O chamado para Construir a Comunidade
(Efésios 4:1-16).
Introdução: Paulo
– prisioneiro de Cristo: “Rogo-vos, eu, prisioneiro de Cristo...”.
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Paulo
é tanto um prisioneiro de Cristo como um prisioneiro por amor a Cristo, não
somente vinculado a ele pelas correntes do amor como também detido por causa da
sua lealdade ao evangelho (Efésios 3.1).
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“Rogo-vos, que andeis de modo digno da
vocação a que fostes chamados”. A
Igreja que Deus está chamando à existência tem duas características principais:
Primeiro é um só povo,
composto igualmente de judeus e gentios, a única família de Deus. Segundo, é um povo santo,
distinto do mundo secular, separado para pertencer a Deus. Portanto, visto que os que são de Deus são
chamados para ser um só povo, devem manifestar a sua união, e porque são
chamados para ser um povo santo, devem manifestar a sua pureza. A união e a
pureza são dois aspectos fundamentais de uma vida digna do chamamento divino da
igreja.
1) Cinco pedras fundamentais da unidade
cristã (vs. 2-3): a humildade, a mansão,
a longanimidade, a tolerância mútua e o amor.
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A humildade. A humildade é essencial à unidade.
O orgulho fica espreitando por detrás de toda discórdia, ao passo que o maior
segredo individual da concórdia é a humildade. É fácil comprovar isto pela
experiência. As pessoas de quem gostamos imediata e instintivamente, e como
quem temos facilidade de conviver, são aquelas que nos tratam com respeito que
julgamos merecer, ao passo que as pessoas com as quais instintivamente
antipatizamos são as que nos tratam como lixo.
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A mansidão. A qualidade da moderação: o meio
termo entre ser irado demais e nunca ficar irado de modo algum. Mansidão não é
sinônimo de fraqueza; pelo contrário, é a suavidade dos fortes, cuja força está
sob controle. É a qualidade de uma personalidade forte que é, mesmo assim, a
senhora de si mesmo e a serva de outras pessoas.
“Humildade e Mansidão formam um par
natural. É que “o homem manso pensa bem pouco nas suas reivindicações pessoais,
assim como o homem humilde pensa bem pouco nos seus méritos pessoais” (Mt 11.29).
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A longanimidade. É aguentar com paciência pessoas
provocantes, tal como em Cristo Deus nos considerou (Rm 2.4).
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Suportando uns aos outros. Fala daquela mutua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos podem
conviver em paz.
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O amor. É a qualidade final, que abrande as
quatro anteriores, e é a coroa e a soma de todas as virtudes. Visto que amar é
procurar de modo construtivo o bem estar dos outros e o bem da comunidade (Cl
3.14).
“Manter a unidade na igreja requer o
compromisso de toda comunidade – todos nós cuidando dela juntos,
reconciliando-nos uns com os outros, cuidando uns dos outros, exortando-nos
mutuamente, lançando-nos juntos à longa jornada, comprometidos uns com os
outros”.
“Quando há censura ou admoestação, no
sentido de se tornar mais responsável, a pessoa muitas vezes abandona a igreja,
procurando outra que “apóie mais”.
Estarmos unidos no Espírito de Deus não significa apenas dar tapinhas
nas costas dos irmãos e prosseguirmos com nossas glutonarias e idolatria”.
2)
Celebrando
a Unidade (Efésios 4:4-5).
·
Impressiona
com o número de vezes que Paulo usa a palavra “um”; ela ocorre, realmente, sete
vezes. Uma leitura mais cuidadosa revela que três destas sete unidades fazem
alusão às três pessoas da Trindade ( um Espírito, v.4; um só Senhor, v.5, isto
é, o Senhor Jesus; e um só Deus e Pai de todos, v.6), ao passo que as outras
dizem respeito à nossa experiência cristã com relação às três pessoas da
Trindade.
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Portanto,
imagine um triângulo com cada substantivo em seu ângulo. Para muitos, é certamente um mistério divino
como o Espírito pode reunir pessoas tão diferentes em um Corpo.
·
Um só corpo. Este único corpo é a igreja porque
há somente um Espírito. Este único corpo é a igreja, o corpo de Cristo (Ef. 1.23),
que é composto por crentes judeus e gentios, e sua coesão é devida ao único
Espírito Santo que habita nele e que o anima (1 Co. 12.13). A criação do corpo
de Cristo só depende do Espírito Santo.
·
Uma só esperança. Temos esperança do Evangelho que
foi pregado (Cl 1.23); esperança da justiça que provém da fé (Gl 5.5);
esperança de que Deus não nos abandonará (Sl 16); esperança de que Deus manterá
suas promessas (At 26.6-7); esperança da salvação (1 Ts 5.8); esperança da
ressurreição (Atos 23.6); esperança da vida eterna (Tito 1.2), etc.
·
A
segunda Pessoa da Trindade nos oferece outro triangulo, composto por: um
Senhor, uma fé, um batismo.

