terça-feira, 3 de junho de 2025

 Aviva sua igreja, ó Senhor! – Ne 8.1-10  

O que é o avivamento? É o sopro de Deus para tirar a poeira acumulada no decurso dos anos? É uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito Santo sobre a sua igreja, pela qual toma consciência de sua Santa Presença e é surpreendida por ela. O Avivamento ocorre depois de um período de decadência moral, concessões ao pecado; depois de viver muito tempo praticando um culto frio e repetitivo; depois de certas tragédias familiares e pessoais. 

No século XVIII a França passava pela “Revolução Francesa”, onde mais de quarenta mil pessoas morreram guilhotinadas. A Inglaterra vivia um marasmo espiritual, até que Deus levantou John Wesley para pregar a palavra de Deus para as pessoas mais simples. Sim, Deus fez um grande avivamento através da vida de John Wesley, Charles Wesley, George Whitifield, varrendo a igreja da Inglaterra e dos Estados Unidos da América. 

O que o avivamento produz? A volta ao primeiro amor, a prática das primeiras obras; produz convicção e confissão de pecado; o avivamento santifica e movimenta sua igreja; o avivamento vem como um vento impetuoso batizando com Espírito Santo e renovando crentes. Em decorrência do avivamento, temos uma igreja que medita na Palavra de Deus, uma igreja que ora, que busca ao Senhor intensivamente. E por fim, uma igreja que evangeliza, que discipula, que vai em busca das almas perdidas!

1)     Um avivamento na Porta das águas 

Nos dias de Neemias, depois da reconstrução dos muros da cidade, algo grandioso aconteceu no meio do povo de Deus. De acordo com Neemias 8.1: “...todo povo se ajuntou”. Agora todos estavam protegidos residindo em suas casas, trabalhando, vivendo suas vidas. Mas havia um vazio, um vácuo espiritual na vida do povo de Deus. Diz-nos o texto: “...chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas casas...Esdras, o escriba...o livro da lei de Moisés, que o Senhor ordenara a Moisés” (Ne 8.1).

O que podemos falar sobre a igreja? Nos contentamos com pouco. Nos Acostumamos com nossos cultos, nossas reuniões, com nossos departamentos, com nossos congressos, nossas pregações. nos Acostumamos com o conforto da nossa igreja, de toda estrutura que ela nos oferece; nos acostumamos com o ordinário, com o dia a dia, com aquilo que estamos acostumados a fazer todos os dias. Mas será que é só isso, servir ao Senhor? Então, o que ainda falta? 

Primeiro uma volta para as Escrituras. Sim, um dos lemas da reforma protestante era “Solas escrituras”. O que o escriba Esdras fez? “...leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até o meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3). Duas coisas saltam do texto: o tempo que o escriba leu as escrituras, isto é, desde o nascer do sol até ao meio-dia; uma multidão composta de homens e mulheres e ouviam a palavra de Deus. 

Portanto, o primeiro passo para a igreja sair do ordinário e entrar no sobrenatural é meditar na palavra de Deus. A Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Revelação vem do grego “apocalipsis”, que significa o ato de tirar o véu que encobre o desconhecido. Ela é inspirada por Deus, ela é “theopneutos”. Deus inspirou mais de quarenta escritores, em três continentes, num período de 1600 anos, enfim, é a verdade revelada de Deus ao mundo. Portanto, podemos afirmar:

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2 Tm 3.16). “A palavra de Deus é comprovadamente pura; ela é um escudo para quem nele se refugia” (Pv 30.5). Por fim, em hebreus lemos: “A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4.12). 

O segundo passo é um respeito para com a verdade. O texto nos diz que o povo ouviu atentamente. “Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram com esse fim...abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé” (Ne 8.4-5). Havia respeito pela Palavra e todos ouviam atentamente o que estava sendo pregado. As pessoas não estavam mexendo em celulares, indo ao banheiro ou conversando na hora da Palavra. 

O terceiro passo é a verdade sendo explicada diante do povo. Diz o texto: “Leram o livro da lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido” (Ne 8.8). Duas palavras importantes: “traduzindo-o e explicando-o”. A palavra traduzir em hebraico significa “tornar algo distinto, separado de outro coisa, a fim de que esta coisa flua e adquira um estilo”. Por que precisou traduzir as escrituras? Porque a Bíblia estava em hebraico e o povo falava a língua aramaica, língua do povo babilônico. Ouviram a Biblia hebraica mas com ouvidos babilônicos. Então, os escribas treinados, preparados, pegaram o texto em hebraico e o tornaram significativo aos ouvidos dos que escutavam. 

E depois? Depois do texto traduzido, o verso diz que “... explicando-o a fim de que entendesse”. O texto saltou diante deles levando-os ao entendimento, a compreensão, ao discernimento – aquela habilidade espiritual que aprendemos nos cultos de ensino e na escola dominical que nos leva ao entendimento além da superfície. Primeiro, leram o texto, depois explicaram o que está no texto. 

Em seu livro “O peregrino” John Bunyan leva o cristão até uma sala, lá ele viu um quadro retratando um homem com os olhos direcionados para o Céu, o melhor dos livros nas mãos e a lei da verdade sobre os seus lábios.  Como uma coroa de ouro na fronte, ele estava em uma atitude como se fizesse um pedido aos homens. Então o Cristão perguntou: “O que significa esse quadro?” O intérprete respondeu: o homem do quadro é um entre mil, ele gera filhos; os olhos em direção ao céu, o melhor dos livros em sua mão e a lei da verdade sobre os lábios representam seu trabalho que é conhecer e revelar as coisas encobertas para os pecadores. Ele está em pés porque tenta convencê-los. A coroa de ouro em sua cabeça representa o desprezo pelas coisas do mundo, e o seu amor ao serviço do mestre. (O peregrino pg 39). 

O quarto passo a verdade foi aplicada. Aqueles que a ouviram, responderam. Então Neemias, que era o governador, autoridade civil, e Esdras, o ministro e escriba, e os levitas que estavam instruindo o povo disseram a todos: “Este dia é consagrado ao Senhor, o nosso Deus. Nada de tristeza e choro! Pois o povo estava chorando enquanto ouvia as palavras da lei” (Ne 8.9). O povo estava chorando, quebrantando-se na presença do Senhor enquanto a lei estava sendo lida...

O que é uma pregação? “A pregação é uma ponte entre dois mundos, entre o texto antigo e o ouvinte dos dias atuais. De tal maneira que voce não prega diante da congregação, voce prega à congregação” (Martin Loyd Jones).

Conclusão: Passos para o avivamento.

O povo entendeu as palavras dos escribas:” E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse” Neemias 8:8.

O povo chorou. POR QUE CHORAVAM? Porque sabiam que eram culpados. Também recordavam os pecados dos seus antepassados que os tinham levado ao cativeiro. Sentiram uma culpa tão profunda que ela provocou um pranto intenso.

O povo se alegrou: Neemias levantou-se e disse: “Agora, parem com isso. Deus é perdoador. Vamos mudar. Este é um dia santo. Este não é um dia de choro, mas de celebração”. A ALEGRIA DO SENHOR É A NOSSA FORÇA. 


 

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