terça-feira, 4 de agosto de 2020

Filipe, o mestre dos impossíveis. Jo 14.1-12

 

Introdução

Nas quatro listas dos apóstolos, o quinto nome e cada uma delas é o de Felipe “escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu (Natanael); Mateus e Tomé...”. Ao que parece, que Filipe era o líder do segundo grupo de quatro discípulos”.

Filipe é um nome grego e significa “aquele que gosta de cavalos”. A civilização grega havia se espalhado por toda região do Mediterrâneo depois das conquistas de Alexandre, o grande e muitas pessoas do Oriente Médio haviam adotado a língua, a cultura e os costumes gregos.

1)    Naturalidade

O apostolo Filipe “era de Betsaida, cidade de André e Pedro” (Jo 1.44). É bem certo que Filipe tenha crescido frequentando a mesma Sinagoga de Pedro e André. Em função do relacionamento existente entre eles e os filhos de Zebedeu – Tiago e João -, é possível que Filipe tivesse crescido com os quatro. Existe evidencia bíblica de que Filipe, Natanael e Tomé eram todos pescadores da Galiléia, pois em João 21, depois da ressurreição de Jesus, quando os apóstolos voltaram para a Galiléia e Pedro disse: “vou pescar”, outros que estavam lá responderam “também nós vamos contigo”.

De acordo com João 21.2, faziam parte desse grupo “Simão Pedro, Tomé, chamado Didimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois dos seus discípulos”. O mais provável é que os outros dois “dois dos seus discípulos” fossem Filipe e André, pois em outras ocasiões são sempre vistos na companhia desses homens citados neste texto.

Se esses sete homens – Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Natanael e Tome – eram todos pescadores profissionais, então é possível eu fossem todos amigos chegados e companheiros de trabalho muito antes de seguirem a Cristo. Portanto, a metade dos apóstolos, vieram  de uma pequena região, trabalhavam na mesma ocupação e eram conhecidos e amigos uns dos outros bem antes de se tornarem discípulos.

Surge uma pergunta: Por que Jesus não escolheu pessoas diferentes para serem seus discípulos? Afinal, seriam apóstolos, suas testemunhas, seus representantes, com plenos poderes de falar e agir em seu nome! Seria de pensar que ele iria percorrer toda terra em busca dos homens mais talentosos e qualificados. Mas, em vez disso, ele separou um pequeno grupo de pescadores, um grupo de homens diferentes, porém com pontos em comum, sem talentos especiais, com aptidões medianas e que já se conheciam.

“Lembrem-se, irmãos, de que poucos de vocês eram sábios aos olhos do mundo ou poderosos ou ricos quando foram chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas que o mundo considera loucura para envergonhar os sábios, assim como escolheu as coisas fracas para envergonhar os poderosos. Deus escolheu coisas desprezadas pelo mundo, tidas como insignificantes, e as usou para reduzir a nada aquilo que o mundo considera importante. Portanto, ninguém jamais se orgulhe na presença de Deus” (1 Co 1.26-29). 


Como era Filipe? Simão, sanguinário; André, tímido; Tiago e João, filhos do trovão...e Filipe? Todas as cenas em que Filipe aparece encontram-se no evangelho de João. Ele era um tipo de pessoa completamente diferente. Ao juntar as peças do que o apostolo relata sobre ele, temos a impressão de que Filipe era a típica “pessoa de processos”. Era um sujeito ligado em fatos e números. Era do tipo de pessoa que, dentro de qualquer setor, costuma ser considerada “estraga prazeres, tacanha, por vezes alguém sem uma visão mais ampla. Era pragmático e cínico – e um derrotista.

2)    Chamado

Em João 1, Jesus chamou André, João e Pedro, foram chamados no deserto onde estavam sentados, aos pés de João Batista. O apostolo João escreve: “No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galiléia e encontrou Filipe, a quem disse: “Segue-me” (Jo 1.43). Jesus procurou-o e convidou-o para juntar-se aos outros discípulos. 


Vejam, Pedro, André e João, haviam de, certa forma, encontrado Jesus. Eles haviam sido dirigidos por ele via João Batista. Assim, essa é a primeira vez que o próprio Jesus de fato procurou e encontrou um dos apóstolos. Filipe já possuía um coração que estava procurando, algo mais. Essa busca interior dele fica evidente na maneira como que ele respondeu a Jesus: “Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas, Jesus, o nazareno, filho de José” (Jo 1.45).

É obvio que Filipe e Natanael, assim como os quatro primeiros discípulos, haviam estudado e estavam buscando o Messias. Assim, quando Jesus abordou Filipe e disse: “Segue-me”, seus ouvidos, seus olhos e seu coração já estavam abertos e preparados para segui-lo. “Achamos”. Pela graça de Deus, ele havia procurado fielmente em verdade. Então, ele o achou-o, na verdade, foi encontrado por Jesus.

