terça-feira, 7 de maio de 2019


Silêncio no céu por quase meia hora – Ap 8.1-6


Vimos, no final do capítulo 6, uma pergunta: “quem poderá suportar”? E, no capítulo 7, temos a resposta: 144.000, que foram selados pelo Espírito Santo, que corresponde todos os cristãos, de todos os lugares fiéis a Jesus Cristo. E, Vimos, uma imensa multidão, “de todas as nações e tribos, todas as raças e línguas”; vestida de branco com palmas na mão que vieram de grande tribulação e lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue de Cristo.

No capítulo 8, na abertura do sétimo selo, sete trombetas. Os selos, do capítulo 6, falam do sofrimento da igreja pelo mundo (Ap. 6.9), enquanto as trombetas do sofrimento do mundo incrédulo (sem Deus) em virtude das orações da igreja. Ou seja, o selo dá atenção à igreja de Jesus; as trombetas, dá ênfase ao sofrimento pela qual o mundo irá passar, como expressão da advertência de Deus.

1)    Exilio
Na abertura do livro de apocalipse, o apostolo João descreve duas condições de seu momento presente: “Na ilha de Patmos” e “no dia do Senhor achei-me no Espírito”. Exilado na ilha. Isolado. Afastado de socorro e consolo dos irmãos da fé; João sentia falta das leituras da Bíblia nos cultos e dos cânticos entoados pela igreja. Sentia falta da celebração da ceia do Senhor. Enfim, exilado... 



O exilado é removido do lugar onde deseja estar e afastado das pessoas com quem espera conviver. No Israel antigo, o banimento era o pior castigo possível. Separação da família e do país, da comunidade de culto e da fé – o decreto mais cruel. “Juntos aos rios da Babilônia, ali nos sentamos e choramos, quando lembramos de Sião” (Sl 137.1).

O exilio desumaniza. Sentencia. A comer apenas o pão até a morte. “Na ilha de Patmos”, Roma mostrou a João quem mandava. Cada hora passada no rochedo sem vegetação provava que Roma controlava o destino do apostolo, tinha a palavra final na vida dele, estabelecia os limites dos quais ele recebia permissão para existir. JOÃO ESTAVA SOZINHO,  INDEFESO E ABANDONADO.

 2)    Silêncio no céu...
“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora” (v.1).
Algo que nos desconcerta é sentir o céu em silêncio. Se oramos e não obtivemos resposta, se não sentimos paz, então nos sobrevêm uma ansiedade que nos consome. Homens que experimentaram o silêncio de Deus:

Moisés: “Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria” (Nm 11.14-15).

Elias, diante de Jezabel: “Foi ao deserto, caminho de um dia, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta, toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19.4).

Jeremias:  “Persuadiste-me, ó Senhor, e persuadido fiquei; mais forte foste do que eu, e prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia; cada um deles zomba de mim...Então disse eu: Não me lembrarei dele, e não falarei mais no seu nome; mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer, e não posso mais” (Jr 20. 7, 9).

 Jó: Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
E Jó, falando, disse: Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz. (Jó 3:1-4



Davi: “Inclina, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica. Atende-me, e ouve-me; lamento na minha queixa, e faço ruído. O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores de morte caíram sobre mim... Assim eu disse: Oh! Quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso. Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto...Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade” (Sl 55.1-8)


3)    Movimentos no céu...

“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono” (Ap 8.3). 



Silencio no céu por cerca de meia hora: Deus está ouvindo. Tudo o que falamos, cada gemido, murmúrio, tentativa de oração: ele ouve tudo, tudo o céu se aquieta. As orações devem ser ouvidas: os aleluias espontâneas, os améns solenes, os “Por que me desamparastes? ” desesperados, os “afasta de mim este cálice” agonizantes, os “Pai nosso que estás nos céus” confiantes, os “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e por tua vontade elas existem e foram criadas” cheios de alegria. No silencio de Deus, ouvem-se agora, de forma pessoal, cuidadosa, e precisa, todos os salmos, ditos e cânticos por todos os séculos em vozes altas, suaves, iradas ou serenas. DEUS SILENCIA ANCÃOS E ANJOS.

“Me achei no Espírito no dia do Senhor”. Primeiro dia da semana, dia da ressurreição, dia de começar um novo ciclo de oração. Oração é, na vida de fé, o ato em que entramos diante de Deus em postura consciente e deliberada de falar e ouvir. Só quando chegamos ao local de exilio, nos dispomos a passar pela quietude disciplinada. O verdadeiro conhecimento de Deus jamais é conhecimento sobre ele é sempre relacionamento com ele.

E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. O silencio no céu não é sinal de inatividade e, sim, de cuidados e preparação Sete anjos, todos com trombetas na mão. As trombetas são símbolos de anúncios e libertações. ORAMOS E NÃO OUVIMOS RESPOSTAS (SL 61.1-2; 88.1-3). AS VEZES, DESESPERAMOS! MAS, OS ANJOS ESTÃO DE PÉ, EM PRONTIDÃO, CADA MUSCULO RETESADO, AGUARDANDO UMA ORDEM DE DEUS PARA COMEÇAR A TOCAR.

“...E PÔS-SE JUNTO AO ALTAR, E TENDO UM INCENSÁRIO DE OURO, E FOI-LHES DADO MUITO INCENSO, PARA PÔS COM AS ORAÇÕES DE TODOS OS SANTOS...”

Deus estabeleceu o material para a confecção do incenso (Ex 30.34-37). O primeiro material é o estoraque: uma resina extraída de uma árvore sem cisão, sem corte. O que é isso? Que a oração, louvor precisa fluir com espontaneidade, livremente. O segundo é ônica: esse produto era tirado de um molusco marinho, das profundezas do oceano. O que significa? Que as orações e louvores precisam vir das profundezas da nossa alma. Jesus deu duas características do culto verdadeiro: tem que ser em espírito e em verdade. O terceiro produto é o gálbano: era uma árvore do deserto e tinha que recolher as folhas e triturar, massar e esmagar.  O que significa? Que a oração tem que brotar de um coração quebrantado. O quarto elemento é o sal: sal fala de pureza, nossa própria vida. 

“Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde” (Sl 142.2).


Conclusão:  E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos” (v.5).

As orações não ficam armazenadas no altar; são misturadas com o fogo do Espírito de Deus e mandados de volta à terra. Os clamores, as orações, as intercessões, as lagrimas... retornam a terra em resposta. Dizem que a noite é sempre mais escura antes do amanhecer...Tal escuridão, no entanto, não é o atestado de óbito da nossa esperança, mas a certidão de NASCIMENTO DA NOSSA VITÓRIA. 



Oração de Josué, os muros cairam...
Oração de Josafá: “Não sei o que fazer mas os meus olhos estão postos em ti”. Deus lhe deu vitória.
Oração de Ezequias: Deu lhe deu mais quinze anos de vida.
Oração de Moisés: o mar se abriu
Oração de Paulo e Silas: as cadeias se romperam



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