terça-feira, 24 de julho de 2018


Vai tudo bem com você? – 2 Rs 4:8-36
 

Introdução: 

Eu tenho uma predileção muito grande pelos textos do Velho Testamento.
Ele oferece lições de vida para todos nós. E o interessante é que podemos trazer estas lições para o dia de hoje.
É o que vou fazer com a história desta mulher de Suném, ou mulher sunamita. A história dela tem princípios importantes para a vida hoje.
Podemos aprender aqui, algumas coisas muito interessantes.

1) “É um santo homem de Deus”


A primeira está nesse v.8: É que o profeta de Deus, Elizeu, passou várias vezes pela porta daquela mulher. Até que um dia, ela ofereceu uma refeição em sua casa. Está escrito: “Certo dia, Elizeu foi a Suném, onde uma mulher rica insistiu que ele fosse tomar uma refeição em sua casa”. Então, primeiro, ela viu Elizeu passar; ela viu o procedimento de Elizeu, ela viu a maneira de Elizeu se comportar. E depois dela ver isso, ela ousou convidar Elizeu: “Elizeu, chega aqui, venha almoçar conosco” ela disse.

No versículo v.9, essa mulher Sunamita, disse ao marido: “Sei que esse homem que sempre vem aqui é um santo homem de Deus”.A lição é essa: que para você dizer que alguém é um homem de Deus, uma pessoa de Deus, “um santo homem de Deus” como ela falou a respeito de Elizeu, você precisa travar um certo relacionamento com essa pessoa. Há um ditado que diz, que se você quer conhecer alguém, você tem que comer um saco de sal de 60 quilos com ele. Já calculou quanto tempo leva para você consumir um saco de sal de 60 quilos? Este ditado significa o seguinte: pra você saber quem é uma pessoa, você precisa travar um relacionamento, e ficar conhecendo a pessoa.

2)
UNIDADE E UNICIDADE
Agora, escute só o que diz o v.9, 10: “Em vista disso, ela disse ao marido: “Sei que esse homem que sempre vem aqui é um santo homem de Deus. Vamos construir lá em cima um quartinho de tijolos e colocar nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lamparina para ele. Assim, sempre que nos visitar ele poderá ocupá-lo”.

Podemos aprender também mais outras coisas aqui.
Veja o emprego do plural. “vamos construir”; a mulher diz ao marido: “vamos fazer, vamos colocar uma cadeira, vamos fazer uma mesa, vamos construir um quarto...”. Ela diz isto para o marido, porque casamento é unicidade; casamento não é unidade – unidade é duas partes que se juntam, mas unicidade é duas partes que se fundem para ser uma (Deus diz que no casamento, homem e mulher tornam-se uma só carne).
Quando Deus fez a mulher, da costela do homem, Adão exclama: essa é ossos dos meus ossos e carne da minha carne”. Ele poderia ter exclamado quando viu a mulher: meu encaixe, minha metade, parte do meu “eu”, minha unicidade. A mulher não é uma unidade com o homem mas sim uma UNICIDADE, pois uma UNIDADE É DUAS COISAS OU DOIS SERES QUE SE UNEM,  A UNICIDADE SÃO DUAS COISAS OU DOIS SERES QUE SE FUNDEM. PORTANTO, NO CASAMENTO, HÁ UMA FUNDIÇÃO DE SENTIMENTOS, PENSAMENTOS, PROPÓSITOS, METAS, SONHOS, CORPO... “Ossos dos meus ossos e carne da minha carne”: carne significa tudo o que é passageiro, o dia a dia, as questões terrenas, o rotineiro, etc...osso fala de algo duradouro, o amor, a fé, e a esperança. 



E essa mulher aqui, ela não faz nada sozinha. E olha que, pelo texto, ela é uma mulher de posição, de liderança, daquelas que idealizam, que criam e que diz “vamos fazer”! Mas mesmo ela sendo uma mulher de liderança e de posição, ela não vai em cima do marido. Todas as decisões que envolvam nossa casa, tem que ser compartilhadas entre o marido e a esposa. Ela não deve tomar decisões sem a minha participação e ele não pode decidir sem a participação dela.

É desses maridos que se conta, teve um, que vivia apanhando da esposa, mas que não dava o braço à torcer. Um dia ele se enfiou debaixo da cama, e enquanto a mulher dizia: “Saia já daí!”, ele respondia: “Não saio, não; não saio porque quem manda aqui sou eu”.

3) “
Vamos construir um quarto ao santo homem de Deus”
“Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá” 2 Reis 4:10 



Uma outra coisa que podemos aprender aqui (v.10), é que quando uma pessoa quer fazer o bem para outra, então ela deve tratar de fazer algo que sirva para a outra pessoa. Diz aqui, que esta mulher sunamita, desejou construir “um quartinho de tijolos” onde o profeta de Deus pudesse descansar sempre que a visitasse. Que coisa nobre! ...um quarto, como seria útil para o profeta!

Diferente do que acontece em nossas igrejas. Se, por exemplo, tem uma campanha para donativos aos pobres, parece que a igreja se transforma numa companhia de limpeza. A pessoa traz camisa rasgada, sapato com ar condicionado (que é aqueles que vêm com um buraco bem embaixo, na sola), ventilador sem hélice, ferro elétrico sem resistência... A pessoa diz: “Eh! Eu vim trazer pro serviço social...”.

Por que, você sabe o que acontece? Veja que coisa linda tem aqui, no v.11: “Um dia, quando Eliseu chegou, subiu ao seu quarto e deitou-se. 12 Ele mandou o seu servo Geazi chamar a sunamita. Ele a chamou e, quando ela veio, 13 Eliseu mandou Geazi dizer-lhe: “Você teve todo este trabalho por nossa causa. O que podemos fazer por você?...”.

4)
Um filho desejado
No v.13, lemos: “Você teve todo este trabalho por nossa causa” ou “...você tem nos tratado com desvelo”. É assim que aparece em algumas versões da Bíblia. Sabe o que significa isso, “desvelo”? Significa grande ajuda; “você tem nos tratado com amizade, com dedicação, com cordialidade”, é o que Elizeu diz. O profeta, nesse v.13, percebeu que aquela mulher o tratava com carinho, com dedicação, desvelo..

Agora, uma coisa importante que aprendemos aqui é: Veja o que o profeta fala no v.13: “O que podemos fazer por você? ...haveria alguma coisa que eu poderia fazer por você?” ...e a mulher era rica, heim!, mas mesmo assim, Elizeu pergunta isso pra ela. O que aprendemos? ...a lição do reconhecimento, da gratidão, da reciprocidade. Mas olha aqui, no v.13, para o que o profeta está fazendo: reconhecimento, gratidão e reciprocidade.

O profeta Elizeu tinha um assistente, um auxiliar, chamado Geazi. Lemos no v.12 que Elizeu “mandou o seu servo Geazi chamar a sunamita”. Então, quando ela veio, o v.13 diz: “Eliseu mandou Geazi dizer-lhe: “Você teve todo este trabalho por nossa causa. O que podemos fazer por você?” Mas a mulher responde, no final do verso: “Estou bem; eu não preciso de nada”. Aí, Geazi faz esse comentário: “Bem, ela não tem filhos, e seu marido é idoso”. Então, veja o v.15: “Eliseu mandou chamá-la de novo”. Geazi a chamou e ela veio até a porta do quarto do profeta... E agora veja o que vai acontecer.

O que é que diz o homem de Deus, no v.16: “ele [Elizeu] disse: “Por volta desta época, no ano que vem, você estará com um filho nos braços”. No v.16, Elizeu falou: “Por volta desta época, no ano que vem, você estará com um filho nos braços”. E lemos no v.17: aconteceu conforme Elizeu havia dito: “a mulher engravidou e, no ano seguinte, por volta daquela mesma época, deu à luz um filho”. Ela teve um filho! 



5) Meu filho...quando o desespero bate em nossa porta
Agora olha para o v.18 e 19 e veja o que vai acontecer: “O menino cresceu e, certo dia, foi encontrar-se com seu pai, que estava com os ceifeiros. 19 De repente ele começou a chamar o pai, gritando: “Ai, minha cabeça! Ai, minha cabeça!” O pai disse a um servo: “Leve-o para a mãe dele”. Então olhe o v.19: o filho adoeceu, ficou doente, e o paizão, fortão, grandão, ele diz: “leva pra mãe dele”. Leva pra mãe! ...porque ninguém pode cuidar melhor de um filho do que a mãe.

Nesse trecho, aprendemos sobre o procedimento quando o impossível bater em nossa porta. Escute bem: quando o impossível bater na sua porta, quando não houver mais esperança de nada, quando o homem for incapaz de resolver o problema, quando o impossível bater na sua porta, essa mulher nos dá a dica.

Primeiro: quando o impossível bater na sua porta, não entre em desespero, porque se você entrar em desespero, você vai perder o equilíbrio emocional e o equilíbrio da razão e vai fazer bobagem. O texto diz que o filho morreu, mas ela (a mãe) não entrou em desespero; pegou o garoto e levou ele pro quarto (para aquele quarto que ela e o marido construíram para o profeta Elizeu).

Segundo, sabe o que podemos aprender? É que quando o impossível bate a nossa porta, mesmo sendo o impossível (até parece estranho dizer), mas há algo que eu posso fazer. Essa coisa de dizer: “É, se é impossível eu não posso fazer nada”, isso é engano. Mesmo que o impossível bata na sua porta, você pode fazer alguma coisa. Sim, mesmo que o impossível bata na sua porta, você poderá fazer algo.

Olhe para o que a Bíblia ensina pela história dessa mulher!
Nº 1, ela não entra em desespero, ela não perde o equilíbrio. Ela não diz: “O que é que eu vou fazer, o que vai ser de mim?

Nº 2, ela toma uma atitude. Não adianta ficar parado arrancando cabelos, chorando, gritando, berrando... por que isso não vai resolver os problemas... Deus está falando com alguém aqui. Não adianta, você vai chorar, vai berrar e não vai resolver nada. Você tem que tomar atitude!

Nº 3, o que aprendemos com essa mulher é que, essa mulher, é uma mulher otimista, ela é cheia de fé – ela é otimista e cheia de fé.  “Não, eu vou lá naquele homem de Deus, que me falou, que Deus me daria um filho; é lá que eu vou; não vou enterrar não!” Ela é uma mulher otimista, uma mulher de fé. Na hora que o impossível bater na sua porta,  Pv 24.10 diz: “Se você vacila no dia da dificuldade, como será limitada a sua força!” 


Nº 4, essa mulher é sábia. No v.23, o marido vendo a mulher ia falar com o homem de Deus e, não era sábado, não era dia de culto, então por que está indo? O que era sábado pra eles, é o domingo pra nós hoje – era o dia do senhor. Mas nesse v.23, o marido diz: “Vem cá, porque você está indo hoje até o homem de Deus, se não é o dia?” E no final desse v.23, olhe que mulher sábia, ela diz. “Não faz mal. Não se preocupe. Está tudo bem”.

Olha o que ainda podemos aprender com essa mulher: ela não entra em desespero, ela toma uma atitude, é uma mulher cheia de fé, é uma mulher sábia. Veja o v.22. Sabe o que ela faz? Ela diz: “Preciso de uma jumenta para ir falar com o homem de Deus.” Ela quer ir ao encontro do homem de Deus. E sabe quantos quilômetros essa mulher precisou andar até encontrar o profeta Elizeu? ...50 km, de jumento! Já viu jumento? ...50km, subindo até o monte Carmelo!

6) Monte Carmelo, lugar de confissão
O monte Carmelo é símbolo da presença de Deus, é o lugar onde Deus enviou poder para desmoralizar o diabo e os inimigos do Seu povo. Ouça: aqui é o Carmelo de Deus! Você veio ao lugar certo – se a coisa tá feia, você tem que ir ao lugar certo. Aqui é o lugar certo, aqui é a casa de Deus, a igreja, e nesse lugar, o diabo e todos os inimigos são desmoralizados!  



Agora escute o restante do v.25: “Assim ela partiu para encontrar-se com o homem de Deus no monte Carmelo. Quando ele a viu à distância, disse a seu servo Geazi: “Olhe! É a sunamita!” Considere: quem é que viu a mulher primeiro, Geazi ou Elizeu? ...Elizeu. Nós lemos aqui no v.25, que Geazi não viu a mulher se aproximar, mas Elizeu viu!  

