terça-feira, 22 de outubro de 2019


Quem reina: deus rá ou Javé?  Ex 3


Introdução: A ausência de Deus
Nos dois primeiros capítulos do Exôdo percebemos que o povo de Israel viveu 430 anos em escravidão. Aí surge uma pergunta: Onde Deus estava durante todo esse tempo? Aquelas palavras da aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó ainda vigoravam?

Quando lemos os Salmos, observamos que a ausência de Deus era sentida em muitos Salmos. “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? ” (Sl 22.1). “Porque, Senhor, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação? (Sl 10.1). “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? (Sl 13.1). “Porque te esqueceste de mim? (Sl 42.9). “Desperta! Porque dormes, Senhor? Desperta! Não nos rejeites para sempre! Porque esconde a face e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? (Sl 44.23-24).

1)    A presença de Deus
Deus se fez presente para Moisés enquanto ele cuidava de um rebanho no deserto de Midiã. Uma sarça ardente que não era consumida pelo fogo chamou a atenção de Moisés; ele se aproximou para ver o que estava acontecendo (Ex 3.2-3). Do meio do fogo, Deus proferiu o nome de Moisés, e Moisés respondeu, iniciando-se, assim um diálogo entre os dois. 


Deus anunciou a intenção de livrar o seu povo da escravidão no Egito e comissionou Moisés a tarefa libertadora (Ex 3.11). Moisés, relutou, mas, depois de uma longa argumentação, concordou e recebeu instruções da parte de Deus.

Moisés, então, indagou (v.13) concernente ao nome de Deus, porque o povo lhe perguntaria. Deus, então, respondeu: EU SOU O QUE SOU. Ouvir e responder ao EU SOU O QUE SOU fazia dos hebreus testemunhas participantes do magnifico drama histórico da salvação, que desafia e, em seu devido tempo, desintegra todos os estilos de vida contrários, os principados e potestades do mundo, contra os quais Paulo posteriormente conclamará os cristãs a lutar (Ef 6.10-20).

EU SOU O QUE SOU, Foi abreviada para o substantivo verbal de quatro letras YHWH – cujo pronuncia é Javé, Senhor. Tornou-se o termo preferido dos hebreus para se dirigirem ou se referirem ao Deus de Israel que se revelou ao seu povo, usado 6.700 vezes no Antigo Testamento, em comparação com 2500 ocorrências para Elohim. Agora, não mais deuses de madeira e pedra; não mais deuses que precisavam ser apaziguados, subornados ou cortejados.

2)    Egito – potestade
O Egito era uma civilização que impressionava por sua civilização, engenharia e sua arquitetura. Sua religião complexa e o respectivo sacerdócio que procurava controlar todos os aspectos da vida diária. E, um exército agressivo e determinado a submeter todos à servidão, o Egito dominava o Oriente Médio. 


No relato bíblico, o Egito é sinônimo de morte. Toda a magnificência e a arrogância egípcias foram reduzidas naquela sarça ardente à sua essência, um montículo de cinzas. O antônimo do Egito que oferecia a morte é Javé, o Deus que oferece vida aqui e agora, o Deus vivo e salvifico.

3)    Purificando as portas da percepção
É neste ponto que entram em cena as dez pragas. Cada uma das dez pragas serviu de água e sabão e alvejante para efetuar uma limpeza completa. Quando Moisés começou a trabalhar com seus irmãos e irmãs hebreus, eles sofriam de uma “ânsia de espírito” (Ex 6.9), ou angustia, e a única “verdade” à qual tinham acesso era essa grande mentira egípcia.

Mas o Egito e o Faraó não eram o “mundo real”. Era o mundo real desfigurado, profanado e endemoninhado. As dez pragas desconstruíram essa mentira gigantesca item por item, peça por peça, até que não sobrasse nada para cativar a imaginação do povo de Deus.  

QUEM ESTÁ NO CONTROLE? QUEM DIRIGE OS ACONTECIMENTOS? ACASO É O DEUS RÁ, REPRESENTADO PELO FARAÓ? OU É JAVÉ, REPRESENTADO POR MOISÉS? O FARAÓ CORPORIFICA A PESSOA DO GRANDE deus EGIPCIO RÁ; MOISÉS É O PROFETA DE DEUS QUE SE REVELOU A ISRAEL COMO EU SOU O QUE SOU. 



Rodada após rodada, o Faraó e Moisés se enfrentam, tendo o país todo como arena abarrotada de espectadores. Tanto egípcios quanto hebreus observam cada movimento. Dois modos de vida estão em jogo. Dez confrontos. Todos na arena – arquibancadas, cadeiras e camarotes lotados – vem que Faraó não tem controle sobre nada.

As pragas são como a produção de uma peça teatral com dez cenas. Em cada uma das cenas, uma bola de aço gigantesco, balançando de uma grande altura, despedaça mais uma parte do modo de vida egípcio.

O mundo egípcio tão poderoso, uma superioridade militar, com suas estátuas colossais de deuses e seus templos sofisticados e, a maior mentira de todas, seus túmulos imensos em forma de pirâmide se elevando no deserto.

O desenrolar da história começa um pouco lento. As duas primeiras que Moisés trouxe ao palco, o sangue e as rãs, são repetidas pelos magos de Faraó, gerando um impasse. Na quarta praga, a das moscas, fica evidente que os magos do Faraó não podem mais acompanha-lo. Depois da sexta praga, a das ulceras, os magos não apenas são vencidos como também estão fora de ação, incapacitados pelas ulceras; portanto, saem de cena. As quatro ultimas, ancoradas pela praga da morte resolvem uma vez por todas a questão da soberania. O Faraó toma uma “lavada”.

Sangue – (bam!)
Rãs – (Bam!)
Piolhos – (Bam!)
Moscas – (BAm!)
Pestilencia – (Bam!)
Ulceras – (Bam!)
Chuvas de pedras ( Bam!)
Gafanhotos ( Bam!)
Trevas (Bam!)
Morte (Bam!)

Conclusão:
O soberano é o grande EU SOU O QUE SOU, mas ninguém! 


Nenhum comentário:

Postar um comentário