domingo, 27 de julho de 2025

 Saudade de Deus Jr 2.1-7 

Introdução

Jeremias foi chamado por Deus para ser profeta. Ser profeta significava duas coisas: primeiro, Deus vive e é pessoal e ativo; Deus não é alguém que está longe de nós; não é nenhum conceito da filosofia. Mas Deus é vivo e real. Segundo, a função do profeta é ser a boca de Deus “...coloco as minhas palavras em tua boca” (Jr 1.9). O profeta é representante de Deus, fala a Palavra de Deus.

De inicio o profeta Jeremias recusou tamanha responsabilidade, dizendo: “Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança”. Mas o Senhor foi incisivo lhe exortando: “Não alegues que é muito jovem, a todos a quem Eu te enviar, irás, e tudo quanto Eu ordenar, falarás” (Jr 1.7).

1)     Tempo de aliança

Deus mandou o profeta Jeremias entregar uma mensagem ao seu povo: “A mim veio a palavra do Senhor”, Sim, Deus é vivo, o profeta é a boca de Deus, Deus fala e diz: “Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém...”. A palavra de Deus é inspirada, é pura, é reta. Quando Deus quer falar, sua palavra é a sua boca. Será que queremos ouvir a Palavra de Deus? Será que desejamos ouvir a voz do Eterno?

Deus sente saudade do seu primeiro amor: “Lembro-me do teu profundo e leal amor como minha noiva nos tempos da tua juventude...”. (Jr 2.2). Deus se recorda do seu primeiro amor, sim, da intensidade do seu amor para com Ele; voce não media quarteirão, voce não media distancia, sacrifícios para estar em minha presença. Deus se recorda da sua devoção: “...voce era apaixonado por mim”. Não cessava de falar do meu Santo Nome, voce me anunciava em todos os cantos;  nesse tempo Eu era prioridade em sua vida...Voce me amava com todo seu coração, com todo o seu entendimento e com toda a sua alma. 

Deus sente saudade quando “...me seguias pelo deserto, por terras áridas”. No deserto Deus cuidou do seu povo; Deus libertou o seu povo da escravidão de Faraó; depois Deus conduziu o seu povo pelo deserto. No deserto não faltou nada: de dia Deus lhe providenciou uma coluna de nuvem, de noite Deus estendeu uma coluna de fogo; Deus abriu o mar vermelho para o seu povo passar. Quando o povo estava com sede, da rocha saiu água; suas roupas não envelheceram. Deus pergunta ao seu povo: “Eu não estive com voce nos momentos mais difíceis de vossa caminhada?”, “Não andei com vocês no deserto?”

Deus sente saudade do tempo em que voce era consagrado para ele. Sim, voce era dele, totalmente Dele. Ele diz ao profeta Jeremias: “Antes mesmo de formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesse ao mundo, Eu te Separei...” (Jr 1.5). Voce era consagrado, separado para Deus, para viver em santidade.  Voce era dEle, voce era a menina dos olhos dele; Deus era o seu defensor, ele lutava suas batalhas. Como Davi disse ao gigante Golias: “Voce vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra voce em nome do Senhor dos Exércitos” (1 Sm 17.45).

2)     Ingratidão

Não obstante tudo que Deus fez por seu povo, não obstante seu cuidado, seu zelo, o povo virou as costas para o Senhor. Deus pergunta: “O que encontraram vossos pais de injusto em mim ou em minhas atitudes”. O que aconteceu, Deus pergunta. Será que Deus mudou sua natureza? Será que Deus não é mais Santo? E mais: “...afastaram de mim e partiram em busca do nada, do vazio...”. O povo agora está sem rumo, sem norte, sem bussola, andando tateando pra cima e pra baixo...

A pior facada que pode existir é a ingratidão, quando somos decepcionados por pessoas que ajudamos. Deus fez tudo por seu povo, Deus deu provisão, Deus cuidou do seu povo, Deus deu uma terra que mana leite e mel, Deus cumpriu toda sua promessa, aliás, nenhuma promessa que Deus fez caiu por terra, todas foram cumpridas. Mas o povo foi adorar Baal, o profeta Jeremias pergunta, extasiado: “Acaso há notícias que alguma nação tenha trocado os seus deuses? E eles, na realidade, nem sequer são deuses! Contudo, o meu povo trocou a minha Glória por um punhado de deuses nulos e inúteis” (Jr 2.11).

Dificilmente o cananeu deixava de adorar o deus baal, dificilmente os midianitas deixavam de invocar seus deuses, dificilmente os filisteus deixa o seu deus dagon por outro deus. Mas, o povo de Deus, o povo que adorava o Deus verdadeiro, o criador dos céus e da terra; aquele que apareceu para Moisés numa sarça ardente, identificando-se como “Eu sou”, abandonou seu Deus. Hoje vemos pessoas que abandonam seu Deus mas não abandona seu time de futebol, quando morre a bandeira do time é colocada em cima do caixão!

Em tom de exclamação diz o profeta Jeremias: “Espantai-vos disso, todo o universo! Ó céus, horrorizai-vos e abismai-vos profundamente com tal atitude! declarou Yaweh”. (Jr 2.12). Esse espanto de Yaweh é inacreditável! Como assim? Deixou Deus por outros deuses. Para Abraão Deus é El-Shaday, o todo-poderoso; para Isaque é o Deus que cumpre promessas; para Jacó é o Deus que aparece em Betel; para Moisés Deus era o “Eu sou o que Sou”; para Josué Deus é o “general do exército do Senhor”; para o rei Davi Deus é o meu pastor e nada me faltará; para Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Ele é aquele que anda no meio da sarça adente.

Conclusão

Por fim, Deus diz: “O meu povo cometeu dois crimes; eles me abandonaram, a mim, a própria fonte de água viva; e tentaram cavar as suas próprias cisternas, poços rachados que não conseguem reter a água” (jr 2.13). duas coisas diz o profeta Jeremias: primeiro, “...eles me abandonaram a mim, fonte de água viva...”. Jesus disse para a mulher samaritana: “Quem beber da água que eu lher der nunca mais terá sede...” (Jo 4.14). Jesus é a água da vida, que sacia nossa sede espiritual. 

 Segundo meu povo “...tentaram cavar as suas próprias cisternas, poços rachados que não conseguem reter água...”. Deixaram Deus, que é água viva, água transbordante, água cristalina, água que mata a sede e cavaram suas próprias cisternas, não consegue reter água.

 

 

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