Filipe não apenas tinha um coração que estava buscando o Senhor, como também possuía um coração de um evangelista. Sua primeira reação ao se deparar com Jesus foi encontrar seu amigo Natanael e falhar-lhe do Messias. Quando alguém se torna um verdadeiro seguidor de Cristo, o primeiro impulso dessa pessoa é querer encontrar um amigo e apresenta-lo ao Senhor.

3)    Comida para cinco mil

Aqui, em João 6, descobrimos como era o homem natural de Filipe. Já sabemos que ele estudava o Antigo Testamento. Sabemos que ele havia interpretado as escrituras literalmente e crido no Messias. Assim, quando o Messias abordou-o e disse: “Segue-me”, ele aceitou Jesus imediatamente e seguiu-o sem hesitar. Esse era o lado espiritual de Filipe. Seu coração tinha a disposição correta. Era um homem de fé. NO ENTANTO, com frequência era um homem de fé frágil

Neste capítulo, João descreve como uma grande multidão foi atrás de Jesus e encontrou-o na encosta de uma montanha, junto com seus discípulos. De acordo com Mateus 14.15, o fim da tarde se aproximava, as pessoas precisavam comer. João 6.5 diz: “ONDE PODEMOS COMPRAR PÃO PARA ALIMENTAR TODA ESSA GENTE? ” Por que ele escolheu justamente Filipe para fazer-lhe essa pergunta? João relata que “dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que estava ara fazer” (v.6).

Ao que parece, Filipe era o administrador apostólico – aquele que fazia as contas. Estava encarregado de providenciar as refeições e cuidar dos aspectos logísticos. Judas era o tesoureiro (jo 13.29), mas Filipe era responsável pela coordenação da compra e distribuição de refeições e suprimentos. Era o tipo de pessoa que em toda reunião diz: “Não creio que seja possível fazermos isso –o mestre dos impossíveis”.

Respondeu-lhe Filipe: “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço”. Ou “Mesmo que trabalhássemos vários meses, não teríamos dinheiro suficiente para dar alimento a todos” (NVT). Em vez de pensar: “Que ocasião maravilhosa! Jesus vai ensinar essa multidão. Que tremenda essa oportunidade para o Senhor! Mas, tudo o que o pessimista Filipe pode ver foi a impossibilidade da situação.

Ora, Filipe estava presente quando o Senhor transformou água em vinho (Jo 2.20). Já havia presenciado uma porção de vezes como Jesus havia curado pessoas, feito atos portentosos. No entanto, quando viu a imensa multidão, começou a sentir sobrepujado pelo impossível. E quando Jesus testou sua fé, ele respondeu com evidente incredulidade: “Não tem jeito”.

Ele deveria ter dito: “Senhor, se você deseja alimentá-los, então alimente-os Eu vou ficar aqui e ver o que o Senhor vai fazer. Sei que tu podes faze-lo, Senhor! Afinal, tu és o Deus de Abraão: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se for capaz este é o número de descendentes que você terá” (Gn 15.5). Outrossim, é o Deus de Elias: “Não tenha medo! Pois assim diz o Senhor, Deus de Israel: Sempre haverá farinha na vasilha e azeite no jarro, até o dia em que o Senhor enviar chuva” (1 Rs 17.13-14).

Uma luz surgiu, André encontrou um menino com dois peixes e cinco pães e levou-o até Jesus: “aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que adianta isso tudo para tanta gente” (NVT). Portanto, Filipe perdeu a oportunidade de ver a recompensa da fé. Conforme Jesus ensinou “se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17.20). 

Conclusão:

Jesus estava se despedindo dos seus discípulos no cenáculo (João 14), disse que iria para o Pai e que não perturbasse seus corações. Então, acrescentou: “e vós sabeis o caminho para onde vou”. Então, Tomé perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho”? (v.5). Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, eu sou a verdade, eu sou a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (v.6). Ou seja, o único caminho do céu é Jesus! E, depois acrescentou: “Se vocês realmente me conhecessem, saberiam quem é o meu Pai. Mas, de agora em diante, vão conhecer e ver o Pai” (v.7).FOI NESSE MOMENTO QUE FILIPE FALOU: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (v.8). Jesus perguntou: “Não cres que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai e o Pai está em mim; crede ao mesmo por causa das mesmas obras” (vs. 10-11).

A tradição conta que Filipe foi morto por apedrejamento, em Heliopolis, na Frígia, oito anos depois do martírio de Tiago. Antes de sua morte, multidões foram levadas a Cristo por intermédio de sua pregação. 

 Bibliografia


Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
O Treinamento dos doze - CPAD A.B. Bruce CPAD
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Biblia de Estudo King James
Encontro com Jesus Timothy Keller - Editora Vida Nova

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