terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

 Profecias e prefecias Gn 49.1-15

Introdução

O texto inicia com um ajuntamento, uma convocação familiar, de todos os filhos de Israel: “Ajuntem-se ao meu lado para que eu lhes diga o que lhes acontecerá nos dias que virão” (Gn 49.1). Todos estavam atentos e curiosos diante dessa convocação. Aliás, estavam carentes de afeto, de palavras, de gestos, de exortações, profecias. Infelizmente, as famílias estão escassas de profecias, mas abundantes de prefecias. Sempre numa conversa em família surge uma conversa sobre o nosso passado, e sempre forma pejorativa. 

Sim, as famílias estão escassas de profecias e muitas prefecias. Estamos falando de bênçãos proféticas proferidas pelo pai, ou pela mãe, aos filhos. Por falta de profecias e abundantes prefecias, as famílias estão desnorteadas, perdidas, sem rumo, sem direção, sem objetivo na vida. A profecia projeta esperança para o futuro; enquanto que a prefecia baseia-se em algum evento do passado com o objetivo de acusar, apontar o dedo.

1)     Profecia e prefecia

Profecia: futuro. “É assim que vai ser”. Tem tanto poder espiritual, quanto poder psicológico de projetar a vida de alguém para o futuro. Em Jeremias temos uma profecia ao povo de Deus: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamento de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29.11). Enquanto que a prefecia é: pau que nasce torto, vai morrer torto”. 

Jacó é um exemplo de alguém que vivia estigmatizado como “agarrador de calcanhar”, como enganador, mentiroso, etc. Até que um dia se encontrou com Deus e seu nome foi alterado para “Israel”, como príncipe lutaste com Deus. Sim, um novo homem foi forjado, um homem com novas resoluções, novas maneiras de encarar a vida.

Sobre Judá, Israel profetiza: “Judá é como um leãozinho quando mata a sua vítima...seus irmãos o louvarão, com sua mão estará sobre o pescoço dos seus inimigos...o cetro não se apartará de Judá, nem o bastão do comando de seus descendentes” (Gn 49.8-10). Em Judá temos uma profecia de futuro, que dessa tribo Deus levantaria os reis que governaria Israel. 

Sobre José, temos outra profecia: “José é uma árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro. Com rancor, arqueiros o atacaram, atirando-lhe flechas com hostilidade. O seu arco, porém, permaneceu firme; os seus braços continuaram fortes, ágeis para atirar, pela mão do poderoso Jacó” (Gn 29.22-24). Jacó estava profetizando constatações do caráter e da personalidade de José, sim, ele era forte, resiliente, nunca desistia, apesar das hostilidades. 

E, quanto à Levi e Simeão? Foi profecia ou prefecia? Sim, os dois irmãos que se vingaram da violência sexual sofrida por Diná? Israel é incisivo: “Simeão e Levi são iguais em tudo; suas armas são instrumentos de violência...Pois, em sua ira, mataram homens e, por diversão, aleijaram bois...maldita seja sua ira, pois é cruel. Eu os espalharei entre os descendentes de Jacó, eu os dispersarei por todo o Israel” (Gn 49.5,6).  Aqui, vemos um pai ressentido diante dos filhos perversos, maus... filhos sanguinários. 

E, Issacar? “É um jumento forte, que descansa entre dois sacos de carga. Quando ele perceber que o lugar é bom para descansar, e que a terra é agradável, deixará que ponham a carga nos seus ombros, e se tornará um escravo de trabalhos forçados” (Gn 49.14-15). O que dizer de Issacar? É uma pessoa acomodada e que não gosta muito de trabalhar, esperto, que gosta de descansar: “sombra e água fresca”. 


Vimos quatro exemplos: Vimos Judá, que apesar do passado de luxuria, seu pai lhe profetizou, sim, o cetro estaria sobre sua tribo; José, uma arvore frutífera cujos ramos se estende para todos os lados, resiliente e responsável; Levi e Simeão, iguais em quase tudo, sanguinários, briguentos, homens violentos; e Issacar, uma pessoa acomodada, sem muita preocupação com o futuro, vivendo somente do bolsa família e deixando a vida leva-lo.

Uma pergunta: Dentro de sua casa você está profetizando ou prefetizando sobre seus filhos? O que você diz para o seu filho está embasado num momento de ira, por exemplo: “Voce não vai ser ninguém na vida”, “Voce é um preguiçoso inveterado”, “Voce é muito porco menino”. Ou você está embasado na Palavra de Deus, por exemplo: “Profetizo benção sobre a sua vida”, “Meus filhos serão homens de Deus”.

