O que fazer no silêncio de Deus? Et 4.12-17
Introdução
No capítulo primeiro, vimos que o Rei Asseuero ofereceu um
grande banquete à todos os representantes das suas 127 províncias, era o
terceiro ano do seu reinado. O banquete era regado como muita comida e muita
bebida; quando o rei estava embriagado “...ordenou que trouxessem a rainha
Vasti (1.11) ”, no entanto, ela recusou-se! Em consequência, a rainha foi
desposada do seu trono.
No segundo capítulo, vimos que depois de algum tempo, quando
os persas lutaram vorazmente contra os gregos, mas não ganharam; o rei Assuero
sentiu falta de Vasti. Imediatamente, as moças foram convocadas, 400, para se
prepararem e se apresentarem ao Rei Assuero. Ester – estrela brilhante – foi “levada”
ao palácio do rei e ali ficou doze meses se preparando. No final, ela foi
escolhida e se tornou rainha da Pérsia.
No terceiro capítulo, aparece a figura sombria de Hamã, como
primeiro ministro do rei Assuero, somente abaixo do rei. E, todos, segundo a
ordem do rei, tinha que se curvar diante de Hamã, mas Mardoqueu permaneceu de
pé. Hamã era descendente dos amalequitas, que no tempo do rei Saul quase foram
exterminados. Então, ficou uma raiz de amargura no coração dos amalequitas;
diante do fato que Mardoqueu não se curvava a Hamã, ele montou um plano
diabólico para assassinar, matar todos os judeus da Pérsia. O rei lhe consentiu
no seu plano, o povo judeu caiu em desespero.
No capítulo quatro, vimos que Mardoqueu entra em desespero “rasgou
sua própria roupa, vestiu pano de saco e pôs cinzas na cabeça” (4.1). Então,
ele leva o fato a Ester, intimidando-a tomar uma decisão, por que se ela não
tomasse, Deus levantaria outra pessoa em seu lugar e termina dizendo: “Será que
não foi para esse momento que foste constituída rainha da Pérsia”?
1)
Coragem
“Por que, se todo te calares agora, de outra parte se
levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai
perecereis; e quem sabe se tal conjuntura como está é que foste elevada a rainha?
” (4.14). Agora, vejam a coragem de Ester: “Vai, ajunta a todos os judeus que
se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comam nem bebais por três dias, nem
de noite nem de dia; eu, e as minhas servas também jejuaremos. Depois irei ter
com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci” (4.16).
C.S. Lewis chama essa atitude “pessoas de coragem”. Sim,
precisamos de pessoas corajosas que
digam: “MINHA CONVICÇÃO É ESTA E SE TIVER DE MORRER POR ELA, ENTÃO MORRO”.
Martinho Lutero, no século XVI, enfrentou o imperador Carlos V e o Papa Leão X,
por causa das suas convicções construídas nas narrativas bíblicas.
2) Silencio de Deus
Entre os capítulos 4 e 5 deste livro de Ester, não
encontramos nada além de espaço em branco na Bíblia. É um intervalo no tempo
... um tempo de suspense, medo, agonia. “Não te alongues de mim, pois a
angustia está perto, e não há quem ajude. Muitos touros me cercaram; fortes
touros de Basã me rodearam. Abriam contra mim suas bocas, como um leão que
despedaça e que ruge. Como água me derramei...meu coração é como cera,
derreteu-se no meio das minhas entranhas” (Sl 22.11-14). ESTER ESTÁ SE
PREPARANDO PARA ENTRAR NA PRESENÇA DO REI, SEM SABER O DESTINO QUE A ESPERA...
Duas perguntas: Você ensina seus filhos a defenderem as suas
convicções? Está ensinando seus netos a serem pessoas de caráter, haja o que
houver? Uma outra pergunta, mais incisiva: você está formando neles o
verdadeiro caráter?
Ester não veio a este mundo com uma consciência sensível e um
coração valente. Ela aprendeu isso com seu primo Mardoqueu, que se tornou seu
mentor e pai adotivo. Ele sabia até que ponto podia desafiá-la. E ela aceitou o
desafio, dizendo: “FAREI EXATAMENTE O QUE ME ENSINOU A FAZER”
“Atenção, Israel! O eterno, o nosso Deus, é um e único!
Amem o eterno, o seu Deus, de todo o coração (centralidade).
Amem o Eterno com tudo que há em vocês (profundidade) e com tudo que vocês são
(força)!
Escrevam no coração os mandamentos que estou transmitindo a vocês.
Apropriem-se deles e levem seus filhos a se apropriar deles.
Que seja assunto de sua conversa, onde quer que vocês estiverem
– sentados em casa ou andando pela rua. Que eles sejam repetidos desde a hora
em que vocês se levantam, de manhã, até a hora e cair na cama, à noite” (Dt
6.4-10).
Notem a robutez do caráter de Ester: “Reúna todos os judeus
de Susã e peça que jejuem por três dias. Minhas servas e eu faremos o mesmo.
Depois disso, me apresentarei ao rei”.
O que é jejum? Os judeus não jejuavam para perder peso, mas
por razões espirituais. Quando uma questão deste porte os preocupava, não era
tempo de diversão e de festa. Mas, períodos prolongados de oração fervorosa e
jejum silencioso.
Então, Ester pediu que Mardoqueu reunisse todos os judeus que
pudesse encontrar nas ruas de Susã e fizessem com que eles jejuassem e orassem
a seu favor: “OREM POR MIM, JEJUEM POR MIM. MINHAS SERVAS E EU FAREMOS O MESMO
E VEREMOS O QUE DEUS FARÁ”. Ou seja, ela decidiu esperar no Senhor e permitir
que ele guiasse seus pensamentos e ajudasse a formular o que tinha de dizer ao
rei.
3)
Deus
meu refugio
Deus não está indiferente a nós, mas ele está trabalhando,
invisivelmente: “Mas os que esperam no Senhor RENOVAM AS SUAS FORÇAS, sobem COM
ASAS COMO ÁGUIA, CORREM E NÃO SE CANSAM, CAMINHAM E NÃO SE FATIGAM” (Is 40.31). Que lições
aprendemos nesse versículo?
Primeiro, GANHAMOS NOVAS FORÇAS. É possível que nos sintamos
fracos e até intimidados, mas quando nos ajoelhamos nossa fraqueza é substituída
pela força. “...da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra,
puseram em fuga exércitos estrangeiros” (Hb 11. 34)
Segundo, OBTEMOS UMA PERSPECTIVA MELHOR. O versículo diz que
subimos “com asas como águias”. Ao voarmos como águias, enquanto oramos ou
esperamos, conseguimos obter uma perspectiva daquilo com que temos de lidar.
Terceiro, ACUMULAMOS NOVAS ENERGIAS. “Correm e não se cansam”.
Ao nos deparamos com aquilo que tememos, nossas forças já terão sido renovadas,
dispondo de novas energias.
Quarto, APROFUNDAMOS NOSSA DETERMINAÇÃO DE PERSEVERAR. Iremos
“caminhar sem fatigar”. O Senhor sussurra para nós a sua segurança: “Vão indo
de força em força, até chegar em Sião...” (Sl 84.7)
Portanto, ganharemos novas forças, melhor perspectiva,
acumularemos novas energias, firmaremos a nossa decisão de perseverar. Contudo,
ao mesmo tempo, durante esse período de espera, nada está acontecendo, pelo
menos nada visível. Nesse momento, você poderia facilmente dizer a si mesmo:
Estou esperando à toa. Nada vai mudar. O adversário quer que você pense
exatamente isto: “Esperar é perda de tempo”.
Conclusão:
“Porque, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu
caminho está encoberto ao Senhor, e o meu direito passa desapercebido ao meu
Deus” (Is 40.27)
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque
eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e sustento com a minha destra
fiel.
Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se indignaram
contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo, perecerão.
Buscá-los-ás, porém não os acharás; os que pelejarem contigo, tornar-se-ão em
nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo.
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