terça-feira, 27 de fevereiro de 2018


Voce é um atirador de lanças? 1 Samuel 18.6-11


Introdução: Os atiradores de lanças são pessoas que não tem escrúpulos em prejudica-lo nem em ameaça-lo – chegam até mesmo a destruir você e a sua reputação. Eles gostam de ver as pessoas se retorcerem. Eles pensam apenas em si mesmos, são motivados por interesses próprios e enganam a si mesmos. E fazem tudo isso encobertos com versículos das Escrituras e escondidos sob os mais elevados motivos. Eles estão nos escritórios, na vizinhança e, às vezes, em nossa casa.

1)    Saul
Primeiro, foi ungido por Deus: “Então, tomou Samuel um vaso de azeite e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Porventura, te não tem ungido o Senhor por capitão sobre a sua herdade?” (1 Sm 10.1). Deus concedeu a ele a mais alta honra: ser ungido o primeiro rei a liderar seu povo. Ele não foi exaltado pelos homens, mas por Deus.

Segundo, Saul é extraordinariamente dotado. No caso dele, o dom é o da profecia. Samuel diz aos recém-empossado rei: “E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem. E há de ser que quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo” (1 Samuel 10. 6). Deus cumpriu a sua promessa, e quando Saul chegou a Gibeá uma procissão de profetas encontro-o “E O ESPÍRITO DE DEUS SE APODEROU DELE, E PROFETIZOU NO MEIO DELES” (v.10).

Terceiro, Saul desfrutava de admirável aparência física “...moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele. Dos ombros para cima, ele sobressaia a todo povo”. O final do capitulo de 1 Samuel 10 relata que o povo, quando sai para coroar Saul, não consegue encontra-lo. Ele tem a qualidade de retrair-se, humildade, algo que apenas o tornaria ainda mais atraente como líder e rei. 



Quarto, Saul possuía incomum bravura militar. A leitura atenta de 1 Samuel revela o gênio militar e a coragem de Saul em batalhas. No entanto, parece grande no exterior  - aparência – mas seu interior é lamentavelmente defeituoso. Por que quando alguém o faz ficar sob uma luz desfavorável aparece a verdadeira essência de Saul. Em 1 Samuel, capitulo 17 registra a morte de Golias, o guerreiro filisteu, morto por um jovem pastor chamado Davi. Contudo, a bravura, de Davi é demais para que esse rei, aguentasse (1 Sm 18.5-9).

“Saul matou mil; Davi matou dez mil”. Saul gosta da sua canção: “Saul feriu os seus milhares”, mas odeia a de Davi: “Porém Davi, os seus dez milhares”. No dia seguinte, um espirito maligno, ataca Saul, e o rei delira em sua casa, enquanto Davi permanece sentado, tocando a lira para acalmar o rei. Saul tem sua lança na mão e em uma acesso de ciúme lança-a na esperança de “encravar Davi na parede”. Isso acontece duas vezes, e Davi escapa nas duas (1 Samuel 18.10-11). SAUL UNGIDO, CHAMADO, DOTADO, ATRAENTE...E ATIRADOR DE LANÇAS. ESSE ERA SAUL.

2)    Características do atirador de lanças

I)                    ELE ACREDITA QUE O REINADO É SEU, NÃO DE DEUS
Saul sabe que Deus lhe deu o reinado, mas uma vez que o reinado é seu, ele age como se não tivesse o direito de tirá-lo dele. O PROFETA SAMUEL registra a DESOBEDIENCIA deliberada de Saul ao se recusar a matar todos os amalequitas. Oh, sim, ele afirma que poupou o REI e os melhores carneiros e bois para sacrificar ao Senhor. Contudo, Samuel observa: “O que o Senhor Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas” (1 Samuel 15.22). O profeta não se contenta em apenas reprendeer Saul, ele acrescenta: “...Porquanto rejeitaste a Palavra do Senhor, já te rejeitou o Senhor, para que não sejas rei sobre Israel (v.26). E a fim de deixar a mensagem bem cristalina, Samuel ainda diz: “O Senhor tem rasgado de ti, hoje, o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu” (v. 28). 


