terça-feira, 20 de abril de 2021

 Desafiando gigante – 1 Samuel 17. 40-54

Introdução

Em 1 Samuel, o povo de Deus enfrenta uma luta que é literalmente “gigantesca”. O povo enfrenta um gigante. Os israelitas e os filisteus  estão posicionados em colinas opostas (vs. 1-3). “...Os filisteus acamparam num lugar conhecido como Éfes-Damim, fronteira sangrenta, que ficava entre Socó e Azeca” (v.1). Os israelitas “...acamparam-se no vale do Carvalho, em Elá...”(v.2). Mas, os filisteus tem um defensor, Golias: “... tinha dois metros e noventa centímetros de altura” (v.4). O homem mais alto do mundo, segundo o Guiness, foi Robert Wladow, com 2.72 metros. 


1)     gigantes

Todo dia, Golias lança um desafio pelo vale. Ele convida Israel a escolher um lutador para um combate representativo e pessoal. Eles lutarão em nome de seus respectivos exércitos, e a nação do perdedor ficará sob o domínio da do vencedor. “Escolham um homem para vir aqui e lutar comigo! Se ele me matar, seremos seus escravos. Mas, se eu o matar, vocês serão nossos escravos! ” (1 Sm 17.8-9).  Todas as manhãs e tardes, “ao ouvirem as palavras do filisteu, Saul e todos os israelitas ficaram atônitos e aparavorados” (1 Sm 17.11).

Essa não é a primeira vez que Israel enfrenta gigantes. Deus resgatou Israel da escravidão no Egito e conduziu o seu povo à entrada da terra prometida de Canaã. Em números 13, Moisés enviou doze espias à frente para explorarem a terra. “É uma terra onde mana leite e mel”, relatam. Mas dez deles afirmaram: “... não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós... a terra para a qual fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem. Todos os que vimos são de grande estatura. Vimos também gigantes (nefilins), os descendentes de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles” (Nm 13.31-33).



Os outros dois espias, porém, Calebe e Josué, defenderam que “Se o Senhor, for conosco, Ele nos fará entrar nesta terra e pessoalmente a dará a nós” (Nm 14.8). No entanto, o povo como um todo tinha medo de gigantes e se recusou a entrar na terra. Deus, então, declarou, com exceção de Calebe e Josué, toda a geração que saiu do Egito morreria no deserto.

 “Saiu das fileiras dos filisteus um grande guerreiro, cujo nome era Golias, e era da cidade de Gate...”(1 Sm 17.4). Media quase 3 metros de altura, uma imponência de causar arrepios. “Tinha na cabeça um capacete de bronze e usava uma armadura que pesava quase sessenta quilos! Usava também caneleiras de bronze e carregava uma espada de bronze. Sua lança parecia uma viga. Só a ponta da lança pesava sete quilos e duzentos gramas. Seu escudeiro ia à frente dele” (1 Sm 17, 4-7 A Mensagem). 



Assim, novamente um gigante se coloca no caminho do povo de Deus. Todas as manhãs e toda tarde “durante quarenta dias, pela manhã e à tarde, o guerreiro filisteu apresentava diante do exército israelita e o desafiava” (1 Sm 17.16). Quarenta dias aqui no vale de Elá, quarenta Dias Jonas pregou em Ninive, quarenta Dias Elias atravessou o deserto com medo de Jezabel, quarenta Dias Jesus foi tentado no deserto. Enfim, é um significado de totalidade. No caso aqui, uma humilhação constante, de manhã e à tarde. Enquanto “os filisteus juntaram suas forças para a batalha” (voz ativa), “Saul e os israelitas foram reunidos” (voz passiva) (1 Sm 17.12).

2)     Davi

   Os versículos 12-15 de 1 Samuel 17, explicam que Davi agora divide seu tempo entre servir na corte de Saul  e apascentar ovelhas em Belém. Nesta ultima função, o pai dele o envia com provisões para seus três irmãos mais velhos – Eliabe, Abinadabe e Samá -, que estão servindo no exercito de Saul (1 Sm 17-17-20). Jessé diz que os irmãos de Davi estão “lutando contra os filisteus” (v.19). Mas, estão em um impasse tenso “atônitos e apavorados” (1 Sm 17.11). 


