Daniel e a batalha
espiritual. Dn 10.
Introdução:
Daniel é um dos maiores exemplos de
oração que temos na Bíblia. Ele ora com seus amigos, e os magos são poupados da
morte (Dn 2.17-18). Ele ora com as janelas abertas para Jerusalém, e Deus o
livra da cova dos leões (Dn 6.10). Ele ora confessando seu pecado e os pecados
do povo, pedindo a restauração do cativeiro babilônico (Dn 9.3). Agora, Daniel
ora novamente em favor de sua nação (Dn 10.1-3).
1)
Quando
e onde ocorre a visão (Dn. 10.1-4).
Mais de dois anos haviam se passado
desde que Ciro, imperador da Pérsia, decretara o retorno dos judeus a
Jerusalém, isto se deu em 538 a.C, a fim
de reconstruírem tanto a cidade como o templo.
Daniel, já estava com oitenta e seis
anos, havia orado em favor dos exilados, mas não fora com eles. Deus ainda tem
outra revelação para seu idoso profeta. O frágil servo de Deus contemplará
coisas não vistas em qualquer de suas visões anteriores.
Por três semanas inteiras, esteve
pranteando e humilhando-se. NÃO PROVOU COMIDAS OU IGUARIAS DELICIOSAS. Pôs de
lado a carne e o vinho. Deixou de ungir-se com óleo, que é amplamente usado no
oriente para se refrescar. Dedicou-se a sincera e profunda humilhação. Foi uma
ocasião de tristeza e jejum.
·
POR
QUÊ?
Daniel havia desejado e orado para
que os judeus retornassem do exílio (Dn 9:3); e, com o decreto de Ciro, sua
oração fora atendida. Mas somente um pequeno grupo se apropriara da
oportunidade, dada por Deus, para retornarem. Isso entristeceu o coração de
Daniel.
Não somente isto, mas os judeus
enfrentaram dificuldades em sua tarefa de reconstruir a cidade de Jerusalém e o
Templo. Os inimigos – os samaritanos e palestinos – conseguiram paralisar a
construção da cidade e do Templo (Ed. 4:4-5).
2)
O
que Daniel viu e ouviu e como reagiu.
A margem do Rio Tigre, levantou os
olhos e viu um homem vestido de linho. A descrição do visitante continua no
versículo 6. Devemos compará-la a apocalipse 1:13-17. Muitas vezes, no Antigo
Testamento, o Senhor Jesus apareceu na forma de um homem. Na teologia isso se
chama TEOFANIA deriva de duas palavras da língua grega: teos e fanis que
significam respectivamente “Deus” e “aparecer” ou manifestar. Portanto,
teofania é “uma forma visível da divindade”.
O versículo 7 deixa evidente que
somente Daniel teve esta gloriosa visão. Foi revelada a alguém espiritualmente
perceptivo. Quando o Senhor Jesus Cristo falou com Paulo, todos ouviram o som
de sua voz, mas somente Paulo ouviu as palavras pronunciadas (Atos 9.7;
22.9).
“Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força
em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma”
(v.8). Ou, “Quando fiquei sozinho depois
dessa visão, abandonado pelos meus amigos, meus joelhos ficaram bambos; e o
rosto, pálido, sem força nenhuma”. A mensagem.
Um velho e
fiel crente encontra-se agora sozinho diante da Segunda Pessoa da Trindade!
Suas forças retraem-se de seu corpo mortal, e sua cor natural se altera em uma
palidez fúnebre. A voz cujas palavras são “como o estrondo de muita gente”,
fala com ele.
3)
O
que disse o visitante (Dn 10:11-14).
Primeiramente, o velho profeta
necessitava ser restaurado à sua consciência. Certa mão o tocou e o acordou. O
gracioso salvador o chama pelo nome “Daniel,
Deus o ama muito e me mandou falar com você...”. E, confortavelmente lhe
assegura ser ele um homem muito amado (VV. 11 e 12).
O versículo 13 – FALA DA BATALHA
ESPIRITUAL – é certamente um dos mais misteriosos do velho testamento. Quem
poderia ter impedido o Senhor Jesus Cristo? A resposta apresentada é “o
príncipe do reino da Pérsia”. Foi o “príncipe” e não o “rei” da Pérsia. Não foi
Dario ou Ciro quem resistiram a Cristo.
Por trás dos deuses nacionais da
Pérsia existiam personalidades más e sobrenaturais (1 Co 10.20). Foram estes
espíritos maus que levaram as autoridades persas a apoiarem os samaritanos em
suas investidas contra o pequeno grupo de fiéis judeus do exílio quando haviam
retornado a Palestina.
3.1) Algumas lições sobre batalha
espiritual.
Este capítulo nos mostra quem são os verdadeiros inimigos do
trabalho de Deus.
Zorobabel havia retornado a Jerusalém.
Todo o trabalho que ele e seus poucos companheiros esperavam empreender havia
sido interrompido.
Quem eram os responsáveis?
Os judeus desencorajados, diríamos a culpa é de vocês, pois
pessoas desencorajadas são os verdadeiros inimigos da obra de Deus!
Ou culparíamos os samaritanos. Haviam morado na Palestina durante todo o tempo do exílio dos
judeus na Babilônia. Esta era a última coisa que os samaritanos queriam e,
portanto, esforçaram-se para evitá-la.
Ou seriam os persas os culpados? Foram as autoridades persas que primeiro autorizaram os
judeus a voltarem e, então, ordenaram que o trabalho cessasse, quando os
samaritanos se queixaram!
Mas os verdadeiros inimigos são revelados nos versículos 13 e 20: “O príncipe do reino da Pérsia me
resistiu”; “tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas”.
Nossa guerra é espiritual, contra inimigos espirituais (Ef 4.12). Há um
reino espiritual. Há um conflito invisível, que se torna visível em nossas
próprias experiências ( 2 Co 4.4).
Temos que identificar as armas apropriadas para o conflito em
que estamos engajados. “Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no
dia mau, e depois de terdes vencido tudo, permanecei inabaláveis” (Ef 6.13-18).
E, termina, com a
arma mais poderosa (Ef 6.18-19).
“Há um tremendo poder na oração. Foi
pela oração que o exílio terminou e que
Ciro foi movido a fazer seu decreto histórico. Quando o trabalho de
reconstrução foi interrompido, Daniel recorreu novamente à oração. Pouco
depois, o trabalho recomeçou. Os inimigos perderam, e Deus enviou novos líderes
para exortar e encorajar o povo. Finalmente, o templo foi reconstruído, e nada
pode impedi-lo”
“PENSE NISTO! UM VELHO DE OITENTA E SETE ANOS, EM UM PAÍS DISTANTE, OROU,
E A HISTÓRIA FOI MUDADA”.
Conclusão: O que ora pode esperar. O caminho da oração é solitário e difícil. A resposta
que não vem de imediato também é algo desanimador. Mas há grandes consolos na
oração. No lugar da oração, Daniel viu o
filho de Deus em sua completa majestade e ouviu, dos lábios dEle, que era muito
amado nos céus. Daniel viu que, no futuro, tudo acabará bem porque Deus governa
o futuro. Vemos isto somente no “quartinho da oração”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário