terça-feira, 11 de junho de 2019


PROFETIZE DE NOVO – AP 10

Introdução:

Vimos, no capítulo 9, a quinta e a sexta trombeta. As primeiras quatro atingem a natureza: a terra, o mar, o rio, os astros do espaço; um terço de tudo perece. Na quinta trombeta, vimos, demônios soltos do grande abismo por abadom, cujo intento era atormentar os homens, trazendo-lhes sofrimento existencial como a dor de uma picada de escorpião.
Na sexta trombeta, vimos mais de duzentos milhões de demônios, soltos, com a missão de matar um terço da raça humana. Suas características: parecem com cavalos, dentes de leão e cauda de serpentes.

1)   Testemunha - martus

  Antipas, da igreja de Pérgamo, morreu na perseguição. Foi chamado de “minha fiel testemunha” (Ap 2:13).  Nada sabemos sobre ele, mas sua coragem custou-lhe a vida e Jesus confere a ele seu próprio titulo, de “fiel testemunha”. Tudo que ele precisava fazer para não morrer era dizer: “Cesar é o Senhor”. Mas, como podia Antipas negar o nome de Cristo e sua fé nele? Antes, Jesus tinha sido descrito  com a frase idêntica “testemunha fiel” (Ap 1.5), e também como “testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3.14). De antipas, foi dito que “foi colocado dentro de um boi de bronze e esse foi levado ao fogo até ficar vermelho, morrendo sufocado e queimado’” (Tertuliano)  Quanto a Jesus, o texto afirma também que ele era “o primogênito dentre os mortos” (Ap 1.5).

A palavra que no primeiro século significava falar a verdade sobre Deus, martus, veio para nossa língua como “mártir”, aquele que perde a vida por dizer o que pensa. “Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas...” (Atos .8). A PRINCIPAL DIFICULDADE NA MANUNTENÇÃO DO TESTEMUNHO CRISTÃO É A TIMIDEZ (2 Tm 1.7). 



“Testemunho” era o relato pessoal de uma conversa. Profetas e apóstolos adquiriram a reputação de falar sem medo. Corriam grandes riscos. A taxa de mortalidade deles, pelo menos em Israel, era muito elevada (Hb 11.36-38).  Mais adiante no Apocalipse, João verá a grande prostituta “embriagada com o sangue dos santos, o sangue das testemunhas de Jesus” (Ap 17:6).

2)    Anjos. Quem são?
Do grego “angelos” e do hebraico “Malak” que significa  literalmente “mensageiro, enviado” (Lc 7:24 e Hb1:14: “não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor do que hão de herdar a salvação?”). “O anjo é uma criatura espiritual, sem corpo, criado por Deus para o serviço da cristandade e da igreja”. Martinho Lutero. “Os anjos são distribuidores e administradores da beneficência divina com relação a nós. Eles dão atenção à nossa segurança, encarregam-se da nossa defesa, dirigem nossos caminhos e exercem uma solicitude constante no sentido de que nenhum mal nos atinja”. João Calvino. 


          Os anjos são reais, apocalípticos, enormes, impetuosos, caminham sobre o mar e a terra. Tem o inferno nas narinas e o céus nos olhos. “O mundo de Deus é muito mais rico do que aquilo que podemos ver em nosso planeta”. “HÁ MAIS MISTÉRIOS ENTRE OS CÉUS E A TERRA DO QUE A VÃ FILOSOFIA DOS HOMENS POSSA IMAGINAR”. William Shakespeare

“Criaturas sem pecado que habitam um mundo em que a matéria não estorva o espírito, que a usa com liberdade, sem limitações. Ao mesmo tempo são criaturas que, a despeito de terem inteligência mais elevada, colocam-na a serviço da causa da redenção, proteção e direção da humanidade terrena”. Eugene Peterson

          As escrituras apresentam o anjo de duas maneiras: 1) na forma de pessoas comuns, semelhantes ao homem. Três homens apareceram a Abraão e Sara, que só mais tarde perceberam que eles eram anjos (Gn 18.2). O autor de Hebreus aconselha a prática da hospitalidade com o seguinte argumento: “... foi praticando-a que, sem saber, alguns acolheram anjos” (Hb 13:2); 2) manifestam também por meio de visões, quando se apresentam de maneira extravagantes, figuras imensas que enchem o céu (Ap 10.1) 

           NOSSA GERAÇÃO: “uma geração como a nossa, que assume (sem provas) em suas teorias e literatura de ficção cientifica a existência de seres conscientes em outros planetas, interessados  nesta terra, dificilmente acharia estranho acreditar em anjos”.“PRECISAMOS DE UMA TRANSFUSÃO DE SUBSTANCIAL DE GLÓBULOS VERMELHOS DE IMAGINAÇÃO NO SISTEMA CIRCULATÓRIO DE NOSSA FÉ” (ver Sl 18:10). "E montou num querubim, e voou; voou sobre as asas do vento" 
           
Em Apocalipse 10:1 vemos a descrição do anjo:  Coroado pelo arco-íris: o arco-íris aparece ao redor do trono de Deus (Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono de misericórdia, antes de ser um trono de juízo. O rosto brilhando como o sol: Esta é a mesma descrição de Jesus Cristo no início do apocalipse. Pisando no Oceano e na terra: Deus é soberano sobre tudo. Duas imensas colunas de fogo como pernas: juízo.

3) Sete trovões (vs. 3 e 4)

O anjo poderoso abre sua boca e ruge como leão, e a resposta é meteorológica: sete trovões (Ap 10:4). Sabemos dos sete selos, sete chifres, sete trombetas, sete selos, sete taças... mas “...guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as escreve”.  Jesus havia dado conselho semelhante sobre lanças pérolas aos porcos (Mt 7:6). 