Como Saul responde? “Pequei, honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel” (v.30). Apesar de ser rejeitado por Deus, POR ORGULHO, escolhe se agarrar ao reinado o máximo possível. Ele não abriria mão do poder e do prestigio por nada deste mundo.

EXISTE UMA ÚNICA RAZÃO PARA PESSOAS BOAS SE TORNAREM MÁS:  a incapacidade em reconhecer a autoridade de Deus sobre seu reinado, sua vocação, seus  recursos, suas habilidades e, acima de tudo, sobre sua vida. A insistência delas em ser proprietárias, senão administradoras, dessas coisas, leva-as a destruir outras a fim de proteger o que percebem como seu. NÓS COMO JÓ, devemos ser capazes de dizer: “...O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”. (Jó 1.21).

II)                Ele demonstra muita insegurança e ciúme
Saul fica obcecado por causa da insegurança e do ciúme. Quando Davi e os outros retornam, depois da morte de Golias, as mulheres vão ao encontro deles e dizem: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares” (1 Sm 18.7). Isso deixa Saul indignado, e, a partir desse momento, ele começa a observar Davi e pergunta: “Na verdade, que lhe falta, senão só o reinado” (V.8). ALGUMAS PESSOAS SEMPRE TEM DE SER O CENTRO DAS ATENÇÕES, ou seja, ser “a noiva de todo casamento e o cadáver em todo o funeral”.

III)              Ele demonstra ter espírito manipulador causador de dissensão
Saul tenta forçar uma separação entre as pessoas. Ele tenta manipular seu filho Jonatas, para que este matasse Davi. Felizmente Jonatas não obedece ao pai, ao contrário, ajuda Davi a escapar do pai (1 Sm 19.1). Toda pessoa assim, torna-se um murmurador, critica uma pessoa para outra; ele apela para o ego da pessoa que tenta controlar enquanto desabona os amigos da pessoa.

Quando um homem se dedica a destruir os outros, ele fica entorpecido emocionalmente, incapaz de sentir solidariedade. Na verdade, ele dissocia-se de suas emoções a fim de não ter nenhum sentimento pelas pessoas que fere. Do ponto de vista emocional, ele, como diz o ditado, “ignora a consciência”.

IV)             Ele vive de acordo com suas próprias regras
Saul, em obediência a ordem de Deus expulsou todas as feiticeiras de Israel. Contudo, quando sente que seu fim se aproxima, ele vai à feiticeira de Em-Dor para saber o que deve fazer a seguir. Isso se chama a LEI DA GRANDE EXCESSÃO – eu não estou preso às leis que fiz para vocês. ATIRADORES DE LANÇAS JOGAM APENAS POR SUAS PROPRIAS REGRAS, QUANDO CAÇAM SUAS VITIMAS.

O ATIRADOR DE LANÇAS ACREDITA QUE O QUE FAZ É CERTO PELO SIMPLES FATO DE QUE É ELE QUEM FAZ ISSO. Toda a realidade é interpretada através das suas lentes. ELE É LOUCO, MAS ACREDITA QUE É O ÚNICO HOMEM SÃO NO REINO.

Uma pergunta INQUIETANTE: POR QUE DEUS ESCOLHE SAUL E O DEIXA REINAR POR TANTO TEMPO? “Ele, às vezes, concede grande poder a vasos indignos para que, no fim, seja revelado a todos os homens a verdadeira condição de desamparo interior desse homem”. Ou seja, o motivo porque Deus deixou Saul se agarrar ao reinado por dez longos anos, após ser rejeitado, foi para TIRAR O SAUL DO CORAÇÃO DE DAVI! Se não fosse quebrantando, teria o potencial para ser o rei Saul numero dois.

Conclusão: defesa contra um atirador de lanças
Primeiro, é esquivar-se. Isso pode sérum pouco exagerado, mas evitar a pessoa é a melhor estratégia. Davi fugiu duas vezes da presença de Saul. Ele não ficou por perto para se tornar um mártir. Se vive com um marido abusivo, busque ajuda. E, em especial, mude-se logo se o abuso envolve filhos.  A falsa humildade de Saul mantém Davi desnorteado, pois há momentos em que Saul é encantador e parece ser muito afável. Ele pensou cinco vezes em emendar o seu caminho, dizendo que estava arrependido. 


Nunca leve o que um atirador de lanças diz para o lado pessoal. As suas palavras e atos julgam a eles mesmos. Conselho: “Nunca lute com um porco, pois, primeiro, você se sujará, segundo, o porco amará isso; e, terceiro, ele age de acorco com um conjunto de regras distintas”.

Segundo, não se torne você mesmo um atirador de lanças. Davi deixou passar duas oportunidades de matar Saul. Davi estava disposto a deixar Deus cuidar de seus inimigos. Jesus adverte: “A ninguém torneis mal por mal”.

Terceiro, busque o proposito de Deus em meio às provações. E o proposito de Deus para Davi incluía a experiência no deserto. O melhor treinamento para o jovem rei pastor é na escola da adversidade e da injustiça. Saul foi a bigorna sobre o qual Deus forjou o verdadeiro caráter real em Davi.

Em ultimo lugar, espere pelo Senhor e confie nEle o usar em suas lutas. Daqueles anos áridos no deserto fluíram as fontes doadoras de vida que temos no livro de Salmos (Salmo 34.4,6; 37.3,4; Sl 40.1,2).



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018


O poder da ofensa – Mt 18. 6-10


Introdução: 
Jesus afirmou que é inevitável que algumas pessoas firam as outras, em Mateus 18.7, ele adverte:  “Ai do mundo, por causa dos escândalos . Por que é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”. A palavra “ofensa” na verdade, é a palavra grega SCANDALON, da qual se originam nossas palavras “escândalo” ou “escandalizado”. Originalmente essa palavra era usada para se referir à isca usada para enganar um animal selvagem. Ela pode ser traduzida por “cilada” ou “ofensa” e refere-se a qualquer coisa que atrapalhe nosso caminhar com Deus.

1)    Cercado pela amargura
“O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas ferrolhos de um palácio” (Pv 18.19). Salomão fala que é mais fácil conquistar um palácio que fazer a reconciliação com um irmão, ou amigo, ofendido da mesma forma que não consegue remover os ferrolhos do palácio, não consegue entrar de forma tranquila na vida de um irmão, ou irmã, ferido.  Por que? 



O irmão ofendido constrói um muro alto para garantir que o inimigo não entre em sua vida de novo. Apenas as informações é de pessoas que confirmam sua dor, tem permissão para entrar na fortaleza de sua vida. A abertura no muro é cuidadosamente monitorada, garantido que ninguém questione seu direito à amargura e ao ressentimento profundos.

Ele desafia qualquer um a sugerir que ele talvez tenha alguma responsabilidade por sua situação até mesmo nas circunstancias em que, para os outros, está evidente que ele é o responsável pela dor. Portanto, aqueles que poderiam dizer que ele também é responsável ou que deve perdoar, são expulsos dessa fortaleza construída em sua mente e coração. Portanto, os fatos são distorcidos, as informações invertidas, às vezes, é ignorada a fim de justificar a amargura e a raiva. A OFENSA TRANSFORMA-SE NO CENTRO DE SUA VIDA E PASSA A SER SUA MOTIVAÇÃO DE VIDA.
  
2)    Cegueira em relação às faltas pessoais
João, o apostolo, escreveu, estas palavras surpreendentes: “Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1 Jo 2.11). Quando você caminha em escuridão, fica cego para as próprias faltas.

