terça-feira, 30 de julho de 2024

 Sansão: nascimento e infância – Jz 13 

Introdução

O texto de Juízes começa com uma nota negativa sobre o povo de Deus: “Mais uma vez, os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor” (Jz 13.1). Temos uma outra frase que se repete no livro de Juízes que ratifica: “Naqueles dias...cada um fazia o que parecia direito aos seus próprios olhos” (Jz 17.6). Notem: para o Senhor, o que faziam era mau. Mas, para eles, ou “aos olhos deles” era direito, era aceitável. O profeta Isaias condenou tal atitude: “Ai dos que chamam o mal de bem e o bem de mal; que dizem que as trevas são luz e a luz, trevas; que afirmam que o amargo é doce e o doce é amargo!” (Is 5.20).

Portanto, uma lição importante a respeito do pecado. A expressão “aos olhos do Senhor”, em contraste com “aos nossos próprios olhos”, ensina que o pecado não é em última instancia, desrespeitar nossa consciência, nossos padrões morais ou sociais e sim, desrespeitar a vontade de Deus para nós. É agir contra o mandamento de Deus, é agir contra a Palavra de Deus. 

Isso bate de frente com a cultura woke, ou o pensamento progressista que afirma: “Só você pode decidir o que é certo ou errado para sua vida”. “Eu sou dono do meu nariz, faço da vida o que eu quero”. Em outras palavras, “meus próprios olhos”, “meus sentimentos” são os únicos critérios para determinar o certo ou o errado. No entanto, pecado é definido como desprezo a vontade de Deus para nós. O que Deus vê como pecado é pecado independentemente do que sentimos, do que a maioria fala ou daquilo que a sociedade concorda.

Hoje em minha leitura devocional meditei em Efésios 5 e quantas coisas aprendemos em um capitulo de coisas que não devemos fazer: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça...não haja obscenidades nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes....Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem impuro nem ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus” (Ef 5.3-5).

1)     Nascimento de Sansão

O verso 2 nos apresenta um casal: “Naqueles dias, um homem chamado Manoá, da tribo de Dã, vivia na cidade de Zorá. Sua esposa era estéril, e eles não tinham filhos” (Jz 13.2). Primeiro, a tribo de Dã ficava no extremo norte, junto ao Monte Carmelo e era a menor de todas. Segundo o texto fala de um casal sem condição de ter filhos. Portanto, é assim que Deus age, na menor de todas as tribos e com um casal estéril, mostrando que o impossível ele faz. 

Em seguida, aparece a expressão “O anjo do Senhor” que aparece a esposa de Manoá; aqui não é qualquer anjo, mas uma teofania, ou epifania, é o próprio Deus que se manifesta ao casal. E anuncia uma promessa: “...ficará gravida e dará à luz um filho”. Então, diante da promessa o anjo lhe faz algumas recomendações, “Portanto, tenha cuidado; não beba vinho e nenhuma bebida fermentada, nem coma nenhum alimento que seja impuro” (Jz 13.5). Interessante que temos feito pouco pelos nossos filhos, espiritualmente falando. Temos investido na vida espiritual deles?

Pois, continua, O anjo do Senhor, “...porque menino será nazireu, consagrado a Deus desde o nascimento; ele iniciará a libertação de Israel das mãos dos filisteus” (Jz 13.5). Sansão é o único juiz de Israel a ser escolhido antes de nascer, ou antes de ser concebido. Isso nos mostra a atemporalidade do nosso Deus, mostra o seu grande poder de se manifestar na vida dos seus filhos. 

“...o menino será nazireu, consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe” (Jz 13.5). O voto de Nazireu está em números 6.1-21 e continha três obrigações básicas. O nazireu não podia cortar o cabelo enquanto o voto durasse: “...não raspará a cabeça com navalha” (Nm 6.5); não podia beber nenhum produto da videira “...não tomará produto algum da videira, desde as sementes até as cascas” (Nm 6.4).  E, por ultimo, não podia tocar em nenhum cadáver “...não se aproximará de um morto” (Nm 6.6). 

