Vozes proféticas para nosso tempo Ez 22.30
Introdução
Charles Dickens escrevendo seu
livro o conto de duas cidades. A França, cujo capital Paris estava tomada pelos
revoltosos que cujo grito de guerra era: “Liberdade, igualdade e fraternidade”,
mais de quarenta mil pessoas morreram na guilhotina. Londres, por sua vez, passando
por uma crise espiritual profunda, mas Deus levantou Jonh Wesley e um
avivamento iniciou na Inglaterra.
Sobre esse tempo, Charles
Dickens expressou "Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos
tempos". Como em nosso tempo atual: Vivemos tempos difíceis, tempos
"cabulosos", nebulosos. Tempo que não existe mais o certo e o errado,
mas tudo se inverteu, tudo virado de ponta cabeça. Tempo que não existe
verdade absoluta, porque o que importa é a minha verdade; o que importa é
o meu corpo e as minhas regras; o meu pensamento; a minha maneira de agir e de
comportar, a vida foi privatizada e expulsaram Deus do seu dia a dia. Diante
disso, temos tres vozes proféticas do Antigo Testamento que nos ajuda a
entender nosso tempo.
1)
Ezequiel
O profeta Ezequiel foi levado para o exilio, pelo
rei Nabucodonosor. Com eles, mais de dez mil pessoas. O Salmista expressa a angustia
dos exilados: “Junto aos rios da Babilônia, nós nos sentamos e choramos com
saudade de Sião. Ali nos salgueiros penduramos as nossas harpas; ali os nossos
captores pediam-nos cancões, os nossos opressores exigiam canções alegres,
dizendo: Cantem para nós uma das canções de Sião. Como poderíamos cantar as
canções de Sião numa terra estrangeira” (Sl 137.1-4).
Deus chamou Ezequiel para ser profeta e exigia seu
compromisso com Deus e não às pessoas ao seu redor. Deus lhe diz: “Filho do
homem, fica em pé, porquanto desejo falar com você...Atenta que o povo a quem eu
estou enviando é rebelde, obstinado, teimoso. Diga-lhe, pois: Assim diz o
Senhor, o Soberano Deus” (Ez 2.1-3). E quando ele se colocou de pé “e lá
estava a glória do Senhor...dobrei-me com o rosto em terra” (Ez 3.22-23). A
mensagem de Ezequiel deveria ser proclamada, quer as pessoas o ouvissem ou não
(Ez 3.7-11). E Deus lhe diz: “Eis que faço a tua testa tão forte quanto o
diamante e mais resistente que a rocha mais dura” (Ez 3.9).
Ezequiel deveria permanecer firme, independente da
maneira como fosse tratado. “Quanto a voce, filho do homem, seus conterrâneos
estão conversando sobre voce junto aos muros e às portas das casas, dizendo uns
aos outros: o meu povo vem a você como costuma fazer e se assentam para ouvir
as suas palavras, mas não as põe em prática. Com a boca eles expressam devoção,
mas o coração deles está ávido de ganhos injustos” (Ez 33.30-33). Como disse
o Senhor Jesus: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe
de mim...” (Mt 15.8).
Na verdade, o povo não estava interessado em palavras
proféticas, mas queriam palavras brandas, suaves, como expressou Peterson: “fale
o que eu quero ouvir, diga-me que sou legal. Apresente alguns princípios de autoajuda
para que eu possa me sentir bem. Mas, pelo amor de Deus qualquer coisa, mas não
fale do meu pecado” (A mensagem).
Diante disso, Deus exorta seu profeta: “...não
tenha medo dessa gente nem das suas palavras...ainda que o cerquem espinheiros
e voce viva entre escorpiões” (Ez 2.6). E, a voz, por fim, diz: “Abra a boca
e coma o que vou lhe dar”. Enquanto o povo estava recusando ouvir a voz de
Deus, o profeta tinha que “comer” o livro. Quando ele comeu a palavra de Deus,
disse: “Era doce como o mel” (Ez 3.4).
2)
Amós
Amós era uma pessoa simples de Tecoa, cidade de
Judá. Era pastor de ovelhas e coletava sicômoros, figos bravos. Um dia, ouvia a
voz do Senhor que lhe chamava para anunciar a sua Palavra. Ou seja, um homem do
campo, acostumado com animais e com a agricultura e Deus lhe chama para ser
profeta, para anunciar a sua Palavra.
Mas, ele foi confrontado enquanto profetizava no
reino do norte. Amazias não queria que ele profetizasse, era como se o profeta
não fosse bem vindo no meio deles. Mas, Amós, responde à Amazias: “Eu não
era profeta, não faço parte de nenhuma escolha de profetas; sou apenas um
criador de gado e e faço colheitas de sicômoros. Mas, Deus meu chamou e me
tirou do serviço junto ao rebanho e me ordenou: Vai agora! E profetiza a Israel,
o meu povo”.
O
profeta Amós predisse a vinda de um tempo em que a terra sentiria saudades dos
grandes profetas de outrora, ansiando por uma voz poderosa da parte de Deus –
ou seja -, qualquer pessoa que defendesse a verdade de modo corajoso e politicamente
incorreto. Ele diz em sua profecia: “...mandarei fome sobre toda a terra; não
simplesmente fome por comida, nem de água; mas fome de ouvir e se alimentar da
Palavra do Senhor. Os homens vaguearão de um mar a outro, do Norte ao Oriente,
buscando a Palavra do Senhor, mas não lhes será possível encontrar”.
Hoje, infelizmente, as pessoas não estão preocupadas
com a Palavra do Senhor; hoje as pessoas, infelizmente, não estão preocupadas
em vir ao culto da Palavra. Sim, estão mais preocupadas com suas vidas, suas
viagens, seus bens, sua comodidade. Mas, o profeta Amós, profetiza de um tempo
que a Palavra de Deus tornará escassa e voce não terá mais acesso a ela.
As pessoas ansiarão, buscarão, procurarão o alimento para a alma,
buscarão incansavelmente de um mar ao outro, mas não acharão.
3)
Joel
E, por fim, o profeta Joel, filho de Petuel. Ele profetiza
sobre uma fome terrível que aconteceria com o povo de Israel, uma praga de
gafanhotos. É uma visão aterradora, porque os gafanhotos iriam acabar com toda
plantação de Israel. Todos os tipos de gafanhotos se puseram a destruir as plantações:
os que rastejam, os que migram, os que cortam e os que destroem. Sim, Deus,
traria juízo sobre o povo de Israel “o meu exercito que enviei contra vocês” (Jl
2.25).
Diante dessa calamidade, desse julgamento, Deus
diz: “Fazei tocar a trombeta por toda Sião! Dai alerta no meu Santo Monte.
Tremam todos os habitantes da terra, porque o dia do Senhor vem, e já está próximo”
(Jl 2.1). Toca a trombeta em Sião,
pois o perigo é iminente! “Perturbem-se todos os moradores da terra, porque
o dia do Senhor vem, já está próximo” (Jl 2.1).
Diante dessa cena perturbadora o que devemos fazer?
O profeta diz: “Agora, porém, diz o Senhor voltem-se para mim de todo o
coração, com jejum, lamento e pranto. Rasguem o coração e não as vestes. Voltem-se
para o Senhor, o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito
paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia desgraça” (Jl 2.12-13).
Conclusão
No final, diz o profeta Joel: “E, depois disso,
derramarei do meu Espirito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas
filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até os
servos e as servas derramarei do meu Espirito naqueles dias” (Jl 2.28-29).





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