Sansão:
o mulherengo. Juizes 14.1-4
Introdução: o esquema da sedução (Pv 7-7-20).
Passo
1: Local. A sedução se inicia quando se está no lugar errado, na hora errada
(7.8). Apesar de saber o risco que corria, o rapaz passava perto da casa da
mulher adúltera quando já estava escuro.
Passo
2: “Bote”. A mulher foi encontrar-se com ele, VESTIDA DE MANEIRA PROVOCANTE, o
abraçou e o beijou. Ela deixou evidente suas intenções.
Passo
3: adulação. “Por isso sai procurando você. Eu queria encontra-lo, e você está
aqui” (7.15). Imediatamente, a mulher tratou de mostrar seu interesse pelo
rapaz, demonstrando estar deslumbrada por tê-lo encontrado.
Passo
4: Charme. Ela descreveu para o rapaz o ambiente sedutor e convidativo que já
tinha preparado antevendo a possibilidade de encontra-lo. Para um homem
carente, é quase impossível resistir a um convite como esse, ainda mais se ele
não estiver preparado para fugir à tentação.
Passo
5: Sentimentos. “Venha, vamos amar a noite toda. Passaremos momentos
felizes, nos braços um do outro” (7.18). Quando uma mulher bonita faz um
convite como esse a um rapaz “sem juízo”, inexperiente, ela mexe com seus
sentimentos.
Passo
6: Engano. Depois que o rapaz já tinha caído como um “patinho” em sua
armadilha, ela o engana mais uma vez, dando-lhe a falsa impressão de que ambos
estavam livres para se divertir, sem que tivesse consequências posteriores. “O
MEU MARIDO NÃO ESTÁ EM CASA ELE FOI FAZER UMA LONGA VIAGEM. LEVOU BASTANTE
DINHEIRO E SÓ VOLTARÁ DAQUI A ALGUNS DIAS” (7.19-20).
1)
Uma mulher filisteia.
Sansão
já é adulto, e o Espírito Santo começa a trabalhar nele (Jz 13.25). Um dia, ele
“desceu Timna e viu ali uma jovem mulher
filisteia” (v.1). Quando voltou para casa, Sansão disse a seus pais: “Eu vi
uma mulher em Timna, uma das filhas dos filisteus. Trazei-a para que seja minha
mulher” (v.2). Os pais de Sansão se
lembravam de que o anjo profetizou que Sansão libertaria os israelitas da
opressão dos filisteus. Que angustia que sentiram quando Sansão volta para casa
e, em vez de lutar contra os inimigos de Israel, anuncia que quer se casar com
uma mulher daquele povo!
Ele
perguntam se não há uma mulher entre os parentes, ou pelo menos em Israel, com
quem ele possa se casar, “para que vás tomar mulher entre os filisteus, aqueles
incircuncisos?” (v.3). CIRCUNCISÃO era
um sinal de que a família tinha uma aliança ou um relacionamento pessoal com
Deus, como parte de seu povo. No entanto, Sansão não queria saber de conversa: “tomai-me
esta”, ele insiste com grosseira; e completa: “Ela agrada aos meus olhos” (Jz
14.3). É esse tipo de abordagem e padrão moral que os israelitas adotam: FAZER
O QUE ERA MAU AOS OLHOS DO SENHOR, PORQUE ERA CERTO AOS PROPRIOS OLHOS (Jz
13.1; 17.6).
Duas
cousas em Sansão: IMPULSIVO E INDÓCIL.
IMPULSIVO.
Ele é totalmente sensual, é controlado pelos sentidos – ele reage ao que sente
a partir do que vê, sem ponderações. Ele vê – e, a seguir, ele toma.
INDÓCIL.
Ele desdenha dos conselhos e da autoridade dos pais. O livro de Proverbios
explica de modo amplo como é soberbo e tolo aquele que se recusa a ouvir
conselhos de terceiros (Pv 19.20; 12.15).
2)
Jugos desiguais.
Por
que a Bíblia ordena que os crentes não entrem em casamentos desiguais? O texto em
Exôdo 34.15,16 manda que Israel não faça aliança “com os habitantes da terra”
(ou seja, com aqueles que não conhecem o Senhor) nem tomem “para teus filhos
mulheres entre as filhas deles”. Porque essas uniões, levariam os israelitas a
se juntar quando se “prostituissem com os seus deuses” (v.16).
Em
2 Corintios 6.14-16, o apostolo Paulo reitera seu apelo aos crentes para que
não se unam àqueles que não cultuam o Deus verdadeiro. Em 2 Corintios, assim
como em Exodo, o motivo principal é que tais casamentos fragilizam a lealdade
do crente a Deus – “que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos” (v.16). Alguém
pode dizer: “Isso não é dificuldade para mim. Posso me casar com X porque
ele/ela respeita totalmente a minha crença e nunca me impedirá de praticá-la”.
3)
A sutileza do
pecado.
Em
Juízes 14.4 é a chave para entendermos porque Sansão vai atrás de uma
filisteia. “Mas seu pai e sua mãe não
sabiam que isso (o desejo de Sansão de casar com uma filisteia) vinha do
Senhor, que buscava ocasião contra os filisteus”. Ou seja, a união entre esses
dois povos era tal que nem o Senhor consegue encontrar algo que os force a se
separar. Portanto, ele usa as fraquezas de Sansão para gerar o relacionamento
com essa mulher irresistível.
Deus
continua comprometido integralmente com as promessas de sua aliança. Ele
promete amar os israelitas, dar-lhes uma herança e nunca desfazer esse
compromisso (Jz 2.1). AQUI, DEUS É TÃO FIEL ÀS SUAS PROMESSAS QUE NÃO SOMENTE
AS CUMPRE APESAR DO PECADO DE SEU POVO,
MAS ATÉ POR MEIO DE SEU PECADO. DEUS USA O COMPORTAMENTO PECAMINOSO DO SEU POVO
PARA LIBERTÁ-LOS.
O
povo de Deus não tem de viver em paz com o mundo – pois a “amizade do mundo é
inimizade contra Deus” (Tg 4.4). Por que? Porque, se formos iguais ao mundo,
adoraremos os ídolos e abandonaremos o Senhor Deus; como Tiago afirma, seremos “adúlteros”.
4)
O leão, a aposta
e a mulher.
Três
coisa importantes: Sansão é impulsivo e indócil; Israel praticamente se
misturou com os filisteus; Deus está gerando conflitos para que o povo volte
para Ele.
Inicialmente
Sansão menospreza o voto de nazireu. Quando “um leão novo o atacou, rugindo,
ele despedaçou o leão com as mãos vazias” (14.5-6). Como nazireu, Sansão não
podia tocar em animal morto, no entanto, toca no animal para tirar o mel que havia
se formado na carcaça do animal (8,9). Sansão se prepara para casar, e aposta - trinta vestes de linho e trinta mudas de
roupas -, com os filisteus, afirmando
que eles não eram capazes de decifrar o seu enigma: “Do que come saiu a comida,
do que é forte saiu a doçura”.
Sansão
é obrigado a contar o enigma, visto que a mulher fora ameaçada pelos “amigos de
Sansão”, e diante disso, ele mata trinta filisteus, não para salvar Israel, mas
para se vingar a pagar a dívida. Mais
tarde, Sansão ficou Sabendo que a filisteia de Timna “foi entregue a um dos
amigos que havia sido seu companheiro” (v.20). Impulsionada por essa traição,
ele incendiou as plantações dos filisteus com trezes raposas. Depois, os
filisteus se armaram e acampará em Judá, “para amarrar Sansão e retribuir-lhe o
que nos fez” (Jz 15.10). Mas “o Espírito do Senhor se apossou dele”. Sansão
arrebenta as cordas e, “achando uma queixada de jumentos ainda fresca a apanha
e mata mil homens com ela” (15.14,15).
Conclusão:
o que podemos aprender?
·
Reconhecer a
diferença bíblica entre dons e fruto. Algumas pessoas usam seus dons como “prova
autojustificativa de que estão bem espiritualmente”.
·
O melhor
indicador de saúde espiritual é a nossa vida de oração e não nossas atividades
religiosas. As orações são afetuosas, agradáveis, consistentes? Ou, oramos
somente quando estamos em dificuldades?
·
Temos de evitar o
cristianismo do tipo “Cavaleiro Solitário”. Sansão, além de não ouvir
conselhos, ele nunca trabalha com ninguém nem forma equipes.
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