Veja a ousadia do inimigo. No quadragésimo dia de confronto “Parou, e clamou ás tropas de Israel, e disse-lhes... escolhei dentre vós um homem que desça contra mim” (1 Sm 17.8). Veja, porém, o que disseram no dia da chegada de Davi: “Viste aquele homem que subiu?” (1 Sm 17.25). Isto é, Golias cruzou agora a ravina na base do vale e está subindo para o lado de Israel. Preste atenção: se  você tolerar um Golias, ele tomará o seu território. Entrará no seu acampamento, desviará os seus pensamentos – e os fixará em si  mesmo.

Enquanto Davi está no acampamento, Golias pela QUADRAGÉSIMA VEZ, repete seu desafio, mas dessa vez há uma diferença: “...DAVI OUVIU” (1 Sm 17.23). Davi chegou em Elá com a imaginação dominada por Deus, não por Golias. “Todos os israelitas, vendo aquele homem, fugiam de diante dele, e temiam grandemente” (1 Sm 17.24). Mas, em Davi, Deus era com quem ele se relacionava; gigantes não faziam parte da compreensão de Davi sobre o mundo, o seu mundo mergulhado de Deus.

“QUEM É ESSE FILISTEU INCIRCUNCISO PARA DESAFIAR OS EXERCITOS DO DEUS VIVO?”. Davi convivia tanto com a presença de Deus, e, de certo modo, Deus era muito mais real para ele que o rugir do leão, que podia perfeitamente escutar. Adorava a majestade de Deus de forma tão constante que o amor de Deus, que não via, mostrava-se muito mais presente para ele que a ferocidade do urso, com quem se confrontava.

3)     Dificuldades no caminho

“Por que  desceste aqui? E a quem deixastes aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção, e a tua maldade, desceste apenas para ver a peleja (1 Sm 17.28). Palavras de Eliabe, irmão mais velho de Davi. É o que queria ser rei! Aqui, ele está com dor de cotovelo desde aquele dia da unção de Samuel. Veja como ele é maldoso: “Por que você veio realmente? Em seguida, busca humilhar Davi: “Ei, Davi, onde você deixou aquele punhado de ovelhas? Davi apenas o ignora, como se dissesse: “fiz uma pergunta, somente. Vamos falar do que é mais importante: esse gigante aí”.

“Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele guerreiro desde a sua mocidade” (1 Sm 17.32-33). Ou, “você não tem tamanho para isso. Não passa de um garoto. Olhe só aquele gigante!”. Mas, Davi responde: “O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu” (1 Sm 17.37). Então, Saul olhe diz, OK, “Vai-te, e o Senhor seja contigo”. No entanto, precisa vestir minha armadura para enfrentar o gigante. Mas, Davi recusou, e foi com sua própria “armadura” de pastor.

Conclusão

Nos dias de Davi, a situação era crítica. Os filisteus estavam famintos para aprisionar a acabar com o povo de Israel. Quem está ouvindo? Quem está vendo? Quem está respondendo? O povo estava a ponto de perder sua identidade como povo de Deus, perdendo o contato com sua história e, mormente, sua vida com Deus.

Enquanto Davi se ajoelhava no riacho, o mundo estava dividido entre arrogante e opressor povo filisteu, de um lado, e, do outro, os desmoralizados e angustiados filhos de Israel. Davi, ajoelhado, escolhendo cinco pedras para sua funda, sem pressa, apresentou outra opção: Deus, o caminho de Deus, a solução de Deus, a salvação de Deus.


De repente, Davi não está mais ajoelhado, mas correndo: “Davi correu para a linha de batalha para enfrenta-lo” (1 Sm 17.48). É um momento tão sem precedentes, ocorre tão rapidamente, que mal fica gravado nos olhos dos espectadores, filisteus ou israelistas. Duas ou três voltas ao ar, e uma das cinco pedras se projeta da funda de Davi, acertando em cheio a testa do grandalhão. Espantado, o gigante cai no chão e imediatamente morre. 


 

 

 

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