais cedo possível para ser o primeiro a ter uma audiência com o rei e acabar com o inimigo odiado. De repente, do pátio interno, vem a voz do rei: “Chamem-no. Digam a Hamã para entrar”. Hamã, pensou consigo mesmo, “Esta é a minha oportunidade, a forca está quase pronta, é hoje que o meu inimigo vai ser pendurado”. Hamã entra no pátio do rei...

“Quando Hamã entrou, o rei perguntou a ele: o que seria correto fazer a um homem a quem o rei quer homenagear”(Et 6.6). Ou, “o que devo fazer para honrar um homem que muito me agrada”.

Quando o rei faz a pergunta, em quem Hamã pensa imediatamente? “Hamã pensou: A quem o rei desejaria honrar senão a mim? Afinal, sou a segunda pessoa do seu reino. Este é o meu momento, exulta. Então, vamos ver o que poderia ser feito para mim? ”

“...quanto ao homem a quem agrada ao rei honrá-lo, tragam as vestes reais de que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei; e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade, e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar” (Et 6.7-9).

Então, respondeu o rei: “Pois faça exatamente isso. Não perca tempo. Pegue a roupa e o cavalo e faça o que você sugeriu ao judeu Mardoqueu, que está sempre ali perto da porta do palácio. E não se esqueça de nenhum detalhe que você sugeriu” (v.10).
QUERO QUE O PRINCIPE MAIS IMPORTANTE FAÇA O ANUNCIO. Portanto, Hamã, quero que você leve o cavalo pela cidade e apregoe a grandiosidade do homem montado nele” (v. 11).

Mardoqueu, sentado no cavalo do rei, com as vestes reais, com a coroa do rei na cabeça, ele era o homem mais surpreso do reino. Ele não era orgulhoso, nem vingativo. Não ficou sussurrando: “Fale um pouco mais alto, não estou ouvindo”. Mardoqueu não abriu a boca.

Como são raras as pessoas que podem ser promovidos a uma posição de importância sem se autopromover, ou ansiar pela luz dos holofotes, ou exigir o centro do palco.
Depois, “Mardoqueu voltou para a porta do rei”. Uma frase curta, fácil de esquecer. É como se ele dissesse: “Se na providencia de Deus, essas coisas forem destinadas a mim, elas saberão achar-me. Mas devem procurar-me, porque não farei isso. Os que as conferem conhecem o meu endereço “porta do rei” e lá me encontrarão”.

NÃO IMPORTA O QUE LHE ACONTEÇA, LEMBRE-SE “DO ABISMO DE QUE FOI RESGASTADO” VAI DESCOBRIR QUE O MELHOR LUGAR NESTA TERRA CONTINUA ENDO AQUELE QUE FICA PERTO DAS SUAS RAIZES.

4)    Quando nada parece justo, é porque é justo!
“...depois disto Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo para casa, angustiado e de cabeça coberta. Contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos, o que lhe tinha sucedido...”(Et 6.12).

Da ultima vez que Hamã foi para casa, ele estava se gabando da sua importância. Agora entra furtivamente pela porta, resmungando e choramingando com o que lhe acontecera. Pessoas como Hamã sempre culpam outros pelo seu infortúnio, raramente dizem: “Deus me deu uma grande lição” ou, “Fui humilhado com isto” ou, “ganhei mediante esta perda” ou, “Deus esmagou o meu espírito, mas agradeço por ter aprendido a confiar nele”.

Em vez disso, elas constantemente afirmam: “Se não fosse por causa desse indivíduo...” ou, “se ele não tivesse dito...” ou, “se aquela pessoa não tivesse feito isso...” ou, “se a firma não fizesse...” e assim por diante.

Sua esposa profetizou, sem ela perceber: “...se Mardoqueu, perante o qual já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás” (v.13).

Conclusão:
Deus não havia ignorado a Hamã ou ao seu projeto de matar Mardoqueu e os judeus. Deus ouvira as suas declarações, o orgulho do seu coração, os motivos violentos e preconceituosos por trás das suas decisões. Deus estava invisível, mas não se encontrava fora de contato ou passivo. O QUE VAI SEMPRE VOLTA.  




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