Jesus arrazoa: “Por que você vê o CISCO no olho do seu irmão, mas não repara na TRAVE que está no seu próprio? Ou como você dirá a seu irmão: “Deixe que eu tire o cisco do seu olho”, quando você tem uma trave no seu próprio?”. A pessoa que julga tem, de fato, uma trave no olho, e o que ela vê no olho dos outros é apenas um CISCO. Na verdade, ela pensa que vê uma TRAVE no olho do amigo sem saber que a suposta TRAVE no olho do irmão é apenas o reflexo da trave que está no seu olho. A TRAVE em seu olho é realmente tão grande que o cega, por isso, não consegue ver os outros de forma objetiva. ELE TEM UMA PROPENSÃO A CEGUEIRA QUE LHE PERMITE NEGAR AS PRÓPRIAS FALTAS. 


A característica típica da pessoa ferida emocionalmente é ser muitíssimo julgadora em relação aos outros. A forma que encontram para administrar a dor é ressaltando as faltas dos outros e minimizando as próprias. Ele diz: “Minha dor é tão profunda e a ofensa feita a mim é tão grande que nada que eu faça pode ser tão ruim como o que foi feito a mim”. POR ESSA RAZÃO, ELA ACHA QUE TEM O DIREITO DE FERIR OS OUTROS. DESVANECEU-SE TODA ESPERANÇA DE VER A SI MESMO COMO É!

“QUANTO MAIS A PESSOA SE ENVOLVE COM O PECADO, MENOS ELA O VÊ. O PECADO É UMA DOENÇA TERRÍVEL QUE DESTRÓI A HABILIDADE DA PESSOA DE COMPREENDER A EXISTENCIA DELE. O PECADO TEM A HABILIDADE DE MASCARAR TÃO BEM QUE, NA VERDADE, FAZ COM QUE A PESSOA QEUE LIDA O MINIMO POSSIVEL COM O PECADO SE ACHE MAIS ESPIRITUAL QUE AS OUTRAS”.

3)    EM BUSCA DE VINGANÇA
Paulo adverte os cristãos a se absterem de ser enganados pela arrogância. Ele escreve:
“Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos” (Rm 12.14-16). Paulo continua e incita essas pessoas a não pagar “mal por mal”; mas a procurar  “as coisas honestas perante todos os homens” (v.17).

Quando tomo a vingança em minhas mãos, faço o trabalho de Deus no lugar dele, pois não confio que Ele fará o que tem de ser feito, então eu faço o que acho que deve ser feito. O individuo vingativo é aquele que não se quebrantou diante de Deus, que ainda insiste em controlar a própria vida. Paulo escreve: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira” (Rm 12.19 – leitura).

4)    Propenso à destruição
A pessoa ofendida pode com rapidez se transformar no que a Bíblia chama de destruidor, a mesma descrição conferida aos demônios que se opõe a tudo que cura e abençoa. ELE NÃO ACHAM QUE ESTÃO FAZENDO O TRABALHO, MAS O DE DEUS!

Os destruidores tem muitas armas em seu arsenal. Alguns cometem o seu dano por meio de MANIPULAÇÃO, outros semeiam DISCÓRDIA. Muitos amam PROVOCAR BRIGAS OU DESESTABILIZAR OS OUTROS COM AMEAÇAS OU FALSAS ACUSAÇÕES. Quando você fala com eles, eles pegam tudo que é dito e invertem o sentido. Eles, com um mata-borrão, absorvem tudo, mas no sentido INVERSO.

Alguns homens que abusam da família são tão bem conceituados  na igreja, que outras mulheres gostariam de ser casadas com eles – afinal, são tão gentis e prestativos. Contudo, em casa, eles são uns monstros – exigentes, irracionais e raivosos.

5)    Voltados à idolatria
A pessoa que não supera sua amargura, é um idólatra. Perguntas: o que seria necessário para você se afastar de Deus? Se ele levasse seus filhos ou seu cônjuge, você se afastaria Dele? Voce se afastaria de Deus por que o Altíssimo não mantem o registro exato dos erros cometidos contra você?

De modo que a comunhão com Deus é opcional. A amargura pode se transformar em um obsessivo ídolo do coração: Olha as palavras do apostolo João: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21). É provável que ele  se referisse a ídolos que instalamos em nosso coração. 



Conclusão: o que fazer?

1)    Precisamos confrontar nossos ídolos da amargura. Que ofensas permanecem entre você e sua comunhão com Deus? Alguém fez alguma coisa ou existe alguma ofensa que transpassa sua alma? Muitas vezes, não conseguimos ver esses ídolos a menos que Deus os revele para nós.

2)    Precisamos transformar a ofensa – a pedra de tropeço – em um ponto de partida para o crescimento. Deus está dizendo: “Se você conseguir superar isso, posso leva-lo a novas alturas e a novos desafios em sua comunhão comigo”.

3)    Por último, o caminho da cura é seguir o exemplo de Cristo: “Quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se aquele que julga retamente” ( 1 Pe 2.23).



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018


Por que Deus concede dons miraculosos? 1 Coríntios 12.1-13



Introdução:  um grupo de irmãos estavam reunidos numa quarta-feira. Ao término do culto, algumas oportunidades foram cedidas. Uma jovem mulher, levantou-se, e disse gentilmente: “O Senhor mostrou-me um jovem senhor, que pela primeira vez se reúne conosco. Ele é escravo da pornografia. O Senhor quer ajuda-lo, mas não pretende deixa-lo embaraçado. Depois da reunião, deve procurar e pedir oração ao pastor a igreja”.  Quando terminou a reunião, veio até o pastor o jovem, pálido e suando, e confessou: “Sou aquele de quem a jovem estava falando”. Ele estava preso à pornografia desde a adolescência. E apesar de ser, agora, um estudante de seminário, com esposa e filhos, continuava escravo mais do que nunca.

Em 1 Corintios 14.24,25, Paulo descreve o que aconteceu naquela noite: “Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo, ou indouto, é ele por todos convencido, e por todos julgado; tornam-se lhe manifesto os segredos do coração, e assim, dobrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está de fato no meio de vós”.

Aquele seminarista não acreditava que os dons do Espírito tivessem validade para hoje, e era hostil ao dom de línguas. Qualificava quem falasse em língua como ignorante. Ele viera aquela noite justamente para avaliar o culto. Mas Deus resolveu que o homem é quem devia ser avaliado.

1)    Proposito dos dons espirituais: FORTALECER A IGREJA
Cada dom foi concedido para fortalecer e edificar a igreja. Em 1 Corintios 12.7, o apostolo escreve: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando um fim proveitoso” Que dons Paulo tinha em mente quando fez esta declaração? “Porque a um é dada, MEDIANTE O ESPÍRITO, a palavra da SABEDORIA; e a outro, segundo o mesmo ESPÍRITO a palavra do CONHECIMENTO; a outro, no mesmo ESPÍRITO, fé; e a outro, no mesmo ESPÍRITO, dons de curar; a outro, operação de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espirito; a um variedade de línguas; e a outro capacidade para interpretá-la, mas um só e o mesmo ESPÍRITO realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”.

Paulo reafirma o propósito dos dons espirituais em 1 Coríntios 14.26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outro língua, e ainda outro interpretação. SEJA TUDO FEITO PARA EDIFICAÇÃO”.  Em Efésios capítulo 4:11-12, temos: “Assim, ele designou alguns para apostolo, outros para profetas, outros para evangelista e outros para pastores e mestres, com o propósito de aperfeiçoar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja EDIFICADO”. 



Os dons foram largamente distribuídos no seio da igreja. O dom de profecia encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1 Co 12.10), Éfeso (Ef 4.11), Tessalonica (1 Ts 5.20)  “não desprezeis as profecias”; e Antioquia (Atos 13.1). O Novo Testamento cita algumas pessoas não apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons de revelação: Ágabo (Atos 11.28); Judas e Silas  “Depois Judas e Silas, que também eram profetas...”; as quatro filhas de Filipe que profetizavam e Ananias (Atos 9.10-19). MILAGRES ERAM OPERADOS EM Corinto (1 Co 12.20) e nas igrejas da Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em Jerusalém (Atos 2.1-13), em Cesaréia (Atos 10.44-48); em Éfeso (Atos 19.1-7); em Samaria (Atos 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14).    Paulo mantém que “o que profetiza, fala aos homens, EDIFICANDO, EXORTANDO e CONSOLANDO” ( 1 Co 14.3). E, novamente: “O que profetiza edifica a igreja”. (1 Co 14.4).

2)    Deus ordena: desejamos ardentemente os dons espirituais
Não é de surpreender que Paulo tenha ordenado por três vezes aos crentes coríntios que “desejassem” intensamente ou “se esforçassem” pelos dons espirituais (1 Co 12.31; 14.1,39). Infelizmente, essa ordem tem sido ignorada por grande parte da igreja atual. As igrejas são passivas aos dons e alguns são hostis, não aceitam a manifestação dos dons. 


Por exemplo, a maioria das igrejas tradicionais (batistas, presbiterianas, adventistas, etc) declaram encerrado o ministério dos dons ao término do Novo Testamento. O último livro – apocalipse – foi escrito em torno de 95 d.C. Provavelmente, o ultimo apostolo a morrer foi João, pouco depois de 95 d.C. Paulo escreveu 1 Corintios em cerca de 55 d.C. De acordo com essas igrejas, as regras estabelecidas por Paulo (1 Co 12-14), só tiveram valor para a igreja durante quarenta anos, aproximadamente!

3)    Deus ordena: não proibamos o falar em línguas
Na igreja de Corinto, alguns irmãos tinham recebido o dom de línguas, de modo, que acreditavam que eram mais espirituais, havia ostentação nos cultos. Quando esse tipo de atitude acontece na igreja, sempre causa confusão, discórdia, conflito, etc. Então Paulo poderia ter recomendado: “Não mais faleis em línguas”. O apostolo, porém, insiste no oposto: “Não proibais o falar em outras línguas” (1 Co 14.39). 




4)    O apostolo Paulo valorizava o dom de línguas
Em 1 Coríntios 14.5: “Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas”. E, em 1 Coríntios 14.18, temos: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós”. O que podemos entender com essas afirmações de Paulo? Primeiro, Paulo passava mais tempo falando em línguas do que qualquer outra pessoa em Corinto; Segundo, seu dom de línguas era maior em sua intensidade do que o dom de línguas de qualquer outra pessoa em Corinto; Terceiro, Paulo estava se referindo à sua vida devocional , porquanto afirma: “Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outras línguas”. “O QUE FALA EM OUTRA LÍNGUA A SI MESMO SE EDFICA” (1 Co 14.4).

5)    Os dons espirituais são necessários à saúde do corpo de Cristo
Em 1 Corintios 12.4-11, Paulo enfatiza que há diferentes tipos de dons concedidos ao corpo de Cristo, mas que todos são dados pelo Espírito. Em seguida, o apostolo compara, nos versículos 12-27, a variedade de dons na igreja a um organismo humano. O ponto firmado por Paulo é que todos esses dons são necessários à saúde da igreja, tal como as várias partes do corpo humano, dependem uma das outras: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde o olfato” (v.17). E: “não podem os olhos dizer a mão: não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós” (v.21). Paulo termina a seção, dizendo: “Se um membro sofre, todos sofrem com ele” (v.26). 


Conclusão: os dons espirituais, cessarão com a volta de Cristo
“De maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7). Parece estar sugerindo aos crentes de Corinto – bem como os demais cristãos – que os dons espirituais lhes serão uteis até a volta de Jesus.

"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. 1 Coríntios 13:8-13

Paulo admite que as profecias, as línguas e o dom do conhecimento um dia cessarão. De fato, haverá um tempo  quando todos os dons espirituais chegarão ao fim – por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. Tres frases levam-nos a essa conclusão: “Quando vier o que é perfeito”; 2) quando virmos “face a face”; e 3) quando “conhecerei como também sou conhecido”. 



A expressão “face a face” (v.12); no Antigo Testamento significava ver a Deus pessoalmente. Jacó viu a Deus face a face quando lutou contra o anjo do Senhor (Gn 32.30). Gideão, após ter recebido a visita do Anjo do Senhor, exclamou: “Ai de mim, Senhor Deus, vi o anjo do Senhor face a face” (Jz 6.22). Exôdo 33.11 diz: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo”. Paulo, portanto, referia-se ao tempo em que veremos JESUS FACE A FACE.






terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Por que Deus cura? João 5.1-9


Introdução: Acreditamos que atualmente Jesus cura, batiza com Espírito Santo e concede dons espirituais a sua igreja. Não concordamos com a teologia que afirma que os milagres e o dons espirituais ficaram somente para os tempos dos apóstolos. Não temos nenhum base bíblica no Novo Testamento que cancela os sinais, milagres e prodígios para os dias atuais. Então, arrazoamos, JESUS CURA!

1)    Compaixão e misericórdia
“Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco; para um lugar deserto, à parte; sabendo-o as multidões, vieram das cidades seguindo-o por terra. Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos”. (Mt 14.13-14).

“ser movido de compaixão” O verbo grego nos revela o significado profundo e forte dessa expressão. Eram as entranhas do corpo ou, como poderíamos dizer atualmente, as vísceras. Elas são o lugar onde estão localizados as nossas emoções mais intimas e mais intensas. Constituem o centro donde brota tanto o amor apaixonado como o ódio apaixonado. QUANDO JESUS ERA MOVIDO DE COMPAIXÃO, a fonte de toda vida tremia, o solo de todo o amor explodia, e se revelava o abismo de ternura imensa, inexaurível e insondável de Deus. 



Foi a compaixão que motivou Jesus a curar o leproso (Mc 1.41,42) – “Jesus, pois, COMPADECIDO dele...” –, o jovem endemoninhado (Mc 9.22) – “...tem compaixão de nós...” -, o cego (Mt 20.34) – “e movido de compaixão” – e até ressuscitar mortos (Lc 7.11-17) – “encheu-se de compaixão por ela” -. Em Mateus, a multiplicação dos pães às quatro mil pessoas não foi motivada pelo desejo de Cristo em demonstrar que é o pão da vida, mas pela sua COMPAIXÃO por aquela multidão pobre e faminta (Mt 15.32). De igual modo, Jesus curou o cego (Mt 9.27-31, 20.29-34) – “tem compaixão de nós, Filho de Davi”; o endemoninhado  (Mt 15.22-28) e os leprosos em resposta aos seus respectivos clamores. E até mesmo a cura do mais notório endemoninhado do Novo Testamento é atribuída a misericórdia divina (Mc 5.19).

Certo dia, Jesus sentiu-se movido em seu espírito ao ver um cortejo fúnebre que conduzia o cadáver do filho único de uma viúva. Sentiu-se movido de intima compaixão e o ressuscitou (Lc 7.13). O GRANDE MOTIVO DE DEUS  é justamente demonstrar a mesma compaixão pelos enfermos e oprimido, o poder curador de Cristo, fluirá através do ministério que delegou a sua igreja.

2)    Deus cura para glorificar a si mesmo e a seu Filho
Na ocasião da morte de Lazaro, disse Jesus a seus discípulos: “Esta enfermidade não é para a morte, e, sim, para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ele glorificado (Jo 11.4). Depois disse a Marta: “Não te disse eu se creres verás a glória de Deus” (Jo 11.40).

O mesmo proposito pode ser visto nas curas apostólicas. Lucas assim narrou a cura do aleijado que ficava na porta formosa do templo: “A vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, porque vos maravilhais disto, ou porque fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu servo, Jesus, a quem vós traíste e negaste perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo” (Atos 3.12-13).  E TODOS GLORIFICAVAM A DEUS PELO QUE ACONTECERA (Atos 4.21).

“E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos, e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou de modo que o povo se maravilhava ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. ENTÃO GLORIFICAVAM AO DEUS DE ISRAEL ( Mt 15.30-31). 


O povo glorificou a Deus ao ver Jesus curar o paralitico que fora descido através do eirado da casa (Lc 5.24-26); ressuscitar o filho da viúva de Naim (Lc 7.16); libertar a mulher encurvada pelo espírito imundo (Lc 13.13,17) e dar vista ao cego (Lc 18.42,43). LUCAS, leva o tema a uma conclusão apoteótica: “E quando se aproximava da descida do monte das Oliveiras, toda multidão dos discípulos passou, jubilada, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto” (Lc 19.37).

CONTUDO, havendo curado os dez leprosos, Jesus, entristeceu-se ao ver que somente um voltara para agradecer: “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura quem voltasse para dar glória a Deus, senão este samaritano? (Lc 17.17-18). PORTANTO, todos esses textos demonstram que os seus milagres não serviam apenas  para autenticar a mensagem, mas também para que o Pai fosse glorificado no Filho. 



William Duma, famoso pregador negro sul-africano. Ele foi usado por Deus em muitos milagres notáveis até o fim de seus dias em 1977. Duma era um homem realmente santo. Fazia jejum anual de vinte dias, na mais completa solidão, para obter direção e poder para o seu ministério. Quando impunha as mãos sobre os enfermos para orar, seu pensamento dominante era que o filho de Deus fosse glorificado. E o Senhor jamais deixou de o honrar com muitos milagres notáveis, incluindo a ressurreição de uma menina.

3)    Deus cura em resposta à fé
A mulher que sofria do fluxo de sangue há 12 anos, veio quase se arrastando por detrás de Jesus, tocou-lhe na orla do seu manto, e foi instantaneamente curada. Jesus, sentindo que virtude saíra de si, voltou-se à mulher: “tem bom animo, filha, a tua fé te salvou” (Mt 9.22). De igual modo, foi a fé duma cananéia que impeliu a Jesus curar-lhe a filha endemoninhada. Disse-lhe ele: “Ó mulher grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres” (Mt 15.28). 



Lucas deixa registrado que “em Listra costumava estar assentado certo homem aleijado, paralitico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar de Paulo, que fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés. Ele saltou e andava” (Atos 14.8-10).

Dois cegos vieram a Jesus, solicitando-lhe a cura. O Senhor, então, lhes pergunta: “Crede  que eu possa faze-lo” (Mt 9.28). TER FÉ EM DEUS SIGNIFICA CONFIAR QUE ELE TEM PODER PARA CURAR. Um leproso veio a Jesus e lhe rogou: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me” (Mt 8.2). “SE QUISERES”. A fé que Deus requer não é uma certeza psicológica, mas capacidade e vontade em curar. E Jesus honrou-lhe a fé: “quero, fica  limpo” (Mt 8.3).

Um menino endemoninhado e epilético. O pai o trouxera aos discípulos mas, estes não puderam expulsar o demônio. Se aquele homem tinha qualquer fé no começo, o fracasso dos discípulos certamente dissipou toda sua confiança. Então, ele rogou a Jesus: “Mas se tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Mt 21.21,22). JESUS NÃO IMPOS QUALQUER LIMITAÇÃO AO QUE PODEMOS PEDIR A DEUS.

RELEMBREMO-NOS DESTAS TRES CARACTERISTICAS DA FÉ:
A)    A fé no poder curador de Jesus é confiar que ele realmente cura.

B)    A fé no desejo que Jesus tem de curar não deve ser equiparada a certeza psicológica. Ele curará até mesmo quando não temos nenhuma certeza psicológica.

C)    A fé não impõe limites a habilidade de Deus em favor de seus filhos, porquanto “tudo é possível aquele que crê”.

Conclusão: Deus cura em Resposta à Sua própria promessa

Em Tiago 5.14-16, vemos:
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor.  E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. 



Os obreiros da igreja tem a responsabilidade de orar pelos enfermos. Não, somente os obreiros, Tiago ordenou a todos os crentes: “E orai uns pelos outros, para serdes curados”. Se a igreja inteira levasse mais a sério a ordem divina, mais curas seriam operadas em nosso meio.