  O retumbante Salmo 29 provavelmente diz tudo que viremos a saber sobre as revelações do sete trovões: a voz do Senhor ressoa sete vezes no salmo, em criação e julgamento, com todas as criaturas do céu e da terra respondendo em adoração: “Glória”.  “A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas (v.3). “A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade” (v.4) “A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano” (v.5). “A voz do Senhor separa as labaredas do fogo” (v.7) “  A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades” (v.8) “A voz do Senhor faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória” (v.9).

 Ao descer do monte da Transfiguração, Jesus instruiu os três discípulos: “Não contem a ninguém o que voces viram” (Mt 17:9), não porque ninguém nunca devesse saber, mas porque não era a hora certa; Eclesiastes 3:7: “tempo de calar e tempo de falar”.

3) Pega o livrinho e come!

É a segunda vez que esse anjo aparece. Na primeira, estava diante do livro selado, perguntando insistentemente se havia alguém capaz de abri-lo (Ap 5.1-2). Aqui, ele segura o mesmo livro que agora está aberto – o significado foi revelado por meio da pregação. O apostolo pega o livro (vs. 8 e 9) que o anjo lhe mostra. “LIVRO” significa REVELAÇÃO INTELIGIVEL. A história na qual vivemos tem SENTIDO, ENREDO E PROPOSITO. “Eis que não haverá mais demora” (v.6). “HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO” (Is  55.6).Vivemos em um agora intenso e eterno. “PARA O SENHOR, UM DIA É COMO MIL ANOS E MIL ANOS COMO UM DIA” (2 Pe 3.8). Por isso que temos que testemunhar...

O anjo manda João, além de pegar, COMER O LIVRO . Com isso, ele consome tudo, assimilando-o nos tecidos da vida (Sl 40.8).João pega o livro,  A VOZ CELESTIAL DIZ: “Vá, pegue o livro (Biblion) aberto que está na mão do anjo”. Ele conta o que aconteceu a seguir: “...me aproximei do anjo e lhe pedi que me desse o livrinho (Biblaridion)”. Apocalipse 10:10, diz: “peguei o livrinho (Biblaridion) da mão do anjo...”.  
John Egglen jamais pregara um sermão em sua vida. Nunca! Não significava que ele não quisesse fazer, apenas nunca precisaria. Mas certa manhã o fez. A neve deixou a cidade, completamente branca. Ao acordar naquele domingo em janeiro de 1850 pensou em ficar em casa. Quem iria a igreja com aquele tempo? Então reconsiderou. Além do mais ele era diácono e se dos diáconos não fossem, quem iria? Então, calçou as botas, colocou chapéu e andou quase 10 km até a igreja. Ele não foi o único membro que pensou em ficar dentro de casa, pois apenas 13 pessoas compareceram. Doze membros e um visitante. Até o pastor ficou impedido pela neve. Alguém sugeriu que voltassem para suas casas. Egglen não deu ouvidos, eles vieram de tão longe, então realizariam o culto. Além do mais havia um visitante. Um garoto de 13 anos. Quem pregaria? Pelo fato de ser o único diácono presente, era ele que estava com a Palavra. E assim pregou. O tema da mensagem fora em Isaias 45.22: “Olhai para mim e sereis salvos”. Ele vagueou e não foi objetivo na tentativa de abordar alguns pontos. Ele não tinha eloquência e muito menos habilidade de um orador. Mas no final uma coragem característica de sua personalidade aflorou, e de maneira convicta ele dirige o seu olhar diretamente para o garoto que estava assentado nas primeiras fileiras, e o desafia: Jovem olhe para Jesus! Olhe firmemente para Ele. Olhe jovem! E o própria garoto, agora um homem respondeu: “Eu olhei, e então a nuvem do meu coração se dissipou, as trevas foram embora e naquele momento puder ver o Sol. Eu olhei e contemplei o filho de Deus na Cruz, o túmulo vazio e eu puder crer. Eu olhei, e fui invadido por uma graça tal que me fez estremecer... Então não pude resistir! O nome do garoto? Charles Spurgeon, príncipes dos pregadores.   

   O EVANGELHO É SIMPLES E PROFUNDO. “Quem conheceu a mente do Senhor” (Rm 11:34 e Jó 26:14). Pega o que é capaz de assimilar, um livrinho no lugar de um livro.  O livro aberto foi apresentado, mas só conseguimos assimilar o conteúdo de um livrinho. Por mais que falarmos, só trataremos de uma parte do todo. Mesmo que nos expressemos muito bem, sabemos que estamos apresentando uma versão deficiente e abreviada da perfeição que é a palavra feita carne”
  Coma o livro “ele será amargo em seu estomago, mas em sua boca será doce como mel” (Ap 10:9, Sl 34.8).  Então, aconteceu exatamente assim: “...Ele me pareceu doce como o mel em minha boca; mas, ao comê-lo, senti que o meu estomago ficou amargo” (v.10). O apostolo João deve ter lembrado da história de Ezequiel (Ez 2:8; 3:3,7). Essa experiência é comum a todos que incorporam a palavra de Deus nas suas entranhas. 


 Contudo – e aí reside a ironia da doçura da palavra do testemunho, muitas vezes há rejeição, e aquele que testemunha sente a amargura da rejeição em seu estomago (Ez 2:8-10; 3:3). Jeremias, quase da mesmo época de Ezequiel, não teve sorte melhor (Jr 1:10; 20:8).  O testemunho sempre envolve as polaridades de doçura e amargura (Mt 11:28; Cl 3:5-6).

CONCLUSÃO: “... é preciso que voce profetize de novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11). “NÃO HÁ APOSENTADORIA NO SERVIÇO DO TESTEMUNHO”. “De novo”. PROFETIZE DE NOVO. NÃO PARE!


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