A figueira que secou. Mc 11: 12-19.
Questionamos com Deus: Por quê Jesus
fez isso com a pobrezinha da figueira, se está dito que nem tempo de figos era?
Que abuso! Que capricho! Por que Ele tratou assim a pobre dessa árvore? Que
implicância vegetal foi essa? Afinal, está explicitado o fato de que não era a
estação dos figos.
· Primeiro, Quando foi que esse episódio aconteceu? Pelo contexto do
Evangelho, foi no final de março; próximo de abril.
· Segundo, quando era tempo e estação de figos no Oriente
Médio? E a resposta é a
seguinte: em junho eles começavam a aparecer; e em agosto, eles ficavam doces e
saborosos.
· Terceiro, qual a principal característica da figueira? E a
resposta é simples. Estranhamente, ela inverte um processo que é quase comum em
todas as árvores frutíferas, que primeiro colocam para fora as suas folhas, e depois trazem à
luz os seus frutos. A figueira traz primeiro à luz os seus frutos, depois é que
ela mostra a folhagem. De modo que no mês de março, o que havia no caminho
entre Betânia, o Monte das Oliveiras onde isto aconteceu, e a cidade de
Jerusalém para onde eles estavam indo, era uma quantidade enorme de oliveiras e
de figueiras. Só que todas as figueiras estavam nuas, peladas, próprias,
adequadas à estação. E no meio daquela multidão de figueiras adequadas à
estação, portanto, nuas de frutos e de folhas, havia uma que se “projetava”,
que fazia um showcase vegetal, e que mostrava uma quantidade enorme de
folhagens, verde, verde, verde.
· Quarto, E Jesus estava com fome. Ele disse: eu vou comer dessa
figueira que está cheia de frutos fora da estação!
E ele vai lá; procura em baixo da figueira
toda, e entra; folhagem em abundância; mas nem um fruto sequer. O interessante,
é que Ele amaldiçoa essa figueira, dizendo: Nunca mais ninguém coma fruto de
ti!
1) Quais as lições?
· Primeiro, uma
propaganda enganosa. A figueira
sem frutos é um símbolo da nação de Israel e do culto judaico. Tinham pompa,
mas não vida; tinham rituais, mas não comunhão com Deus; tinham inúmeros
sacerdotes, mas não homens de Deus.
· Segundo, A figueira sem frutos aparenta
superar as demais figueiras. A
figueira sem frutos destacava-se dentre as demais. Assim são aqueles que
parecem verdadeiros cristãos, mas só têm aparência.
· Terceiro, A figueira
sem frutos parecia desafiar as estações do ano. A figueira produz folhas em março ou abril e,
então, começa a produzir frutos em junho, com outra safra em agosto e,
possivelmente, a terceira colheita no mês de dezembro. A presença de folhas
implicava na presença de frutos. Ela fazia propaganda do que não tinha. Assim
também algumas pessoas parecem muito adiantadas em comparação com as pessoas ao
seu redor, mas é só fachada, só aparência.
· Quarto, A figueira sem frutos
atraiu a atenção de Jesus. Ele viu de
longe essa árvore. As demais ainda não tinham folhas. Essa árvore era a única
que estava em posição de destaque. Essa figueira representa aqueles que sem
nenhuma modéstia tocam trombetas e anunciam frutos que não possuem.
2) O que Jesus faz?
· Primeiro, Jesus tem o direito de procurar frutos em nossa
vida. Ele
perscruta profundamente a nossa vida para ver se tem fruto, alguma fé genuína,
algum amor verdadeiro, algum fervor na oração. Se ele não encontrar frutos não
ficará satisfeito. O Pai é glorificado quando produzimos muito fruto (Jo 15.8).
· Segundo, Jesus não se
contenta com folhas, Ele quer frutos. Jesus teve fome. Ele procurava frutos e não
folhas. Ele não se satisfaz com folhas. Ele não se satisfaz com aparência. Ele
quer vida.
· Terceiro,
Jesus não se deixa enganar. Quando Ele se
aproxima de uma alma, Ele o faz com discernimento profundo. Dele não se zomba.
A Ele não podemos enganar.
· Quarto, Ele não julga segundo a aparência. Se eu professo a fé sem a possuir não é isso
uma mentira? Se eu professo arrependimento sem tê-lo não é isso uma mentira? Se
eu participo da Ceia, mas estou em pecado e não amo aos meus irmãos, não é isso
uma mentira? Charles Spurgeon diz que a profissão de fé sem a graça divina é a
pompa funerária de uma alma morta.
· Quinto, uma condenação dolorosa. Jesus decretou uma dupla condenação à figueira sem fruto. Ela secou desde a raiz. João Batista já havia alertado para o machado
que estava posto na raiz das árvores (Mt 3.10). A falência dessa árvore foi
total, completa e irremediável.
· Ela nunca mais produziu fruto. Jesus sentenciou a figueira a ficar como
estava. Esse é o maior juízo de Deus ao homem, ficar como está. Jesus condenou
a árvore infrutífera. Spurgeon diz que Jesus não apenas a amaldiçoou, ela já
era uma maldição. Ela não servia para o revigoramento de ninguém. A sentença
foi: fica como está; estéril, sem fruto. Continue sem graça. Jesus dirá no dia
final: “Apartai-vos” para aqueles que viveram a vida toda apartada.
Conclusão: Mateus 7:21 e 22. Autoexame.
· “Naquele dia”: juízo final (Lc 10.12). V.22: “em teu nome...(três
vezes). Ele dirá: “Nunca vos conheci”.
· “os que praticais a iniqüidade” (ausência de princípios, normas,
regras). O salvo tem fruto.
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