terça-feira, 4 de outubro de 2022

 Elias e a promessa de Deus – 1 Rs 18.40-46 

Introdução

Diante dos profetas de Baal, Elias admoestou o povo de Israel: “...até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu” (1 Rs 18.21). O povo estava dividido, indeciso; alguns foram na onda de Jezabel adorando Baal, outros adoravam os postes ídolos. E, outros, hesitantes quanto ao Deus dos céus. Elias os confronta com a verdade. “Ouçam. Até quando vocês estarão mornos? Por quanto tempo vão vacilar ou hesitar? Não é possível seguir os dois caminhos. Se o Senhor é Deus, então sigam-no. Se Baal é Deus, então sigam Baal. Fiquem de um lado ou de outro. É hora de decisão”. Então, diante da oração de Elias o fogo desceu do céu e queimou todo aquele altar... 

1)     Suas promessas

Deus cumpre suas promessas. “Deus não é homem para que minta, e não é filho do homem para que mude de opinião. Acaso ele fala e não age conforme a sua Palavra? Acaso ele promete e não cumpre o que prometeu? (Nm 23.19 – a Mensagem). Portanto, Deus não é volúvel nem inconstante “... em Deus existe plena firmeza, nele não existe instabilidade...” (Tg 1.17 – a mensagem).

Quando Elias entrou em cena para anunciar a terrível seca que estava por vir e que duraria por vários anos e só acabaria “segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1). Esta mensagem era um lembrete para Acabe (1 Reis 16.29), que se achava o ponto final das coisas, “tão certo como vive o Senhor...”, e apenas ele podia determinar o que iria acontecer.

Então, Deus cumpriu a sua palavra. Não houve nem sequer uma gota de chuva para aliviar a terra ressecada. Ela ficou seca e estéril com o passar dos meses, que se transformaram em anos. Os rios não fluíam mais, os riachos secaram, os poços secaram, os animais morreram e o rei viu-se totalmente incapaz de interferir na ação julgadora de Deus. DEUS CUMPRE SUA PROMESSA, SUA PALAVRA. CONCORDE VOCE OU NÃO, SUA PALAVRA É FINAL. 

A agenda de Deus continua virando suas páginas nas datas corretas, mesmo quando não vemos nenhum vestígio dEle. Mesmo quando surgem as maiores injustiças e dizemos “a vida não parece justa”, ou “onde está Deus”.

 E, para piorar, Deus não vê necessidade alguma de compartilhar seus caminhos com qualquer filho de Adão. E por que ele deveria? Nesse tempo nossa fé é provada “...não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós...” (1 Pe 4.12). E, parece que a promessa do Senhor não irá cumprir...

E, então, sem aviso, ele cumpre a sua palavra. No primeiro versículo de 1 reis 18 há uma sentença eloquente: “Veio a Palavra do Senhor a Elias, no terceiro ano”. Três anos! Este é um tempo demasiadamente longo para ficar sem chuva. E até difícil imaginar, não? Mas Deus estava pronto a fazer alguma coisa.

Quanto aos profetas de Baal não tinham credibilidade. Todas as orações repetitivas “Ó Baal, responde-nos”, os rituais “...se cortaram com lâminas e facas... até ficarem com o corpo todo ensanguentado”. E as práticas de Vodu “...e dançavam em volta do altar que haviam feito” haviam se mostrado inúteis. Elias, orou e fogo desceu, o povo todo “caiu de rosto em terra”, imediatamente reconheceu e disse: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). Não foi preciso implorar ao povo que lançasse mão dos profetas e não deixasse que nenhum deles escapasse...todos foram mortos. 

Agora, se dermos uma olhada de novo no primeiro versículo de 1 Reis 18, vamos achar outra promessa de Deus. Elias estava mais do que pronto para ouvir esta: “Darei chuva sobre a terra”. Em momento algum, durante esses três anos de seca, vemos o profeta murmurando ou reclamando da seca, mesmo quando o riacho de Querite secou ou nas situações que tanto ele quanto o povo viveram...