No v.25, que o homem de Deus viu a mulher primeiro. E o que é que Elizeu falou para Geazi, o seu assitente? (v.26): ...vai lá ao encontro dela e pergunta se vai tudo bem com ela, se vai tudo bem com o marido dela, e se vai tudo bem com o filho dela. O verdadeiro homem de Deus está preocupado com a pessoa, está preocupado com a família, está preocupado com o casamento, ele quer ver você feliz aqui, ele quer ver a sua família estabilizada, ele quer ver o seu casamento bem.

Agora, que mulher sábia! Lemos no v.26, que Geazi chegou e perguntou pra ela: “Vai tudo bem contigo? Vai tudo bem com teu marido, vai tudo bem com teu filho? Vai tudo bem?” E o que ela respondeu pra Geazi? Lemos no final do v.26: “vai tudo bem”. Mas, interessante que no v.27, lemos: “Ao encontrar o homem de Deus no monte, ela se abraçou aos seus pés. Geazi veio para afastá-la, mas o homem de Deus lhe disse: “Deixe-a em paz! Ela está muito angustiada...”. Hummm! Pra Geazi vai tudo bem, mas para o homem de Deus, ela chora.

Vemos no v.27, que ele, como homem de Deus, ele tem a percepção que ela está com dificuldade, mas como ele é humano e não sabe-tudo, ele diz pra Geazi: “olha, a alma dela está amargurada, mas eu não sei o que é, porque o senhor não me revelou”. Que honestidade!  Mas olhe, nesse v.27, a honestidade do homem de Deus: “Esta mulher está com um problema, [diz Elizeu], eu sei, eu tenho percepção espiritual; eu não sei o que é, mas ela está com um problema”.

No v.28, aquela mulher vai dizer o que é que está se passando com ela: “Acaso eu te pedi um filho, meu senhor? Não te disse para não me dar falsas esperanças?” A mulher foi direta!!

Essa mulher procurou o profeta Elizeu como que dizendo: “Você é homem de Deus, então vamos ver se é mesmo. Eu te pedi alguma coisa? Eu te pedi um filho?” Se o homem é de Deus mesmo, olha só o que Elizeu vai fazer. Ele disse para Geazi, v.29: “Ponha a capa por dentro do cinto, pegue o meu cajado e corra. Se você encontrar alguém, não o cumprimente e, se alguém o cumprimentar, não responda. Quando lá chegar, ponha o meu cajado sobre o rosto do menino”. Ai vem o v.30, que diz assim: “Mas a mãe do menino disse: “Juro pelo nome do SENHOR e por tua vida que, se ficares, não irei”. Então ele foi com ela”. 




Elizeu falou pra Geazi, v.29: “Tome aqui o meu bordão, o meu cajado” (o cajado era de Elizeu)... Vai lá e toca no menino”. E aí, o v.31 diz que Geazi acabou correndo e chegou na frente. E que chegando lá no garoto, tocou o rosto dele, tocou de novo, e de novo... mas o garoto nada. Sabe porquê? ...porque cajado na mão de Geazi não funciona, só funciona na mão de quem está revestido da autoridade de Deus. Então, lemos nos v.31 e 32, que não funcionou. Geazi não obteve sucesso.

Então, Elizeu entrou no quarto, veja comigo o v.33: “Ele entrou, fechou a porta e orou ao SENHOR”. O v.34 diz que Elizeu foi lá, corpo com corpo, boca com boca, olho com olho, em cima do garoto Elizeu transferiu poder de Deus e o garoto, diz o v.34: “foi se aquecendo”, tornou a ter vida. Porque quando o homem de Deus fala respaldado por Deus, vai acontecer!

Conclusão:

Você já parou para pensar? ...o que é para uma mulher pegar um garotão de 15 ou 16 anos, morto, com o corpo todo inerte e levar para um quarto em cima? ...você já imaginou o esforço daquela mulher? Ela não mediu nada! Ela é uma pessoa que não desistiu do que era seu. Quero perguntar a você que está aqui hoje: o que é que você está desistindo que é seu? 



Essa mulher, que coisa linda, que determinação, que esforço, que fé, que otimismo, que visão! Ela disse: “Não, eu não vou desistir não. Senhor, eu quero o meu filho na tua casa. Eu quero meu filho e minha filha liberta, eu não vou ver o diabo rebentar minha família, eu tenho um Deus soberano, o meu Deus pode, o meu Deus tem poder!”.




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