Abadom e a
cavalaria do inferno – Ap 9.1-12
Introdução
Vimos em apocalipse 8 as quatro trombetas. As trombetas, diferente dos
selos, enfatizam o sofrimento pelo qual o mundo vai passar, ou passa, sendo que
somente uma terça parte de tudo é atingido.
Vimos, na primeira trombeta, “granizo e fogo misturado com sangue”,
retratando a sétima praga do Egito. Na segunda trombeta, João vê uma imensa
bola de fogo (um meteoro?) que é lançada no mar, causando um terço de calamidades
no mar, nas criaturas do mar e nas embarcações humanas. Já na terceira
trombeta, há uma imensa estrela chamada absinto (amargo), amargando a terça
parte dos rios do mundo, causando morte de muita gente. E, pra finalizar, na
quarta trombeta, o sol e a lua e as estrelas do céu, perderam um terço do seu
brilho.
Enquanto, o apostolo João contempla esses acontecimentos, viu uma águia plainando
sobre o céu e gritando em alta voz: Ai! Ai! Ai! Dos que habitam sobre a terra,
por causa dos toques das trombetas que estão prestes a ser entoadas pelos três anjos.
1)
Preambulo
Vivemos dias difíceis. “...Nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos” (2 Tm 3.1). As pessoas não
têm paz. Elas buscam refugio na religião, no dinheiro, na bebida, no dinheiro,
no sexo, nas drogas, na fama. Mas o vazio é cada vez maior. A degradação dos
valores morais aumenta. Para um mundo que rejeita a Deus, a maldição é receber
o que deseja, os próprios demônios. A quinta trombeta são gafanhotos diabólicos
que atacam o corpo da pessoa, mas não as matam. “Há certos períodos da HISTÓRIA
em que parece que o inferno é liberado, a restrição divina é retirada e o diabo
e suas forças agem livremente entre homens e mulheres do mundo” (Rm 1.18-24).
2)
Quem é o abadom?
“...eu vi uma estrela que do céu caiu na terra...” “...O seu nome é
abado, e em grego Apoliom” (vs. 1,11).
Ele é uma estrela
caída do céu. Lúcifer era chamado de estrela da manhã: “Como
caíste do céu, ó estrela da manhã filho da alva! Como foste lançado por terra,
tu que debilitas as nações” (Is 14.12).
Jesus diz: Eu vi a satanás como um raio que caía do céu” (Lc 10.18). Ele é um
ser caído, decadente, derrotado. (Cl 3.15).
Ele tem
caráter pervertido, ele é destruidor (9.11). No Antigo Testamento Abadom já
era personificado como príncipe da perdição. Os demônios que saem do poço do
abismo são liderados por esse maligno. Ele é assassino, ladrão e mentiroso. Ele
veio para roubar, matar e destruir (Joao 10.10). Esse rei é chamado de Abadom,
no hebraico, e de Apoliom, no grego, por ser um destruidor.
Ele tem sua
autoridade limitada (9.1,4,5). O diabo é um ser poderoso, mas Deus é
Todo-Poderoso. O diabo não tem autoridade pra agir a não ser que Deus o
permita. A autoridade do diabo é limitada
em três aspectos: Primeiro, ele precisa receber ordens para abrir o poço
do abismo (9.1). O diabo não tem a chave do poço do
abismo. Essa chave lhe é dada. É Jesus que tem as chaves da morte e do inferno
(1:18).
Ele solta um
bando de demônios que estavam presos. Existem dois tipos de demônios: os presos
aguardando julgamento em algemas eternas (Jd 6; 2 Pe 2:4) e aqueles
que estão em atividade. Parte daqueles que estão presos são liberados aqui. Segundo,
sua autoridade é limitada quanto à ação (9.4,5). Eles não podem matar
os homens, mas apenas atormentá-los (9:5) e eles não podem atormentar os homens
selados por Deus. Terceiro, sua autoridade é limitada quanto ao tempo
(9:5). Cinco meses é a duração da vida do gafanhoto, da larva à
plenitude da sua ação. Ele está limitado em sua ação e em seu tempo.
3) Quem são os demônios?
“...e vieram gafanhotos sobre a terra,
e foi-lhes dado poder...”
“Os gafanhotos são insetos insaciáveis.
Ele comem e defecam ao mesmo tempo. Quando passam por uma região devastam tudo.
Em 1866 uma praga de gafanhotos invadiu a Argélia e tão grande foi a devastação
que 200.000 pessoas morreram de fome nas semanas seguintes por falta de
alimento”. Os gafanhotos tem um tamanho incomum, e também
voam com um barulho de asas que faz com que sejam confundidos com pássaros, e
escureçam o sol, lançando na ansiedade, com medo de que destruam todas as suas
terras. Os gafanhotos que João descreve, PORÉM, não são insetos, mas demônios.
