terça-feira, 30 de setembro de 2014

Daniel: uma grande oração  e as setenta semanas (Dn 9:1-19).


Introdução

No ano de 605 a.c., Nabucodonosor havia capturado Jerusalém, levando Daniel e muitos judeus (mais de 10.000) para a Babilônia. Passaram-se sessenta e oito anos desde que tudo isto ocorrera. Daniel estava em Babilônia há quase setenta anos.

Neste capítulo, Daniel é um homem velho. Tinha quartoze anos ao ser trazido em cativeiro, mas agora está com oitenta e dois anos de idade. Encontramo-nos em 537 a.C., o primeiro ano de Dario, o Medo.

Muitos anos se passaram desde que sairá de Jerusalém, mas a fé do velho profeta mostra-se tão vigorosa como antes. As tribulações não a enfraqueceram. As promoções e as elevadas posições sociais não minaram sua fé nem o seduziram a amar outras coisas além de seu Deus.

1)    O livro de Jeremias (v.2).


Nesta ocasião, Daniel examinava os rolos de Jeremias. Quando menino, em Jerusalém, provavelmente ouvira Jeremias em pessoa. As profecias de Jeremias haviam sido escritas e, por serem a Palavra de Deus, foram maravilhosamente preservadas nos anos seguintes. Daniel as estudava. Enquanto lia, quase não podia acreditar no que seus olhos viam!

O que foi? Para saber, precisamos verificar Jeremias 25:8-11 e Jeremias 29.10-14. Na Escritura, Daniel, lia a promessa divina de que o exílio terminaria após setenta anos. Se o povo de Deus se voltasse a ele, seria trazido de volta a sua terra.

Diante da leitura, Daniel, portou-se como um homem que possuía um cheque do céu. O cheque prometia o retorno do exílio, sob a condição de uma nova busca do Senhor. Ele pensou assim: “Deus disse que após setenta anos podemos voltar para casa. Esta é a promessa divina. Portanto, orarei a Ele para que remova sua ira de Jerusalém e faça acontecer o retorno prometido”.

2)    A oração de Daniel (3-19). Alguns aspectos:


·         Primeiro aspecto da oração de Daniel é a seriedade. Seu hábito sempre foi o de orar três vezes ao dia. No versículo 3, lemos que voltou o seu rosto para buscar o Senhor Deus, “em sinal de tristeza, eu vesti uma roupa feita de pano grosseiro, sentei-me sobre cinzas, deixei de comer e orei com fervor ao Senhor Deus”. Daniel orou com intensidade.

·        O segundo aspecto é que Daniel se portou com reverencia. Ao aproximar de Deus, manifestava um grande senso de temor a Deus, diante da sua majestade. Por isso sua oração começou: “Ah! Senhor! Deus grande e temível...” (v.4).

·        O terceiro aspecto é que a oração de Daniel estava repleta de contrição (v.4 e 20). É a oração de um homem humilde, vencido por uma convicção de pecado, o qual ele mesmo confessa. Nesta confissão, Daniel não pode separar-se da nação a que pertence; portanto, os pecados confessados por seus lábios são os de toda a nação: “temos pecado contra ti (v.8)... pois nos temos rebelado contra ele (v.9)... e não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz (VV. 10-11)”.

“Daniel reconhece que as aflições experimentadas pela nação e seu exilio são fruto do pecado. Nos versículos 11 a 14, Daniel admite que todos os acontecimentos com o seu povo não são outra coisa senão o que fora prometido por Moisés, se a nação se virasse contra Deus”.

·        Daniel aproximou-se do Senhor não apenas com seriedade, reverencia e contrição. Mas também confiando em sua misericórdia. Há uma esplêndida ternura no versículo 4: “Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam”. (VV. 9 e 18).

·        E o quinto aspecto da oração foi que Daniel achegou-se a Deus com pedidos específicos. Viu Jerusalém, o templo e o povo arruinados, suplicou que Deus removesse todos os judeus a sua ira e o seu furor, tratando-os com misericórdia (VV. 16 e 17). Daniel buscou ao Senhor com argumentos fortes e com importunação. Por exemplo, no versículo 15, lembrou a Deus que Ele realizara um grande feito na história ao libertar o povo da escravidão no Egito. No versículo 16, recorda-lhe que Jerusalém que está desolada, é a “tua cidade de Jerusalém... teu santo monte”. Não deveria fazer algo em favor de sua cidade? O povo que está sendo desprezado é “o teu povo”. E o teu santuário encontra-se desolado. Não fará Ele coisa alguma em relação ao templo, por amor do seu nome?

·        V.19: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome”.

3)    As setenta semanas.


Seus lábios ainda se moviam em oração, quando Gabriel veio novamente e o tocou. Logo Daniel foi assegurado de um tremendo fato: desde o primeiro momento de sua oração, Deus a estava ouvindo. A vinda imediata de Gabriel foi o resultado (v.23). Ficou sabendo que era mui amado no céu, possuindo uma boa reputação lá!

As sete semanas são divididas em três períodos de sete: 1) o primeiro período de sete “setes”; 2) o segundo período de sessenta e dois “setes”; 3) o terceiro período: a septuagésima semana. Assim temos, portanto: 7 + 62 + 1 = 70.

O primeiro período compreende as sete semanas de anos (49) que vai do cativeiro babilônico à reconstrução  de Jerusalém. O marco para o inicio é a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém. A ordem se deu em 445 a.C., no reinado de Artaxerxes (Ne 2.5-8). Ou seja, 445 – 49 (sete semanas de anos) = 396 a.C. Essa reconstrução, conforme Neemias, foi muito angustiante (v.25).

O segundo período, as sessenta e duas semanas, descreve o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém até Jesus. Ou seja,  396 – 434 (62 semanas de anos) = 38 d.C. Dessa forma chegamos ao ministério de Cristo de 31 a 34 d.C. Isso está de acordo com o relato bíblico que nos informa que Cristo iniciou seu ministério aos 30 anos (Lc 3.23).

O terceiro período: a septuagésima semana. Cristo morreu na septuagésima semana, fazendo expiação dos nossos pecados (Dn 9.26; Is 53.8). 



Conclusão: nos verso 27 fala do aparecimento do Anticristo que governará o mundo, iludindo as pessoas com milagres da besta e com prosperidade econômica, mas durará pouco tempo.






Nenhum comentário:

Postar um comentário