O que aprendemos? Todas essas recomendações sinalizavam que a pessoa estava voltada para Deus com muita intensidade e concentração. Não cortar o cabelo (um sinal externo), abster-se da videira (era para não beber, não embriagar com vinho) e mostrava um proposito em sua vida. E, não tocar em morto, significa que a pessoa estava totalmente comprometida, envolvida com a vida de Deus, com a presença de Deus!

Sua esposa era estéril, e eles não tinham filhos” (Jz 13.2). Será que existe algo impossível para Deus? No decorrer da história bíblica sempre aconteceu questionamento sobre o poder de Deus.  Não foi o que aconteceu com Abraão (100 anos) e Sara (90 anos que era estéril e estava na menopausa) e que riram diante da promessa de Deus! “Acaso existe algo impossível demais para Deus?” 

O que dizer de Ana, uma mulher estéril e atormentada pela sua rival Penina? “Ana se levantou e com a alma amargurada, chorou muito e orou ao Senhor” (1 Sm 1.10) E o seu pedido foi atendido e lhe nasceu Samuel! E o que falar de Isabel “era estéril e idade avançada” (Lc 1.7). Deus lhe concedeu João Batista, o precursor do Messias!

E o que falar de Maria? Uma jovem virgem (Lc 1.26-24). O anjo lhe chama de agraciada, no entanto, não entende essa saudação. Em seguida o anjo lhe diz: “Voce ficará gravida e dará luz à um filho, e lhe porá o Nome de Jesus” (Lc 1.31). “Como acontecerá isso, se sou virgem?”. O anjo lhe responde: “O Espirito Santo virá sobre você, e o poder do Altissimo a cobrirá com a sua sombra...” (Lc 1.35). Jesus nasceu, o Filho de Deus, O Messias prometido, a semente da mulher, o cordeiro de Deus, a raiz de Davi, o alfa e o ômega, a estrela da manhã, o lírio dos vales, a rosa de sarom, o amado da minha alma, o nosso redentor, o socorro na hora presente, o grande Eu sou.

2)     Como devemos criar o menino?

A mãe acreditou na promessa do anjo do Senhor. E o pai também era um homem de fé. Ele ora para que Deus apareça novamente e lhe fale como educar o menino. A preocupação de Manoá era com a educação, com a espiritualidade do menino. Ou seja, queria saber “quais eram as regras para a vida e o trabalho do menino”; ele queria mais regulamentações. No entanto, o anjo lhe passa as mesmas que dissera a sua esposa: Portanto, tenha cuidado; não beba vinho e nenhuma bebida fermentada, nem coma nenhum alimento que seja impuro”. 


Em seguida, Manoá pergunta pelo nome do anjo. O anjo respondeu: “além do entendimento”, é maravilhoso demais para a compreensão humana. Em seguida, ele prepara um sacrifício e uma oferta de manjares e O anjo do Senhor “fez maravilhas....ao subir a chama do altar para o céu, o anjo do Senhor subiu com ela” (Jz 13.19-20).

Essa pergunta de Manoá continua reverberando nos corações de muitos pais quanto ao que ensinar aos nossos filhos. Em Deuteronomio 6, temos alguns princípios: “Ouça, ó Israel, O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor”. Não é somente para escutar o discurso, mas de acolher no mais profundo do coração tudo quanto é dito.

Ame ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Dt 6.4-5). Deus demanda amor de seus filhos, de todo o coração (centralidade), de toda alma (profundidade) e com todas as forças (empenho). Eles deverão ensinar os seus filhos não a “obedecerem a Deus” mas a “amarem a Deus”.

 


  

terça-feira, 9 de julho de 2024

A conquista de um sonho Js 14.6-15 



Introdução: Atitudes diante da vida:

Sensação de inutilidade: As frases mais corriqueiras para quem vive com a gente assim, são: “Eu não sirvo para ajudar ninguém”. “Sou um estorvo na vida dos outros”. “Por quê continuo existindo, se a minha vida é vazia, sem sentido?”. O poeta Goethe, autor do livro “Fausto” escreveu: “Vida inútil é morte prematura”, ou: “ou uma morte antecipada”.

Sentimento de autopiedade ou autocomiseração. Quando dizem: “Ninguém se preocupa mais comigo, porque ainda não morri?”. A culpa de tudo isso que está acontecendo comigo é do fulano... Autopiedade produz acusação, acusação produz amargura e amargura afasta as pessoas de você. 

Sentimento de medo. “Eu não vou fazer isso, tenho medo”. “Preciso evitar todos os riscos e perigos”. “O mundo é um lugar muito perigoso, cheio de maldades, crimes, tragédias causadas pela natureza, etc. A pessoa se fecha, se tranca. O medo, porém, é um ladrão que rouba a nossa alegria e nossa paz.

Sentimento de remorso: trata-se de uma mistura de culpa e de arrependimento por escolhas mal feitas, ou, uma “angustia corrosiva que surge de um sentimento de culpa por erros passados. É a atitude de sempre olhar por cima dos ombros para o passado com um longo e profundo suspiro, pensando: “Se ao menos eu tivesse, se ao menos eu não tivesse”.

Canaã

O povo de Israel havia deixado quatrocentos anos de escravidão no Egito, indo em direção a Canaã. Depois de três de meses de viagem e, as portas de Canaã, Moisés envia doze espias, para que avaliem a condição da terra que receberiam como herança da parte de Deus. Dos doze, dez voltam assustados em virtude dos gigantes que viram na terra, enquanto que dois espias, Josué e Calebe, disseram ao povo que Deus daria aquela terra que manava leite e mel. 

O povo de Israel estava acampado numa região chamada Cades-Barnéia, ao sul da terra prometida, a terra de Canaã. Os homens voltaram quase um mês e meio depois. Os líderes se reúnem para ouvir o relatório. Os doze homens chegam à reunião carregados de uvas (aliás, cacho de uva que precisava de dois homens para carregar), romãs e histórias fantásticas sobre a incrível diversidade de frutos e riquezas daquela terra. “Quando chegaram ao vale de Escol, cortaram um ramo do qual pendia um único cacho de uvas. Dois deles carregaram o cacho, pendurado numa vara. Colheram também romãs e figos” (Nm 13.23).   

O que dizer de Canaã? “Lugares altos com chuva abundante para regar os vinhedos (Moabe, Basã e Gileade); desertos para os rebanhos (deserto Judéia, Neguebe); colinas para arvores frutíferas, grãos e azeitonas; vales viçosos para colheitas (o vale do Jordão); vales áridos para figos; um imenso lago de águas frescas com peixes em profusão (Mar da Galileia); uma planície fértil costeira, um grande numero de fonte de água limpa”. 


Contudo, um mês e meio depois, os homens que foram espiar a terra prometida, apresentam o seguinte relatório: “Entramos na terra à qual vocês nos enviou, onde manam leite e mel! Aqui estão alguns frutos dela. Mas o povo que lá vive é poderoso, e as cidades são fortificadas e muito grandes. Também vimos descendentes de Enaque” (Nm 13.27-28). Aliás, os enaquis eram pessos de grande estatura. Diante do tamanho deles, criou-se um ditado: “Quem é capaz de enfrentar os filhos de Enaque?’ 

Além disso:  “Os amalequitas vivem no Neguebe; os hititas, os jebuseus e os amorreus vivem na região montanhosa; os cananeus vivem perto do mar e junto ao Jordão” (Nm 13.29). E os dez espias terminam acrescentando: “Não podemos marchar contra esse povo, visto que é mais forte do que nós” (Nm 13.31).

Em meio ao desespero, um homem de quarenta anos chamado Calebe deu um passo à frente e calou a multidão, e disse: “Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos, em verdade temos a capacidade de conquistar essa terra!” (Nm 13.30). Mas os dez espias espalharam a noticia de que era impossível conquistar a terra de Canaã (Nm 13.31-33). 

Podemos tentar imaginar a conversa durante a reunião: _Calebe, você viu as mesmas coisas que os outros viram? _Sim, vi! Agora, novamente perguntaram para ele: _Faz idéia do tamanho daqueles homens? São imensos, mais altos que jogadores de basquete! Mas, Calebe é incisivo: _Mas vocês se esqueceram da grandiosidade de Deus? Lembrem-se do que ele fez com os egípcios: Lembram-se do mar vermelho se abrindo? Deus disse que nos daria essa terra. Então, porque estamos com os joelhos bambos, medindo o inimigo e nos preocupando com cidades fortificadas? Temos Deus ao nosso lado...

No entanto, os homens, porém, responderam: “Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós” (Nm 13.31). “Vimos também os gigantes (...) diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles” (Nm 14.6-9). Mas, o povo não quis ouvir Calebe e Josué, por isso toda essa geração pereceu no deserto, menos Josué e Calebe.

Calebe – um sonho realizado

O que chama a atenção em Calebe é a sua devoção incondicional por Deus. Veja o que Josué diz acerca de Calebe nos versículos 8, 9 e 14, lemos “...ele foi inteiramente fiel ao Senhor”. Entre todos os grandes homens e mulheres da Biblia, Cabele é a única pessoa de quem foi dito: “Voce foi inteiramente fiel ao Senhor”.

A segunda qualidade era a fé inabalável nas promessas de Deus. No versículo 6, Calebe inicia seu discurso desta forma: “Voce sabe que o Senhor disse a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, sobre mim e você”. Deus prometera dar a terra de Canaã a Israel e prometera uma parte especial dela a Calebe. Durante 45 anos, sonhou com Hebrom! Isto é, somente quem tem o Hebrom sabe porque está se sacrificando hoje, do que deve abrir mão e que direção deve caminhar. 

A terceira qualidade era a humildade autentica. Humildade é considerar os outros mais importante do que nós. Em Numero 13, Calebe foi a primeira voz a transmitir as boas noticias. Josué deu-lhe todo o apoio necessário, mas Calebe foi corajoso ao dizer que o povo deveria tomar posse da terra e confiar no Senhor. Ao longo dos quarenta anos de peregrinação no deserto, vemos uma grande numero de disputas pelo poder, ouvimos falar de muitas murmurações, mas esse líder “inteiramente fiel” não se envolveu nada disso.

A quarta qualidade é a perseverança de Calebe. “Portanto, Hebrom foi de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até o dia de hoje, porquanto perseverará em seguir ao Senhor, Deus de Israel” (Js 14.14). Sabe o que é perseverar? Manter-se firme, sem mudar ou variar o intento; continuar trabalhando em prol do que se quer, não desistir. Ele não se deixou abater pelo tempo decorrido, pela grande quantidade de lutas ou de derrotas que sofrera, ele creu em Deus e manteve-se firme na fé. É hora de se posicionar na presença, manter-se firme, perseverar. 

Conclusão

O que chama a atenção em Calebe é a sua atitude, seu entusiasmo. Dê-me, pois, a região montanhosa...”. Dê esse desafio. Eu não fiquei com medo dos enaquis quando tinha quarenta anos, e estou pronto para essa batalha aos 85 anos de idade! O meu Deus é o mesmo, sempre será o mesmo, nunca mudará. Eu quero Hebrom, eu vou enfrentar os gigantes. 


 


terça-feira, 2 de julho de 2024

  Vícios, prazeres perigosos Pv 23.29-35 

Introdução

O texto lido é como um aviso, uma advertência “Ouça o seu pai, que o gerou...” (Pv 23.22), em relação as seduções do vício, quer se apresente em forma de álcool, maconha, cigarro, cocaína, clack, barbitúricos (sedativos que induzem ao sono), alucinógenos ou outro tipo de qualquer droga. Movido pelo sopro de Deus, o experiente Salomão nos alerta: “Cuidado com os vícios, pois para quem são as dores da vida, senão para os que demoram no caminho da dependência química” (Pv 23. 29).

1)     O caminho do vicio

Para quem são os ais, para quem são os pesares...”. As angustias da alma e as crises da vida levam algumas pessoas a buscar refugio no cigarro, no álcool, nas anfetaminas (remédios), maconha, cocaína e crack, etc. Isso não passa de uma fuga tola da realidade, para depois voltar no mesmo ponto que você estava. O profeta Isaias condena essa busca insana: “Ai dos que se levantam cedo para embriagar-se, e quando a noite cai ainda busca se aquecer embebedando-se mais! (Is 5.11). 

“Para quem são as rixas?”, ou “E as brigas, de quem são?”. No começo as palavras são macias, lhe uma oferecendo um mundo novo, uma satisfação para sua angustia imediata: “Você vai se sentir nas nuvens”. Depois, vem as discórdias, a necessidade de usar novamente, não tem mais dinheiro, começa a vender as coisas de casa, etc. Nessas horas muitos se afastam, pois, a convivência ficará cada vez mais difícil. Revolta e angustias provocarão ainda mais rixas, discussões. 

“...gastam horas se encharcando de vinho...andam em busca de bebidas fortes...” (v.30). Agora, o mundo gira em torno da dependência, levando a pessoa à perda do equilíbrio, da moderação. Isso provoca machucados não só no corpo, mas também na alma, a alma envelhece. O pecado fere profundamente. O profeta Isaias expressa: “Desde a planta do pé até o alto da cabeça não existe nada são; somente machucados, vergões e ferimentos que não foram limpos nem atados, tampouco tratados com azeite” (Is 1.6). 

Não te entregues a contemplar a tintura avermelhada do vinho, quando cintila no copo e escorre suavemente” (v.31). Cuidado com os vícios, fuja, diz o sábio. O brilho de uma curiosidade ingênua dará lugar à insensibilidade espiritual, isso te levará para longe de Deus. “Pois no fim, ele ataca como serpente e envenena como a víbora” (Pv 29.32).

A pessoa, sob o efeito químico, fica entorpecida. A expectativa de uma experiencia alucinante dá lugar às lagrimas dos funestos prejuízos causados por um vício. Para se saber que cicuta (veneno) mata, não é preciso toma-la. Para saber se o cigarro faz mal não é preciso fumá-lo; sabendo que no cigarro tem formol, naftalina, acetona, terebintina, amoníaco, fosforo, resinas,  etc. 

E o crack? É uma mistura de pasta de cocaína com bicabornato de sódio, também tem gasolina, querosene e até água de bateria...

2)     A sedução do prazer

Há uma curiosidade no ser humano pelo desconhecido. Deus deu a ordem: “Comerá livremente o fruto de qualquer espécie de árvore que está no jardim; contudo, não comerás da arvore do conhecimento do bem e do mal...”(Gn 2.16,17). Infelizmente, o homem não obedeceu a Deus e foi expulso do paraíso. O filho prodigo tinha curiosidade sobre o mundo fora da casa do Pai, até que um dia pediu sua herança e “partiu para uma terra distante” (Lc 15.13).

A curiosidade dentro do ser humano não é mau em si mesma, mas pode se tornar uma armadilha. O cristão deve aguçar sua curiosidade para as coisas boas da vida, que edifica. Por exemplo, a pratica constante em um esporte saudável, pesquisas, ler bons livros, assistir bons filmes, frequentar a igreja, conhecer histórias missionárias, evangelizando a cidade com os amigos, pequenos grupos, grupo de oração, etc. 

Cuidado com as mídias, as redes sociais, os aplicativos de celulares, porque exercem uma grande influencia sobre o modo de vida das pessoas. As propagando modernas, tão belas quanto perigosas, incutem imagens implícitas ou até mesmo subliminares no subconsciente. Devemos estar atentos quanto a essas ciladas. Cuidado com as grandes mentiras das belas propagandas. Elas contagiam. Em São Paulo tem um motel chamado “deslize”, ou seja, suavizando o pecado. 


