Por que Deus concede dons
miraculosos? 1 Coríntios 12.1-13
Introdução: um grupo
de irmãos estavam reunidos numa quarta-feira. Ao término do culto, algumas
oportunidades foram cedidas. Uma jovem mulher, levantou-se, e disse
gentilmente: “O Senhor mostrou-me um jovem senhor, que pela primeira vez se reúne
conosco. Ele é escravo da pornografia. O Senhor quer ajuda-lo, mas não pretende
deixa-lo embaraçado. Depois da reunião, deve procurar e pedir oração ao pastor
a igreja”. Quando terminou a reunião,
veio até o pastor o jovem, pálido e suando, e confessou: “Sou aquele de quem a
jovem estava falando”. Ele estava preso à pornografia desde a adolescência. E
apesar de ser, agora, um estudante de seminário, com esposa e filhos,
continuava escravo mais do que nunca.
Em 1 Corintios 14.24,25, Paulo descreve o que aconteceu
naquela noite: “Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo, ou
indouto, é ele por todos convencido, e por todos julgado; tornam-se lhe
manifesto os segredos do coração, e assim, dobrando-se com a face em terra,
adorará a Deus, testemunhando que Deus está de fato no meio de vós”.
Aquele seminarista não acreditava que os dons do Espírito
tivessem validade para hoje, e era hostil ao dom de línguas. Qualificava quem
falasse em língua como ignorante. Ele viera aquela noite justamente para
avaliar o culto. Mas Deus resolveu que o homem é quem devia ser avaliado.
1)
Proposito
dos dons espirituais: FORTALECER A IGREJA
Cada dom foi concedido para fortalecer e edificar a igreja.
Em 1 Corintios 12.7, o apostolo escreve: “A
manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando um fim proveitoso” Que
dons Paulo tinha em mente quando fez esta declaração? “Porque a um é dada,
MEDIANTE O ESPÍRITO, a palavra da SABEDORIA; e a outro, segundo o mesmo ESPÍRITO
a palavra do CONHECIMENTO; a outro, no mesmo ESPÍRITO, fé; e a outro, no mesmo
ESPÍRITO, dons de curar; a outro, operação de milagres; a outro, profecia; a
outro, discernimento de espirito; a um variedade de línguas; e a outro
capacidade para interpretá-la, mas um só e o mesmo ESPÍRITO realiza todas estas
cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”.
Paulo reafirma o propósito dos dons espirituais em 1 Coríntios
14.26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro
doutrina, este traz revelação, aquele outro língua, e ainda outro
interpretação. SEJA TUDO FEITO PARA EDIFICAÇÃO”. Em Efésios capítulo 4:11-12, temos: “Assim,
ele designou alguns para apostolo, outros para profetas, outros para
evangelista e outros para pastores e mestres, com o propósito de aperfeiçoar os
santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja EDIFICADO”.
Os dons foram largamente distribuídos no seio da igreja. O dom
de profecia encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1 Co 12.10), Éfeso
(Ef 4.11), Tessalonica (1 Ts 5.20) “não
desprezeis as profecias”; e Antioquia (Atos 13.1). O Novo Testamento cita
algumas pessoas não apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons
de revelação: Ágabo (Atos 11.28); Judas e Silas
“Depois Judas e Silas, que também eram profetas...”; as quatro filhas de
Filipe que profetizavam e Ananias (Atos 9.10-19). MILAGRES ERAM OPERADOS EM
Corinto (1 Co 12.20) e nas igrejas da Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em
Jerusalém (Atos 2.1-13), em Cesaréia (Atos 10.44-48); em Éfeso (Atos 19.1-7);
em Samaria (Atos 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14). Paulo mantém que “o que profetiza, fala aos homens,
EDIFICANDO, EXORTANDO e CONSOLANDO” ( 1 Co 14.3). E, novamente: “O que
profetiza edifica a igreja”. (1 Co 14.4).
2)
Deus
ordena: desejamos ardentemente os dons espirituais
Não é de surpreender que Paulo tenha ordenado por três vezes
aos crentes coríntios que “desejassem” intensamente ou “se esforçassem” pelos
dons espirituais (1 Co 12.31; 14.1,39). Infelizmente, essa ordem tem sido
ignorada por grande parte da igreja atual. As igrejas são passivas aos dons e
alguns são hostis, não aceitam a manifestação dos dons.
Por exemplo, a maioria das igrejas tradicionais (batistas,
presbiterianas, adventistas, etc) declaram encerrado o ministério dos dons ao
término do Novo Testamento. O último livro – apocalipse – foi escrito em torno
de 95 d.C. Provavelmente, o ultimo apostolo a morrer foi João, pouco depois de
95 d.C. Paulo escreveu 1 Corintios em cerca de 55 d.C. De acordo com essas
igrejas, as regras estabelecidas por Paulo (1 Co 12-14), só tiveram valor para
a igreja durante quarenta anos, aproximadamente!
3)
Deus
ordena: não proibamos o falar em línguas
Na igreja de Corinto, alguns irmãos tinham recebido o dom de línguas,
de modo, que acreditavam que eram mais espirituais, havia ostentação nos
cultos. Quando esse tipo de atitude acontece na igreja, sempre causa confusão, discórdia,
conflito, etc. Então Paulo poderia ter recomendado: “Não mais faleis em línguas”.
O apostolo, porém, insiste no oposto: “Não proibais o falar em outras línguas”
(1 Co 14.39).
4)
O
apostolo Paulo valorizava o dom de línguas
Em 1 Coríntios 14.5: “Eu quisera que
vós todos falásseis em outras línguas”. E, em 1 Coríntios 14.18, temos: “Dou
graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós”. O que
podemos entender com essas afirmações de Paulo? Primeiro, Paulo passava mais
tempo falando em línguas do que qualquer outra pessoa em Corinto; Segundo, seu
dom de línguas era maior em sua intensidade do que o dom de línguas de qualquer
outra pessoa em Corinto; Terceiro, Paulo estava se referindo à sua vida
devocional , porquanto afirma: “Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras
com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em
outras línguas”. “O QUE FALA EM OUTRA LÍNGUA A SI MESMO SE EDFICA” (1 Co 14.4).
5)
Os
dons espirituais são necessários à saúde do corpo de Cristo
Em 1 Corintios 12.4-11, Paulo enfatiza que há diferentes
tipos de dons concedidos ao corpo de Cristo, mas que todos são dados pelo Espírito.
Em seguida, o apostolo compara, nos versículos 12-27, a variedade de dons na
igreja a um organismo humano. O ponto firmado por Paulo é que todos esses dons
são necessários à saúde da igreja, tal como as várias partes do corpo humano,
dependem uma das outras: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se
todo fosse ouvido, onde o olfato” (v.17). E: “não podem os olhos dizer a mão: não
precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós” (v.21).
Paulo termina a seção, dizendo: “Se um membro sofre, todos sofrem com ele”
(v.26).
Conclusão: os dons espirituais, cessarão com a volta de
Cristo
“De maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a
revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7). Parece estar sugerindo aos
crentes de Corinto – bem como os demais cristãos – que os dons espirituais lhes
serão uteis até a volta de Jesus.
"O amor nunca falha; mas
havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte
será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também
sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes
três, mas o maior destes é o amor. 1 Coríntios 13:8-13
Paulo admite que as profecias, as línguas e o
dom do conhecimento um dia cessarão. De fato, haverá um tempo quando todos os dons espirituais chegarão ao
fim – por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. Tres frases levam-nos a essa
conclusão: “Quando vier o que é perfeito”; 2) quando virmos “face a face”; e 3)
quando “conhecerei como também sou conhecido”.
A expressão “face a face” (v.12); no Antigo
Testamento significava ver a Deus pessoalmente. Jacó viu a Deus face a face
quando lutou contra o anjo do Senhor (Gn 32.30). Gideão, após ter recebido a
visita do Anjo do Senhor, exclamou: “Ai de mim, Senhor Deus, vi o anjo do
Senhor face a face” (Jz 6.22). Exôdo 33.11 diz: “Falava o Senhor a Moisés face
a face, como qualquer fala a seu amigo”. Paulo, portanto, referia-se ao tempo
em que veremos JESUS FACE A FACE.
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