Davi e o pecado. 2
Samuel 12:1-14.
Introdução: O ultimo verso do capítulo onze diz: “Porém isto que Davi fizera, foi mal aos
olhos do Senhor”. O que foi errado há mais de três mil anos continua errado
hoje, mesmo que muitos o pratiquem. Estragar um casamento com uma relação
adultera continua sendo um pecado deliberado, embora muitos façam isso. É possível
que ninguém mais notasse, mas Deus notou (Gl 6.7). “As rodas do moinho de Deus andam devagar, mas moem extraordinariamente
bem”.
Para que você não pense que a vida de Davi tornou-se
agradável e que ele teve longas noites de prazer com sua nova esposa, livre de
remorsos, e para que não pense que Davi se sentia maravilhosamente bem disposto
durante os meses que se seguiram, analisemos alguns salmos.
1)
Salmos 32:2-4:“Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava...”
·
O
trisavô de todos os pecados é a negação do pecado, a recusa em reconhecer o próprio
pecado. A Bíblia viva interpreta esses versículos assim: “Eu
tentei, por algum tempo, esconder de mim mesmo o meu pecado. O resultado foi
que fiquei fraco, gemendo de dor e aflição o dia inteiro. De dia e de noite
sentia a mão de Deus pesando sobre mim, fazendo com as minhas forças o que a
seca faz com um pequeno riacho. O sofrimento continuou até que admiti
minha culpa e confesse a ti o meu pecado”.
Dois tipos de culpa: culpa verdadeira e culpa falsa. A falsa culpa é produzida
pelos juízos e sugestões humanas. A culpa verdadeira surge quando a pessoa
deliberada e conscientemente desobedece a Deus, que é o caso de Davi.
·
A
verdadeira culpa se compara com a luz de aviso no painel do carro. Enquanto você está dirigindo, a luz vermelha
pisca dizendo: “Cuidado! Há defeitos sob o capô”. Nesse momento, temos que
fazer uma escolha: parar, sair do carro, abrir a tampa do motor e ver o que
está errado, ou pode manter um pequeno martelo no porta-luvas e, quando a luz
vermelha acender, você a quebra com o martelo e continua dirigindo. Ninguém
notará a diferença por algum tempo – até que o carro pegue fogo.
·
Davi
afirma: “Quando
vivia na culpa verdadeira da minha alma, não podia ficar silencioso no intimo.
Gemia o dia todo”. E como se: “eu sentia uma terrível opressão, minha consciência
não me deixava em paz. Dia e noite a pesada mão de Deus sobre mim. Não
conseguia lidar com as pressões do meu trabalho. Não sabia enfrentar as
situações. Fiquei doente. Meu corpo enfraqueceu”.
2) Salmos 38: “Não
há saúde nos meus ossos por causa do meu pecado”.
·
O pecado nos torna
infelizes. Apesar de ser tão inevitável, tão presente, ele não é conforme a
nossa índole como seres criados à imagem de Deus. O pecado introduz uma
substancia estranha em nossa alma.
·
“Todo o meu corpo está doente, não há saúde
nos meus ossos, minhas feridas cheiram mal e supuram, estou encurvado e muitíssimo
abatido, estou ardendo em febre, sinto-me muito fraco e totalmente esmagado,
meu coração geme de angustia, meu coração palpita, as forças me faltam, até a
luz dos meus olhos se foi”(vs. 4-10). Oito referencias ao corpo em si, duas
as posturas do corpo. O pecado e os
efeitos do pecado não são questões exclusivamente do espírito, ou desvio de
vontade, ou atos desobedientes. Eles envolvem a pessoa por inteiro. Interior e
exterior estão envolvidos nas questões do pecado.
·
Além disso, há freqüentes
referencias a outras pessoas que estão envolvidas em pecado. Amigos, companheiros, vizinhos, os que
desejam matar-me, os que querem me prejudicar, os que planejam traição, meus
inimigos, os que me odeiam, os que retribuem em bem com o mal, meus
caluniadores: dez referencias a outras pessoas cujo pecado me afeta (vs.
11,12,16 e 19).
·
Então, o que nos
resta? É Deus que nos resta. É com Deus que devemos lidar (v. 15). O salmista
certamente assume a responsabilidade pelas conseqüências pessoais de seu pecado
(meu pecado, minhas culpas, minha insensatez, v,18).
3)
Salmo 102: “Responderá à oração dos desamparados; as
suas suplicas não desprezará”.
·
Uma conseqüência conhecida
do pecado – uma de várias – é o isolamento. O salmo dá testemunho dessa experiência
de isolamento. Há uma sucessão de imagens de confinamento solitário: rejeitado
por Deus, fechado numa fornalha ardente, relva arrancada de suas raízes e
ressequida, uma coruja no deserto, um pássaro solitário no telhado, zombado por
inimigos, sobrevivendo com uma dieta de cinzas e lágrimas, com o olhar
afastado, os ouvidos surdos. Isolado, sozinho, desprezado, abandonado. Sem deus
e sem amigos.
4)
Salmos 130: “Espero
no Senhor com todo o meu ser, e na sua palavra ponho a minha esperança”.
·
“Das profundezas”
abre a oração. “Profundezas” é um termo do vocabulário da geografia – vale,
ravina, águas profundas, fosso, vala e sheol (Jn 2.2) – que em geral é usado
como metáfora: insondável, profundidade de corrupção, angustia, apostasia. Certamente
há uma referencia implícita ao pecado em todas essas profundezas. “O pecado não
responde a tratamento cosméticos; ele exige uma operação na fundação de nossa
vida”.
5) Confronto.
·
“O Senhor enviou Nata a Davi”.Quando
Natã foi enviado? Alguns eruditos do Antigo Testamento crêem que houve
pelo menos um intervalado de doze meses antes que Nata fizesse a sua visita.
Deus esperou pela oportunidade certa. Ele permitiu que as rodas trituradoras do
pecado completassem a sua obra e então entrou em cena. Tu és o homem! O
queixo de Davi caiu! Ele piscou e ficou olhando para Natã enquanto seus pecados
desfilavam silenciosamente pela sua cabeça (Pv 27:6). Por causa do seu
pecado “não se apartará a espada jamais da tia casa”.
·
·
CONCLUSÃO:.
Vemos quatro coisas no Salmo 51 que nos ajudam a identificar o verdadeiro
arrependimento:
1) Quando o arrependimento é verdadeiro, haverá
confissão aberta. Pequei contra ti e contra ti apenas, e fiz o que era mau.
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2) Quando há verdadeiro arrependimento, há
o desejo de deixar completamente o pecado. (Pv. 28:13).
·
3) Quando há verdadeiro arrependimento,o
espírito se mostra quebrantado e humilde (v.17).
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4) Arrependimento verdadeiro é pedir
perdão e a restauração de Deus. Você não morrerá, mas haverá
conseqüências.
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