2)     0 caso de Efraim e Manassés

José foi vendido ao Egito como escravo, depois que revelou o sonho de Faraó, tornou-se governador do Egito. Casou-se com Azenate, filha do sacerdote e teve dois filhos: Manassés e Efraim. Manassés significa: “Deus me fez esquecer o que os meus irmãos fizeram comigo”, perdão. Efraim significa: “Deus me fez prosperar na terra da minha aflição”. 

Depois que José ficou sabendo que seu pai estava enfermo, tomou seus dois filhos para receber a benção de Israel. A Biblia diz que Israel “os olhos estavam enfraquecidos...ele mal podia enxergar” (Gn 48.10). E, na hora de abençoar os meninos, ao invés de abençoar o mais velho – Manassés -, abençoo o mais novo – Efraim (Gn 48.13-14).

Israel, porém, estendeu a mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, embora este fosse o mais novo...pôs a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, embora ele fosse o mais velho” (Gn 48.13-14). Quando José viu a mão direita do seu pai em cima da cabeça de Efraim “...não gostou; por isso pegou a mão do pai, a fim de mudá-la da cabeça de Efraim para a de Manassés” (Gn 48.17).  No entanto, Israel lhe respondeu: “Eu sei, meu filho, eu sei. Ele também se tornará um povo...mas o seu irmão mais novo será maior” (Gn 48.17-19). 

Mas, Em 1 Cronicas capitulo 7 diz que seus filhos (descendentes) “Ezer e Eleade, filhos de Efraim” foram mortos por serem ladrões de gado. Imagine a vergonha de Efraim, imagine a vergonha de sua mãe. Era neto de José, um dos homens mais respeitados do seu tempo. Sim, as coisas estavam acontecendo na família de José e faltou discernimento aos pais diante do mau que os meninos estavam praticando. Agora, parecia que toda a prefecia estava virando-se para família de José! 


Por causa disso: “Efraim chorou e lamentou-se durante muitos dias pelo que aconteceu com seus filhos, e seus parentes vieram para consolá-lo” (1 Cro 7.22). Havia profecia ou prefecia na geração de Efraim, com certeza profecia “Que eles sejam chamados pelo meu nome e pelo nome de meus pais, Abraão e Isaque” (Gn 48.16). No entanto, nem sempre os filhos andam nos caminhos dos pais, nem sempre os filhos andam no caminho do avô, nem sempre os filhos andam no caminho da obediência.

Depois de algum tempo, nasce outro filho. “Efraim e sua esposa conceberam, ela ficou gravida e deu à luz um filho” (1 Cro 7.23). Chamou-lhe “Beriá, Berias”, que significa “as coisas iam mal em sua casa”, significa fracasso; Berias é fracasso. A situação estava tão difícil na casa de Efraim que Berias em hebraixo tem um som parecido com o da palavra “desastre”, “tribulação” ou desgraça”. Os pais na hora da angustia, dor, acaba jogando em cima dos filhos a dor daquele que morreu. Que culpa tinha esse menino da tragédia dos irmãos que morreram! 

Parecia que Efraim estava debaixo do estigma da maldição. Contudo, Berias teve um filha chamada Seerá, ou Sheerá. O que ela fez? Fundou duas cidades, Bete-horom e Uzém-Sherá (1 Cro 7.24). Essa menina é diferente dos seus irmãos, é empreendedora, cheio de sonhos, realizações, etc. No entanto, o significado dos nomes das cidades era “vazio”, um reflexo do seu lar. O que importa para Efraim era o passado, e não o presente.

Conclusão: da desgraça para graça, vss 25-27

 

Esse menino, Berias, de acordo com o nome seria um fracasso, do mesmo modo que seus irmãos que morreram. Mas, de sua descendência nasceu Josué. Exatamente o homem que Deus levantou pra ser o sucessor de Moisés; é o homem que vai levar o povo pra conquistar a terra prometida.  O nome significa Jesus, Jesus e Josué são nomes análogos.

 Deus ainda não terminou de escrever a sua biografia. Deus ainda não terminou de escrever o ultimo capitulo da sua vida. O seu filho que tem sido motivo de sua lágrima, para ser um grande instrumento nas mãos de Deus.

 


 

  

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

 O sonho de José Gn 37.1-20 

Introdução

Temos meditado na família patriarcal, mormente sobre Jacó. E o capitulo mais obscuro, tenebroso é o capitulo 34, quando eles param em Siquém e Tamar é abusada por Siquém, filha de Hamor, governador desse povoado. Diante de tal vergonha, de tal violação sexual, os filhos de Jacó cometem uma mortandade, um pandemônio, matando quase todos os homens de Siquém. Nesse capitulo vemos um Jacó, não Israel, apático, passivo, sem liderança, enquanto seus filhos lideram a vingança. 

1)     A família de Israel

Havia divisão na família de Jacó, assim como na família de Isaque. Os filhos de Lia – seis deles: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom, sim a maioria se sentiam superiores e guardavam para si os assuntos familiares, pois eram os mais velhos. Eles se distanciavam de José, porque Lia achava que havia sofrido muito em sua amarga rivalidade com Raquel, a falecida mãe de José. 

Vimos no capitulo 34 a fúria sanguinária de Simeão e Levi, Ruben deitou-se com Bila, cometendo incesto (Gn 35.22) e a leviandade e lascívia de Judá (Gn 38). Ademais, o grupo de irmãos mais novos – Dã e Naftali, filhos de Bila, e Gade e Aser, filhos de Zilpa (Gn 37.2) – seguiram bem de perto os passos de seus irmãos mais velhos que os levavam a uma direção oposta à tradição da família.

Somente José, separado e sozinho, tinha ouvido e respondido à mesma chamada que havia separado Abraão (“Sai da sua terra...”), Isaque (“o descendente”) e Jacó (“quero ser abençoado”) de seu “mundo” – a chamada que fizeram deles homens de Deus. Para eles, José era exatamente aquilo que eles tinham decidido não ser. Enquanto José quis ficar na promessa que iniciou em Abraão, os seus irmãos decidiram viver a vida deles. 

José era filho de Raquel, a preferida de Jacó. Ele era diferente do resto da família em preferencias, valores, objetivos e crenças. Ele não se encaixava modelo estabelecido pelos irmãos...aliás, seus irmãos nunca se esqueceram que José os havia “denunciado” (Gn 37.2) ao seu pai Jacó  e estavam determinados a dar-lhe o troco.

José vivia na contramão, ou na contracultura dos seus irmãos. Não estavam preocupados com a herança espiritual dos seus pais, somente queriam viver suas vidas, queriam comandar seus horizontes, fazer o que desse na teia, viver consoante suas vontades.

2)     Sonhos de José

É nesse contexto de rivalidade, disputa que José tem seus dois sonhos. Os sonhos, para as pessoas supersticiosas, vinham do outro mundo e falava sobre o futuro. Para os hebreus, os sonhos vinham de Deus e podia apontar para fatos do futuro. José sonha o mesmo sonho por duas vezes, sim, seus dois sonhos é o mesmo sonho. Logo, é uma evidencia, indicio de que Deus está lhe apontando para algo que diz respeito ao seu futuro.

Mais na frente, no capitulo 39, José se depara com os sonhos do copeiro e do padeiro, duas pessoas, duas realidades com sonhos similares, quase iguais. Um sonha com uma videira de três ramos que deu suco de uva e o copeiro serviu Faraó; o padeiro sonhou com três cestas de bolos sobre sua cabeça e as aves comiam os bolos sobre a cabeça do padeiro. José interpretou os dois sonhos, dizendo que o copeiro voltaria a servir Faraó em três dias e padeiro seria morto em três dias.

Ouçam este sonho que tive, disse José. Estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente, meu feixe se levantou e ficou de pé, e seus feixes se juntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele” (Gn 37.6-9 NVT). Ou seja, José sonhou que os seus irmãos se curvariam diante dele, como se ele fosse um rei, ou um governador. 

Mas José teve outro sonho: “Ouçam , tive outro sonho. O sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante dele! Dessa vez, contou o sonho não apenas aos irmãos, mas também ao pai, que o repreendeu, dizendo: Que sonho é esse? Por acaso eu, sua mãe e seus irmãos viremos e nos curvaremos até o chão diante de você?” (Gn 37.9-10 NVT). Agora, não é somente irmãos que ser curvariam diante de José, mas também seu pai e sua mãe! 

João Calvino comenta: “José havia tido sonhos comuns, mas aqui era um sonho divinamente enviado, o qual tinha a força de uma profecia”. José sentia que aquela era uma mensagem genuína de Deus para sua família. Ele poderia não falar, mas teve coragem e contou o sonho que Deus lhe dera. Talvez sentiu receio em conta-lo, pois sabia que seus irmãos poderiam odiá-lo por causa desse sonho.

E foi isso o que aconteceu. Os seus irmãos não odiavam mais José pela sua túnica ou pelo favoritismo do seu pai. Eles odiavam porque ouviram dos lábios dele a verdade sobre Deus e sobre si mesmos. Naquele momento, eles”...o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do que tinha dito” (Gn 37.8). O versículo 12 diz, “Os irmãos de José tinham ido cuidar dos rebanhos do pai, perto de Siquém”.

