domingo, 29 de março de 2020


Quarentena e nós


Quarentena é número exato ou aproximado de quarenta (40) dias; período de 40 dias. Na medicina é o isolamento de certas pessoas, lugares e animais que podem acarretar perigo de infecção, o período de quarentena é relativo e depende do tempo necessário para proteção contra a propagação de uma doença determinada.

 “Quarentena” é uma palavra bíblica básica, centrada na esperança. Quarenta dias é um período de provação da realidade da vida de alguém – verificação de sua autenticidade. Surgindo uma questão:

“É esta uma vida real, ou uma imitação barata passada para mim por uma cultura traiçoeira? O que estou fazendo e dizendo é propriamente meu ou apenas algo emprestado de pessoas que sabem menos do que eu e por que sou? Está Deus moldando habilidosamente e guiando sabiamente minha vida, ou deixei minha ignorância e meus pecados infantis me reduzirem ao mínimo denominador comum? É assim que quero passar o resto da minha vida? ” 



Os quarenta dias na Arca de Noé foram uma purgação “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”, purificando séculos de poluição moral, lavando a sujeira de gerações de gratificação impulsiva.

Os quarenta anos de Moisés no deserto de Midiã foi uma maneira de aprender que só existe um que é portentoso “O Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio duma sarça”, não era Faraó, mas o grande Eu Sou.

Os quarenta anos no deserto foram um treinamento para viver as promessas de Deus, viver pela fé na perigosa Terra Prometida, durante o dia havia uma coluna de nuvem guiando e a noite uma coluna de fogo; por quarenta anos Deus mandou maná do céu ao seu povo.

Os quarenta dias de fuga de Elias o levaram das ilusões perigosas que vinham da corte de Jezabel para o lugar de revelação. Andou Elias pelo deserto com receio de ser morto, mas lá na caverna Deus manifestou ao profeta, não no vento, nem no terremoto, muito menos no do fogo, mas na brisa suave do vento, ele ouviu a voz de Deus. 



Os quarenta dias que Golias atormentou os israelitas, “ todos os homens em Israel, vendo aquele homem, fugiram diante dele, e temiam grandemente”. Todos os dias, o exercito de Saul foi fustigado pelo temor, até que apareceu Davi, no quadragésimo dia, para mostrar que o gigante o era quem estivesse nas mãos de Deus.

Os quarenta dias que Jonas anunciou em Ninive: “Ainda quarenta dias, e Ninive será destruída”, era um sinal de misericórdia da parte de Deus a um povo que não tinha conhecimento do verdadeiro Deus, e o povo se arrependeu.

Os quarenta dias das tentações de Jesus foram um teste de motivação e intenção, um esclarecimento das maneiras como Deus operava salvação em comparação com as maneiras como a idolatria religiosa nos seduz para longe de Deus e da fé.

Os quarenta dias das aparições da ressureição de Jesus provaram a nova realidade que agora caracterizaria a vida no Reino de Deus.

Se os quarenta dias são bem-intencionados, a vida começa de maneira nova. Se os quarenta dias são ignorados, a vida é destruída: a arca naufraga e todos se afogam; os israelitas voltam para o Egito para passar o resto da vida fazendo tijolos sem palha; Jesus aceita a oferta do diabo, e o mundo cai sob o governo do anticristo, feliz por se livrar da cruz; Jesus desaparece na ascensão, e o mundo volta ao normal.

Então o quer dizer da nossa quarentena? Vamos ficar ensimesmados em confrontos políticos de esquerda ou direita, querendo achar um bode expiatório? Vamos jogar fora esses dias com atividades inócuas, que não acrescente, que não engrandece a vida humana? Vamos nos empanturrar de comida, como se estivéssemos alimentando nossos temores, ansiedades?  Vamos ficar como pessoas rabugentas reclamando de tudo e todos. Não, Não e Não!

Então, meus amados, vamos aproveitar esses dias de quarentena para o que é mais precioso ao ser humano, que é a comunhão nos dois sentidos, vertical e horizontal. Na primeira, é comunhão com Deus, se aproximar com oração e leitura da sua Santa Palavra e bons livros espirituais. Na segunda, a horizontal, que estar mais próximo da família, conversando, assistindo bons filmes, fazendo cultos domésticos e nos comunicando com os parentes de perto e de longe. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário