O véu e o corte de cabelo. 1 Co 11:2-17.
Para
Jeílson, pastor de uma igreja muito ativa e crescente, o dia começou como tantos
outros. Ao acordar pela manhã, ajoelhou-se ao pé da cama e orou. Logo à mesa do
café, começaram as muitas preocupações: notícias da congregação que rejeitava o
novo obreiro; problemas com o pedreiro na construção do templo; finanças apertadas.
No pequeno alpendre da casa pastoral, mais de uma dezena de irmãos já aguardava
aconselhamento. As necessidades eram as mais diversas: ajuda para internar o
filho doente; a nova convertida, proibida de participar dos cultos, queria
saber como contornar
a antipatia do marido; um ancião precisava resolver a situação da
aposentadoria... Jeílson enfrentava com certa naturalidade aquele amontoado de dificuldades;
seu dia-a-dia já era assim há anos. Ele só não se preparara para a notícia que
receberia ainda naquelas primeiras horas do dia. "Miriam, sua filha mais velha",
relatou-lhe sua esposa, "cortou o cabelo".
Tudo,
menos aquilo. Aturdido, sem acreditar no que lhe acontecera, Jeílson abandonou
seus compromissos, deixou todos os irmãos esperando no alpendre e correu
enfurecido pelo corredor até chegar ao quarto que ficava nos fundos da estreita
casa pastoral. Miriam - constatou ele - aparara de fato as pontas do cabelo.
Desde a infância de sua filha, Jeílson jamais permitira que uma tesoura tocasse
nas mechas castanhas que agora, aos 18 anos de Miriam, já alcançavam a cintura.
Totalmente descontrolado, Jeílson perguntou rispidamente, mas sem esperar
resposta: "O que
você quer comigo?
Está querendo envergonhar-me, acabar com o meu ministério?". Movido por
uma ira descomedida, desafivelou o cinto, dobrou em duas voltas e bateu em
Miriam até que os vergões se desenhassem em suas costas e pernas.
Envolvido pela mesma
ira com que a surrava, desabafou: "Não vou tolerar uma desviada dentro da
minha casa. Enquanto você morar aqui, não vou admitir que corte seu cabelo
novamente, você está me ouvindo?". Ainda Ruborizado e com o coração acelerado,
voltou ao alpendre para tratar dos seus assuntos ministeriais. Duas horas
depois, recebeu a notícia mais devastadora de sua vida: Miriam havia derramado
álcool sobre todo o corpo e ateado fogo. Jeílson correu mais uma vez, agora
desesperado, e encontrou no mesmo quarto sua filha agonizando com queimaduras
profundas. Naquele mesmo dia, à tarde, Miriam morreu no ambulatório de um
hospital.
(É proibido: o que a
Biblia permite e a igreja proíbe – Pastor Ricardo Gondim)
“De fato, eu vos louvo porque, em
tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei. Quero,
entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, o cabeça da mulher,
e Deus, o cabeça de Cristo. Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça
coberta, desonra sua própria cabeça. Toda mulher, porém, que ora ou profetiza
com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse
rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas,
se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-se usar véu...”
·
Introdução.
Informações culturais: No oriente a mulher não participa da vida pública. Quando
a mulher saía de casa, trazia o rosto escondido por um manto, peça de pano
dividida em duas partes, uma cobrindo-lhe a cabeça, e a outra, cingindo a
fronte e caindo até o queixo, tipo de rede com cordões de nó. Desta forma não
se podia reconhecer os traços de seu rosto. A mulher que saía de casa sem ter a
cabeça coberta, quer dizer, sem o véu que ocultava o rosto, faltava de tal modo
aos bons costumes que o marido tinha o direito, até mais, tinha o dever de
despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de divórcio,
pertencia a esposa, em virtude do contrato matrimonial.(Jerusalém nos tempos de
Jesus – J. Jeremias).
·
No século I de
nossa era (dias de Paulo), e antes disso, um homem judeu jamais cobria a cabeça
quando se encontrava nos cultos públicos. Paulo autorizou esse costume para a
igreja cristã, e visto que o mesmo penetrou nas Escrituras através de suas
epistolas, os crentes o tem aceito como um mandamento de Deus, e com toda a
razão.
1) Tradições (v.2):
“De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as
tradições assim como vo-las entreguei”.
·
Tradições, Paulo
ficara 18 meses em Corintos, durante esse tempo os irmãos aprenderam muitas
tradições cristãs; que eram tradições orais transmitidas pelos apóstolos e
depois foram escritas, nos evangelhos e nas epístolas, por exemplo: a santa
ceia do Senhor; e em 1 Corintios 15:1 e 3, ao transmitir fundamentos do
evangelho.
2) O comportamento das mulheres. ”Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu
desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada”.
·
Os homens vinham
sem nenhuma cobertura na cabeça; as mulheres usavam um véu, como era comum no
dia-a-dia. Ao que parece, na “excitação”
do culto, certas mulheres sentiam-se tentadas a retirar seus véus,
deixando os cabelos (que sempre eram longos) caírem soltos. Esse comportamento
naturalmente causava uma séria distração para os homens durante o culto, além
de representar uma negação da submissão ao Senhor que as mulheres casadas
deviam aos maridos. Esse ensinamento parte da doutrina da criação e não da
redenção.
·
Nos países orientais, o véu representa o poder, a honra e a dignidade da mulher. Com o véu
na cabeça ela pode ir em qualquer lugar, com toda segurança e com profundo
respeito. Ela não é notada; pois é sinal de maneiras as mais inconvenientes
observar uma mulher velada nas ruas. Ela esta sozinha, Ela é suprema na
multidão. Mas, sem o véu, a mulher é como nada, que pode ser insultada por
qualquer um.
·
2.1) Submissão
(3-6). Em outras palavras, a hierarquia divina é:
Deus...Cristo...Marido...mulher. A superioridade do marido em relação a esposa
não é maior do que a Deus em relação a Cristo. Deus é, portanto, a fonte de
Cristo, Cristo (como criador) é a fonte do homem, e o homem (cedendo “uma das
suas costelas”, Gn 2:21ss.) é a fonte da mulher (v.8). Liberdade do homem no culto (2 Co 3:14-18).
2.2) Glória (7-10). O homem Adão foi criado
diretamente por Deus para lhe proporcionar prazer, alegria e glória. No mesmo
sentido, a mulher foi criada para ser a glória do homem, é um ser derivado
dele, e se realiza ao exercer papel de sua ajudadora. “...o homem (é)...imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do
homem”. Em Cristo, a mulher, recebeu
posição igual à do homem: ela podia orar ou profetizar nas reuniões da igreja,
e o seu véu era um sinal dessa nova autoridade (v.10).
2.3) Interdependência (11-12). No Senhor, homem e
mulher são completamente interdependentes. Os dois (marido e esposa) são um em Cristo Jesus ,
totalmente ligados entre si, inseparáveis e interdependentes.
2.4) Natureza. (13-15). O homem deve ser
verdadeiramente masculino e a mulher verdadeiramente feminina, sem permitir que
imagens ditem nossas percepções, mas, antes, baseando nossa compreensão sobre o
que significa ser plenamente humano em Jesus Cristo , o modelo perfeito.
Conclusão: Portanto, não percebemos nesse texto de Paulo
qualquer proibição para as mulheres não cortar o cabelo. O principio
estabelecido por Paulo é a submissão da mulher ao homem. E o véu tinha essa
representação na cultura oriental. Portanto, ficamos com o principio, que é a
submissão da mulher ao marido, e, relativizemos o véu e a proibição grotesca de
não permitir a mulher cortar o cabelo.
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