3)     Indo para Siquém

Jacó chamou José e lhe diz: “Como você sabe, seus irmãos estão apascentando os rebanhos perto de Siquém. Quero que você vá até lá” (Gn 37.13). Mesmo sabendo da hostilidade, ódio, dos seus irmãos, ele não vacilou, titubeou, obedeceu ao seu pai: “Sim, Senhor” (v.13). 

Abraão também pronunciou essas mesmas palavras, quando Deus o testou no Monte Moriá: “Abraão! Abraão!”, e ele respondeu: “Eis-me aqui” (Gn 22.1,11). E o profeta Isaias, no ano da morte do Rei Uzias, o Senhor apareceu para ele e o profeta pronunciou as mesmas palavras: “Eis-me aqui” (Is 6.8). No Novo Testamento Jesus arrazoa seus seguidores: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).

Ser chamado para Deus implica renuncia de nossa própria vontade. Diante dele, abdicação em seu favor, de qualquer tentativa de autopreservação, de nossa segurança humana, dos direitos ou liberdades e dos confortos...Irmãos, escreveu Paulo: “Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus...” (Rm 12.1).

José vai em Siquém, mas não estão lá. “Procuro meus irmãos”, disse por todo lugar(Gn 37.16). Eles não estavam em Siquém – na verdade não estavam nem perto daquela área! Teria sido muito fácil José ter voltado para casa e, ainda assim, ele teria cumprido todas as ordens de seu pai. Mas insistiu, não parou. Até que descobriu que os irmãos haviam partido para Dotã (Gn 37.17).

Conclusão

“...Assim José foi em busca dos seus irmãos e os encontrou perto de Dotã” (Gn 37.17).  Quando chegou em Dotã os seus irmãos de longe, disseram, em forma de zombaria: “Lá vem aquele sonhador”, ou “Vem lá o tal sonhador” (ARA), “Lá vem o grande sonhador” (NAA). Diziam uns aos outros. É agora! Vamos mata-lo e jogá-lo num destes poços e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos” (Gn 37.19-20).

Havia uma superstição que quando o profeta tinha um sonho predizendo o futuro e o revelava aos outros, então, o próprio ato de falar tornava forte a sua profecia, pois fazia com que tais sonhos se realizassem. Então, se pudessem matar o sonhador, o próprio sonho se desfaria e perderia o seu poder. 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

 As dez virgens Mt 25 

Introdução

Pompéia foi destruída no ano 79 d.C por uma grande erupção vulcânica matando dezesseis mil reais, desprevenida. O que dizer de Jerusalém, no ano 70 d.C, invadida pelo exercito romano Tito com mais de setenta mil soldados, mais de cem mil pessoas morreram nesse massacre. Os discípulos, a igreja em Jerusalém foi avisada, todos saíram, menos os habitantes de Jerusalém.

1)     O reino dos céus

Jesus no capitulo 24 de Mateus fez seu grande discurso sobre os últimos dias da humanidade na face da terra, os sinais da vinda do filho de Deus. E, no capitulo 25, fala a respeito do reino dos céus e da sua igreja. Ele diz: “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo...” (Mt 25.1).

“Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes”. O numero dez tem a ideia de perfeição, de completude. “Insensatas” são pessoas que vivem não de acordo a vontade de Deus. “Prudentes”, são pessoas que agem com moderação, com sabedoria, evitando a impulsividade. “tomaram suas lâmpadas”, lâmpada é um símbolo religioso...

“Cinco delas insensatas não levaram azeite consigo”. Azeite se carregava para abastecer a lâmpada para que não ficasse sem luz. Enquanto que “as prudentes levaram azeite em sua vasilha”. Na Palavra de Deus, azeite é o símbolo da presença de Deus, é o símbolo da comunhão com Deus, é o símbolo da unção de Deus na vida do crente. E o azeite espiritual não se compra, mas é fruto da comunhão com Deus, de passar tempo com Deus, de se alimentar da palavra de Deus, de ter uma vida de oração e comunhão no meio do povo de Deus.

O noivo demorou a chegar...”. E o que aconteceu? “Todas ficaram com sono e adormeceram”. “...começaram a cochilar e pegaram no sono” (NTLH), “...ficaram sonolentas e adormeceram” (NAA). “Toscanejaram”, “seus olhos ficaram pesados e adormeceram”. O sono tem dois estágios: Primeiro, a pessoa começa a piscar os olhos e já não se preocupa como antes de sua vida espiritual. Em seguida, sono continuo, não tem mais força, ânimo, negligencia as coisas de Deus, e, no final, um total desinteresse pelas coisas espirituais. 

“Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sai ao seu encontro!” O grande grito soou à meia-noite. A noite é fria e longa, todos já estão dormindo, descansando. Ninguém esperaria que um cortejo nupcial aconteceria à meia noite. Ninguém vai em sua casa à meia-noite, raramente alguém te ligar à meia noite.

Porém, o grito soou à meia-noite, em um momento não somente tardio e improvável, mas também inapropriado. Para alguns esse grito será de esperança, de regozijo, de convicção, de Maranata, mas para outros, esse grito será de espanto, de atordoamento, de medo, de pavor e muitos ficarão aterrorizados.

“Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sai ao seu encontro!” Sim, um grito ecoa pela face da terra, um grito lancinante, de angustia. Os sonolentos não poderão continuar dormindo, seus olhos se esbugalham, seus corações se põem subitamente a bater forte! 

Há alegria à meia-noite? Para uns, sim, para outros não. O apostolo Paulo afirma: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da ultima trombeta... a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados” (1 Co 15.52).

À meia noite no Brasil são 24:00 hs; na Alemanha á meia-noite são 5:00 da manhã; no Canadá são 4:00 da manhã; no Chile às 23:00; nos EUA são às 20:00 hs, em Israel ás 5:00 hs; no Panamá às 22:00 hs e no Reino Unido, não importa onde você está, mas “...à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sai ao seu encontro!

Diante do noivo, as virgens insensatas se desesperaram porque não tinham azeite, disseram para as virgens prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque nossas lâmpadas estão se apagando”. Somente havia lâmpada, mas nada de azeite. O azeite não foi renovado, não se preocuparam em colocar azeite, acharam que o noivo iria demorar....

Num ato de desespero tentaram, desesperadamente, conseguir azeite, mas elas responderam: “...comprai-o para vós” (Mt 25.9). Será que há azeite para vender à meia-noite? Sem azeite não tem como participar da festa; sem azeite não tem como receber o noivo; sem azeite não tem arrebatamento; sem azeite não tem corpo imortal e incorruptível...

“...o azeite que eu tenho só é suficiente para um...”. O azeite é individual, a porta é estreita, somente tem um caminho que nos levará ao céu. Mesmo assim, elas saíram para comprar azeite, quando voltaram a porta estava fechada, trancada. Sim, ficaram de fora do banquete, da festa do noivo, da alegria, clamavam: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta” (Mt 25.11). Em seguida o noivo, diz: “A verdade é que não as conheço” (Mt 5.12).

Conclusão

Enquanto as prudentes que tinham lâmpadas e azeite foram ao encontro do noivo e recebidas em sua festa, em seu banquete, em sua boda. A mesma coisa será com aqueles que estão com suas lamparinas acesas, cheias de azeite, cheio da presença de Deus. Quando Jesus voltar, iremos ao seu encontro e estaremos para sempre nos céus.

 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

  Jacó e Betel Gn 35.1-15 

Introdução

Jacó significa “aquele que segura o calcanhar”, enquanto que Esaú é “cabeludo”, eram filhos de Isaque e Rebeca. Dois filhos, dois modos de vida. Enquanto que Esaú gostava da caça, homem dado ao campo; Jacó, era pacato e habitava em tendas. Havia predileção “Isaque amava Esaú, Rebeca amava Jacó. 

1)     Jacó e Esaú

Esaú e Jacó eram gêmeos, nasceram no mesmo dia, primeiro Esaú, depois Jacó. Mas Jacó sempre desejou a benção de ser o primeiro; então, aproveitou a fome de Esaú e lhe convenceu a trocar sua posição por uma tigela do ensopado vermelho (Gn 25.30). Depois, Jacó, o agarrador de calcanhar, enganou ao seu pai afirmando que era Esaú e tomou a benção do seu irmão. 

Esaú se pronuncia sobre Jacó: “Não é com razão que seu nome é Jacó? Já é a segunda vez que ele me engana! Primeiro, tomou meu direito de filho mais velho e agora recebeu minha benção!”(Gn 27.36). Esaú guardou rancor contra Jacó por causa da benção que seu pai lhe dera. E disse a si mesmo: “Os dias de luto pela morte de meu pai estão próximos; então matarei meu irmão Jacó” (Gn 27.36,41).

Com medo de ser morto por seu irmão, Jacó fugiu para Padã-Arã, junto aos parentes de sua mãe. Lá em Padã-Arã Jacó casou-se e teve filhos, ficando 20 anos. O Senhor disse a Jacó: “Volte para a terra de seus pais e de seus parentes e eu estarei com você” (Gn 31.3) Ou seja, Deus estava dizendo, está na hora de voltar, chega de esconder, chega de correr. Encontrar Esaú era uma necessidade espiritual.

