Aí vem o Sonhador! Gn
37:1-11.
Introdução. Jacó, patriarca da
família. O que se percebe nesse texto é que o velho Jacó não estava conseguindo
controlar a sua família, perdeu o rumo. Os filhos de Lia: Ruben, Simeão, Levi,
Judá, a maioria se sentiam superiores e guardavam para si os assuntos familiares,
pois eram os mais velhos. Cada um dos filhos de Jacó queria seguir seu próprio
caminho. Sabemos das artimanhas e da brutalidade de Simeão e Levi (Gn 34:25), do incesto de Ruben (Gn 35:22)e da
leviandade e lascívia de Judá (Gn 38).
·
Jacó,
outrossim, mantinha viva na mente deles a lembrança de sua preferência por
Raquel, ao fazer de José o seu preferido, vestindo-o com uma “túnica longa”
exclusiva (Gn 37).
1)
José – diferente.
·
José
se achava diferente do resto da família em preferências, valores, objetivos e
crenças. Ele não se encaixava no padrão estabelecido pelos irmãos. A divisão
dentro da família envolvia questões muito mais profundas do que a definição de
quem era filho de quem ou de quem possuía e de quem não possuía uma túnica
longa. Os irmãos de JOSÉ, estavam unidos
e, deliberadamente, adotavam objetivos e valores escolhidos por eles mesmos,
que os levavam a uma direção oposta à tradição familiar.
·
Somente
José, separado e sozinho, tinha ouvido e respondido à mesma chamada que havia
separado Abraão, Isaque e Jacó de seu “mundo”
- a chamada que fizeram deles homens de Deus, diferente dos outros. Para
eles, José era, exatamente, aquilo que eles tinham decidido não ser.
2)
A Palavra de Deus.
·
É
dentro deste triste e amargo cenário familiar que José tem seus dois sonhos.
SONHOS: naqueles dias o sonho era um meio pela qual as pessoas supersticiosas
acreditavam que recebiam misteriosas comunicações vindas do outro mundo sobre o
seu futuro
·
José
sentia que aquela era uma mensagem genuína de Deus para sua família,
justificando a posição que ele fora levado a assumir quanto à tradição de seus
antepassados. Tal como o profeta Jeremias, José se conteve o mais que pôde, num
vão esforço de reter aquilo que tinha pavor de proclamar (Jr 20:9; 6:11).
“contou
como, um dia, o seu feixe de trigo se levantaria e os feixes de seus irmãos o
rodeariam e se curvariam diante dele. Tive outro sonho, e desta vez o sol, a
lua e onze estrelas se curvavam diante de mim”.
Jacó, responde: que sonho foi
esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar
diante de você (v.10)”. O profeta Jeremias sentiu-se abandonado pelos
familiares (Jr 12:6; 15:10). Quando Jesus disse “...eu vim para fazer que o
homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua
sogra...”
3)
“Eles passaram a odiá-los ainda mais”.
·
Os
irmãos de José entenderam muito bem o significado dos sonhos: eram uma ameaça
imediata à sua ferrenha oposição a José! Não odiavam mais José pela sua túnica
longa ou pelo favoritismo de seu pai. Eles o odiaram porque ouviram dos lábios
dele a verdade sobre Deus e sobre si mesmos – e tinham consciência disso.
Naquele momento, eles “...o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do tinha
dito” (v.8).
CONCLUSÃO: “Como voce sabe, seus
irmãos estão apascentando os rebanhos perto de Siquém. Quero que você vá até lá”. Eis-me aqui, Sim Senhor! Deus
queria saber até onde ele estava realmente preparado para ir, em plena
confiança, em resposta à sua Palavra. Abraão: “Eis-me aqui” (Gn 22:1-11);
Isaias: Eis-me aqui (Is 6:8). Jesus nos ensina: se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me (Mt 16:24). Ser chamado por Deus implica renuncia de nossa vontade
própria diante dele, abdicação, em seu favor, de qualquer tentativa de autopreservação,
de nossa segurança humana, dos direitos ou liberdades e dos confortos, de
concessões, dos amigos e da reputação.
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