E
“Tradição” e “Mera Tradição”.
Todas as terças estamos tecendo junto
com igreja o texto do Evangelho de
Marcos expositivamente. Então cada terça é um capitulo ou fragmentos de um
capítulo. Na próxima terça estarei pregando sobre o capitulo 7 deste evangelho.
Esse texto é muito pertinente aos dias de hoje porque faz uma distinção entre
“tradição’ e “mera tradição”.
Fazendo minha leitura devocional
nesta manhã de segunda feira me deparei com o texto de Zacarias 7:1-3, que é uma essência de tradição
e mera tradição. Então vamos analisar: “No
quarto ano do rei Dario, veio a palavra do Senhor, no dia quarto do nono mês,
que é quisleu. Quando de Betel foram enviados Sarezer, e Regém-Meleque, e seus
homens para suplicarem o favor do Senhor, perguntaram aos sacerdotes, que
estavam na Casa do Senhor dos Exércitos, e aos profetas: “Continuaremos nós a
chorar, com jejum, no quinto do mês, como temos feito por tantos anos?”
Os jejuns
sobre os quais os homens de Betel perguntaram eram jejuns instituídos pelos
exilados para comemorar acontecimentos associados à queda de Jerusalém, cerca
de 68 anos antes. A primeira geração de exilados sentiu aquela queda
profundamente e, sem dúvida, havia chorado com grande sinceridade. Agora,
porém, outra geração, apenas dois anos depois de terminar um novo Templo de
Jerusalém, perguntava-se se havia alguma razão para manter os jejuns
tradicionais.
Observe duas
coisas sobre a questão. Primeiro, Deus não havia ordenado aqueles jejuns e,
portanto, eles não eram obrigatórios. Contudo, era correto os homens de Betel
suscitarem a questão junto aos líderes espirituais de Jerusalém e buscar
orientação de Deus. Seja como for que as
nossas tradições religiosas tenham começado, é sábio buscar orientação de Deus
antes de modificá-las.
Segundo, os
jejuns haviam se tornado uma MERA TRADIÇÃO para a geração presente. Há uma
diferença entre “TRADIÇÃO” e “MERA
TRADIÇÃO” . O que pode ser uma forma vital de expressar uma experiência espiritual
real raramente pode ser legado à geração seguinte, sem se tornar uma
mera tradição: a forma sem o significado ou a vitalidade. CADA GERAÇÃO deve ter
a liberdade de encontrar as melhores maneiras para expressar a sua experiência
pessoal com o Senhor.
“Quando
jejuaste... jejuaste vós para mim?” (Zc 7.4-7). Deus respondeu à pergunta sobre
o jejum por meio do profeta Zacarias. Sua resposta foi dada por meio de uma
pergunta contundente. As pessoas haviam realmente jejuado “para Mim” todos
aqueles anos ou jejuado para si mesmas?
Em essência,
Deus perguntou: “vocês sentiram uma tristeza pelos seus pecados – ou só se
sentiram tristes por terem apanhados no pecado?” O motivo para o jejum era a
culpa pelos pecados que causaram o Exílio? Ou a dor, em primeiro lugar, era
simplesmente uma autopiedade, uma expressão egoísta da própria postura que
levara geração anteriores a abandonar a Deus?
Que pergunta
para nós fazemos quando experimentamos a disciplina do Senhor? Sentimos. Dói.
Mas o nosso coração dói pelo pecado ou apenas pelo castigo? Mudamos o foco de
nosso interesse pelo Senhor ou ainda estamos interessados em nós mesmos?
“Assim falou
o Senhor dos Exércitos” (Zc 7.8-14). Os homens de Betel haviam perguntado:
“Devemos jejuar?” Deus parece rejeitar a pergunta como despida de importância e
respondeu: “Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a
seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre,
nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração” (VV. 9,10).
Quantas
vezes nos preocupamos apaixonadamente com questões sem importância. No tempo de
Jesus os fariseus tinham o cuidado de dizimar as folhas das pequenas ervas que
cresciam nas suas soleiras. Mas, Cristo disse, “desprezai o mais importante da
lei, o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Um dos ardis mais eficazes de
Satanás é fazer com que os crentes dêem muita atenção àquilo que não merece
atenção. Quando aquilo que é menos significativo domina o nosso pensamento,
ignoramos os aspectos verdadeiramente centrais da nossa fé.
Observe que tanto
Zacarias como Jesus se concentraram em um estilo de vida marcado pela justiça, misericórdia e compaixão. Se
formos fiéis na demonstração do nosso compromisso com o Senhor vivendo uma vida
santa e amorosa, as “coisas pequenas” encontrarão o seu lugar.
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