2)     Promessas e promessas

A Bíblia contém mais de 7500 promessas. Mas, será que podemos reclamar para nós, pessoalmente, todas essas promessas? Não! Nem todas as promessas são condicionadas para nós. A Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante, confiável, benéfica e autorizada. Contudo, isso não quer dizer que toda e qualquer promessa que encontramos nela tenha pertinência para os dias atuais.

Um exemplo é o de Josué 6.3-5: “Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão a trombeta...todo o povo gritará com grande grita; e o muro da cidade cairá”. 

Em Marcos 16.18 diz: “Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhe fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”. Um pastor americano morreu em 2012 por brincar com serpentes em cima do púlpito. É perigoso clamar por uma promessa tirada do contexto, longe de seu cenário primário e distante de seu significado original. 

Agora, que promessa podemos nos apossar? “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Se eu me recuso a confessar meus pecados, não posso esperar que o Pai Celeste e santo perdoe automaticamente minha carnalidade. Em outras palavras, não posso clamar por esta promessa do perdão de Deus até que eu faça minha parte (condição), que é confessar meus pecados.

Em segundo Cronicas 15.1-2, temos uma promessa correspondente: “O Espírito de Deus veio sobre Azarias, filho de Obede. Ele saiu para encontrar-se com Asa e lhe disse: “Escutem-me, Asa e todo o povo de Judá e de Benjamin. O Senhor está com vocês quando vocês estão com ele. Se o buscarem, ele deixará que o encontrem, mas, se o abandonarem, ele os abandonará” (2 Cro 15.1-2).  Em Jeremias 29.12-13, temos uma promessa semelhante: “Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Voces me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração” (Jr 29.12,13).

Uma outra promessa: “Como diz a Escritura: Todo o que nele confia jamais será envergonhado. Não há diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.11-13).

Mais uma: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão...pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar” (Atos 2.17-18, 39). 


 3)     Elias clama por uma promessa

É uma promessa pessoal feita por uma pessoa (Elias) numa situação especifica. Segundo, é uma promessa condicional: “Elias, vai apresentar-te a Acabe”, diz o Senhor, “darei chuva sobre a terra” (esta promessa: é a parte de Deus). Portanto, Deus não mandaria chuva até que Elias fosse a Acabe. Diante da promessa Elias dá uma ordem ao rei Acabe: “Sobe e come, porque já se ouve ruído de abundante chuva” (1 Rs 18.41).

“Ouve ruído de abundante chuva”. Ainda não havia uma nuvem sequer no céu, muito menos o brilho de um raio de um som de um trovão. Então, qual era o som? Era o som da voz de Deus e da promessa feita. De fato, a palavra hebraica traduzida como “ruído” é usada com o sentido de “voz” em outra passagem. 

Primeiro, Elias se afastou “Elias, porém, subiu ao cimo do Monte Carmelo”. Uma das razões de sermos tão negligentes com a oração é que nunca preparamos um lugar para nos encontramos com Deus. Quando você quiser se aproximar do coração de Deus, será preciso se afastar do burburinho, da confusão, do barulho e das distrações.

Segundo, Elias se humilhou-se. “Encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, sua testa tocava o chão”. A melhor atitude em oração é a atitude de humildade. “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1 Pe 5.6). 

Terceiro, Elias foi especifico. “Sobe”, disse ele ao seu servo, “e olha para o lado do mar”. Elias disse ao seu servo para procurar uma coisa: sinal de chuva. Deus prometeu chuva e era isso que Elias estava esperando, confiante que Deus cumpriria suas promessas em todos os detalhes.

Quarto, Elias foi persistente. “Não há nada lá”, disse seu servo. Elias disse: “Volte para ver”. E assim por sete vezes. A maior dificuldade na oração é esperar. Porque queremos respostas rápidas.

Quinto, Elias manteve a esperança. “Na sétima vez o servo disse: eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem”. Tudo o que Elias tinha em mãos era uma pequena nuvem, não maior que a palma da mão de um homem no meio daquela imensidão de mar e céu. Diante disso, Elias disse a Acabe: “Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha” (1 Rs 18.44). Termina lendo os vs 45 e 46. 




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