Tem algumas manchas no seu passado? Moisés tinha sangue nas mãos. Abraão era mentiroso. Elias era um covarde, fugiu de Jezabel. Jacó era enganador, enganou o pai e o irmão. A rainha Ester manteve sua fé em segredo. Pedro negou Jesus por tres vezes. O apostolo Paulo era perseguidor da igreja. 

Então Jacó voltou para sua terra, antes de se encontrar com seu irmão, parou no vale de Jaboque e lutou com um homem até o amanhecer, era o próprio Deus que estava ali. Naquela noite Deus mandou o nome de Jacó para Israel e lhe assegurou que nada lhe aconteceria. No dia seguinte, Esaú se aproximo de Jacó com quatrocentos homens (Gn 33.1). Jacó, podia ver Esaú à distância, do outro lado do campo. Esaú era grande e musculoso, sua pele era ruiva, seus braços grossos. Carregava um arco e uma aljava pendurados em suas costas.

Mas Deus havia mudado o nome de Jacó, agarrador de calcanhar, ou enganador, aquele que se esconde. Agora, era Israel – aquele que luta com Deus. “Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes” (Gn 33.3). Agora, Israel, mancando, curvou-se sete vezes diante do seu irmão: “Esaú correndo ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço e o beijou. Eles choraram” (Gn 33.4). 

Ambos os olhos se encheram de lagrimas e choraram. Dois irmãos gêmeos se encontram depois de vinte anos. Eles choraram de alivio. Eles choraram de emoção. Eles choraram com o perdão. Eles choraram diante da possibilidade de um novo começo, um recomeço. Esaú chora porque seu irmão estava em casa. Israel chorou porque ficou face a face com seu passado apenas para descobrir que seu passado não tinha poder sobre a sua vida.

Deus foi adiante de Israel, Deus havia cumprido a promessa que havia feito em Betel, vinte anos antes. “Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra” (Gn 28,15). O apostolo João fala a respeito da promessa de Deus sobre nós: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). 


O que tenho que fazer? “confessar os nossos pecados” e Deus “perdoará os nossos pecados”. Diga a Cristo o que você fez. Seja especifico. Não guarde nada. Nenhum pecado é tão antigo, ou insignificante. Você não foi feito para carregar esse peso. Só Jesus pode removê-lo. Olha o convite: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).

2)     Siquem

Deus disse para Jacó: “Sou o Deus de Betel, onde você ungiu uma coluna e me fez um voto. Saia agora desta terra e volte para a sua terra natal” (Gn 31.3). O caminho era singular: viagem a Betel. No entanto: “...Jacó chegou a salvo à cidade de Siquém em Canaã...” (Gn 33.18-19). Siquém ficava apenas trinta quilômetros de Betel! Jacó havia percorrido 800 quilômetros desde que saiu de Padã-Arã. Ele estava perto de seu objetivo. Todavia, ele parou. 

Olha o que aconteceu em Siquém: “Certa vez, Diná, a filha que Lia dera a Jacó, saiu para conhecer as mulheres daquela terra” (Gn 34.1). Diná tinha cerca de quinze anos de idade. O resultado desse passeio, foi o pior possível: “Siquém, filho de Hamor, o heveu, governador daquela região, agarrou-a e a violentou” (Gn 34.2). Siquém era filho do rei Hamor, era um carnal, um bandido. Sua moral era extremamente baixa. 


Depois de ter violentado a moça, ele tenta consertar, reparar: “Consiga-me aquela moça para que seja minha mulher” (Gn 34.4). A noticia da violência sexual chegou aos ouvidos de Jacó: “Quando Jacó soube  que sua filha, Diná, tinha sido desonrada, seus filhos estavam no campo, seus filhos estavam no campo, com os rebanhos; por isso esperou calado até que regressassem” (Gn 34.5). Jacó não gritou, não exasperou, não tomou nenhuma decisão, não procurou Hamor pai de Siquém, mas esperou que seus filhos voltassem do campo.

Quando os seus irmãos souberam da violência que sofreu sua irmã, diz o texto: “...ficaram profundamente entristecidos e irados, porque Siquém tinha cometido um ato vergonhoso em Israel” (Gn 34.7). E agora, Hamor, pai de Siquém tentou abrandar a situação, obrigando todos os homens de Siquém a se circuncidarem, como uma aliança entre a família de Jacó e o povo de Siquém.

