Paulo testemunha
diante do Rei Agripa – Atos 26:1-32
Introdução: “Dez mil
passos”. Esta é a distancia aproximada que nós percorremos, desde o nascer
até o pôr-do-sol, todos os dias. Isso significa que em uma vida inteira você percorrerá
cerca de 185.000 quilômetros – ou mais de quatro voltas ao redor deste grande
planeta azul em que vivemos. Suponhamos
que a distancia média para se atravessar a maioria das salas seja igual a seis
metros – cerca de dez metros. Surge uma pergunta: E se dez passos – apenas um
milésimo de sua média diária – pudessem realmente causar um impacto na eternidade?
Assim, o apostolo Paulo, nesse texto, está prestes a testemunhar ao rei Agripa.
O rei Agripa e sua esposa, Berenice, deviam estar usando seus
mantos reais de púrpura e a coroa dourada sobre a cabeça. Sem dúvida, honrando
a ocasião, Festo também estava usando o manto vermelho usado pelos governadores
em ocasiões oficiais”. Tendo, eles entrado, foram seguidos no esplendor da
procissão, pelos oficiais superiores, os comandantes militares que eram membros
da equipe do procurador, e pelos homens eminentes da cidade.
Quando se assentaram, Paulo foi trazido por ordem de Festo
(v.23). De acordo com a tradição, Paulo era pequeno e pouco atraente, calvo,
com sobrancelhas salientes, nariz adunco e pernas tortas, mas mesmo assim
“cheio de graça”. Não vestia manto nem coroa apenas algemas e, talvez, uma
túnica simples de prisioneiro.
1) Paulo faz sua defesa (Atos 16:1-23).
·
Quem era Festo? Pórcio Festo foi nomeado novo
governador da província (essa província era da Síria, da qual a Palestina fazia
parte). Ele era membro de uma família nobre de Roma. Seu governo foi meteórico,
uma vez que ele morreu dois anos depois de ter assumido o posto de governador.
·
Quem era o rei Agripa? Era representante da família
Herodes. O seu fundador, Herodes o Grande, tentou matar o menino Jesus. O seu
filho Antipas, decapitou João Batista, e ganhou do Senhor o título de “raposa”.
O seu neto Agripa I assassinou Tiago filho de Zebedeu com a espada.
·
Vemos
Paulo diante do filho de Agripa – mas Paulo não estava nem um pouco intimidado.
Paulo conta a história da sua vida, dirigindo a atenção as três fases
principais. Ele se retrata como (1) o fariseu religioso, ( 2 ) o perseguidor
fanático e, ( 3 ) o apostolo comissionado.
1.1)
Paulo, o fariseu religioso (Atos
26.4-8).
·
Nascido
em Tarso da Cilícia (Atos 22.3), fora criado em Jerusalém, aos pés do grande
rabino Gamaliel, neto do rabino Hillel. Dentre os de sua idade destacou-se,
tornando-se zelo da tradição de seus pais (Gl 1.14; Fl 3.5-6).
1.2)
Paulo, o perseguidor fanático (Atos
26.9-11).
·
Paulo
perseguiu com ódio mortal a religião do caminho (Atos 22.4). Perseguiu com
violência o próprio Jesus (Atos 26.9). Prendeu muitos crentes em Jerusalém e
dava seu voto quando os matavam (Atos 26.10). Açoitava os crentes dentro das
sinagogas e forçava-os a blasfemar, fazendo verdadeiras cruzadas de terrorismo
contra os crentes por cidades, além dos limites de Jerusalém (Atos 26.11).
Paulo foi comparado a um touro indomável que resiste os aguilhões (Atos 26.14).
1.3)
Paulo, o apostolo comissionado (Atos
26.12-18).
·
Damasco
era uma das “cidades estrangeiras” (Atos 26.11) para onde Paulo viajou,
equipado com a ordem do sumo sacerdote. Na estrada de Damasco, Paulo viu uma
luz (Atos 26.12-13) e ouviu uma voz (Atos 26.14-18): “Saul, Saul, por que razão me persegue”?. E, pergunta: “Quem és tu a
quem persigo”? “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”! DUAS COUSAS IMPORTANTES: a
primeira é que o Jesus crucificado
estava vivo; a segunda
é que Jesus se identificou tão intimamente com os cristãos que persegui-los era
o mesmo que persegui-lo, portanto devia considerá-los como o próprio povo de
Deus.
2)
O chamado de Paulo – sua comissão (Atos 26.16-18).
·
A
primeira ordem para ele foi “levanta-te e firma-te sobre teus pés” (v.16). Este
texto tem equivalência com o profeta Ezequiel, que caiu “com o rosto em terra”
quando viu “a aparência da glória do Senhor (Ez 1.28). Mas Deus lhe ordenou
imediatamente, “Filho do homem, põe-te em pé... eu te envio aos filhos de
Israel... tu lhes dirás as minhas palavras”.
·
A
segunda ordem, livrando-te do povo e dos
gentios (v.17). uma promessa semelhante de salvamento foi feita Jeremias.
Isso não garantia imunidade ao sofrimento. Pelo contrário, suportar o
sofrimento era parte da vocação dos profetas e dos apóstolos (Atos 9.16).
·
Em
terceiro lugar, eu te envio (ego apostello se). O ego (“eu”) enfático, o se
(“te”) pessoal e o verbo apostello (“enviar”) quase poderiam ser traduzidos “eu
mesmo te faço apostolo”; pois esse era o comissionamento de Paulo para ser um
apóstolo, em especial um apóstolo aos gentios.
·
Para que Paulo estava sendo enviado? Em essência, “abrir os olhos”
(v.18b). Pois o mundo está cego perante a verdade de Deus em Jesus Cristo (2 Co
4.4). Mas “abrir os olhos” não significava apenas um esclarecimento
intelectual, mas levar à conversão: para convertê-los
das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus (v.18b).
Conclusão: reação dos juízes.
Festo para Paulo: “estás louco, Paulo; as muitas letras te
fazem delirar (v.24). Paulo para Festo: “Não estou, ó excelentíssimo Festo; pelo contrário, digo palavras de
verdade e de bom senso (v.25). Porque tudo isso é do conhecimento do rei, a
quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas
coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou aí, nalgum recanto (v.26).
Paulo para Agripa: “Acreditas, ó rei Agripa, nos
profetas? Bem sei que acreditas (v.27). Agripa
para Paulo: “Voce pensa que assim, em pouco tempo, vai me tornar
cristão? (v.28). Paulo para Agripa: “Pois
eu peço a Deus que, em pouco tempo ou muito, não somente o senhor, mas todos os
que estão me ouvindo hoje cheguem a ser como eu, mas sem estas correntes”.
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