Sansão:
o nascimento milagroso. Jz 13.1-21
Introdução: OS OLHOS DE QUEM?
O capítulo 13.1, inicia: “os israelitas
fizeram o que era mau aos olhos do Senhor”. Portanto, Deus os entregou nas mãos
dos inimigos, neste caso, os filisteus. A frase “fizeram o que era mau aos
olhos do Senhor” é frequente no livro de Juízes (2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6).
OUTRA FRASE frequente no livro de Juízes, que diz a mesma coisa, é: “cada um
fazia o que parecia direito aos seus próprios olhos” (17.6; 21.25).
O que o autor está enfatizando? Que muitas
coisas que os israelitas faziam não eram más “AOS SEUS OLHOS”. Ou seja, na
percepção deles, quase todas ou todas as suas atitudes eram perfeitamente
aceitáveis. Mas “AOS OLHOS DE DEUS” o comportamento deles era mau.
Duas lições sobre o pecado. A PRIMEIRA TRATA
DA DEFINIÇÃO DE PECADO. A expressão “aos olhos do Senhor”, em contraste com “aos
nossos próprios olhos”, ensina que o pecado não é em última instância, desrespeitar
nossa consciência, nossos padrões morais ou padrões sociais, e sim, desrespeitar
a vontade de Deus para nós (Sl 51.4).
Isso vai contra o PENSAMENTO MODERNO que “só você
pode decidir o que é certo ou errado para sua vida”. Em outras palavras, “meus próprios
olhos – meus sentimentos e perspectivas – são os únicos critérios para
determinar o certo e o errado. Mas, PECADO é definido como desprezo ao nosso
relacionamento com Deus, como desprezo a vontade de Deus para nós. O que Deus
vê como pecado é pecado independentemente do que sentimos.
A segunda lição: essas frases revelam a
armadilha do pecado aos seus próprios “olhos” ou na percepção deles, não havia
nada de errado na maneira como agiam. Havia no íntimo um conhecimento reprimido
de que estavam longe de Deus, de que rejeitavam sua vontade (Rm 1.18). O amago
do pecado deles era a adoração de ídolos.
1) Terás um
filho.
Em Juízes 13.2,3, conhecemos Manoá, um homem
da tribo de Dã, e sua esposa. E “o anjo do Senhor apareceu à mulher” (v.3).
Sansão é o único juiz a ser escolhido antes de nascer, ou até mesmo antes de
ser concebido (Jr 1.5). A esposa de Manoá “era estéril, nunca lhe dera filhos”
(v.2). “Mas”, diz o anjo do Senhor, “você engravidará e terás um filho” (v.3).
Ele não deve beber vinho nem comer nada impuro (v.4), nem cortar o cabelo do
filho, porque o menino “será nazireu, separado para Deus desde o ventre da mãe.
E começará a libertar Israel das mãos dos filisteus” (v.5).
O VOTO NAZIREU a que o anjo se refere é
encontrado em Números 6.1-21 e continha três estipulações básicas. O nazireu
não podia CORTAR O CABELO enquanto o voto durasse; não podia BEBER produto da
VIDEIRA, alcoólico ou não; e não podia TOCAR em nenhum cadáver. Não cortar o
cabelo e abster-se do fruto da videira mostrava que a pessoa estava “treinando”
para alcançar um objetivo. Não tocar em um cadáver significava que a pessoa
adotara as regras estritas do cerimonial de purificações do sacerdotes, os
quais eram proibidos de tocar qualquer coisa morta por trabalharem diariamente
na casa de Deus. Portanto, um nazireu vivia constantemente na presença de Deus.
2) O Deus do
impossível.
Deus trabalha no mundo por meio de uma
criança cuja existência humanamente falando, seria impossível. Exemplos:
Isaque, o filho da promessa, nasceu de Sara, uma mulher incapaz de gerar filhos
(Sara estava com 90 anos, e Abraão, com 100 anos
– Gn 21.4-7); Samuel, profeta do Antigo Testamento, nasceu de Ana, uma mulher
que era incapaz de gerar filhos (1 Sm 1:5-7); João Batista, que anunciaria a
vinda do Senhor, nasceu de Isabel, que “era estéril, e de idade avançada” (Lc
1.7).
A gravidez de Maria era impossível
por uma razão diferente: ela era virgem (Lc 1.26-34). Para o nascimentos de
todos os bebês, o poder de Deus abriu o ventre das mulheres para que
concebessem naturalmente, MAS DEUS FEZ Maria engravidar sem a participação de
um pai humano.
O que isso nos ensina? Deus
estava mostrando que o cumprimento de suas promessas de salvação estava fora do
alcance de qualquer ser humano; que ele é o único que “dá vida aos mortos e
chama à existência as coisas que não existem, como se já existissem” (Rm
4.17-21).
A salvação que Deus oferecia
por meio de Sansão IRIA “começar a libertar Israel dos filisteus” (Jz 13.5). O
rei Davi, completou a vitória sobre os filisteus, anos mais tarde. Ele libertou
Israel dos inimigos, mas não venceu o pecado de seu próprio coração e, muito
menos, do coração do povo. SOMENTE JESUS oferece a salvação COMPLETA – nesse sentido,
ele foi o único a terminar a obra. Como o anjo disse a José, noivo de Maria: “...ele
salvará seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21).
3) O amor é
melhor do que regras.
A mãe de Sansão mostrou fé ABSOLUTA na
capacidade do Senhor de realizar o impossível (Jz 13.6-7). O pai de Sansão,
TAMBÉM acreditou na mensagem do anjo. No entanto, ele ora ao Senhor e pede que
mande novamente “o homem que enviaste” (Jz 13.8). POR QUÊ? “nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de
nascer”. O anjo apareceu, todavia, não lhes deu mais informações.
“Quais as regras para a vida
e o trabalho do menino” (v.12); Manoá queria mais regulamentações. Em vez
disso, Deus revela a Manoá quem ele é. E seu nome é “....inefável. Maravilhoso”
(v.18) BKJ. Ele é inefável porque “está além do entendimento” e é “maravilhoso”
demais para a compreensão humana. Então, o próprio “Senhor fez maravilhas ao
subir do altar para o céu, o anjo do Senhor subiu com ela” (v. 19-20).
Agora, com respeito a
pergunta de Manoá sobre a criação do filho, Deus responde: “Conhecer a mime ao
meu caráter é muito mais importante do que receber instruções. Somente o
conhecimento profundo de quem eu sou poderá oferecer a direção de que vocês precisam.
Conclusão: Ensine seus filhos, Dt 6:4-5.
“Ouça
Israel” (v.4). O imperativo aponta para uma atitude não apenas
de escutar um discurso, mas de acolher no mais profundo do coração tudo quanto
é dito. POR QUÊ? “O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor”.
Deus demanda amor de seus filhos, de
todo o coração (centralidade), de toda a alma (profundidade) e com todas as
forças (empenho). Este desafio é direcionado, prioritariamente, aos pais.
Conseqüentemente, eles deverão ensinar seus filhos não a “obedecerem a Deus”,
mas a “amarem a Deus”
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