terça-feira, 19 de maio de 2020


Em Deus espero – Sl 62



Introdução: felicidade segundo o mundo, e segundo Deus.

Qual é a felicidade segundo o mundo? Ser feliz é quando eu ganho, quando meu time ganha, quando sou promovido no trabalho, quando exploro livremente minhas opções de sexualidade, quando fico horas no salão de beleza, quando compro um carro novo, etc. Qual é a felicidade segundo Deus? Quando não conformamos com este século, mas busca a renovação da mente de Cristo, quando não aceitamos os modelos atuais de prazeres de pecado e defendemos a bandeira do evangelho de Jesus Cristo.

1)    Espera silenciosa
“A minha alma espera somente em Deus”. Oração é comunhão com Deus, exclusiva e centralizadora. A oração ela tem um único alvo: somente Deus.

Há outra vontade maior, mais sábia e mais inteligente que a minha. Enquanto espero, descubro a existência de mais realidade fora do que dentro de mim; há um tipo de espera que nada tem a ver com a oração, é a postura do gato que espreita o pássaro, ou da cobra que espera para dar o bote, quando decidimos agir por nós mesmos. No entanto, ao orar tenho consciência da ação de Deus e sei que quando as circunstancias estiverem preparadas, os outros no lugar certo e meu o coração pronto, Ele me convocará para entrar em ação.

“A minha alma espera silenciosa”. Tantas palavras parecem urgentes, mas depois de dizê-las, me afasto para prosseguir minha rotina diária, depois de despejar em Deus um montão de palavras. Mas, na oração falar é essencial, mas também parcial, o silencio se constitui na liturgia da oração. Elias, em 1 Rs 19, quando estava sozinho na caverna, ouviu o som do vento, do terremoto e do fogo, no entanto, Deus se manifestou no sussurro de uma brisa. 


Há barulhos demais neste mundo. Conversamos demais, somos cercados por torrentes de lixo verbal: youtube, instagram, televisão, rádio, etc. Raramente desligamos a gritaria das mídias para aproveitar o silencio. O silencio é o pré-requisito para ouvir. Na ausência de som humano torna-se possível ouvir o logos, a Palavra de Deus que confere forma e sentido à nossa existência.

Por quê espera silenciosamente? Primeiro, Porque em Deus vem a minha salvação (v.1). Segundo, deve vem a minha esperança (.5). A primeira “vem a minha salvação” entende que o passado dá conteúdo ao presente. A segunda, está convencida de que o futuro (esperança) molda o presente. Por outro lado, a felicidade segundo o mundo, se equilibra numa corda bamba. Enquanto que a oração alarga essa linha do tempo e no espaço e desenvolve familiaridade com o passado e convicção com o futuro.

“Não serei abalado”. “Somente ele é a minha rocha que me salva; ele é a minha torre segura! Jamais serei abalado” (v.2). Os três elementos, ou metáforas: rocha, torre segura e salvação – termina afirmando: “jamais sereis abalado”. É a mesma palavra usado no Salmo 46 como atributo da cidade de Deus, que nunca será abalada. “Nada temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem no coração do mar, ainda que encrespem as águas e se lancem com fúria contra os rochedos. Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o santo lugar onde habita o Altíssimo. Nela habita o Eterno e, por isso, não poderá ser abalada” (Sl 46.2-5).

A felicidade segundo o mundo, ao contrário, acaba sendo um impulso e, de forma nenhuma, resulta em afirmação. O ego procura excitamento, gratificação, divertimento, liberdade, mimos, elogios, recompensas e satisfação própria. A motivação segundo o mundo oscila entre emoções e hormônios e modas e tendências.  A MEDIDA QUE NOS ACOSTUMAMOS A ORAR, DEIXAMOS DE SER LEVADOS POR TAIS BAGATELAS.

2)    SOBRIEDADE E SAGACIDADE
“Até quando todos vocês atacarão um homem que está como um muro inclinado, como uma cerca prestes a cair? Todo proposito deles é derrubá-lo de sua posição de sua posição elevada; eles se deliciam com mentiras. Com a boca abençoam, mas no íntimo amaldiçoam” (vs. 3 e 4)  

Essas pessoas repetem o tempo todo que precisamos desenvolver nosso potencial e aproveitar ao máximo as oportunidades. Na verdade, estão mentindo “com a boca abençoam, mas no íntimo amaldiçoam”. “Vocês recitam versos, mas cada “benção” exala uma maldição” (A mensagem). 


“Os homens de origem humilde não passam de um sopro, os de origem importante não passam de mentira; pesados na balança, juntos não chegam ao peso de um sopro. Não confiem na extorsão, nem ponham a esperança em bens roubados; se as suas riquezas aumentam, não ponham nelas o coração”.

As pessoas se dividem em vencedoras e perdedoras. Alguns enriquecem, outros empobrecem. Uns recebem todos os prêmios e outros ficam com todas as obrigações. Ou, sentiremos inveja dos ricos ou pena dos pobres. Mas a balança do mundo é ilusória...

Coloquemos de um lado da balança um “ser humano, perfeito, imagem de Deus. No outro, a pessoa mais rica o mundo, com a carteira repleta de dinheiro e o cofre cheio de ações. Mas pelo texto tem um contraponto: “os de origem importante não passam de mentira”, não tem peso para Deus! 


Agora, tome o individuo mais desgraçado, que sofre todo tipo de discriminação e desprezo. Por certo, privados de todas as recompensas e bens terrenos e coloque na balança, outro contraponto: “os de origem humilde não passam de um sopro”! Em qualquer situação, tudo é mentira, tudo é um sopro!

Somente somos autênticos, verdadeiros, quando nos entregamos ao relacionamento de confiança com Deus definido e ordenado em sua palavra, participando do seu poder: “Confie nEle em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração” (v.8).

Conclusão:

“Uma vez Deus falou,
Duas vezes eu ouvi,
Que o poder pertence a Deus
Contigo também, ó Senhor,
Está a fidelidade
É certo que retribuirás
A cada um conforme o seu procedimento” 



Por duas vezes, ouvi: “que o poder pertence a Deus”. Diante desse salmo, o que fazer? Incentivar milhões de indivíduos a viverem segundo a felicidade do mundo, ou acreditar que Deus está realizando uma vontade muito melhor, mais duradora, mais prazerosa, que tanto está no mundo visível quanto no mundo invisível, cuja recompensa é eterna.


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