terça-feira, 19 de novembro de 2019


Aquilo que eu mais temia desabou sobre a minha cabeça – Ester 3


Introdução:
Nosso Senhor sintetizou a vida no evangelho de João: “...neste mundo mau vocês sempre terão dificuldades. Mas fiquem firmes! Eu venci o mundo” (Jo 16.33). O patriarca Jó poetizou também sobre a vida humana: “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação” (14.1). Ou, “como é curta a vida do homem, cheia de medo e sofrimento” (A Bíblia Viva”).

A cada ano ocorrem desastres naturais, como tornados, enchentes, explosões vulcânicas, terremotos, maremotos, tsunamis, monções, secas no Nordeste, queimadas na Amazônia, furacões, deslizamentos de terras- matando famílias inteiras, granizo, etc. “Porque sabemos que toda criação geme e padece, como em dores de parto...”(Rm 8..22).

As nossas crianças nascem com graves defeitos congênitos, incapacidade e deficiências, acidentes terríveis que provocam ferimentos que debilitam, ameaçam a vida. Milhares de pessoas sofrem com dores crônicas. 



No mundo doméstico trazem histórias de mulheres espancadas fisicamente e emocionalmente e, sem mencionar os filhos que são negligenciados ou abandonados pelos pais. Uma pesquisa feita em 2018  constou que 500 mulheres são agredidas fisicamente a cada hora no Brasil.

Agora, olha ao mundo ao nosso redor. Olha pra Venezuela – são 4 milhões de refugiados; Coréia do Norte, Bolívia, Chile, etc.

A palavra de Deus nos ensina que no começo não era assim, mas com a entrada do pecado veio a maldição da dor e do sofrimento e, finalmente, a morte física. O MAL ESTÁ SEMPRE ALI, ESPREITANDO NAS SOMBRAS, PRONTO PARA INVADIR E VIOLAR. O PECADO É UMA DOENÇA UNIVERSAL. ELE DESTRÓI PARCERIAS, CASAMENTOS, IGREJAS, ACABA COM OS SONHOS...

1)    “Naqueles dias...”
O rei Assuero encontrou uma esposa Ester, uma estrela brilhante, uma jovem com beleza interior e exterior: graciosa, discrição, humilde, beleza interior, simpatia e respeitava autoridade. A órfã encantadora e discreta foi coroada rainha. A nação se rejubila, se alegra. Mas, “...Bigtã e Teres -, não perdoaram o rei, não conseguiram ignorar o fato de ele ter feito ou dito algo contra eles. Alguém poderia ter aconselhados os eunucos: “deixa pra lá, releva, afinal, é o rei”. Por que o que quer que fosse, não justificava uma conspiração e certamente não merecia um assassinato planejado. O MAL OPERA ASSIM: QUANDO UMA OFENSA NÃO É REFREADA, ELA CRESCE E SE TRANSFORMA EM ÓDIO, EM SEGUIDA, ASSASSINATO.

“E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester; e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu”. Os dois eunucos foram pendurados numa forca como advertência aos moradores da gravidade de insurgir contra o rei.  Em outras palavras, a conspiração não compensa. No entanto, Mardoqueu passou, aparentemente, em branco, nenhum reconhecimento. 



2)    “Depois dessas cousas”
“Passadas estas cousas”, “Naqueles dias”, “depois destas cousas”. Nós  não temos capacidade de saber o que vai acontecer amanhã, somos limitados. “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mt 6.27). Mas, de repente do céu azul, um raio ou uma tempestade violenta surge, repentinamente. “O rei Assuero promoveu Hamã, descendente de Agague, ao posto mais alto do seu governo... Todos os oficiais do rei... saudavam Hamã...curvando-se e ajoelhando-se, conforme determinação do rei. Exceto Mardoqueu” (3.1-2). 



Veja a proposição: “...exceto Mardoqueu”. Ele era judeu e, para o judeu, curvar-se diante de qualquer pessoa ou cousa nesta terra significava idolatria. A Torá afirma claramente: “Não tenham outros deuses esculpidos de nenhum tamanho ou forma nem com aparência de coisa alguma... não se curve a elas...” (Ex 20.3-5). “Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas: quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta e toda espécie de música, dobrem-se em terra e adoram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu” Dn 3.4-5

Os oficiais do rei reunidos na porta do Palácio perguntaram a Mardoqueu: “Por que você não acata a determinação do rei? Todos os dias, ele era questionado, mas não dava a mínima atenção a eles” (Ester 3.2-4). “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. Para e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens. Tem boca e não falam; tem olhos e não veem; tem ouvidos e não ouvem; tem nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta. Israel confia no Senhor, ele é o seu amparo e o seu escudo” (Sl 115.3-9)

3)    Engrandeceu Hamã...”
“Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita”. Quando Samuel era sacerdote de Israel, nos dias do rei Saul, mandou que matasse os amalequitas – tudo era anátema, pessoas e animais -, inimigos de longa data dos judeus. No entanto, o rei Saul, poupou as melhores ovelhas e poupou o rei Agague. Os agagitas, descendentes dos amalequitas, receberam seu nome do rei que Saul não matou. Samuel então “despedaçou a Agague perante o Senhor” (1 Sm 15.31).

Ao longo de todos aqueles anos – décadas, séculos – esses velhos inimigos dos judeus contaram essa história às sucessivas gerações. Consequentemente, os agagitas odiavam os judeus! Por ser agagita, Hamã vinha cultivando o rancor que lhe fora ensinado desde a infância.

“Por intermédio de seus pais, avós e bisavós, de seus tios, tias e primos, Hamã, o agagita, aprendera a odiar os judeus. Esse ódio o consumia e, quando passou a ocupar uma posição de poder, é certo que levou o ódio em seu coração. Ele o usava como um manto”. 



Diante da insubordinação de Mardoqueu “No primeiro mês ...lançaram pur, isto é, sorte...para determinar o dia e o mês da execução do plano...foi escolhido o dia 13 do decimo segundo mês, o mês de adar” (v.7). “Lançaram sorte...” para determinar o dia adequado para realizar alguma coisa. É como jogar dados, a fim de escolher um dia propício para alguma atividade.  

4)    O plano
“Há um povo estranho espalhado por todas as províncias do império que não se enquadra aqui. Seus costumes e seu modo de vida são diferentes dos demais povos. Além do mais, eles não respeitam as leis do rei e representam uma ameaça” (v.8 – a mensagem)

O que começou como ira, transformou-se em preconceito. O ódio de Hamã levou-o a ter ideias de assassinato em massa. Ele não conta a história toda ao rei; não fala do seu preconceito, seu rancor antigo – antissemitismo que se reporta às suas raízes amalequitas.

Interessante, sem tosquenejar, sem averiguar, sem passar por um conselho, como aconteceu no caso de Vasti, o rei aceitou: “se for do agrado do rei, determine que eles sejam eliminados. Eu mesmo me encarregarei das despesas. Depositarei trezentas e cinquenta toneladas de prata no tesouro real para custear a operação” (v.9). Hamã sabia como conquistar o rei, a prata era a moeda de paridade no seu reino. Agora, “então o rei tirou o seu anel da mão, deu-o a Hamã...”(v.10).

Deu sua autoridade absoluta! O anel de sinete do rei continha uma inscrição que era o selo oficial do império. Com ele, o rei assinava decretos e outros documentos, quando apertava o anel na argila era ratificado qualquer tipo de ordem do rei. O rei aprovou o plano hediondo de Hamã!

E, nós?
Estamos cultivando algum sentimento de rancor? Existem pessoas, tais como um ex-marido, ex- pastor, ex – colega de escola, uma igreja que o ofendeu, um chefe, alguém que abusou de você?

Independemente se essas pessoas estão ausentes fisicamente, no entanto, estão ainda vivas em sua memória, aprofundando a sua determinação de manter-se apegado a eles.  Cultivar essa ira, vai acabar se transformando numa ferida cada vez mais inflamada. Ela é silenciosa, mas fatal!

Essa mesma natureza de Hamã reside em nós. Ela é totalmente maligna. E se não fosse pela presença da graça e da milagrosa salvação de Jesus Cristo operando em nós, controlando nossas paixões e insistirmos para perdoarmos e seguirmos adiante, ela nos consumiria...

Se não fosse o poder do Espírito Santo que recebe em dose diárias, praticamente de momento a momento, meus rancores, minha falta de perdão poderia transformar-se em pensamentos que iriam chocar você...

Então, “enviaram cartas, por intermédio dos correios, e todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar e que lhes saqueassem os bens’ (vs. 12-13). 



Conclusão: três lições valiosas
Mardoqueu: Nunca se esqueça de que sempre haverá alguém que irá ressentir-se de sua dedicação ao Senhor. “Por que você não se curva?”

Hamã: Nunca subestime a natureza diabólica da vingança. A falta de perdão reprimida envenenará a sai vida se você permitir.

Assuero: Nunca valorize demais a sua própria importância. É fácil ficar cego pelo orgulho da nossa posição e poder. Um conselheiro sábio deveria ter tido acesso ao rei e dito a ele: “O que essa coisa medonha que você está permitindo? ”



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