Cuidado com as amizades, principalmente nossos adolescentes. Certas amizades que não edificam, amigos com boca “torpe”, cheio de palavrões, asneiras, daqui a pouco essas palavras estão em nossas bocas. E a questão de ser “aceito” pelo grupo equivale fazer o que todo mundo faz, fumar o mesmo cigarro, beber cerveja, etc. 


3)     Os efeitos inevitáveis.

Sequela física. “No fim, ele morde como a serpente e envenena como a víbora” (Pv 23.32). O vício, diz o sábio, é como o veneno de um animal peçonhento que, ao cair na corrente sanguínea, afeta e altera o funcionamento de todos os órgãos do corpo.  Perdendo a agilidade, destreza, reflexo, resistência física, disposição...tudo isso diminui. A estética fica comprometida: magreza, inchaço, palidez e descuido. 


Sequela psicológica. “os seus olhos verão coisas esquisitas” (Pv 23.33) e “...sua mente imaginará coisas distorcidas”. O dependente químico chegará ao ponto de sofrer alucinações, verá coisas que ninguém vê, só ele. Sofrerá insônias, falta de sono; falta de apetite, etc. Viverá uma vida fora da realidade. Ainda que não aconteça com alguns de forma profunda, a insatisfação na alma é como um buraco negro “Quando vou despertar? Então, voltarei a beber” (Pv 23.35). ou, “Será como alguém que dorme no meio do mar agitado ou deita-se sobre as cordas de um alto mastro”

Sequela social. “Voce será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro” (v.34). E continua o sábio descrevendo a insanidade da dependência: “Fui espancado, mas não doeu; bateram em mim, mas eu não senti nada! Quando vou despertar? Então voltarei a beber” (v.35). O quadro no versículo 34 é surreal, ou seja, no meio de uma tempestade o marinheiro sobe no mastro do navio para dormir! Ou seja, a dependência química além de nos deixar fora da realidade, nos isola das pessoas. 

No verso 35, temos o clima da animosidade com alguém que está sob o efeito do álcool. Envolveu-se numa briga, bateu, apanhou, está todo machucado, mas não sente os golpes, devido a sua embriaguez e o seu vício. E a alma, quer novamente beber, uma alma insatisfeita, que nada consegue lhe suprir.

Sequela espiritual. “Os seus olhos verão coisas esquisitas, e o seu coração o levará a dizer coisas perversas”. Quando está alterado fala e faz coisas inconsequentes. O ensino de Jesus é o de que: “A boca fala do que está cheio o coração” e “o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem”. Na Biblia o coração é o centro das emoções e da vida (Pv 4.23), é o que define quem somos. No versículo 33 temos um coração perverso, malicioso, zombeteiro, logo, está longe de Deus!

Conclusão: O salmo do viciado

Esse “salmo” foi achado em uma cabine telefônica por um policial, nos Estados Unidos. Foi escrito por uma jovem viciada, de 20 anos de idade.

“A droga é a minha pastora, sempre terei necessidade. Ela me faz andar nas sarjetas; guia-me ao lado de águas sujas; destrói a minha vida. Conduz-me pelas veredas da maldade por amor do esforço. Sim, andarei pelo vale da pobreza e temerei todo mal; porque a droga está comigo. Tua agulha e capsula tentam consolar-me; esvazia a minha mesa de alimento na presença da minha família. Roubas a minha capacidade de raciocinar; meu cálice de tristeza transborda. Certamente o vicio me acompanhará todos os dias da minha vida. E habitarei na casa dos marginalizados para sempre. 

A droga gera dependência química; sofremos degradação moral e social; somos conduzidos por lugares escorregadios; o gasto da família é para drogas; o vicio afeta a memória e o raciocínio; ele é infeliz, nunca está contente e o destino é a morte eterna.