terça-feira, 9 de maio de 2017

Sansão: o mulherengo. Juizes 14.1-4




Introdução:  o esquema da sedução (Pv 7-7-20).

Passo 1: Local. A sedução se inicia quando se está no lugar errado, na hora errada (7.8). Apesar de saber o risco que corria, o rapaz passava perto da casa da mulher adúltera quando já estava escuro.

Passo 2: “Bote”. A mulher foi encontrar-se com ele, VESTIDA DE MANEIRA PROVOCANTE, o abraçou e o beijou. Ela deixou evidente suas intenções.

Passo 3: adulação. “Por isso sai procurando você. Eu queria encontra-lo, e você está aqui” (7.15). Imediatamente, a mulher tratou de mostrar seu interesse pelo rapaz, demonstrando estar deslumbrada por tê-lo encontrado.

Passo 4: Charme. Ela descreveu para o rapaz o ambiente sedutor e convidativo que já tinha preparado antevendo a possibilidade de encontra-lo. Para um homem carente, é quase impossível resistir a um convite como esse, ainda mais se ele não estiver preparado para fugir à tentação. 



Passo 5: Sentimentos. “Venha,  vamos amar a noite toda. Passaremos momentos felizes, nos braços um do outro” (7.18). Quando uma mulher bonita faz um convite como esse a um rapaz “sem juízo”, inexperiente, ela mexe com seus sentimentos.

Passo 6: Engano. Depois que o rapaz já tinha caído como um “patinho” em sua armadilha, ela o engana mais uma vez, dando-lhe a falsa impressão de que ambos estavam livres para se divertir, sem que tivesse consequências posteriores. “O MEU MARIDO NÃO ESTÁ EM CASA ELE FOI FAZER UMA LONGA VIAGEM. LEVOU BASTANTE DINHEIRO E SÓ VOLTARÁ DAQUI A ALGUNS DIAS” (7.19-20).  

1)    Uma mulher filisteia. 

Sansão já é adulto, e o Espírito Santo começa a trabalhar nele (Jz 13.25). Um dia, ele “desceu Timna e viu ali uma jovem mulher filisteia” (v.1). Quando voltou para casa, Sansão disse a seus pais: “Eu vi uma mulher em Timna, uma das filhas dos filisteus. Trazei-a para que seja minha mulher” (v.2).  Os pais de Sansão se lembravam de que o anjo profetizou que Sansão libertaria os israelitas da opressão dos filisteus. Que angustia que sentiram quando Sansão volta para casa e, em vez de lutar contra os inimigos de Israel, anuncia que quer se casar com uma mulher daquele povo!


Ele perguntam se não há uma mulher entre os parentes, ou pelo menos em Israel, com quem ele possa se casar, “para que vás tomar mulher entre os filisteus, aqueles incircuncisos?” (v.3).  CIRCUNCISÃO era um sinal de que a família tinha uma aliança ou um relacionamento pessoal com Deus, como parte de seu povo. No entanto, Sansão não queria saber de conversa: “tomai-me esta”, ele insiste com grosseira; e completa: “Ela agrada aos meus olhos” (Jz 14.3). É esse tipo de abordagem e padrão moral que os israelitas adotam: FAZER O QUE ERA MAU AOS OLHOS DO SENHOR, PORQUE ERA CERTO AOS PROPRIOS OLHOS (Jz 13.1; 17.6).


Duas cousas em Sansão: IMPULSIVO E INDÓCIL.
IMPULSIVO. Ele é totalmente sensual, é controlado pelos sentidos – ele reage ao que sente a partir do que vê, sem ponderações. Ele vê – e, a seguir, ele toma.

INDÓCIL. Ele desdenha dos conselhos e da autoridade dos pais. O livro de Proverbios explica de modo amplo como é soberbo e tolo aquele que se recusa a ouvir conselhos de terceiros (Pv 19.20; 12.15). 



2)    Jugos desiguais.
Por que a Bíblia ordena que os crentes não entrem em casamentos desiguais? O texto em Exôdo 34.15,16 manda que Israel não faça aliança “com os habitantes da terra” (ou seja, com aqueles que não conhecem o Senhor) nem tomem “para teus filhos mulheres entre as filhas deles”. Porque essas uniões, levariam os israelitas a se juntar quando se “prostituissem com os seus deuses” (v.16).

