terça-feira, 9 de agosto de 2022

 Deus é bom o tempo todo Sl 23 

Introdução

Qual é o tamanho do nosso Deus? A imagem que temos de Deus vai dizer qual é o seu tamanho. A igreja sempre foi forte ou fraca, dependendo da sua concepção de Deus. Infelizmente, não enxergamos Deus como ele é. O Salmista diz: “Ó magnifiquem o Senhor comigo” (Sl 34.3). “Magnificar” pode significar duas coisas: “deixar maior do que é” ou “enxergar a grandiosidade que algo tem”. Portanto, quando o Salmista convida “Magnifiquem o Senhor”, está nos incentivando a tentar enxergar algo próximo da grandiosidade que ele tem.

1)     Deus é bom ...

Quem é Deus? Deus é bondoso, gracioso, benigno e benevolente. Deus é tudo isso infinitamente. Por que afirmo tal coisa? Porque a infinitude é um atributo divino. Para Deus é impossível ser qualquer coisa e não ser infinitamente o que ele é....O sol é possível brilhar, mas não infinitamente, porque ele não contém toda a luz que existe. A montanha é possível ser grande, mas não infinitamente grande. Um anjo pode ser bom, mas não infinitamente bom...só Deus reivindica para si a infinitude.

Deus é essencialmente bom; não apenas bom, mas é a própria bondade; na criatura, a bondade é uma qualidade acrescentada; em Deus, é a sua essência. Ele é infinitamente bom; na criatura a bondade é uma gota, mas em Deus há um oceano infinito ou um infinito ajuntamento de bondade. “Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe  dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem” (Mt 7.10-11). 

Quando digo que Deus é bom, quero dizer que ele tem um coração cuja bondade é infinita e para a qual não existem limites. Outrossim, em Deus “em Deus não mudança nem sombra de variação” (Tg 1.17). O Deus que foi, ele é. O que Deus é e era, ele será. Os querubins cantam dia e noite sem cessar: “Santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, que era, que é e que há de vir” (Ap. 4.8). Jamais haverá alguma alteração em seu ser.

 2)     O tempo todo é bom

A bondade de Deus é manifestada na criação. Tome a mais elevada criatura de Deus – o homem – mais visível se torna a bondade de Deus. Deus por sua bondade nos criou. Por isso tem abundantes motivos para dizer com o Salmista: “Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso foi formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14). Um ateu americano comunista, estava sentado na mesa da cozinha alimentando sua criança de poucos meses. Ele observava, aquela pessoa em miniatura que exigia tanta atenção, até que, começou a prestar atenção no formato da orelha, tão singularmente e perfeitamente designada para cumprir sua missão de detectar e conduzir ondas sonoras. A partir desta observação, deixou de ser ateu e tornou-se cristão. 

A bondade do Senhor, determina o sono restaurar o corpo cansado! “Eu me deito e durmo, e torno a acordar, porque é o Senhor que me sustém” (Sl 3.5). “...suas misericórdias são inesgotáveis, renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Lm 3.22-23). Que bondosa a sua provisão, dar aos olhos cílios e sobrancelhas para protege-los.

A bondade de Deus é manifestada nas criaturas. “Os olhos de todos estão voltados para ti, e tu lhes dá o alimento no devido tempo. Abres a tua mão e satisfazes os desejos de todos os seres vivos” (Sl 145.15-16). Sejam as aves do céu, os animais das matas ou os peixes do mar, foi feita abundante provisão para suprir todas as suas necessidades. “Observem as aves dos céus: não semeiam e nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta...” (Mt 6.26). Deus “dá alimento a toda carne, porque a sua benignidade dura para sempre” (Sl 136.25). Realmente “a terra está cheia da bondade do Senhor” (Sl 33.5).

A bondade de Deus é manifestada na variedade de prazeres naturais que ele providenciou para suas criaturas. Deus poderia ter se satisfeito em saciar nossa fome sem que os alimentos fossem agradáveis ao paladar, mas revestiu os diferentes tipos de carne, vegetais e frutas; com seus aromas, cheiros e gostos alternados. A maciez da maçã e seu gosto diferenciado; o cheiro do café impregnando todo o ambiente, etc. 

 A bondade de Deus é manifestada nas variedades das lindas flores com suas cores e folhagens que encantam o nosso mundo e o nosso olfato e com seus doces perfumes. Imagine o mundo sem as rosas e temos mais de 100 espécie de rosas espalhadas pelo mundo. Ou a Cala ou lily (copo de leite) usada muito em casamentos; a formosa Pluméria, o magnifico girassol, o Crisântemo ou flor de ouro,  e o que falar das lindas orquídeas, as hortênsias, as tulipas...etc.  E, mais, imagine o nosso mundo sem os pássaros com suas diversidades e seus cantos todas as manhãs...isso é bondade de Deus impregnada no mundo. 

A bondade de Deus  é manifestada na vinda do Filho de Deus, Jesus Cristo. Seu ministério terreno curando, salvando, abrindo os olhos dos cegos, fazendo paralitico andar e ressuscitando mortos e trazendo-os a vida. A bondade é manifestada em sua morte por nós, em nosso lugar. E em sua ressurreição, nos dando a esperança da vida eterna. Não somente isso, mas sermos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo Jesus, nosso Senhor.

A bondade é manifestada quando Deus responde nossas orações. Embora não somos merecedores, somos pecadores, Deus responde nossas orações por ser bom. Quantas orações que fizemos a Deus foram respondidas! Quantas angustias enfrentamos e Deus sempre esteve presente. Isso tudo é por causa da sua bondade, de sua benignidade, de sua afável benevolência, ele age assim, ele é assim! Eis a fonte de tudo. 

3)     A bondade e a severidade de Deus

Contudo, não nos deixemos afogar em tanto sentimentalismo. Deus não é apenas bom. Também é severo. Romano fala da severidade de Deus: “Portanto, considere a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22). O texto afirma que, porque Israel se afastou dele, Deus foi severo com a nação e cortou-a temporariamente da boa oliveira, enxertando os gentios em seu lugar. Considere, então, a bondade e a severidade de Deus. E nos exorta: “Portanto, considere a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado” (Rm 11.22).

Deus é bom para com todos que aceitam a sua bondade. Para os que a rejeitam, não há nada que o Todo Poderoso possa fazer, pois concedeu ao homem o direito de escolha. “Hoje lhes dei a escolha entre a vida e a morte, entre bênçãos e maldições...” (Dt 30.19).

Mas, quanto aqueles que se submetem a sua bondade desfrutam da presença do Filho de Deus em nós e essa presença é manifestada pela simpatia e empatia. A palavra simpatia vem de dois termos: “pathos” que significa “sentir ou sofrer com frequência” e “sim” quer dizer “junto”, como a sinfonia. Portanto, simpatia é Deus sentindo e sofrendo conosco. A empatia, é a capacidade de se projetar em outra pessoa e sentir o que ela sente.

Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel em relação a Deus e fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados” (Hb 2.17-18).

Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4.15-16).

São passagens repletas de empatia. Não só o Senhor se compadece de nós em nossa miséria, como também é capaz de se projetar em nós, para saber como nos sentimos e poder senti-lo conosco.

Conclusão: ousadia

Toda bondade de Deus e com o sacrifício de seu filho por nós, nos transporta para uma vida de oração. E o Lutero era o exemplo maior de ousadia na oração na história da igreja. Quando iniciava sua oração, orava com tamanha abnegação, tamanha humildade, tamanho sentimento de penitencia (arrependimento), que as pessoas ficavam com dó dele. Mas, a medida que ele prosseguia, sua oração ganhava contornos de tamanha ousadia que seus ouvintes acabavam temendo por ele. 


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