terça-feira, 19 de fevereiro de 2019


Éfeso: Quando se perde o primeiro amor (Ap 2.1-7)


Introdução: O casamento do século
Era 29 de julho de 1981, mais de 750 milhões de pessoas, via satélite, pelo mundo todo querendo assistir o casamento do Príncipe CHARLES, filho da rainha da Inglaterra e a bela Lady Diana Spencer. TUDO COMO NUM CONTO DE FADAS! O Príncipe Charles, todo pomposo, em pé, aguardando ansiosamente pela noiva. Diana entrou pela CATEDRAL DE SÃO PAULO, num refinado, gracioso e longo vestido, em seu pescoço uma joia raríssima, usada pela realeza em séculos passados. Mas, o relógio marcou meia-noite na história desta cinderela. EM ALGUM LUGAR, suas vidas começaram a se separar. Seu amor esfriou; agora era mecânico, aparente e rotineiro. Até que em 9 de dezembro de 1992, o conto de fadas havia chegado ao fim.

1)    A cidade de Efésios
Era uma magnifica cidade, a mais importante da Ásia Menor. Localizada no rio Caster, a 5 Km do Mar Egeu. Aí, embarcavam-se as mercadorias através do Mediterrâneo, subindo o caster onde eram distribuídos ao mundo todo. Éfeso era também o centro do paganismo. Uma das sete maravilhas do mundo antigo estava ali – o templo de Diana. Nele, floresciam a prostituição, as bebedeiras e as orgias. Não admira que os negociantes preferiam se hospedar nesta cidade! 


2)    O remetente
“Escreve ao anjo...”. A palavra anjo significa mensageiro. Refere-se ao que tem como MINISTÉRIO primordial, levar à mensagem à congregação.

“...tem na sua destra as sete estrelas”. Em Apocalipse 1.20, vimos a identidade das sete estrelas. São os anjos das sete igrejas. A função do anjo, ou pastor, é cuidar da vida espiritual da congregação; estão encarregados do ensino bíblico, lides pastorais e liderança espiritual.

“...que anda no meio dos sete castiçais de ouro...”Jesus anda pelos corredores, examina os bancos de cada igreja, anda pelas salas da igreja, pelos corredores. Não há segredos para ele. Jesus inspeciona, mede, avalia e observa a condição espiritual de cada rebanho.
  
3)    Estímulos...
Ele conhece cada igreja em sua totalidade, “Eu sei as tuas obras”. Para a igreja de Esmirna expressa elogios, mas para a igreja de Laodicéia expressa condenação implacável. A igreja de Filadélfia é mais louvada do que censurada, a carta de Sardes é mais censura do que louvor, enquanto que nas cartas endereçadas a Éfeso, Pérgamo e Tiatira, a aprovação e a desaprovação se equivalem.

“Conheço as tuas obras, o teu trabalho árduo, e a tua paciência...”. Trabalho, no grego Kopas, significa que serviam a Cristo até a exaustão. “Paciência” ou perseverança (Hupomone), significa que ministravam sob grande pressão. Havia ferrenha oposição na cidade de Efesios. Alguns, praticavam artes mágicas, outros adoravam a deusa Diana, ou Artémis, a deusa-mãe da Ásia, ou “padroeira”. 



Alguns encontravam dificuldades em seus negócios, uma vez que estavam perdendo compradores, outros não conseguiam comprar, pois muitos comerciantes não lhe vendiam seus produtos. Mais tarde, no apocalipse, João escreveria que pela influência “do falso profeta”, “ninguém podia comprar ou vender a menos que tivesse a marca da besta” (Ap 13.17).

Puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são. E tu os achastes mentirosos”. Os Efésios tinham conhecimentos sólidos da doutrina; eram teologicamente entendidos, notáveis. A igreja fora fundada pelos Apostolo Paulo (quarenta anos, Atos 18.19-21), os crentes foram disciplinados por Áquila (Atos 18.26), doutrinados por Apolo (Atos 18.24-25), pastoreados por Timóteo (1 Tm 1.3), e instruídos pelo apostolo João. Direta ou indiretamente, tinham sido beneficiários de oito livros do Novo Testamento: evangelho de João, Efésios, 1 e 2 Timóteo e 1, 2 e 3 João, apocalipse e mais, quando Paulo estava em Éfeso escreveu 1 Coríntios.

“As pessoas hoje buscam a experiência e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir. Elas não querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos e as visões. Elas não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes. Elas não querem o evangelho da cruz, buscam o evangelho dos milagres. Elas não querem Deus, querem as bênçãos de Deus”.  Hernandes Dias Lopes

“...odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio” (v.6). QUEM ERAM ELES? Alguns Pais da Igreja – os sucessores dos apóstolos – acreditavam que eles eram discípulos de Nicolau, “um convertido ao judaísmo”, sua consagração ao diaconato é mencionada em Atos 6.5; um diácono que não deu certo. O QUE SÃO AS OBRAS DOS NICOLAÍTAS? Ensinavam a antinomia – uma perigosa heresia que encorajava à libertinagem. Ensinavam que o cristão podia viver de maneira que bem entendesse, pois a graça cobre todas as coisas, não há consequência para o pecado.

Que igreja! Imagine você visitando uma igreja assim! Parecia ser um modelo de igreja em todos os aspectos. Seus membros eram ocupados no serviço (“conheço as tuas obras...), pacientes em seus sofrimentos (“e sua perseverança...), e firmes quanto a doutrina (“puseste à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são e descobriram que eram impostores”) e vocês odeiam as práticas dos nicolaítas...

4)    O pecado...
“Tenho, porém, contra ti que deixaste o primeiro amor” (v.4).  O que é o primeiro amor? Faz parte do começo da nossa fé em Cristo. É fervoroso, passional e apaixonado. Mas, com o tempo, o relacionamento com Cristo, tornou-se rotineiro. A DOXOLOGIA (louvor) tornou-se em ortodoxia (doutrina). Eles ainda vinham a igreja, ainda serviam. Sua fé ainda era verdadeira. Mas seus corações não iam além disto. TINHAM MUITAS ATIVIDADES POR CRISTO, MAS POUCO INTIMIDADE COM ELE. SUAS CABEÇAS ESTAVAM CHEIAS, OS PÉS OCUPADOS; MAS SEUS CORAÇÕES ESTAVAM VAZIOS. Fico imaginando uma oração: “Jesus não tem amo mais, como antes. Mas continuarei indo a sua casa, servindo, mas não te amo mais”

a)     Solução..
Em primeiro lugar, Jesus exorta: “Lembre-se de onde caíste” (2.5). O passado precisa tornar-se um presente vivo. PARA ONDE PRECISAMOS RETORNAR? Para o ponto do qual nos desviamos. Não está sendo dito, lembra-te em que situação caíste, mas de onde caíste. 


Em segundo lugar, “arrepende-te” (2.5). Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Arrependimento [e mudar a direção, é voltar-se para Deus. É DEIXAR O PECADO.

Em terceiro lugar, “volta à pratica das primeiras obras” (2.5). O ensino, a comunhão, o louvor, a oração, o evangelismo, o renovo com Espírito Santo, etc. A igreja primitiva vivia em comunhão, partiam o pão, adoração, oração (Atos 2.42).

SENÃO, “A TI VIREI, E TIRAREI DO SEU LUGAR O TEU CASTIÇAL, SE NÃO TE ARREPENDERES”.  Ou seja, ficariam sem a presença de Jesus Cristo. Nenhuma igreja tem um lugar seguro e permanente neste mundo.

 Paulo nos estimula a prática do amor: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 1 Coríntios 13:1-3

Conclusão: “Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida que está no paraíso com Deus”. 



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