terça-feira, 21 de julho de 2015

Paulo testemunha diante  do Rei Agripa – Atos 26:1-32


Introdução: “Dez mil passos”. Esta é a distancia aproximada que nós percorremos, desde o nascer até o pôr-do-sol, todos os dias. Isso significa que em uma vida inteira você percorrerá cerca de 185.000 quilômetros – ou mais de quatro voltas ao redor deste grande planeta azul em que vivemos.  Suponhamos que a distancia média para se atravessar a maioria das salas seja igual a seis metros – cerca de dez metros. Surge uma pergunta: E se dez passos – apenas um milésimo de sua média diária – pudessem realmente causar um impacto na eternidade? Assim, o apostolo Paulo, nesse texto, está prestes a testemunhar ao rei Agripa.


O rei Agripa e sua esposa, Berenice, deviam estar usando seus mantos reais de púrpura e a coroa dourada sobre a cabeça. Sem dúvida, honrando a ocasião, Festo também estava usando o manto vermelho usado pelos governadores em ocasiões oficiais”. Tendo, eles entrado, foram seguidos no esplendor da procissão, pelos oficiais superiores, os comandantes militares que eram membros da equipe do procurador, e pelos homens eminentes da cidade.

Quando se assentaram, Paulo foi trazido por ordem de Festo (v.23). De acordo com a tradição, Paulo era pequeno e pouco atraente, calvo, com sobrancelhas salientes, nariz adunco e pernas tortas, mas mesmo assim “cheio de graça”. Não vestia manto nem coroa apenas algemas e, talvez, uma túnica simples de prisioneiro.

1)    Paulo faz sua defesa (Atos 16:1-23).

·        Quem era Festo? Pórcio Festo foi nomeado novo governador da província (essa província era da Síria, da qual a Palestina fazia parte). Ele era membro de uma família nobre de Roma. Seu governo foi meteórico, uma vez que ele morreu dois anos depois de ter assumido o posto de governador.

·        Quem era o rei Agripa? Era representante da família Herodes. O seu fundador, Herodes o Grande, tentou matar o menino Jesus. O seu filho Antipas, decapitou João Batista, e ganhou do Senhor o título de “raposa”. O seu neto Agripa I assassinou Tiago filho de Zebedeu com a espada.

·        Vemos Paulo diante do filho de Agripa – mas Paulo não estava nem um pouco intimidado. Paulo conta a história da sua vida, dirigindo a atenção as três fases principais. Ele se retrata como (1) o fariseu religioso, ( 2 ) o perseguidor fanático e, ( 3 ) o apostolo comissionado.

1.1)         Paulo, o fariseu religioso (Atos 26.4-8).
·        Nascido em Tarso da Cilícia (Atos 22.3), fora criado em Jerusalém, aos pés do grande rabino Gamaliel, neto do rabino Hillel. Dentre os de sua idade destacou-se, tornando-se zelo da tradição de seus pais (Gl 1.14; Fl 3.5-6).

1.2)         Paulo, o perseguidor fanático (Atos 26.9-11).
·        Paulo perseguiu com ódio mortal a religião do caminho (Atos 22.4). Perseguiu com violência o próprio Jesus (Atos 26.9). Prendeu muitos crentes em Jerusalém e dava seu voto quando os matavam (Atos 26.10). Açoitava os crentes dentro das sinagogas e forçava-os a blasfemar, fazendo verdadeiras cruzadas de terrorismo contra os crentes por cidades, além dos limites de Jerusalém (Atos 26.11). Paulo foi comparado a um touro indomável que resiste os aguilhões (Atos 26.14).

1.3)         Paulo, o apostolo comissionado (Atos 26.12-18).
·        Damasco era uma das “cidades estrangeiras” (Atos 26.11) para onde Paulo viajou, equipado com a ordem do sumo sacerdote. Na estrada de Damasco, Paulo viu uma luz (Atos 26.12-13) e ouviu uma voz (Atos 26.14-18): “Saul, Saul, por que razão me persegue”?. E, pergunta: “Quem és tu a quem persigo”? “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”! DUAS COUSAS IMPORTANTES: a primeira é que o Jesus crucificado  estava vivo; a segunda é que Jesus se identificou tão intimamente com os cristãos que persegui-los era o mesmo que persegui-lo, portanto devia considerá-los como o próprio povo de Deus.

2)    O chamado de Paulo – sua comissão (Atos 26.16-18).
·        A primeira ordem para ele foi “levanta-te e firma-te sobre teus pés” (v.16). Este texto tem equivalência com o profeta Ezequiel, que caiu “com o rosto em terra” quando viu “a aparência da glória do Senhor (Ez 1.28). Mas Deus lhe ordenou imediatamente, “Filho do homem, põe-te em pé... eu te envio aos filhos de Israel... tu lhes dirás as minhas palavras”.

·        A segunda ordem, livrando-te do povo e dos gentios (v.17). uma promessa semelhante de salvamento foi feita Jeremias. Isso não garantia imunidade ao sofrimento. Pelo contrário, suportar o sofrimento era parte da vocação dos profetas e dos apóstolos (Atos 9.16).

·        Em terceiro lugar, eu te envio (ego apostello se). O ego (“eu”) enfático, o se (“te”) pessoal e o verbo apostello (“enviar”) quase poderiam ser traduzidos “eu mesmo te faço apostolo”; pois esse era o comissionamento de Paulo para ser um apóstolo, em especial um apóstolo aos gentios.

·        Para que Paulo estava sendo enviado? Em essência, “abrir os olhos” (v.18b). Pois o mundo está cego perante a verdade de Deus em Jesus Cristo (2 Co 4.4). Mas “abrir os olhos” não significava apenas um esclarecimento intelectual, mas levar à conversão: para convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus (v.18b).

 Pois conversão inclui a mudança radical de um exercito para outro e, por conseguinte, uma mudança de ambiente. É libertar-se da escuridão do reinado satânico para viver em liberdade, dentro da maravilhosa esfera da luz e do poder de Deus. Em outras palavras, significa entrar no reino de Deus. E mais, as bençãos do reino são remissão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em Cristo (v.18c).

Conclusão: reação dos juízes.

Festo para Paulo:  “estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar (v.24).  Paulo para Festo: “Não estou, ó excelentíssimo Festo; pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso (v.25). Porque tudo isso é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou aí, nalgum recanto (v.26).

Paulo para Agripa: “Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas? Bem sei que acreditas (v.27). Agripa para Paulo: “Voce pensa que assim, em pouco tempo, vai me tornar cristão? (v.28). Paulo para Agripa: “Pois eu peço a Deus que, em pouco tempo ou muito, não somente o senhor, mas todos os que estão me ouvindo hoje cheguem a ser como eu, mas sem estas correntes”.




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