O controle do corpo 1 Ts 4.1-8
Introdução
“...Pedimos que vivam
para agradar a Deus” (1 Ts 4.1). Agradar a Deus é algo inerente à nossa caminhada
cristã – à nossa maneira de viver. Paulo elogiou muitos dos tessalonicenses por
agradarem a Deus quando disse: “Vocês já
vivem desse modo” (1 Ts 4.1). O apostolo estava incentivando o crescimento
continuo, constante: “..e os
incentivamos a fazê-lo ainda mais” (1 Ts 4.1).
Portanto, agradar a Deus não é algo que acontece apenas no âmbito
da fé. Requer atenção a questões práticas tais como nossa atitude perante a
vida, nossa reação diante dos outros, nosso modo de lidar com a nossa
sexualidade, nosso modo de lidar com o pecado, nosso modo de lidar com nossos
relacionamentos na igreja, etc.
1) Uma benção chamada sexo
Paulo inicia falando sobre sexo. Por quê? É uma área onde há
muitas tentações, mas também por causa da frouxidão moral predominante no mundo
greco-romano. Paulo estava escrevendo de Corinto para Tessalonica, e ambas as
cidades eram famosas por sua imoralidade. A ética era flácida e permissiva. Em
Roma Sêneca escreveu: “As mulheres casam para se divorciar e se divorciam para
casar”. E também afirma: “A inocência não é rara, é inexistente”.
Na Grécia a imoralidade era tão acentuada que Demóstenes, o
maior orador grego, disse: “Os gregos tem prostitutas para o prazer; concubinas
para as necessidades diárias do corpo e esposas para procriar filhos”.
Os temos mudaram e hoje se fala em uma nova moralidade. Ela
não é nova: é a velha moralidade de Roma e da Grécia. Atualmente, escasseiam os
absolutos morais. Vivemos uma sociedade que idolatra o corpo (vejam a quantidade
de academias), numa cultura sexólatra e pansexual. A indústria pornográfica é a
mais rentável. A televisão brasileira é uma das mais nocivas para a formação do
caráter em todo o mundo. O Adultério é estimulado. O Homossexualismo é aplaudido.
Faz-se defesa da traição, do adultério. Os fundamentos da nossa sociedade estão
abalados.
Como cristãos, reconhecemos que sexo é um bom presente daquele que criou o homem e a mulher e disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos” (Gn 1.27-28). Portanto, o sexo é algo belo, santo e puro, conforme a conclusão de Genesis sobre a criação: “...eis que tudo era bom” (Gn 1.31). O casamento foi estabelecido por Deus: “O homem deixa seu pai e sua mãe, para se unir a sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2.24). Portanto, o sexo deveria ser desfrutado entre marido e mulher.
No entanto, veio a queda (Gn 3) e o ato sexual foi corrompido.
Por causa disso, nossas energias sexuais têm que ser canalizadas no caminho
certo e cuidadosamente controladas. O ensino bíblico sobre isso se acha
resumido o sétimo mandamento: “Não adulterarás” (Ex 20.14). Adultério é
definido como infidelidade conjugal, mas inclui todas as relações ilícitas entre
os dois sexos, sejam pessoas casadas ou solteiras (Ef 5.3, 1 Co 6.15-20). Deus
exige não somente a pureza do corpo, como também a pureza do intimo, pureza da
mente e das afeições (Mt 5.27-32).
“A vontade de Deus é que vocês vivam em santidade; mantenham-se afastados de todo pecado sexual” (1 Ts 4.3). Preciso ter consciência daquilo que meus olhos podem ver sem que eu jamais seja arrastado para o pecado. Isto é, se meus ouvidos são enfraquecidos por ouvir certas coisas, devo manter distância de tais coisas. “Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançando no inferno” (Mt 5.29).
“Cada um deve aprender
a controlar o próprio corpo e assim viver em santidade e honra” (NVT). Ou, “Cada um de vós saiba viver com seu próprio cônjuge
em santidade e honra” (BKJ). E, “Que
cada um de vós saiba possuir seu vaso em santificação e honra” (RC). A
maioria dos comentaristas aceita esta tradução da king James e da versão
corrigida. E há justificativa bíblica para traduzir “vaso” como pessoa.
Em Atos 9.15, lemos: “Este é para mim um instrumento escolhido”; em 2 Corintios 4.7, “temos, porém, este tesouro em vasos de barro”; em 1 Pedro 3.7, “dando honra à mulher como o vaso mais fraco”. Ou seja, Paulo está enfatizando que o contexto de casamento é entre um homem e uma mulher, e somente neste relacionamento se pode experimentar e desfrutar a relação sexual.
Por inferência, é proibido em qualquer outro contexto: com parceiro heterossexual antes do casamento (fornicação); ou fora do casamento (adultério); ou num relacionamento homossexual.
“Não em paixões sensuais, como os gentios que não conhecem a Deus”(1 Ts 4.5). Ou, “não com paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus”. A palavra grega para sensual ou lascívia significa desejo intenso, concupiscência. O desejo impuro escraviza as pessoas. Há pessoas prisioneiras da pornografia. Há pessoas cativas de pensamentos e desejos impuros.
“Neste assunto, não prejudiquem nem enganem um irmão” (1 Ts 4.6). Ou, “nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão”. A palavra grega “defraudar” significa despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito. É ir além, ultrapassar os limites. Significa tirar o melhor proveito que puder da situação. Defraudar é tirar vantagem de outra pessoa mediante comportamento sensual, libidinoso, provocativo.
O apostolo fala especificamente sobre violar a mulher de
outro crente, ou qualquer tipo de pratica indecente realizada secretamente.
Isso diz respeito atos com a esposa de outro homem, com marido de outra mulher,
com o próprio filho, ou enteado. Ou relacionamento com madrasta ou o padrasto.
Esses pecados não devem ser tolerados!
Conclusão:
“Porque o Senhor contra
todas estas coisas é o vingador” (1 Ts 4.6). Os pecados secretos, Deus trará a tona. Nada
está oculto da face do Senhor, nada! Embora essa geração pense que Deus é
bonachão, bondoso até demais, no entanto, esquecem que Deus é justo, santo e
trará o julgamento sobre todos que não andaram de acordo com a sua Palavra. “Portanto,
a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens
que suprimem a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).
Quem peca ou defrauda está entregue aos verdugos de uma consciência pesada, de uma vida cheia de culpa e desassossego. Davi, depois que cometeu adultério com Bate Seba, sentiu a mão de Deus pesar sobre ele. O apostolo Paulo diz: “Não vos enganeis de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
E o apostolo termina afirmando: “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a
santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando
o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo”.
(1 Ts 4.7-8).
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