terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Paulo passa o bastão a Timóteo (2 Tm 4:1-8).


Introdução: Este capítulo contém parte das últimas palavras proferidas ou escritas pelo apóstolo Paulo. Foram escritas a semanas, talvez não mais do que poucos dias antes do seu martírio.  Por trinta anos sem parar, Paulo, trabalhara como apóstolo e evangelista itinerante. Fez, na verdade, o que ele mesmo escreve aqui: combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé (v.7). Agora ele aspira por seu prêmio, “a coroa da justiça”, que já lhe estava reservada no céu (v.8). Estas palavras constituem no legado de Paulo à igreja.

Começa o capítulo exortando Timóteo “Conjuro-te, perante Deus”. O verbo tem conotações legais e pode significar “testificar sob juramento” numa corte de justiça.

1)    A natureza da exortação (v.2).
·        A essência da exortação: “prega a palavra”. É a palavra de Deus, que Deus mesmo proferiu (2 Tm 3.16). Timóteo deve “pregar” esta palavra; ele deve falar o que Deus falou. Deve proclamá-la como um arauto em praça pública.

1.1)         Uma proclamação urgente (.v2): “...insta, quer seja oportuno, quer não..”
·        O arauto cristão sabe que está tratando de assunto de vida ou morte. Anuncia a situação do pecador sob os olhos de Deus, e a ação salvadora de Deus, através da morte e ressurreição de Cristo, e o convida ao arrependimento e à fé.

1.2)         Uma proclamação textual (v.2): “corrige, repreende, exorta..”.
·        O arauto que anuncia a Palavra deve corrigir, repreender e exortar. Ele deve usar “argumentos, repreensão e apelo”. Porque muitas pessoas acham-se atormentadas por dúvidas e precisam ser  repreendidas; outras, ainda, são perseguidas pelas dúvidas e precisam ser encorajadas.

1.3)         Uma proclamação paciente (v.2) “... com toda longanimidade..”.
·        Mesmo devendo INSTAR devemos ter “toda longanimidade na espera por essa resposta”. A nossa responsabilidade é ser fiel na pregação da Palavra; os resultados da proclamação são de responsabilidade do Espírito Santo e, quanto a nós, SÓ NOS COMPETE esperar pacientemente por sua obra.
1.4)         Uma proclamação inteligente (v.2). “...e doutrina”.
·        Não devemos só pregar a palavra mas também ensiná-la, ou melhor, pregá-la “com toda doutrina” (didachê). Isto foi o que o proprio Paulo fez em Éfeso, por cerca de três anos ele ensinou “publicamente e pelas casas... todo conselho de Deus”.  Agora é a vez de Timóteo fazer o mesmo.

2)    Por que temos que pregar? (VS.  3-8). Paulo pede que Timóteo olhe em três direções: primeiro para Jesus Cristo, o juiz e rei que retorna; em segundo lugar,  ao mundo atual; em terceiro,  ele, Paulo, o idoso prisioneiro à beira do martírio.

2.1 ) O CRISTO QUE VEM (VS. 1 E 8).
·        Paulo descreve os cristãos como aqueles que amam a vinda de Cristo (v.8). Ele está seguro de que Cristo voltará de forma visível, e que, quando aparecer, “há de julgar os vivos e os mortos e consumar “o seu reino” e “poder”.

2.2) O mundo atual (VS. 3-5).
·        Há um outro evento futuro, antes da vinda de Cristo, a saber, DIAS NEGROS E DIFICEIS. Como são esses tempos?
ü As pessoas não podem suportar a verdade (VS. 3 e 4). Em outras palavras, tais pessoas não podem suportar a verdade e recusam a ouvi-la, buscando, então, mestres (“pastores”, “apóstolos”) que adaptem suas fantasias especulativas. Essas pessoas sofrem de uma condição patológica peculiar, conhecida como “COCEIRA NOS OUVIDOS”, OU “FOME DE NOVIDADES”.
ü Notemos que o que rejeitam é a “sã doutrina” (v.3) ou “a verdade” (v.4), e o que preferem são “as suas próprias cobiças” (v.3) ou “fábulas” (v.4). Assim, substituem a revelação divina por suas fantasias.

3)    Como Timóteo deverá reagir a isto? “TU, PORÉM” (cf. 3:1, 10 e 14). Ele repete sua ordem a Timóteo, ordena-lhe que seja diferente, não se deixando influenciar pela moda prevalecente. QUATRO ORDENS:

ü “SEJA SÓBRIO”. Literalmente nepho que significa “livre de qualquer forma de embriaguez mental e espiritual”, sendo, pois, “bem equilibrado, autocontrolado” (Rm 12.1-2).

ü Mesmo que o povo não queira dar ouvidos ao seu bom ensino, Timóteo deve persistir em ensinar, predispondo a suportar aflições, por causa da verdade que ele se recusa a comprometer.

ü Timóteo deve fazer o “trabalho de um evangelista”, porque o povo é desgraçadamente ignorante, a respeito do verdadeiro evangelho.

ü Mesmo que as pessoas abandonem o ministério de Timóteo em favor de mestres que lhes cocem as ideias fantasiosas, Timóteo deve cumprir seu ministério.

Conclusão:  o velho apóstolo (VS. 6-8).

ü “TU, PORÉM, TIMÓTEO, TU DEVES CUMPRIR O TEU MINISTÉRIO PORQUE EU JÁ ESTOU ÀS PORTAS DA MORTE”. Assim como Josué sucedeu a Moisés, Salomão sucedeu a Davi e Eliseu a Elias, assim também agora Timóteo deve suceder a Paulo.

ü Paulo usa algumas  figuras de linguagem para descrever sua morte: “estou sendo já oferecido por libação” ou “minha vida já está sendo colocada no altar”. Ele compara a sua vida como um sacrifício e uma oferta. “O tempo da minha partida é chegada”. Partida é uma metáfora pra expressar a morte.

ü “combati o bom combate”. “corri a grande luta”.  “completei  a carreira” (Atos 20.24). “Guardei a fé”, “guardei a fé no meu mestre”. Agora nada lhe resta, senão o prêmio, por ele chamado de “a coroa da justiça”,que lhe está guardada e que lhe será dada no dia da vitória.


“Nosso Deus é o Deus da história. Deus está executando o seu propósito ano após ano. Um obreiro pode cair, mas a obra de deus continua. A tocha do evangelho é transmitida de geração a geração. Ao morrerem líderes da geração anterior, é da maior urgência que se levantem aqueles da geração seguinte e com coragem tomem os seus lugares”. 

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