O cavalo, o homem, o leão e o escorpião estão reunidos neles.
São espíritos de obscuridade
(9:2-3). “...e subiu a fumaça do poço do abismo...como uma fumaça de uma
grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu o sol e o ar”. Os gafanhotos aparecem voando em
bando, podem chegar a escurecer a luz do sol. Eles cobrem a terra com uma nuvem
de trevas. O diabo é da escuridão. Ele não suporta a luz. Onde há escuridão,
existem demônios atuando. O diabo cega o entendimento dos incrédulos (2 Co
4.3).
São
espíritos de destruição (9:11). Eles são liderados por Abadom e
Apoliom. Os demônios são implacáveis, impiedosos, destruidores. “Os gafanhotos
não têm rei, agem em bando” (Pv 30:27). Esses espíritos malignos, porém, agem
sob o comando de Satanás e se infiltram nos lares, nas escolas, nas
instituições, na televisão, no cinema, no teatro, nas ruas, na vida dos homens
e como uma cavalaria de guerra em disparada provocam grande tormento.
São espíritos que tem poder e domínio
(9:7). “Eram semelhantes ao de cavalos aparelhados para a guerra”Esses demônios atuam nos filhos
da desobediência (Ef 2:2). Eles mantêm no cativeiro seus escravos (Mt 12:29).
Os ímpios estão sob o dominio de Satanás (Atos 26:18) e estão no reino das
trevas (Cl 1:13). O diabo é o deus deste século (2 Co 4:4), é o príncipe da
potestade do ar (Ef 2:2) e o espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef
2:3).
São espíritos que tem inteligência
(9:7). “...seus rostos como rostos de homens...”Esses espíritos
malignos podem discernir os que tem selo de Deus daqueles que não o tem. No
reino espiritual anjos e demônios sabem quem é voce. Encantamento não vale
contra a tenda do povo de Deus (Nm 23.23). O diabo não lhe toca. Precisamos
ficar atentos contra as ciladas do diabo. Eles são detetives invisíveis (Ef
6.11).
Em quinto lugar, são espíritos de
sensualidade (9:8).”E tinham cabelos como cabelos de mulheres...” Devemos fugir daquela imagem
medieval que pinta o diabo como um ser horrendo. Ele se dissimula. Ele aparece
como um anjo de luz. Ele usa uma máscara atraente. A Orgia, a pornografia, o
homossexualismo, e toda sorte de depravação moral estão enchendo a nossa
cultura como uma fumaceira que sobe do abismo. O sexo no namoro, a
infidelidade conjugal e as aberrações sexuais estão se tornando coisas normais
para essa sociedade decadente.
São espíritos de violência (9:8
b). Dentes de
leão falam de poder aniquilamento (Jl 1:6). Dentes como leão retratam o poder
destrutivo e devastador desses demônios. Eles não brincam, não descansam, não
tiram férias. Eles são atormentadores. Agem com grande violência.
São
espíritos inatingíveis (9:9). Esses espíritos são seres invisíveis,
inatingíveis que não podem ser atacados por armas convencionais (Jl 2:7-9).
Eles não podem ser detidos em prisões humanas. Eles não podem ser destruídos
por bombas. Precisamos enfrentar essas hordas com armas espirituais.
4) Missão
principal desses gafanhotos que saem do abismo
Esses gafanhotos tornam a vida dos
homens um pesadelo. Eles despojam o homem de toda a perspectiva de felicidade. Eles tornam a
vida um palco de dor e um picadeiro de angustias infernais. Eles ferroam os
homens como escorpiões cheios de veneno (9:5,10).
Outra missão desses demônios é causar
dano aos homens (9:4,10). Quantas perdas, quantas lágrimas,
quanta vergonha, quanta dor, quanta angustia nos lares arrebentados,
quantas vidas iludidas, quantas pessoas com a esperança morta. O diabo é um
falsário. Ele promete prazer, mas só da desgosto. Promete vida, mas provoca a
morte. As pessoas buscam a morte em lugar de Deus.
CONCLUSÃO:
Quem é nascido de Deus, o maligno não
lhe toca (1 João 5:18). Aquele que está em nós é maior do que aquele que está
no mundo ( 1 João 4:4). Nenhuma arma forjada contra nós prosperará (Is 54:17).
Porque Deus é por nós, ninguém pode ser contra nós e nos destruir (Rm 8:31).
Agora estamos nas mãos de Jesus (Joao 10:28) e (Pv 3:33).
Bibliografia
Hernandes Dias Lopes, Comentário no livro de Apocalipse
A Bíblia King James
O Trovão Inverso, Eugene Peterson
William Blaclay – Comentário no Apocalipse.
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