um batismo
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O
Senhor Jesus Cristo é o único objeto da fé, da esperança e do batismo de todos
os cristãos. É em Jesus Cristo que temos crido, é em Jesus Cristo que fomos
batizados.
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Um Deus e Pai de todos, o único acima de todos através de todos e
dentro de todos Ef. 4.6).


Dentro de todos
uma fé






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Uma esperança
um batismo
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O
número 7 (simboliza perfeição) combina o 3 (a trindade) com o 4 (no pensamento
judeu, o numero que simboliza toda a Terra). Assim, o texto coloca juntos Deus
e Seu povo, na unidade mais importante de todas.
3)
Os dons da Comunidade (Efésios
3:7-11).
·
A descida de Cristo se refere a
humilhação e a exaltação, sendo que esta última trouxe a Cristo a autoridade e
o poder universais. Como resultado, Cristo outorga à sua igreja, tanto o
próprio Espírito para habitar nela quanto os dons do Espírito para edificá-la
ou levá-la à maturidade.
Ø
A ênfase no versículo 11 não está na
designação de uns para isso e outros para aquilo, mas naquele que concedeu ou
designou. Cristo concedeu que uns fossem pastores e outros mestres,
evangelistas de modo que eu e você somos presentes, ou dons, para a igreja!
·
Apóstolos – o verbo apostello significa enviar
-. Havia os apóstolos de Cristo, um grupo muito pequeno e distinto, que
consistia nos doze, Paulo, Tiago, irmão do Senhor, e possivelmente um ou dois
mais. Foram pessoalmente escolhidos a autorizados por Jesus, e tinham de ser
testemunhas oculares do Senhor ressurreto.
·
Profetas. No
sentido primário em que a Bíblia usa a palavra, o profeta era uma pessoa que
esteve no conselho do Senhor, que ouvia e até mesmo via a sua palavra, e que,
como consequência, fala o que vem da boca do Senhor e fala a sua palavra com
verdade. No sentido do Antigo Testamento não há mais profetas (Mateus 11:13).
“No Novo Testamento o ministério tem
a função de trazer os descrentes uma convicção dos seus pecados, e aos crentes,
edificação, exortação e consolação. O dom profético do Novo Testamento tem que
ter o manuseio da Palavra de Deus e um olhar aguçado sobre o momento histórico
atual”.
·
Evangelistas. Este substantivo ocorre apenas três vezes no Novo Testamento (aqui; Atos
21.8 a respeito de Filipe, e em 2 Tm 4:5 sobre Timóteo). Este ministério se
refere ao dom da pregação evangelística.
·
Pastor e mestres. Os pastores são chamados para cuidar do rebanho de Deus, o fazem
especialmente por meio de alimentá-los, isto é pelo ensino (1 Pe 5.2)Mas nem
todo mestre cristão é também um pastor (alguns mestres estão nos seminários
teológicos ou lecionando nas escolas dominicais).
Conclusão: Voce é um dom para a
igreja!
“para preparar os santos
completamente para (seu) trabalho, para a construção do corpo de Cristo, até
que todos cheguemos a unidade da fé e do completo conhecimento do Filho de
Deus, a humanidade madura, a medida de estatura da perfeição de Cristo, para
que não possamos mais ser crianças empurradas de um lado para o outro pelas
ondas e carregadas de um lado para o outro por cada vento de ensino, pelas
trapaças das pessoas em ardis enganosos, mas falando a verdade em amor para que
possamos crescer de todas as maneiras nele que é a cabeça, Cristo,em que o
corpo todo, estando colocado junto e tecido junto por todos os ligamentos que
existem nele, de acordo com o trabalho adequado de cada parte, causa e
crescimento do corpo para a construção dele mesmo em amor”.