Mas os filhos de Jacó, Levi e Simeão, homens sanguinários, três dias depois, armaram com tochas, facas, espadas e porretes: “Os filhos de Jacó pegaram suas espadas e atacaram a cidade desprevenida, matando todos os homens” (Gn 34.25). Os filhos de Jacó estavam cobertos de sangue. “...saquearam a cidade ...apoderaram-se das ovelhas, dos bois e dos jumentos...levaram as mulheres e as crianças, e saquearam todos os bens...”(Gn 34.27-29). 

Conclusão – Jacó em Betel

Jacó estava apenas trinta quilômetros de Betel, na reta final, mas ele parou antes disso. Parou e ficou em Siquém, misturou-se com o povo e o resultado da desobediência foi uma família devastada, sua filha violentada, muito sangue derramado...

Mas Deus é gracioso, não desiste de Jacó, aliás, é gracioso conosco, não desiste de nós. Deus lhe diz: “Suba a Betel e estabeleça-se lá, e faça um altar ao Deus que lhe apareceu quando fugia do seu irmão” (Gn 35.1). Um altar significa coloca Deus em primeiro lugar, significa que Deus tem que ser absoluto em nossas vidas. 

Depois lhe ordenou: “livrem-se dos deuses estrangeiros que está entre vocês”. Tem que acabar com os ídolos, todos os ídolos. O texto fala de “...os brincos que usavam nas orelhas...”, ou “...argolas que lhes pendiam das orelhas”. "Jacó os enterrou ao pé do carvalho"(Gn 35.4 ARA). Com certeza eles estavam carregando ídolos que conseguiram na terra de Siquem, ou trouxeram de Padã-Arã e os brincos eram consagrados aos ídolos. 

“Purifiquem-se e troquem de roupa” (Gn 35.2).trocar de roupa significa purificação, lavagem. Ou seja, as roupas estavam sujas, sim, sujas do pecado, sujas por falsos deuses, ou comportamentos. Agora, uma nova roupa, era lavagem, purificação, reconciliação, aliança com Deus. Uma nova história com Deus. 



 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

 Vinde a mim – Mt 11.25-30 

 Introdução

 Todos nós gostamos de receber convites. Sim, convites de casamentos, convites para noivado, aniversário, formatura. Etc.  O convite significa consideração, que fomos lembrados, significa afeto, ou reconhecimento de quem nos convidou. E, aqui, temos o maior convite, ou a maior consideração que uma pessoa poderia receber. É um convite gratuito: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). 

 Esse convite tem sido imortalizado em nossas musicas e artistas. Handel, em uma de suas obras mais conhecidas “Messias” expressou: “Ele alimentará seu rebanho como um pastor; venham a ele”. O artista Harold Copping pintou Jesus numa montanha com uma grande multidão reunida. Os braços de Jesus estão estendidos em sinal de boas-vindas, e abaixo deles está escrito: “Venham a mim...”.

 Esse apelo “Venham a mim” é a parte mais conhecida do capitulo 11 de Mateus, é a parte mais lida em nossos púlpitos. Está ligado em um parágrafo de seis versos (vs. 25 a 30) e que precisam ser preservados juntos. Os versos contêm dois convites endereçados a nós (vs. 28,29), precedidos de duas afirmações que Jesus fez sobre si mesmo (vs. 25 à 27) do evangelho de Mateus.

 1)   Duas afirmações

Primeiro, Deus é revelado por Jesus Cristo “ninguém conhece o filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Ou “Ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é” (NTLH). Logo, somente Jesus conhece a Deus, de modo que só ele pode fazê-lo conhecido, ou seja, Deus é completa e finalmente revelado em Jesus Cristo. 

 Em Colossenses o apostolo Paulo afirma: “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). O autor do livro de Hebreus ratifica: “O Filho é o resplendor da glória de Deus, a expressão exata do seu ser...” (Hb 1.3). E, o apostolo João fala dessa revelação: “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido” (Jo 1.8).

 Deus é manifestado parcialmente na beleza harmônica do universo criado (Gn 1), Deus é manifestado nas exigências morais da consciência humana e Deus é manifestado nos desenvolvimentos sucessivos da história. Mas, embora a criação expresse a gloria de Deus, a consciência sua justiça, a história seu poder, somente Jesus nos fala do seu amor e do resgaste da humanidade por sua morte.

 A coisa mais enervante sobre Jesus é o seu modo discreto, porém confiante, de proferir suas afirmações bombásticas. No entanto, lá está ele, afirmando: “...ó Pai, Senhor do céu e da terra” (Mt 11.25 ARA). Sim, o Pai é o criador e sustentador de todas as coisas; em seguida, afirma, que “...todas as coisas lhe foram dadas por seu Pai...” (v.27 (a), ou seja, ele é o herdeiro do universo, é o Senhor de todas as coisas.