Em 2 Corintios 6.14-16, o apostolo Paulo reitera seu apelo aos crentes para que não se unam àqueles que não cultuam o Deus verdadeiro. Em 2 Corintios, assim como em Exodo, o motivo principal é que tais casamentos fragilizam a lealdade do crente a Deus – “que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos” (v.16). Alguém pode dizer: “Isso não é dificuldade para mim. Posso me casar com X porque ele/ela respeita totalmente a minha crença e nunca me impedirá de praticá-la”. 




3)    A sutileza do pecado.
Em Juízes 14.4 é a chave para entendermos porque Sansão vai atrás de uma filisteia.  “Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isso (o desejo de Sansão de casar com uma filisteia) vinha do Senhor, que buscava ocasião contra os filisteus”. Ou seja, a união entre esses dois povos era tal que nem o Senhor consegue encontrar algo que os force a se separar. Portanto, ele usa as fraquezas de Sansão para gerar o relacionamento com essa mulher irresistível.

Deus continua comprometido integralmente com as promessas de sua aliança. Ele promete amar os israelitas, dar-lhes uma herança e nunca desfazer esse compromisso (Jz 2.1). AQUI, DEUS É TÃO FIEL ÀS SUAS PROMESSAS QUE NÃO SOMENTE AS CUMPRE  APESAR DO PECADO DE SEU POVO, MAS ATÉ POR MEIO DE SEU PECADO. DEUS USA O COMPORTAMENTO PECAMINOSO DO SEU POVO PARA LIBERTÁ-LOS.

O povo de Deus não tem de viver em paz com o mundo – pois a “amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tg 4.4). Por que? Porque, se formos iguais ao mundo, adoraremos os ídolos e abandonaremos o Senhor Deus; como Tiago afirma, seremos “adúlteros”.

4)    O leão, a aposta e a mulher.
Três coisa importantes: Sansão é impulsivo e indócil; Israel praticamente se misturou com os filisteus; Deus está gerando conflitos para que o povo volte para Ele.
Inicialmente Sansão menospreza o voto de nazireu. Quando “um leão novo o atacou, rugindo, ele despedaçou o leão com as mãos vazias” (14.5-6). Como nazireu, Sansão não podia tocar em animal morto, no entanto, toca no animal para tirar o mel que havia se formado na carcaça do animal (8,9). Sansão se prepara para casar, e aposta  - trinta vestes de linho e trinta mudas de roupas -,  com os filisteus, afirmando que eles não eram capazes de decifrar o seu enigma: “Do que come saiu a comida, do que é forte saiu a doçura”.

Sansão é obrigado a contar o enigma, visto que a mulher fora ameaçada pelos “amigos de Sansão”, e diante disso, ele mata trinta filisteus, não para salvar Israel, mas para se vingar a pagar a dívida.  Mais tarde, Sansão ficou Sabendo que a filisteia de Timna “foi entregue a um dos amigos que havia sido seu companheiro” (v.20). Impulsionada por essa traição, ele incendiou as plantações dos filisteus com trezes raposas. Depois, os filisteus se armaram e acampará em Judá, “para amarrar Sansão e retribuir-lhe o que nos fez” (Jz 15.10). Mas “o Espírito do Senhor se apossou dele”. Sansão arrebenta as cordas e, “achando uma queixada de jumentos ainda fresca a apanha e mata mil homens com ela” (15.14,15).

Conclusão: o que podemos aprender?

·        Reconhecer a diferença bíblica entre dons e fruto. Algumas pessoas usam seus dons como “prova autojustificativa de que estão bem espiritualmente”.

·        O melhor indicador de saúde espiritual é a nossa vida de oração e não nossas atividades religiosas. As orações são afetuosas, agradáveis, consistentes? Ou, oramos somente quando estamos em dificuldades?


·        Temos de evitar o cristianismo do tipo “Cavaleiro Solitário”. Sansão, além de não ouvir conselhos, ele nunca trabalha com ninguém nem forma equipes. 

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