Jesus é superior aos anjos - Hb 1:5-14 e 2:1-4.
Introdução:
O propósito deste ensino é expandir a
frase “melhor que os anjos” que o apostolo acabara de usar no versículo 4.
Sendo judeus, os primeiros leitores desta carta pensavam muito em anjos. Uma
das razões pelas quais tinham tanta reverencia pelas leis que Deus lhes deu no
tempo de Moisés é que estas lhes vieram por intermédio de anjos (Atos 7.53, Gl
3.19). Portanto, é importante que o apóstolo demonstre que Cristo, o centro do
evangelho, é maior que esses anjos. Para
isso, ele cita sete versículos do Antigo Testamento, sendo um deles em 2
Samuel, enquanto os outros são dos Salmos.
1)
Os anjos são apenas anjos: Cristo é o
Filho (1.4-5).
Deus nunca disse a um anjo: “Tu és
meu filho”. Somente a Cristo, e referindo a Cristo. O inicio do versículo 5,
cita o Salmo 2.7, refere-se a sua geração eterna. Por “eternamente gerado”
estamos dizendo que tudo que Cristo é deve-se ao Pai, ainda que ele mesmo seja
Deus. A segunda passagem, que cita é 2 Samuel
7.14, continua a referencia ao relacionamento que existe entre a primeira e a
segunda pessoa da Trindade. Sendo meros mensageiros, os anjos jamais são tratados
com tamanha dignidade. São enviados por Deus, mas não são Deus.
2)
Os anjos são meros adoradores: Cristo
é o adorado (1.6).
O apóstolo falou do ser eterno de
Cristo. Agora, ele menciona a sua vinda ao mundo. Cristo é descrito como “primogênito”.
A palavra descreve o membro mais velho da família, aquele que assumirá como
chefe quando o pai tiver morrido. Deus Pai não pode morrer. Contudo, Jesus
Cristo é o seu “herdeiro designado” (Hb 1.2).
Portanto, os anjos são chamados a
adorá-lo e servi-lo. Em Isaias 6, o profeta os viu fazendo exatamente isso
(pois era Cristo que Isaias viu ali, conforme Joao 12.41 esclarece). Da mesma
forma, os anjos anunciaram publicamente o seu nascimento (Lc 2.8-20),
ministraram a ele no deserto (Mt 4.11), o fortaleceram no Getsêmane (Lc 22.43)
e, se ele tivesse ordenado, o teriam livrado da cruz (Mt 26.53). PORTANTO,
Cristo é muito maior que os anjos.
3)
Os anjos são meras criaturas: Cristo
é o Criador (1.7-12).
O versiculo 7, que cita o Salmo 104.4,
contém dois conceitos,ambos demonstrando que os anjos são seres inferiores e
subordinados. Eles são criaturas. Deus “faz deles” alguma coisa. Anjos são
servos, como o vento e o fogo são seus servos.
Cristo, por outro lado, é chamado de Deus e soberano. Os versículos 8-9
citam o Salmo 45.6-7, um salmo messiânico onde são destacadas suas virtudes: as
qualidades do seu reinado são justiça, retidão e ódio à maldade. Para o seu
trono, Cristo foi ungido (“Cristo” significa “ungido”) e não apenas designado.
Mas como pode Cristo, que é tratado
como Deus (v.8), ter alguém como seu Deus (v.9)? Para responder, temos de ter
em mente a Bíblia inteira. Ela nos ensina que, embora exista um só Deus, há
três que são Deus (mas não são três deuses). O Pai é Deus, o Filho é Deus, o
Espírito Santo é Deus – cada um é Deus no mesmo sentido. Destes, o Pai é o
primeiro, o Filho o segundo, e o Espírito Santo o terceiro. Não somente isto,
mas também, o Filho, sem deixar de ser Deus, tornou-se homem. Como segunda
pessoa da Trindade, ele tem a Deus como o seu Deus.
Em seguida, nos versículos 10 a 12, o
apostolo cita o salmo 102.25-27. Aqui, Cristo é tratado pelo nome divino de “Senhor”
e visto como Criador, aquele que permanece imutável em meio a todas as coisas
que mudam. Estes versículos abrangem toda a história, mostrando que Cristo
existia antes da criação, realizou toda a criação, permanecerá quando toda a
criação findar e continuará a existir para sempre.
4) Os anjos são meros servos: Cristo é
rei (Hb 1.13-14).
A passagem do Antigo Testamento que o
apostolo tem em mente é o versículo de abertura do salmo 110, outro salmo
messiânico. Jesus está assentado à destra de Deus. Nada remotamente parecido
foi dito nesse sentido a respeito de qualquer anjo e jamais o será.
O que são os anjos? Não são pessoas
da Divindade. São espíritos criados que foram enviados por Deus, não somente
para servi-lo, mas também para servir aos cristãos. Em alguns momentos parecemos tão
rebaixados e os anjos aparecem tão
poderosos. Mas nós é que herdaremos a salvação, não eles.
Conclusão:
Advertencia (Hb 2.1-4). A imagem do
versículo 1 é a de um barco em uma rápida corrente, perdido e sendo varrido
para o mar. Nessas circunstancias o mais frágil barco permanece seguro, conquanto esteja fixo perto da costa.
A escolha é permanecer ligado à margem ou perecer. Sendo assim, era de se
esperar que os hebreus estivessem sempre verificando suas amarras, apertando
mais o nó e fortalecendo o ancoradouro. Ao invés disso, esses crentes tinham a ideia
de que estariam seguros do outro lado do rio. Em vez de verificar suas cordas,
elas as cortam uma por uma. Agora, resta apenas uma – e o nó dessa corda começa
a escorregar! Eles precisam fazer alguma coisa!
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