 A segunda afirmação de Jesus é que Deus é revelado somente aos pequeninos. Os versículos 25 e 26 dizem: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas dos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11.25 NAA), ou “...escondestes estas coisas dos sábios e cultos e as revelastes aos simples” (NVI). Por “pequeninos”, Jesus quis dizer não somente os que tem pouca idade, mas também os que são humildes e tem coração de criança. 

NAS PALAVRAS DE JESUS “PEQUENINOS” OU “SIMPLES” SÃO AQUELES QUE O BUSCAM COM SINCERIDADE E HUMILDADE. ELE DISSE QUE DE TODOS OS OUTROS, DEUS, POR INICIATIVA PROPRIA, SE OCULTA. “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento.  Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.  Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele (1 Co 1.26-29).

Deus é infinito em seu ser, ao passo que nossa mente, pequena e finita, capaz de conquistas extraordinárias nas ciências, é incapaz de descobrir Deus. Portanto, se ficamos em nossos pedestais, supondo investigar e criticar a Deus e proclamando a autonomia de nossa própria razão, nunca o encontraremos.

 No entanto, se descermos do nosso pedestal e nos humilharmos diante de Deus; se confessarmos nossa inabilidade de o encontrarmos por nós mesmos; se nos colocarmos reverentemente de joelhos com a mente aberta de uma criança – Deus se revelará a nós. O Salmista se expressou: “Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes...De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém amamentada...Ponha a sua esperança no Senhor” (Sl 131)

 2)   Dois convites

 Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, eu eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). Este convite é endereçado a todos os seres humanos, todos nós. Ele nos descreve como “cansados e sobrecarregados”. Parece nos comparar bois carregando arado com um jugo pesado, padecendo debaixo de um jugo amarrado ao nosso pescoço e carregando um fardo pesado e esmagador. 

 Assim, todos os seres humanos, estão “cansados e sobrecarregados”. Há fardos de nossos temores, medo, ansiedade, religiosidades, tentações, responsabilidades e solidão. Há o terrível sentimento de que a vida não tem significado nem proposito, que às vezes nos engole. Há o fardo dos nossos fracassos, nossos pecados que merecem o julgamento de Deus.

 É para os “cansados e sobrecarregados” que ele promete descanso, como ele mesmo disse em outra ocasião: “Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mt 9.12). Ou seja, assim como não vamos ao médico a menos que estejamos doentes, não iremos a Jesus Cristo a menos e até que reconheçamos o fardo de nosso pecado. O primeiro passo é a admissão humilde que precisamos dele.

 Somente Jesus Cristo pode levar nosso fardo: “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53.6). “Pois ele levou o pecado de muitos” (Is 53.12). “Vejam! É o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pe 2.24). “Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos” (Hb 9.28). 

 As boas novas de salvação é: O Deus Todo-Poderoso nos ama, apesar de nossa rebelião contra ele; ele veio ao nosso encontro na pessoa de seu filho, Jesus Cristo; assumiu nossa natureza e tornou-se um ser humano; viveu uma vida perfeita de amor e, mesmo não tendo pecado em si mesmo, na cruz identificou-se com o nosso pecado e a nossa culpa: “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado” (2 Co 5.21).

  No livro “O Peregrino” o cristão se depara com uma colina e uma cruz: “...seu fardo, aflouxando, escorregou pelos seus ombros, caiu-lhe das costas...então ficou Cristão alegre e aliviado e disse: Ele me deu repouso, pela sua angustia, e pela vida, e pela morte...”. Estando o Cristão a olhar e a chorar, eis que tres seres resplandecentes se aproximaram dele, e o saudaram dizendo: A paz seja contigo. E o primeiro lhe disse: Os teus pecados estão perdoados (Mc 2.5). O segundo o despiu dos farrapos e o vestiu com nova muda de roupas (Zc 3.3-5). O terceiro gravou-lhe um sinal na testa, deu-lhe um rolo com um selo e mandou cristão observá-lo durante o caminho”. 

 Conclusão

 “Tomem o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.29-30). Quando vamos a Jesus o nosso fardo é retirado e então coloca o seu sobre nós. O que é o jugo de Jesus? É sermos discípulos do seu reino; é nos submeter a sua autoridade; é te-lo como o Salvador e o Senhor. Ou seja, colocar cada área de nossa vida, publica e privada, sob o senhorio soberano de Jesus.

 O fardo que perdemos quando nos achegamos a Cristo era pesado, enquanto o seu fardo é “leve”. O jugo que perdemos quando nos achegamos a Cristo esfolava nossos ombros, machucava. Mas o jugo que recebemos é “suave”. “Meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.