Aquilo que eu mais temia desabou sobre a minha cabeça – Ester
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Introdução:
Nosso Senhor sintetizou a vida no evangelho de João: “...neste
mundo mau vocês sempre terão dificuldades. Mas fiquem firmes! Eu venci o mundo”
(Jo 16.33). O patriarca Jó poetizou também sobre a vida humana: “O homem,
nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação” (14.1). Ou, “como é
curta a vida do homem, cheia de medo e sofrimento” (A Bíblia Viva”).
A cada ano ocorrem desastres naturais, como tornados,
enchentes, explosões vulcânicas, terremotos, maremotos, tsunamis, monções,
secas no Nordeste, queimadas na Amazônia, furacões, deslizamentos de terras-
matando famílias inteiras, granizo, etc. “Porque sabemos que toda criação geme
e padece, como em dores de parto...”(Rm 8..22).
As nossas crianças nascem com graves defeitos congênitos,
incapacidade e deficiências, acidentes terríveis que provocam ferimentos que
debilitam, ameaçam a vida. Milhares de pessoas sofrem com dores crônicas.
No mundo doméstico trazem histórias de mulheres espancadas
fisicamente e emocionalmente e, sem mencionar os filhos que são negligenciados
ou abandonados pelos pais. Uma pesquisa feita em 2018 constou que 500 mulheres são agredidas
fisicamente a cada hora no Brasil.
Agora, olha ao mundo ao nosso redor. Olha pra Venezuela – são
4 milhões de refugiados; Coréia do Norte, Bolívia, Chile, etc.
A palavra de Deus nos ensina que no começo não era assim, mas
com a entrada do pecado veio a maldição da dor e do sofrimento e, finalmente, a
morte física. O MAL ESTÁ SEMPRE ALI, ESPREITANDO NAS SOMBRAS, PRONTO PARA
INVADIR E VIOLAR. O PECADO É UMA DOENÇA UNIVERSAL. ELE DESTRÓI PARCERIAS,
CASAMENTOS, IGREJAS, ACABA COM OS SONHOS...
1)
“Naqueles
dias...”
O rei Assuero encontrou uma esposa Ester, uma estrela
brilhante, uma jovem com beleza interior e exterior: graciosa, discrição, humilde,
beleza interior, simpatia e respeitava autoridade. A órfã encantadora e
discreta foi coroada rainha. A nação se rejubila, se alegra. Mas, “...Bigtã e
Teres -, não perdoaram o rei, não conseguiram ignorar o fato de ele ter feito
ou dito algo contra eles. Alguém poderia ter aconselhados os eunucos: “deixa
pra lá, releva, afinal, é o rei”. Por que o que quer que fosse, não justificava
uma conspiração e certamente não merecia um assassinato planejado. O MAL OPERA
ASSIM: QUANDO UMA OFENSA NÃO É REFREADA, ELA CRESCE E SE TRANSFORMA EM ÓDIO, EM
SEGUIDA, ASSASSINATO.
“E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber
à rainha Ester; e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu”. Os dois eunucos
foram pendurados numa forca como advertência aos moradores da gravidade de insurgir
contra o rei. Em outras palavras, a
conspiração não compensa. No entanto, Mardoqueu passou, aparentemente, em
branco, nenhum reconhecimento.
2)
“Depois
dessas cousas”
“Passadas estas cousas”, “Naqueles dias”, “depois destas
cousas”. Nós não temos capacidade de
saber o que vai acontecer amanhã, somos limitados. “Quem de vocês, por mais que
se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mt 6.27). Mas, de
repente do céu azul, um raio ou uma tempestade violenta surge, repentinamente. “O
rei Assuero promoveu Hamã, descendente de Agague, ao posto mais alto do seu
governo... Todos os oficiais do rei... saudavam Hamã...curvando-se e
ajoelhando-se, conforme determinação do rei. Exceto Mardoqueu” (3.1-2).
Veja a proposição: “...exceto Mardoqueu”. Ele era judeu e,
para o judeu, curvar-se diante de qualquer pessoa ou cousa nesta terra
significava idolatria. A Torá afirma claramente: “Não tenham outros deuses
esculpidos de nenhum tamanho ou forma nem com aparência de coisa alguma... não
se curve a elas...” (Ex 20.3-5). “Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas: quando
ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da
flauta e toda espécie de música, dobrem-se em terra e adoram a imagem de ouro
que o rei Nabucodonosor ergueu” Dn 3.4-5
Os oficiais do rei reunidos na porta do Palácio perguntaram a
Mardoqueu: “Por que você não acata a determinação do rei? Todos os dias, ele
era questionado, mas não dava a mínima atenção a eles” (Ester 3.2-4). “No céu
está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. Para e ouro são os ídolos deles,
obra das mãos de homens. Tem boca e não falam; tem olhos e não veem; tem
ouvidos e não ouvem; tem nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés
não andam; som nenhum lhes sai da garganta. Israel confia no Senhor, ele é o
seu amparo e o seu escudo” (Sl 115.3-9)
3)
“Engrandeceu
Hamã...”
“Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita”.
Quando Samuel era sacerdote de Israel, nos dias do rei Saul, mandou que matasse
os amalequitas – tudo era anátema, pessoas e animais -, inimigos de longa data
dos judeus. No entanto, o rei Saul, poupou as melhores ovelhas e poupou o rei Agague.
Os agagitas, descendentes dos amalequitas, receberam seu nome do rei que Saul
não matou. Samuel então “despedaçou a Agague perante o Senhor” (1 Sm 15.31).
Ao longo de todos aqueles anos – décadas, séculos – esses velhos
inimigos dos judeus contaram essa história às sucessivas gerações. Consequentemente,
os agagitas odiavam os judeus! Por ser agagita, Hamã vinha cultivando o rancor
que lhe fora ensinado desde a infância.
“Por intermédio de seus pais, avós e bisavós, de seus tios,
tias e primos, Hamã, o agagita, aprendera a odiar os judeus. Esse ódio o
consumia e, quando passou a ocupar uma posição de poder, é certo que levou o
ódio em seu coração. Ele o usava como um manto”.
Diante da insubordinação de Mardoqueu “No primeiro mês
...lançaram pur, isto é, sorte...para determinar o dia e o mês da execução do
plano...foi escolhido o dia 13 do decimo segundo mês, o mês de adar” (v.7). “Lançaram
sorte...” para determinar o dia adequado para realizar alguma coisa. É como
jogar dados, a fim de escolher um dia propício para alguma atividade.
4)
O
plano
“Há um povo estranho espalhado por todas as províncias do
império que não se enquadra aqui. Seus costumes e seu modo de vida são
diferentes dos demais povos. Além do mais, eles não respeitam as leis do rei e
representam uma ameaça” (v.8 – a mensagem)
O que começou como ira, transformou-se em preconceito. O ódio
de Hamã levou-o a ter ideias de assassinato em massa. Ele não conta a história
toda ao rei; não fala do seu preconceito, seu rancor antigo – antissemitismo que
se reporta às suas raízes amalequitas.
Interessante, sem tosquenejar, sem averiguar, sem passar por
um conselho, como aconteceu no caso de Vasti, o rei aceitou: “se for do agrado
do rei, determine que eles sejam eliminados. Eu mesmo me encarregarei das
despesas. Depositarei trezentas e cinquenta toneladas de prata no tesouro real
para custear a operação” (v.9). Hamã sabia como conquistar o rei, a prata era a
moeda de paridade no seu reino. Agora, “então o rei tirou o seu anel da mão,
deu-o a Hamã...”(v.10).
Deu sua autoridade absoluta! O anel de sinete do rei continha
uma inscrição que era o selo oficial do império. Com ele, o rei assinava
decretos e outros documentos, quando apertava o anel na argila era ratificado
qualquer tipo de ordem do rei. O rei aprovou o plano hediondo de Hamã!
E, nós?
Estamos cultivando algum sentimento de rancor? Existem pessoas,
tais como um ex-marido, ex- pastor, ex – colega de escola, uma igreja que o
ofendeu, um chefe, alguém que abusou de você?
Independemente se essas pessoas estão ausentes fisicamente,
no entanto, estão ainda vivas em sua memória, aprofundando a sua determinação
de manter-se apegado a eles. Cultivar essa
ira, vai acabar se transformando numa ferida cada vez mais inflamada. Ela é
silenciosa, mas fatal!
Essa mesma natureza de Hamã reside em nós. Ela é totalmente
maligna. E se não fosse pela presença da graça e da milagrosa salvação de Jesus
Cristo operando em nós, controlando nossas paixões e insistirmos para
perdoarmos e seguirmos adiante, ela nos consumiria...
Se não fosse o poder do Espírito Santo que recebe em dose diárias,
praticamente de momento a momento, meus rancores, minha falta de perdão poderia
transformar-se em pensamentos que iriam chocar você...
Então, “enviaram cartas, por intermédio dos correios, e todas
as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a
todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia
treze do duodécimo mês, que é o mês de adar e que lhes saqueassem os bens’ (vs.
12-13).
Conclusão: três lições valiosas
Mardoqueu: Nunca se esqueça de que sempre haverá alguém que
irá ressentir-se de sua dedicação ao Senhor. “Por que você não se curva?”
Hamã: Nunca subestime a natureza diabólica da vingança. A falta
de perdão reprimida envenenará a sai vida se você permitir.
Assuero: Nunca valorize demais a sua própria importância. É fácil
ficar cego pelo orgulho da nossa posição e poder. Um conselheiro sábio deveria ter
tido acesso ao rei e dito a ele: “O que essa coisa medonha que você está permitindo?
”
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